LANÇAMENTO DO LIVRO DE PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO
Plínio de Arruda Sampaio estará em Porto Alegre dia 18 de novembro, quinta-feira, para o lançamento de seu livro Por que participar da política?
Quando? quinta-feira, 18/11/2010
Horas? 19h30min
Onde? Sindisprev-rs (Trav. Francisco Leonardo Truda, nº 40, 12º andar - Centro/POA)
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Tempero bom em carne podre
Dizem que, antigamente, os temperos eram usados para disfarçar o gosto da carne podre. Parece um pouco a propaganda comercial, hoje em dia.
Pesquisa da agência Tool Box revelou que 6.300 novos produtos foram colocados em supermercados brasileiros no primeiro semestre deste ano. Números da ONU indicam 1 bilhão de famintos no mundo. O que explica tanto consumismo ao lado de tamanha miséria?
Uma parte da resposta se relaciona ao mercado publicitário. São horas de anúncios muito bem produzidos na TV e no rádio. Quilômetros de imagens em cartazes, faixas, expositores, outdoors, vitrines, fachadas, etc. Um mercado que movimenta uma fortuna em dinheiro.
Tudo isso para nos convencer de que consumir é bom. Nos torna mais felizes. E é verdade. Por alguns segundos, se for um sorvete. Horas, no caso de uma roupa. Meses, em se tratando de um carro. Alegria que dura até que apareça outro objeto de desejo, que não passa disso. De mais um objeto. Isso é capitalismo.
Mas, é só imaginar o capitalismo em seu início. Bairros, cidades, pessoas, tudo muito cinzento de fuligem. Já havia anúncios, mas eram pequenas manchas coloridas no meio do monocromático acúmulo de tijolos das fábricas e galpões. Empórios cheios de mercadorias sem graça.
Aí, a publicidade foi se desenvolvendo. Enfeitando e inventando personalidades para as mercadorias. Hoje, na TV, ela ganhou qualidade cinematográfica. Fome e miséria? Esquecidas. Inclusive, por suas vítimas. Parece o tal tempero de que falamos no início.
Injustiça? Bem, temperos são feitos a partir de especiarias deliciosas. A publicidade é produto da maravilhosa criatividade humana. Nenhum dos dois deveria ser usado para esconder podridão.
Sérgio Domingues
Pesquisa da agência Tool Box revelou que 6.300 novos produtos foram colocados em supermercados brasileiros no primeiro semestre deste ano. Números da ONU indicam 1 bilhão de famintos no mundo. O que explica tanto consumismo ao lado de tamanha miséria?
Uma parte da resposta se relaciona ao mercado publicitário. São horas de anúncios muito bem produzidos na TV e no rádio. Quilômetros de imagens em cartazes, faixas, expositores, outdoors, vitrines, fachadas, etc. Um mercado que movimenta uma fortuna em dinheiro.
Tudo isso para nos convencer de que consumir é bom. Nos torna mais felizes. E é verdade. Por alguns segundos, se for um sorvete. Horas, no caso de uma roupa. Meses, em se tratando de um carro. Alegria que dura até que apareça outro objeto de desejo, que não passa disso. De mais um objeto. Isso é capitalismo.
Mas, é só imaginar o capitalismo em seu início. Bairros, cidades, pessoas, tudo muito cinzento de fuligem. Já havia anúncios, mas eram pequenas manchas coloridas no meio do monocromático acúmulo de tijolos das fábricas e galpões. Empórios cheios de mercadorias sem graça.
Aí, a publicidade foi se desenvolvendo. Enfeitando e inventando personalidades para as mercadorias. Hoje, na TV, ela ganhou qualidade cinematográfica. Fome e miséria? Esquecidas. Inclusive, por suas vítimas. Parece o tal tempero de que falamos no início.
Injustiça? Bem, temperos são feitos a partir de especiarias deliciosas. A publicidade é produto da maravilhosa criatividade humana. Nenhum dos dois deveria ser usado para esconder podridão.
Sérgio Domingues
Plástico verde: solução ou problema?
Em entrevista à EcoAgência, ambientalista Luiz Jacques Saldanha revela a prática do greenwashing e alerta contra os perigos à saúde a partir do uso de substâncias artificiais
Ambientalista Luiz Jacques Saldanha
Por Ilza Girardi - especial para a EcoAgência
No dia 24 de setembro foi inaugurada, no Pólo Petroquímico de Triunfo, a primeira fábrica de “plástico verde” do mundo. O evento contou com a presença do Presidente da República, ganhou holofotes na mídia e um espaço na novela Passione, da Rede Globo. Para falar sobre o assunto convidamos o engenheiro agrônomo, advogado e ambientalista Luiz Jacques Saldanha. Ele tem sido um crítico da geração, manufatura e uso indiscriminado e onipresente de substâncias artificiais que vão dos agrotóxicos, produtos de limpeza e de cuidado pessoal aos fármacos e plásticos em nosso dia-a-dia, destacando, principalmente, seus efeitos sobre a saúde de todos os seres vivos do planeta. Confira a seguir a entrevista concedida à jornalista do NEJ-RS, Ilza Girardi.
Ilza – Jacques, o que é o “plástico verde”? Será que ele resolverá todos os problemas que os plásticos têm causado em termos de poluição do ar, da água e da terra?
Jacques – Bem, este é o mais novo engodo que o sistema nos presenteia. E é um engodo da pior espécie porque está, pela primeira vez, fazendo um dos maiores greenwashing dos últimos tempos em nosso meio, no que se refere a resinas plásticas!
