quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cancun MeSS, México - Amigos dA TeRRa bRaSiL

CaNcun MeSS , México

Hoje, na Marcha campesina, indígena e social em Cancun, convocada pela Via Campesina e apoiada por Amigos da Terra Internacional, como parte do chamado a ações a nível global por milhares de Cancuns, mais de 2 mil representantes dos povos do mundo fizeram ouvir suas vozes num protesto pacífico dirigido à 16ª Conferencia das Partes sobre Mudanças Climáticas.

A marcha se dirigiu aos espaços de Cancun Messe e Moon Palace, onde ocorre a conferencia oficial, mas foi barrada quilômetros antes por uma barreira policial e militar. Neste ponto, deu-se a Assembléia dos Povos, com a participação de delegados oficiais que saíram a encontrar os manifestantes. Outros tantos delegados e observadores foram retirados da conferencia após convocarem todos numa roda de imprensa no Moon Palace à mobilização do lado de fora.

O Embaixador da Bolívia, Pablo Sólon e o delegado do governo do Paraguai, Miguel Lovera falaram sobre a importância da mobilização e do apoio das lutas de resistência nos territórios que se refletem também na batalha que travam os países da ALBA e aliados nas negociações (1).

Pablo Sólon contou que a visão dentro das negociações é de que se pode dispor da natureza como uma mercadoria e tratar as florestas somente como estoques de carbono que se podem vender. Sobre os mercados de carbono disse que “são uma forma de transferir a responsabilidade histórica dos países industrializados ao Sul”. Ao mesmo tempo, obteriam beneficio em não cumprir suas obrigações. Disse também que hoje as demandas dos povos estão na mesa de negociações como parte de um processo pelo reconhecimento dos Direitos da Natureza e de mudanças no sistema causador do aquecimento global.

Ricardo Navarro, de Amigos da Terra Internacional reafirmou ser inaceitável que o espírito de Copenhague prevaleça em Cancun, impondo condicionalidades e pressões aos países do Sul global para que os países industrializados cumpram com um compromisso já acordado. Referia-se ao estabelecimento, ainda em negociação, de um segundo período do Protocolo de Kyoto, como via legal de levar a reduções efetivas de suas emissões com base na ciência e sem mecanismos de mercado ou compensações. “Não queremos um CancunHague”, disse.

Amanha, 6 de dezembro, no Dia de Ação Global da campanha “Banco Mundial fora do Clima” os manifestantes se reunem em marcha pela manhã a partir do Palácio Municipal em Cancun. Amigos da Terra Brasil estará presente na manifestação, como membro da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais e dos Amigos da Terra América Latina e Caribe (ATALC), um dos convocantes da Cumbre Sul-Sul sobre finaciamento climático que reuniu essa semana em Cancun ativistas de várias de rede como Jubileu Sul e Aliança Pan Africana por Justiça Climática (PACJA).

(1) NOTA:
Os paises da ALBA e o Paraguai estão entre os poucos que não se renderam às pressões dos estados Unidos, apoiados pelas potencias emergentes inclusive o Brasil, em aderir ao mal chamado “Acordo de Copenhague. Este foi um documento apresentado na ultima noite das negociações da COP 15 em Copenhague que ofereces acesso aos recursos aos paises do Sul e do Norte que apresentes promessas voluntárias individuais de redução de emissões conforme o que julguem suas possibilidades.

LUCIA ORTIZ – TEL NO MEXICO: 9982058925

Amigos da Terra / Brasil
Rua Carlos Trein Filho, 07
Porto Alegre – Rs – Brasil
CEP 90450-120
Tel / Fax: + 55 51 3332 8884

Reno, Sinos e Gravataí

Jornal > Juremir Machado da SilvaLetra ANO 116 Nº 70 - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 9 DE DEZEMBRO DE 2010

Toda vez que alguém fala em "ecochatos", eu penso: eis um conservador querendo justificar os crimes ambientais ou ganhar dinheiro sem limites. O crítico dos "ecochatos" acha que denuncia os lugares-comuns dos ambientalistas. Nada mais faz do que disseminar um clichê. Faz pouco, um deputado, que eu tinha por esclarecido, me disse que os ecologistas são contra o progresso e querem, no fundo, o imobilismo. Risquei-o do meu caderninho de admirações. O rio Reno atravessa seis países europeus. Mais de 60 milhões de pessoas vivem às suas margens. O Reno já foi uma cloaca. Era vítima da bandidagem industrial, cuja justificativa chantagista era criar empregos e produzir riquezas. Viana Moog escreveu um livro famoso: "Um Rio Imita o Reno". Era o Sinos. Não imita mais. O Reno, por pressão dos ecologistas, está bem mais limpo. O Sinos virou uma cloaca. O Gravataí morreu.