I – O que o greenwashing tem a ver com esse plástico?
J – É uma expressão empregada pelos ecologistas no mundo inteiro para desmascarar estas jogadas de marketing que as grandes poluidoras mundiais têm procurado fazer com a boa vontade e a boa fé dos cidadãos planetários. Na verdade, essa é uma forma de se relacionar com um termo semelhante como o que se emprega no mundo do crime. A mídia criou a expressão “lavagem do dinheiro” quando denuncia o que os criminosos tentam fazer para “limpar” um dinheiro de sua origem ilícita. Aqui é a mesma coisa. A diferença é que o crime aqui se relaciona com a questão ambiental e a saúde pública. E nesse caso, toda essa construção deste plástico ser “verde” demonstra a mesma maracutaia.
I – Mas e por que eles não são “verdes”?
J – Nem todas as pessoas sabem que o petróleo em si é um produto natural. Muitas pessoas acham que o próprio petróleo já é um problema. Mas não. O petróleo é um bem natural e biodegradável por ser metabolizável pelos seres vivos. Apesar de ter em sua composição de petróleo bruto a presença dos cancerígenos PAHs - aromáticos policíclicos. Assim é fundamental nos darmos conta de que é esse permanente jogo da desinformação que faz com que o sistema se mantenha vivo. E tem sido esse jogo que tem levado a muitos de nós, cidadãos comuns, nos sentirmos tão desamparados e impotentes que ficamos zonzos e faz com que nas situações da vida passamos a ser contra tudo ou aceitarmos tudo. Fazemos isso por absoluta falta de chão! Assim, quando afirmamos que eles não são verdes é porque o produto que eles vão produzir é exatamente igual ao outro! Sem tirar nem por! Tão poluidor e problemático como quaisquer dos outros plásticos que não são “verdes”.
I – Como assim?
J – Como disse antes, o petróleo é natural e por si só é biodegradável. O problema do petróleo não está nele mesmo, está em como a indústria petroquímica tem utilizado aquilo que lhe dá condições de fornecer a essência que mais lhe interessa: o carbono. O petróleo assim como outras fontes de carbono é o grande foco da indústria petroquímica. Ou seja, ela toma o carbono dessas fontes e daí para frente é que começa o seu grande drama. Esse elemento é utilizado para gerar substâncias que nunca existiram na vida da Terra. Essa artificialização do carbono nestas moléculas sintetizadas em laboratório é que vêm causando todo o drama dos últimos sessenta anos no planeta. E vão além das resinas plásticas aos venenos agrícolas, aos detergentes sintéticos, aos fármacos e a muitos outros. E todas essas moléculas são sintetizadas nos pólos petroquímicos. Pode-se ver essa pretensão na reportagem do Estadão de 25 de setembro último. Ali o executivo da corporação afirma que querem implantar essas fábricas por vários continentes (ver link: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36663).
I – Mas há pouco tempo, ocorreu o derramamento de petróleo no Golfo do México gerando poluição e problemas ambientais, impensáveis e incalculáveis, e que vão perdurar por muito tempo.
J – Sim, tu tens razão. Esse caso é dramático. Lembro das palavras do Lutzenberger que dizia que “poluição é a coisa certa no lugar errado”. E o petróleo do Golfo do México foi bem esse caso.
I – Mas voltando ao caso da Braskem e ao plástico “verde” ...
J – Por isso é importantíssimo termos condições de entender um pouco mais tudo o que envolve o petróleo e a petroquímica. A começar por esta confusão geral em que mídia se mostra ignorante ou tendenciosa, demonstrando uma manipulação dos fatos quanto a esse “verde”. Ah! Inclusive foram tão fundo nesse processo que até alguns prédios foram pintados de verde como se vê em algumas fotos! Ficamos nos perguntando se esse pessoal não está sendo debochado ao fazer tudo isso para criar nesta fábrica a “imagem concreta” de quão “verdes” eles são.
I – E por que eles podem fazer isso com esse respaldo político, social e técnico?
J – Essa pergunta eu também me faço e vejo como nós, da sociedade civil, estamos abandonados e vulneráveis a todo esse esquema que se forma em torno daqueles que têm o poder econômico. Temos que perceber que a Braskem está fazendo muita força para se tornar uma das grandes transnacionais da petroquímica do mundo emergente. E como nossa sociedade ainda é muito vassala do poder econômico, há uma posição de subserviência muito forte nelas quando ninguém se questiona de nada. E digo isso porque se olhares as notícias sobre este evento, verás que tudo está dito sem nada ter sido escamoteado.
I – De que maneira?
J – O aspecto técnico, por exemplo. Os próprios técnicos da Braskem afirmam que essa resina vai ser exatamente igual às outras e que ela não será biodegradável. Ou seja, não trará nenhum benefício “verde” no seu uso. Terá seu comportamento, quando no ambiente, igual às outras resinas. E isso vem sendo dito e redito em vários momentos, desde a notícia do lançamento da pedra fundamental em 2009. Então sob o aspecto “ecológico”, essa tecnologia é um absurdo porque está buscando produzir um absurdo.
I – Tecnologia absurda?
J – Tu sabes que o Rio Grande do Sul não produz cana, a não ser meia dúzia de pés para as vacas para épocas de falta de pasto. O nosso estado não produz uma gota de etanol para ser escolhida aqui a feitura dessa fábrica. Mas então por que fazer por aqui? Na minha visão isso pode ser até maquiavélico. O Rio Grande ainda desfruta no país, de uma aura de um estado com preocupações ecológicas e que o seu povo seria muito exigente etc. Assim, fazer lá nos estados onde a Braskem tem seus pólos, São Paulo e Bahia, não traria tanta “credibilidade” para este plástico “verde” como aí, no berço do ecologismo no Brasil. Podes perceber que terão que ser trazidos mais ou menos 400 milhões de litros de álcool, conforme informam os técnicos, para produzir essas 200 mil toneladas de plástico “verde”. Imagina o custo energético e ambiental de se trazer essa matéria prima do Paraná, São Paulo e Minas! Isso é ecológico? Assim, fazer isso e aqui no estado demonstra o seu absurdo até porque o plástico será igual ao outro!
I – Mas onde está então o “verde” dessa tecnologia?
J – Estaria justamente nesta fonte de carbono, a cana de açúcar! E é nisso que, no discurso tecnocrático, tornaria esse plástico “verde”. E dizem, inclusive com grande alarde, de que para cada tonelada de plástico produzido nesta fábrica, ocorreria o seqüestro de, mais ou menos, umas 2,5 toneladas de carbono. Assim para nós, os cidadãos comuns e desinformados, parece que será no processo de fabricação, nesta passagem do carbono do álcool para o carbono do plástico que ocorreria o grande seqüestro desse gás de efeito estufa. Mas não! A enganação é essa. Estão falando do processo de fotossíntese da cana em que para produzir o amido, a planta utiliza o gás carbônico e que não tem nada a ver com a fabricação da resina plástica. E se fores contar o desperdício de energia para o transporte desses milhões de litros, cairiam por terra quaisquer insinuações de que esse processo tecnológico teria algo de ecológico.
I – Certo. Parece que está claro que esse processo não tem nada de ecológico e nem esse plástico seria, no mínimo, um pouquinho “erverdeado”. Mas um aspecto que sempre tens levantado inclusive está fortemente presente em teu site (www.nossofuturoroubado.com.br), é a presença dos aditivos ou plastificantes. Como será que ficariam neste processo?
J – Exatamente igual. É importante termos idéia de como a empresa quer apresentar seu produto. Como essa resina é idêntica à outra, a indústria está pretendendo inclusive colocar um selo nas embalagens para identificá-la para o consumidor final. E pasma. Eles estão inclinados a colocar coisas como essa – olha só a ironia e o deboche: “I’m green”. Assim o consumidor final pensaria que estaria consumindo algo realmente que fosse dentro dos princípios ambientais e ecológicos por ter essa expressão. Não é um absurdo!? Conseqüentemente, como ninguém fala no Brasil sobre os esses “adereços” dos aditivos – como o nonilfenol (proibido na Comunidade Européia), o ftalato, o bisfenol A (banido das mamadeiras no Canadá e em vários estados e cidades norte-americanas) dentre tantos outros – estariam completamente adequados para serem utilizados em quaisquer das resinas plásticas para que pudessem ter competitividade de mercado.
I – Levantaste um aspecto muito pouco falado e assumido no nosso país. A questão desses aditivos como o bisfenol A que nem se fala quanto mais haver qualquer discussão sobre sua nocividade. O que me dizes disso?
J – É assim como levantas. O bisfenol A hoje é o grande ícone da luta da cidadania informada e consciente na busca de eliminar esses aditivos que estão completamente escondidos no âmago dessas resinas plásticas. Isso porque nem se menciona e nem se cita na composição dos produtos. O bisfenol A, também conhecido no mundo pela sigla BPA, é o DDT do século XXI. Vale lembrar que o DDT foi identificado, nos anos sessenta, como o grande vilão dos venenos que transitavam da agricultura para nossa casa como inseticida, e que acabou permitindo que se desvelasse e se descortinasse todo o horror das moléculas sintéticas que vêm envenenando, ainda hoje, o nosso alimento de cada dia. Pois bem, o BPA também está abrindo essa porteira e parece que será através dele que se verá todo o horror que temos em nossos produtos do dia-a-dia e que estão inviabilizando a sobrevivência de todos os machos no planeta, incluindo os seres humanos.
I – Mas como disseste antes, porque tu achas que a nocividade dessas substâncias não está sendo reconhecida pelos órgãos encarregados de zelar pela saúde das pessoas no Brasil?
J – Acho que muitos são os fatores, mas alguns deles chamam a atenção. Começa com a ineficácia e a inoperância dos técnicos da Anvisa. Se existe toda essa pesquisa independente e que demonstra que esses aditivos estão comprometendo a saúde dos fetos e das crianças, por que não colocam sob suspeita todos eles como estão fazendo os países do primeiro mundo? Será que vamos continuar vivendo como temos vivido com os agrotóxicos que são banidos e proibidos em vários países do mundo e aqui continuam a ser usados livremente? Assim, só posso concluir que a visão de mundo desses técnicos tanto da saúde como do meio ambiente no Brasil, estão totalmente alinhados e comprometidos com a mesma visão dos técnicos e das direções das indústrias. Temos casos bem contundentes no Brasil com os trabalhos que a Fundação Osvaldo Cruz do Ministério da Saúde têm feito tanto sobre alguns desses aditivos como com os agrotóxicos. E aí vem a pergunta: por que os técnicos do governo federal que tratam desses temas, não “lêem”, não “ouvem”, não “conhecem” esses trabalhos dessas instituições públicas? Por que será que continuam a considerar as pesquisas, as respostas, os estudos financiados e apoiados pelas indústrias como os únicos que “poderiam” desfrutar de credibilidade? Acho que com essas minhas considerações e perguntas, a resposta está dada, não te parece?