Poluir rios nos anos 1960 era sinônimo de progresso. Poluir rios em 2010 é coisa de gente inculta, desinformada ou gananciosa. De 32 cidades poluidoras do Sinos, parece que apenas uma tomou providências reais para poupar o rio. A bandidagem continua poluindo por ter certeza da impunidade. Seria preciso mandar o Bope, os blindados da Marinha e o Exército caçar esses matadores de peixes inocentes. Jogou resíduo no rio, cadeia. Jogou esgoto sem tratamento, cana. Direto para o presídio central. A tecnologia existente permite tratar todos os dejetos e evitar a poluição. Mas tem muita gente que não quer gastar. Alguns adoram chorar quando o dólar está baixo. Pedem ajuda. Nem sempre fazem a parte deles. Claro, claro, bem entendido, como se viu, não são todos.

Quem comete crime é bandido. Matar um rio é crime ambiental hediondo. Os sinos dobram pelo Sinos. As empresas fazem autocontrole. Enviam amostras para a Fepam. O lobo cuida do cordeiro. Um especialista me diz que resíduos de empresas chegam ao rio pelo esgoto cloacal. Por que não temos um Greenpeace gaudério? Quando vejo a mortandade de peixes, canto: "Que sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra". A limpeza do Morro do Alemão esta aí. Quando começará a limpeza do Sinos? Os obstáculos são os mesmos: politicagem astuta, "apoios mútuos", ausência do Estado, hipocrisia, controle de parte do território nacional por interesses privados poderosos e fora da lei e moradores que defecam e andam para a natureza. Afinal, tudo vai desaparecer no rio.

Sempre ouvi dizer que a população do Vale dos Sinos era uma das mais informadas e preparadas do Rio Grande do Sul. É para ver como as estatísticas podem enganar. Alfabetização não garante consciência social. Educação formal mais longa não é sinônimo de ética. A bandidagem ambiental pode ser formada por anônimos ou por CEOs. Sabem o que é? A nova maneira de designar o patrão. Ou o capataz. Não se pode dar mole para político que não trata esgoto, cidadão que polui e industrial assassino de rio. É cana! E multa pesada. Pau neles. A bandidagem só entende a linguagem da força. Nada de cela especial. Nem de direitos humanos. Tudo pelo direito dos peixes. O Sinos só tem um atenuante. O Gravataí é muito pior. Uau!

JUREMIR MACHADO DA SILVA | juremir@correiodopovo.com.br

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Candidato a ministro de Dilma, Blairo Maggi doou à campanha após vitória

2/12/2010

Cotado para assumir uma pasta no futuro governo de Dilma Rousseff, possivelmente a Agricultura, o senador eleito Blairo Maggi (PR-MT), além de ter se empenhado na eleição da petista à Presidência, colaborou financeiramente com a campanha. Por intermédio de suas empresas, o ex-governador de Mato Grosso doou R$ 1 milhão para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, administrado pelo PT.

A reportagem é de José Roberto de Toledo e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 02-12-2010.

Foram duas doações, registradas na contabilidade oficial da campanha petista. O mais curioso é que elas ocorreram na semana passada, muito depois do término da eleição. O empresário, um dos maiores produtores de soja do mundo, ajudou a fechar a conta da campanha de Dilma.

"Fizemos mesmo a doação (a empresa) porque houve um pedido do comitê financeiro para fechar as contas e a companhia tinha caixa", admitiu o ex-governador ao Estado. Ele afirmou, ainda, que não chegou a ser convidado para ser ministro e que disse a Dilma que não poderia assumir a Agricultura por conta dos negócios da família. "Eu atrapalharia mais do que ajudaria."

A maior doação foi feita pela Amaggi Exportação e Importação Ltda.: R$ 700 mil, na quinta-feira passada. No dia seguinte, a Agropecuária Maggi Ltda. doou mais R$ 300 mil ao mesmo Comitê Financeiro Nacional.