I – Tu tens mostrado um documentário da tevê canadense de 2008 em que se mostra que esses mesmos aditivos e plastificantes que estão nas resinas plásticas das embalagens, também estão presentes nos produtos de beleza, como maquiagens, bloqueadores solares, batons e outros?
J – Sim. Existem vários sites europeus e norte-americanos que mostram a loucura que tem sido o emprego dessas moléculas em produtos como esses que mencionaste. Tenho no site que criei (www.nossofuturoroubado.com.br) uma série de artigos traduzidos daqueles sites e ONGs em que se vê as respostas científicas que mostram que essas moléculas deveriam ser eliminadas imediatamente. Não consigo entender como o dinheiro está tão acima da saúde de todas as crianças e nenês que ainda nem nasceram. Parece que só nós que estamos nesta busca, temos filhos, netos e descendentes. Parece que os “técnicos” que têm essa outra visão de mundo, sejam das indústrias ou dos organismos governamentais responsáveis pela regulamentação dessas substâncias, são os últimos seres vivos do planeta e que não têm nenhum compromisso com o futuro.
I – Eu quero que expliques mais um pouco, essas afirmativas que fizeste com relação a essas moléculas e a sobrevivência das “crianças e nenês que ainda nem nasceram” como disse antes.
J – Bem, o que vem se descobrindo, reafirmo e insisto, científica e completamente embasada, em pesquisas, testes, estudos e análises, nos últimos 20 anos, oriundos de universidades, de mestres e doutores formados nos mesmos moldes dos “técnicos” das indústrias, é a capacidade que essas moléculas, friso, artificiais têm de imitar o comportamento do hormônio feminino. E isso tem aberto uma nova percepção sobre a importância crucial de níveis, absolutamente adequados e compatíveis, de hormônios sexuais tanto do hormônio masculino testosterona como dos femininos estrogênios, na formação e na saúde dos nenês que estão sendo gestados no útero materno. Essas descobertas que agora não podem ser mais ignoradas nem negligenciadas por estarmos sem dúvida comprometendo a sobrevivência de todos os seres vivos, machos e fêmeas, neste planeta. E é só por isso que sou visceralmente contra quaisquer moléculas que sejam artificiais e por isso totalmente desconhecidas pela Vida. Estejam ou sejam elas resinas plásticas, fármacos, agrotóxicos, produtos domissanitários, cosméticos, tecidos, produtos de higiene e de limpeza, roupas, partes de utensílios como automóveis, computadores, aviões etc, etc, etc.
I – Então achas que o mundo moderno está sendo um grande erro?
J – Desta forma, sim. E essa minha percepção está fundada naquilo que acho que tem sido o nosso grande equívoco: substituir tudo o que é e era natural por tudo o que é definitivamente artificial. Mas, temos que nos dar conta que estamos num país onde dispomos de todas as moléculas naturais e que são elas que a química artificial tem tentado substituir pelas feitas em laboratórios. E dramaticamente, em vez de investirmos nossos recursos financeiros no sentido de aprimorar, adaptar e adequar essas moléculas que a Vida nos deu para sermos seus guardiões, optamos por ficar “aprimorando”, “adaptando” e “adequando” essas que estão levando à destruição da vida.
I – Por que falaste agora em investimento? Sabes como foram os investimentos dessa fábrica?
J – Sim. Isso está disponível para o conhecimento de todos. Conforme textualmente “o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (SINDIPOLO), dos cerca de R$ 450 milhões para a construção da Planta Verde da Braskem, 70% são do BNDES que é dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Dos 30% restantes, 40% é da Petrobras.” (ver link: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36624). Acho que com esses dados mostram como se misturam os investimentos “privados” e a importância dada à saúde pública dos brasileiros. Eu espero que as pessoas, ao obterem essas informações, façam a opção sobre qual trilha elas querem seguir.
I – Novamente, agradeço em nome de outros ecojornalistas, tua contribuição por desvelares mais essa desinformação que está circulando em nosso meio.
EcoAgência
Ambientalista Luiz Jacques Saldanha
Por Ilza Girardi - especial para a EcoAgência
No dia 24 de setembro foi inaugurada, no Pólo Petroquímico de Triunfo, a primeira fábrica de “plástico verde” do mundo. O evento contou com a presença do Presidente da República, ganhou holofotes na mídia e um espaço na novela Passione, da Rede Globo. Para falar sobre o assunto convidamos o engenheiro agrônomo, advogado e ambientalista Luiz Jacques Saldanha. Ele tem sido um crítico da geração, manufatura e uso indiscriminado e onipresente de substâncias artificiais que vão dos agrotóxicos, produtos de limpeza e de cuidado pessoal aos fármacos e plásticos em nosso dia-a-dia, destacando, principalmente, seus efeitos sobre a saúde de todos os seres vivos do planeta. Confira a seguir a entrevista concedida à jornalista do NEJ-RS, Ilza Girardi.
Ilza – Jacques, o que é o “plástico verde”? Será que ele resolverá todos os problemas que os plásticos têm causado em termos de poluição do ar, da água e da terra?
Jacques – Bem, este é o mais novo engodo que o sistema nos presenteia. E é um engodo da pior espécie porque está, pela primeira vez, fazendo um dos maiores greenwashing dos últimos tempos em nosso meio, no que se refere a resinas plásticas!
I – O que o greenwashing tem a ver com esse plástico?