Anteontem Blairo foi convidado a acompanhar a presidente eleita em viagem a Tucuruí, no Pará, para inauguração de duas eclusas construídas por outro doador da campanha de Dilma, a Camargo Corrêa. Se emplacar mesmo no ministério, ele deverá entrar na cota do PR.

Doadores

O comitê financeiro nacional para presidente, do PT, recebeu 46 doações de empresas com valores superiores a R$ 10 mil após o término da eleição. Elas somam R$ 12,741 milhões. A maior doação foi feita pela Construtora Queiroz Galvão S/A, no valor de R$ 2 milhões.

Mas o setor que mais contribuiu após o fechamento das urnas foi o sucroalcooleiro. Foram pelo menos R$ 3,5 milhões nas últimas semanas. Usineiros consultados pela reportagem confirmam que o segmento foi convidado a ajudar a fechar a contabilidade da campanha de Dilma.

A Cosan, maior empresa do setor, fez duas doações em novembro, somando R$ 1,5 milhão. A Copersucar doou R$ 500 mil no dia 23 passado. E a Usina São Martinho fez dois aportes no dia seguinte que totalizaram também R$ 500 mil.

A Açúcar Guarani S/A, controlada pelo grupo francês Tereos, fez duas doações a Dilma, que totalizaram R$ 1 milhão, nos dias 19 e 22 de novembro. A Petrobrás é sócia da empresa.

Em abril, a Guarani recebeu um aporte da Petrobrás no valor de R$ 682 milhões, o que garantiu 26,3% das ações da companhia à Petrobrás Biocombustível. A PBio, o braço da estatal voltado ao etanol, deverá investir mais R$ 929 milhões na Açúcar Guarani ao longo de cinco anos.

A Guarani informou que as doações compreenderam vários candidatos de diferentes partidos políticos, "sempre à luz da legislação eleitoral vigente". O tesoureiro de Dilma, José de Filippi Júnior, disse não haver nenhuma irregularidade na doação.

Ambientalista lança Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS

Convidamos a participar da última Terça Ecológica de 2010, será dia 07, veja a notícia abaixo e o cartaz em anexo!
Contamos com a sua presença!

Ambientalista lança Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS


A pesquisa de Maria da Conceição de Araújo Carrion compreende o período entre 2004 e 2009. Outros membros do Consema estarão presentes e darão os seus depoimentos. ENTRADA FRANCA



Por Raíssa Genro - EcoAgência
“Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS (2004-2009)”, de autoria de Maria da Conceição de Araújo Carrion é o tema da Terça Ecológica de dezembro, que acontecerá no próximo dia 07, às 18h30min na Fabico/UFRGS, em Porto Alegre. A pesquisa da ambientalista reunida em seis volumes se constitui de matérias de jornais, revistas, sites da internet, documentos oficiais, dentre outros materiais, que retratam os acontecimentos no período e a cobertura que receberam. A luta da sociedade civil organizada e, em especial a das entidades ambientalistas, revelam o saber e a resistência à tentativa de imposição de um consenso. Juntamente com os depoimentos que serão dados no dia 07, será possível confirmar que o ambientalismo gaúcho está muito vivo, o contrário do que se pretendeu comprovar em notícias veiculadas na semana seguinte após a aprovação do ZAS em abril de 2008.

Os depoimentos serão dados pelos membros da CT da Biodiversidade do Consema no período da pesquisa: Ludwig Buckup, professor do Instituto de Biociências da UFRGS, membro da ONG Igré; Paulo Brack, biólogo, doutor em Ecologia, professor da UFRGS, representante da ONG Ingá; biólogo Glayson Bencke; bióloga Silvia Pagel, e antropólogo Rodrigo Venzon, membro da ONG Miraserra.