J – É uma expressão empregada pelos ecologistas no mundo inteiro para desmascarar estas jogadas de marketing que as grandes poluidoras mundiais têm procurado fazer com a boa vontade e a boa fé dos cidadãos planetários. Na verdade, essa é uma forma de se relacionar com um termo semelhante como o que se emprega no mundo do crime. A mídia criou a expressão “lavagem do dinheiro” quando denuncia o que os criminosos tentam fazer para “limpar” um dinheiro de sua origem ilícita. Aqui é a mesma coisa. A diferença é que o crime aqui se relaciona com a questão ambiental e a saúde pública. E nesse caso, toda essa construção deste plástico ser “verde” demonstra a mesma maracutaia.
I – Mas e por que eles não são “verdes”?
J – Nem todas as pessoas sabem que o petróleo em si é um produto natural. Muitas pessoas acham que o próprio petróleo já é um problema. Mas não. O petróleo é um bem natural e biodegradável por ser metabolizável pelos seres vivos. Apesar de ter em sua composição de petróleo bruto a presença dos cancerígenos PAHs - aromáticos policíclicos. Assim é fundamental nos darmos conta de que é esse permanente jogo da desinformação que faz com que o sistema se mantenha vivo. E tem sido esse jogo que tem levado a muitos de nós, cidadãos comuns, nos sentirmos tão desamparados e impotentes que ficamos zonzos e faz com que nas situações da vida passamos a ser contra tudo ou aceitarmos tudo. Fazemos isso por absoluta falta de chão! Assim, quando afirmamos que eles não são verdes é porque o produto que eles vão produzir é exatamente igual ao outro! Sem tirar nem por! Tão poluidor e problemático como quaisquer dos outros plásticos que não são “verdes”.
I – Como assim?
J – Como disse antes, o petróleo é natural e por si só é biodegradável. O problema do petróleo não está nele mesmo, está em como a indústria petroquímica tem utilizado aquilo que lhe dá condições de fornecer a essência que mais lhe interessa: o carbono. O petróleo assim como outras fontes de carbono é o grande foco da indústria petroquímica. Ou seja, ela toma o carbono dessas fontes e daí para frente é que começa o seu grande drama. Esse elemento é utilizado para gerar substâncias que nunca existiram na vida da Terra. Essa artificialização do carbono nestas moléculas sintetizadas em laboratório é que vêm causando todo o drama dos últimos sessenta anos no planeta. E vão além das resinas plásticas aos venenos agrícolas, aos detergentes sintéticos, aos fármacos e a muitos outros. E todas essas moléculas são sintetizadas nos pólos petroquímicos. Pode-se ver essa pretensão na reportagem do Estadão de 25 de setembro último. Ali o executivo da corporação afirma que querem implantar essas fábricas por vários continentes (ver link: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36663).
I – Mas há pouco tempo, ocorreu o derramamento de petróleo no Golfo do México gerando poluição e problemas ambientais, impensáveis e incalculáveis, e que vão perdurar por muito tempo.
J – Sim, tu tens razão. Esse caso é dramático. Lembro das palavras do Lutzenberger que dizia que “poluição é a coisa certa no lugar errado”. E o petróleo do Golfo do México foi bem esse caso.
I – Mas voltando ao caso da Braskem e ao plástico “verde” ...
J – Por isso é importantíssimo termos condições de entender um pouco mais tudo o que envolve o petróleo e a petroquímica. A começar por esta confusão geral em que mídia se mostra ignorante ou tendenciosa, demonstrando uma manipulação dos fatos quanto a esse “verde”. Ah! Inclusive foram tão fundo nesse processo que até alguns prédios foram pintados de verde como se vê em algumas fotos! Ficamos nos perguntando se esse pessoal não está sendo debochado ao fazer tudo isso para criar nesta fábrica a “imagem concreta” de quão “verdes” eles são.
I – E por que eles podem fazer isso com esse respaldo político, social e técnico?
J – Essa pergunta eu também me faço e vejo como nós, da sociedade civil, estamos abandonados e vulneráveis a todo esse esquema que se forma em torno daqueles que têm o poder econômico. Temos que perceber que a Braskem está fazendo muita força para se tornar uma das grandes transnacionais da petroquímica do mundo emergente. E como nossa sociedade ainda é muito vassala do poder econômico, há uma posição de subserviência muito forte nelas quando ninguém se questiona de nada. E digo isso porque se olhares as notícias sobre este evento, verás que tudo está dito sem nada ter sido escamoteado.
I – De que maneira?
J – O aspecto técnico, por exemplo. Os próprios técnicos da Braskem afirmam que essa resina vai ser exatamente igual às outras e que ela não será biodegradável. Ou seja, não trará nenhum benefício “verde” no seu uso. Terá seu comportamento, quando no ambiente, igual às outras resinas. E isso vem sendo dito e redito em vários momentos, desde a notícia do lançamento da pedra fundamental em 2009. Então sob o aspecto “ecológico”, essa tecnologia é um absurdo porque está buscando produzir um absurdo.
I – Tecnologia absurda?
J – Tu sabes que o Rio Grande do Sul não produz cana, a não ser meia dúzia de pés para as vacas para épocas de falta de pasto. O nosso estado não produz uma gota de etanol para ser escolhida aqui a feitura dessa fábrica. Mas então por que fazer por aqui? Na minha visão isso pode ser até maquiavélico. O Rio Grande ainda desfruta no país, de uma aura de um estado com preocupações ecológicas e que o seu povo seria muito exigente etc. Assim, fazer lá nos estados onde a Braskem tem seus pólos, São Paulo e Bahia, não traria tanta “credibilidade” para este plástico “verde” como aí, no berço do ecologismo no Brasil. Podes perceber que terão que ser trazidos mais ou menos 400 milhões de litros de álcool, conforme informam os técnicos, para produzir essas 200 mil toneladas de plástico “verde”. Imagina o custo energético e ambiental de se trazer essa matéria prima do Paraná, São Paulo e Minas! Isso é ecológico? Assim, fazer isso e aqui no estado demonstra o seu absurdo até porque o plástico será igual ao outro!
I – Mas onde está então o “verde” dessa tecnologia?
J – Estaria justamente nesta fonte de carbono, a cana de açúcar! E é nisso que, no discurso tecnocrático, tornaria esse plástico “verde”. E dizem, inclusive com grande alarde, de que para cada tonelada de plástico produzido nesta fábrica, ocorreria o seqüestro de, mais ou menos, umas 2,5 toneladas de carbono. Assim para nós, os cidadãos comuns e desinformados, parece que será no processo de fabricação, nesta passagem do carbono do álcool para o carbono do plástico que ocorreria o grande seqüestro desse gás de efeito estufa. Mas não! A enganação é essa. Estão falando do processo de fotossíntese da cana em que para produzir o amido, a planta utiliza o gás carbônico e que não tem nada a ver com a fabricação da resina plástica. E se fores contar o desperdício de energia para o transporte desses milhões de litros, cairiam por terra quaisquer insinuações de que esse processo tecnológico teria algo de ecológico.
I – Certo. Parece que está claro que esse processo não tem nada de ecológico e nem esse plástico seria, no mínimo, um pouquinho “erverdeado”. Mas um aspecto que sempre tens levantado inclusive está fortemente presente em teu site (www.nossofuturoroubado.com.br), é a presença dos aditivos ou plastificantes. Como será que ficariam neste processo?
J – Exatamente igual. É importante termos idéia de como a empresa quer apresentar seu produto. Como essa resina é idêntica à outra, a indústria está pretendendo inclusive colocar um selo nas embalagens para identificá-la para o consumidor final. E pasma. Eles estão inclinados a colocar coisas como essa – olha só a ironia e o deboche: “I’m green”. Assim o consumidor final pensaria que estaria consumindo algo realmente que fosse dentro dos princípios ambientais e ecológicos por ter essa expressão. Não é um absurdo!? Conseqüentemente, como ninguém fala no Brasil sobre os esses “adereços” dos aditivos – como o nonilfenol (proibido na Comunidade Européia), o ftalato, o bisfenol A (banido das mamadeiras no Canadá e em vários estados e cidades norte-americanas) dentre tantos outros – estariam completamente adequados para serem utilizados em quaisquer das resinas plásticas para que pudessem ter competitividade de mercado.
I – Levantaste um aspecto muito pouco falado e assumido no nosso país. A questão desses aditivos como o bisfenol A que nem se fala quanto mais haver qualquer discussão sobre sua nocividade. O que me dizes disso?
J – É assim como levantas. O bisfenol A hoje é o grande ícone da luta da cidadania informada e consciente na busca de eliminar esses aditivos que estão completamente escondidos no âmago dessas resinas plásticas. Isso porque nem se menciona e nem se cita na composição dos produtos. O bisfenol A, também conhecido no mundo pela sigla BPA, é o DDT do século XXI. Vale lembrar que o DDT foi identificado, nos anos sessenta, como o grande vilão dos venenos que transitavam da agricultura para nossa casa como inseticida, e que acabou permitindo que se desvelasse e se descortinasse todo o horror das moléculas sintéticas que vêm envenenando, ainda hoje, o nosso alimento de cada dia. Pois bem, o BPA também está abrindo essa porteira e parece que será através dele que se verá todo o horror que temos em nossos produtos do dia-a-dia e que estão inviabilizando a sobrevivência de todos os machos no planeta, incluindo os seres humanos.
I – Mas como disseste antes, porque tu achas que a nocividade dessas substâncias não está sendo reconhecida pelos órgãos encarregados de zelar pela saúde das pessoas no Brasil?
J – Acho que muitos são os fatores, mas alguns deles chamam a atenção. Começa com a ineficácia e a inoperância dos técnicos da Anvisa. Se existe toda essa pesquisa independente e que demonstra que esses aditivos estão comprometendo a saúde dos fetos e das crianças, por que não colocam sob suspeita todos eles como estão fazendo os países do primeiro mundo? Será que vamos continuar vivendo como temos vivido com os agrotóxicos que são banidos e proibidos em vários países do mundo e aqui continuam a ser usados livremente? Assim, só posso concluir que a visão de mundo desses técnicos tanto da saúde como do meio ambiente no Brasil, estão totalmente alinhados e comprometidos com a mesma visão dos técnicos e das direções das indústrias. Temos casos bem contundentes no Brasil com os trabalhos que a Fundação Osvaldo Cruz do Ministério da Saúde têm feito tanto sobre alguns desses aditivos como com os agrotóxicos. E aí vem a pergunta: por que os técnicos do governo federal que tratam desses temas, não “lêem”, não “ouvem”, não “conhecem” esses trabalhos dessas instituições públicas? Por que será que continuam a considerar as pesquisas, as respostas, os estudos financiados e apoiados pelas indústrias como os únicos que “poderiam” desfrutar de credibilidade? Acho que com essas minhas considerações e perguntas, a resposta está dada, não te parece?
I – Tu tens mostrado um documentário da tevê canadense de 2008 em que se mostra que esses mesmos aditivos e plastificantes que estão nas resinas plásticas das embalagens, também estão presentes nos produtos de beleza, como maquiagens, bloqueadores solares, batons e outros?