Contexto

A atividade da silvicultura – plantação de espécies exóticas como pinus, eucalipto e acácia - é antiga no Estado. Porém, a sua crescente expansão e o incentivo governamental são recentes. Pesquisas alertam para o impacto do eucalipto, que retém uma grande quantidade de água, inviabilizando outros cultivos em regiões próximas e o aumento no preço da terra, em muitos casos compradas ou arrendadas pelas empresas florestais para este cultivo. O governo do Rio Grande do Sul, visando regular a atividade, aprovou em nove de abril de 2008 o Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS). O texto aprovado distorce as diversas discussões das câmaras técnicas e os pareceres apresentados, de forma a retirar quase todas as restrições e limites objetivos como os índices de vulnerabilidade por Unidade de Paisagem (UPN), o percentual de ocupação das UPN’s além do tamanho e distância entre os maciços, questões que eram o principal ponto da proposta inicial apresentada ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Em 2009, houve um ajuste no ZAS que vigora atualmente, porém, ainda não atende as demandas socioambientais segundo os ambientalistas.

O período compreendido entre as discussões sobre o ZAS pela Câmara Técnica de Biodiversidade e Políticas Florestais do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e sua aprovação é o objeto de análise da militante pelas questões socioambientais há mais de 30 anos e professora da UFRGS aposentada, Maria da Conceição de Araújo Carrion. “Trabalho com a questão da monocultura desde 2004. Quando surgiu a notícia de implantação da monocultura no Pampa, o grupo se voltou a este tema, que provocou diversas mudanças e impactos no Bioma”, adianta Conceição.



A Terça Ecológica é uma promoção do Núcleo de Ecojornalistas do RS e conta com a parceria nesta realização do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, o MODGeMA. O patrocínio é da loja Grão Natural, da Petrobras e do Governo Federal. O apoio é da Faculdade de Comunicação e Informação da UFRGS.



SERVIÇO:

O que: Terça Ecológica

Tema: Dossiê de sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS (2004-2009)

Quando: 07 de dezembro às 18h30min

Palestrante: Maria da Conceição de Araújo Carrion e depoimentos de outros membros da CT Biodiversidade do Consema no período

Local: Faculdade de Comunicação e Informação da UFRGS (Fabico), na rua Ramiro Barcelos 2705, Porto Alegre

ENTRADA FRANCA



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EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais
Núcleo de Ecojornalistas do RS
www.ecoagencia.com.br
Porto Alegre, RS Brasil

Financiamento de campanha: quem se elege e para quem governa

Metade do financiamento da campanha de Dilma vem de apenas 27 empresas
Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo
Poucas empresas de poucos setores foram responsáveis pela maior parte do financiamento da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Metade de todo o dinheiro declarado pela campanha da presidente eleita saiu de dos 27 maiores doadores. Veja aqui a relação completa.
Destacam-se as empreiteiras e construtoras. Apenas esse setor doou pelo menos R$ 37 milhões para os cofres petistas, o que representa mais de 27% de toda a arrecadação. Dos cinco maiores doadores, três são do ramo de construção: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC Engenharia.
O setor financeiro, bancos e seguradoras, teve um peso menor do que outros segmentos da economia na contabilidade oficial. Os bancos doaram, em conjunto, cerca de R$ 9 milhões, ou 7% do total arrecadado pela campanha presidencial petista.
O setor sucroalcooleiro surpreendeu como um dos principais doadores de Dilma. Foram mais de R$ 10 milhões, o que representa cerca de 8% das doações totais. Os maiores doadores individuais do segmento foram Cosan, Copersucar e Açúcar Guarani.
Outros setores que se destacam entre os doadores pessoa jurídica para a campanha de Dilma são os de alimentos e bebidas (Cutrale e Ambev), empreendimentos imobiliários, farmacêutico, industrial e mineração.
Não por coincidência, os maiores doadores foram de segmentos econômicos que se beneficiaram durante o governo Lula. O PAC beneficiou as empreiteiras, o Bolsa Família aumentou o consumo de alimentos e açúcar, o Minha Casa Minha Vida ajudou empreendedores imobiliários.
Dilma e Serra receberam, juntos, quase R$ 52 milhões em doações ocultas, aquelas em que é impossível rastrear a identidade dos financiadores de campanhas.
No caso da presidente eleita, as doações desse tipo chegaram a R$ 19,7 milhões, 14,5% do total arrecadado por sua campanha.
Serra recebeu ainda mais pela via oculta: foram R$ 32,1 milhões, ou 30% do que arrecadou.
As doações ocultas resultam de uma triangulação: em vez de depositar o dinheiro na conta do candidato ou de seu comitê, a empresa ou pessoa física faz uma contribuição para o partido, indicando quem deve ser o destinatário final dos recursos. Como os partidos recebem de diversos doadores e encaminham o dinheiro para diferentes candidatos, fica impossível estabelecer uma ponte entre financiador e financiado.
Dos R$ 114 milhões doados a Dilma por financiadores devidadamente identificados, quase a totalidade (98%) se refere a contribuições de empresas, e 2% de pessoas físicas. Foram apenas 1.820 contribuições de eleitores, com valor total de R$ 2,8 milhões.

Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/artigo.aspx?cp-documentid=26578331

Maior doador de Dilma deve ao BNDES
O grupo JBS-Friboi, que recebeu empréstimo de aproximadamente R$ 3,5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), foi o maior doador da campanha da petista Dilma Rousseff: R$ 10 milhões doados em seis repasses entre agosto e setembro. Apesar do favoritismo e da vitória, a campanha do PT terminou as eleições com uma dívida de R$ 27,7 milhões.
A estratégia oficial do BNDES era transformar os frigoríficos em gigantes mundiais. Os empréstimos, vistos com desconfiança pelo mercado, bancaram a aquisição de empresas estrangeiras pelos frigoríficos brasileiros. E o grupo JBS foi o principal destinatário dos recursos da instituição. Dados recentes apontavam que o BNDES tinha 21% do capital do JBS-Friboi.
O segundo maior doador da campanha foi a Camargo Corrêa, uma das construtoras que toca obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que tiveram irregularidades graves apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A empreiteira doou R$ 8,5 milhões para campanha. Outra empresa responsável por obras com pendências no TCU, a Construtora Queiroz Galvão, foi a terceira maior doadora - R$ 5,1 milhões. A OAS, também responsável por obras em situação irregular do PAC, doou outros R$ 3 milhões para a campanha. Entre os bancos, o Itaú foi o maior doador da campanha de Dilma: R$ 4 milhões.
Os dados fechados de receitas e despesas da campanha de Dilma foram entregues ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas as informações, incluindo as notas fiscais, serão analisadas em regime de mutirão por técnicos do TSE e auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). As contas deverão ser julgadas até o dia 9 . Se aprovadas, Dilma será diplomada no dia 17 e tomará posse no dia 1.º de janeiro.
No total, a campanha de Dilma arrecadou R$ 148,8 milhões, dos quais R$ 105 milhões foram arrecadados antes do primeiro turno. As despesas da campanha somaram R$ 176,5 milhões.
O que prejudicou as contas da campanha foi a realização do segundo turno. 'As empresas se prepararam para o primeiro turno. Houve um grande volume de doações. Mas o orçamento de muitas empresas para as eleições se esgotou', explicou o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, José de Filippi.
Nas três semanas entre o primeiro e o segundo turno, o comitê da campanha gastou quase R$ 80 milhões. Nesse período, a campanha conseguiu arrecadar apenas R$ 25 milhões.
Os principais gastos foram com a produção de programas de rádio, televisão e vídeo - R$ 39 milhões. Para realizar eventos de promoção da candidata foram consumidos R$ 11,7 milhões. Com publicidade por meio de placas, estandartes e faixas foram gastos R$ 10 milhões. Outros R$ 6,4 milhões foram consumidos com a criação e inclusão de páginas na Internet.
Nas últimas eleições, o presidente Lula deixou uma dívida de R$ 9,8 milhões, o equivalente a 10% dos gastos aa campanha. A dívida deixada agora corresponde a 15% das despesas.
Dívida de Serra. Derrotado, o candidato tucano José Serra acabou a campanha com uma dívida de R$ 9,6 milhões. A campanha arrecadou R$ 120 milhões, mas as despesas somaram R$ 129,6 milhões. Sua maior doação partiu do banco Itaú: R$ 4 milhões. O grupo Gerdau doou R$ 3 milhões para a campanha de Serra e R$ 1,5 milhão para Dilma. O presidente do grupo, Jorge Gerdau, é cotado para assumir um ministério no governo da petista.
Campanha milionária
R$ 148,8 milhões
foram arrecadados para a campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT)
R$ 176,5 milhões
foram gastos pela candidata petista na campanha eleitoral deste ano
R$ 39 milhões
foram gastos com produção de programas de rádio, TV e vídeo, segundo o comitê petista