J – Sim. Existem vários sites europeus e norte-americanos que mostram a loucura que tem sido o emprego dessas moléculas em produtos como esses que mencionaste. Tenho no site que criei (www.nossofuturoroubado.com.br) uma série de artigos traduzidos daqueles sites e ONGs em que se vê as respostas científicas que mostram que essas moléculas deveriam ser eliminadas imediatamente. Não consigo entender como o dinheiro está tão acima da saúde de todas as crianças e nenês que ainda nem nasceram. Parece que só nós que estamos nesta busca, temos filhos, netos e descendentes. Parece que os “técnicos” que têm essa outra visão de mundo, sejam das indústrias ou dos organismos governamentais responsáveis pela regulamentação dessas substâncias, são os últimos seres vivos do planeta e que não têm nenhum compromisso com o futuro.
I – Eu quero que expliques mais um pouco, essas afirmativas que fizeste com relação a essas moléculas e a sobrevivência das “crianças e nenês que ainda nem nasceram” como disse antes.
J – Bem, o que vem se descobrindo, reafirmo e insisto, científica e completamente embasada, em pesquisas, testes, estudos e análises, nos últimos 20 anos, oriundos de universidades, de mestres e doutores formados nos mesmos moldes dos “técnicos” das indústrias, é a capacidade que essas moléculas, friso, artificiais têm de imitar o comportamento do hormônio feminino. E isso tem aberto uma nova percepção sobre a importância crucial de níveis, absolutamente adequados e compatíveis, de hormônios sexuais tanto do hormônio masculino testosterona como dos femininos estrogênios, na formação e na saúde dos nenês que estão sendo gestados no útero materno. Essas descobertas que agora não podem ser mais ignoradas nem negligenciadas por estarmos sem dúvida comprometendo a sobrevivência de todos os seres vivos, machos e fêmeas, neste planeta. E é só por isso que sou visceralmente contra quaisquer moléculas que sejam artificiais e por isso totalmente desconhecidas pela Vida. Estejam ou sejam elas resinas plásticas, fármacos, agrotóxicos, produtos domissanitários, cosméticos, tecidos, produtos de higiene e de limpeza, roupas, partes de utensílios como automóveis, computadores, aviões etc, etc, etc.
I – Então achas que o mundo moderno está sendo um grande erro?
J – Desta forma, sim. E essa minha percepção está fundada naquilo que acho que tem sido o nosso grande equívoco: substituir tudo o que é e era natural por tudo o que é definitivamente artificial. Mas, temos que nos dar conta que estamos num país onde dispomos de todas as moléculas naturais e que são elas que a química artificial tem tentado substituir pelas feitas em laboratórios. E dramaticamente, em vez de investirmos nossos recursos financeiros no sentido de aprimorar, adaptar e adequar essas moléculas que a Vida nos deu para sermos seus guardiões, optamos por ficar “aprimorando”, “adaptando” e “adequando” essas que estão levando à destruição da vida.
I – Por que falaste agora em investimento? Sabes como foram os investimentos dessa fábrica?
J – Sim. Isso está disponível para o conhecimento de todos. Conforme textualmente “o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (SINDIPOLO), dos cerca de R$ 450 milhões para a construção da Planta Verde da Braskem, 70% são do BNDES que é dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Dos 30% restantes, 40% é da Petrobras.” (ver link: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36624). Acho que com esses dados mostram como se misturam os investimentos “privados” e a importância dada à saúde pública dos brasileiros. Eu espero que as pessoas, ao obterem essas informações, façam a opção sobre qual trilha elas querem seguir.
I – Novamente, agradeço em nome de outros ecojornalistas, tua contribuição por desvelares mais essa desinformação que está circulando em nosso meio.
EcoAgência
Belo Monte: o brilhante voto do Desembargador Federal Souza Prudente
Em 17 de junho de 2010 a Corte Especial do Tribunal Federal da 1ª Região julgou o mérito da Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal do Pará, contra o leilão da usina de Belo Monte. Em 18 de abri de 2010, o juiz Federal Antonio Carlos Almeida Campelo, de Altamira, havia concedido uma das três liminares que cancelava o leilão, mas ela foi cassada pelo Tribunal, em menos de 24 horas.
Telma Monteiro
O Desembargador Federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da 1ª Região, no exercício de seu direito de votar no julgamento do mérito da liminar que cancelou o leilão de Belo Monte, nos deu um presente inesperado. Seu voto, apesar de vencido, é uma linda peça em defesa do princípio da precaução, do Ministério Público Federal do Pará, do Juiz Campelo, do meio ambiente, dos povos indígenas e dos interesses difusos. Souza Prudente começou reforçando sua independência diante da questão e o fato de não concorrer a cargo público e de não dever favores ao governo.
Segundo as notas taquigráficas do seu Voto ele afirmou que ainda não há regulamentação das condições específicas para a exploração de potencial hidrelétrico em terras indígenas; não é possível a atividade de geração de energia através de potenciais de energia hidráulica em terra indígena sem que seja editada a lei. Para ele, o deferimento de licença prévia, o leilão ou qualquer ato administrativo que autorize a construção de Belo Monte antes da regulamentação da lei que permitiria atividade em terras indígenas, seriam nulos.
Afirmou que o Ministério Público cumpriu seu dever funcional atribuido pela Constituição Federal de instaurar inquérito civil e ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Relembrou precedente clássico da relatoria do Ministro Celso de Mello, na Suprema Corte, sobre “a incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais, nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia ‘a defesa do meio ambiente’ (CF, art. 170, inc. VI), e traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral”.
Souza Prudente citou ainda, da relatoria de Celso de Mello, que o poder público não deve subestimar e muito menos hostilizar os povos indígenas. Qualquer desenvolvimento que se faça, continua, sem ou contra os indígenas desrespeita a Constituição Federal e fere de morte o desenvolvimento “tão ecologicamente equilibrado quanto humanizado e culturalmente diversificado de modo a incorporar a realidade vista”.
“A usina Belo Monte, que se pretende instalar em terras indígenas, até porque não se pode, evidentemente, ignorar o impacto que essa obra, de uma dimensão que atinge a sua qualificação como a terceira maior usina hidrelétrica do planeta, certamente irá atingir as comunidades indígenas e ribeirinhas do rio Xingu não só nos aspectos de ordem de impacto físico-ambiental, mas também de ordem cultural e, finalmente, de ordem moral”.
No seu voto ele ainda demonstra a relevância da questão indígena nos estudos ambientais, inconclusos, que não permitiriam a concessão da licença prévia, a licitação da obra, e o atropelamento do processo legal. Em dado momento Souza Prudente se supera ao relembrar o princípio da precaução ratificado pelo Brasil e que está sendo violentado no caso de Belo Monte
“A Hidrelétrica de Belo Monte, na dimensão em que fora descrita no estudo prévio de impacto ambiental inconcluso é uma ameaça à preservação do maior bioma do planeta, o bioma amazônico. E o interesse difuso não é só dos brasileiros, mas de todos os habitantes da terra e do cosmos, se é que além da terra existem extraterrestres que terão também interesse em preservar a Amazônia.”
Ao se referir ao presidente Lula quando assinou o acordo de Copenhagen, feito às pressas, comparou com os estudos de impacto ambiental aqui no Brasil, que também são feitos às pressas em desrespeito ao manejo adequado dos recursos financeiros e da tecnologia. A aprovação de Belo Monte é uma postura governamental contrária a todos os acordos firmados pelo Brasil, afirmou Souza Prudente. “É uma contradição”.
“A Srª ministra Dilma Rousseff, quando abriu a manifestação brasileira em Copenhagen, disse e, com a devida vênia, escandalizou, no seu discurso, que ’o meio ambiente atrapalha o progresso’. E logo em seguida Sua Excelência afirmou que não há progresso sem hidrelétrica. Com a devida vênia, não posso concordar com essas colocações, como lá ninguém concordou com essas colocações da ministra Dilma.”
Ao concluir seu voto, Souza Prudente insistiu que Belo Monte não teria sido licenciada com tanta pressa se tivesse havido um estudo de impacto ambiental sério. Os atropelamentos no processo foram observados pelo Ministério Público Federal em parecer distribuído a todos os membros da Corte e causa estranheza o fato de que esse projeto, já cogitado há mais de trinta anos, desde o Regime Militar, possa ter um desfecho tão apressado, às vésperas da mudança de governo.
Em fecho de ouro ele ainda se referiu aos vinte e três bilhões de reais previstos nos custos da obra que, “certamente, não ficará pronta apenas com tal quantia que será derramada dos cofres públicos.” Finalizou citando Fernando Pessoa e dando seu voto contra uma “tragédia ambiental no planeta, de conseqüências imprevisíveis para todos os seres vivos, que nele habitam.”
Clique aqui para ler o voto do Desembargador Souza Prudente, na íntegra
Telma Monteiro
Coordenadora Energia
Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental
http://telmadmonteiro.blogspot.com/
https://twitter.com/TelmaMonteiro
Telma Monteiro
O Desembargador Federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da 1ª Região, no exercício de seu direito de votar no julgamento do mérito da liminar que cancelou o leilão de Belo Monte, nos deu um presente inesperado. Seu voto, apesar de vencido, é uma linda peça em defesa do princípio da precaução, do Ministério Público Federal do Pará, do Juiz Campelo, do meio ambiente, dos povos indígenas e dos interesses difusos. Souza Prudente começou reforçando sua independência diante da questão e o fato de não concorrer a cargo público e de não dever favores ao governo.
Segundo as notas taquigráficas do seu Voto ele afirmou que ainda não há regulamentação das condições específicas para a exploração de potencial hidrelétrico em terras indígenas; não é possível a atividade de geração de energia através de potenciais de energia hidráulica em terra indígena sem que seja editada a lei. Para ele, o deferimento de licença prévia, o leilão ou qualquer ato administrativo que autorize a construção de Belo Monte antes da regulamentação da lei que permitiria atividade em terras indígenas, seriam nulos.
Afirmou que o Ministério Público cumpriu seu dever funcional atribuido pela Constituição Federal de instaurar inquérito civil e ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Relembrou precedente clássico da relatoria do Ministro Celso de Mello, na Suprema Corte, sobre “a incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais, nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia ‘a defesa do meio ambiente’ (CF, art. 170, inc. VI), e traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral”.
Souza Prudente citou ainda, da relatoria de Celso de Mello, que o poder público não deve subestimar e muito menos hostilizar os povos indígenas. Qualquer desenvolvimento que se faça, continua, sem ou contra os indígenas desrespeita a Constituição Federal e fere de morte o desenvolvimento “tão ecologicamente equilibrado quanto humanizado e culturalmente diversificado de modo a incorporar a realidade vista”.
“A usina Belo Monte, que se pretende instalar em terras indígenas, até porque não se pode, evidentemente, ignorar o impacto que essa obra, de uma dimensão que atinge a sua qualificação como a terceira maior usina hidrelétrica do planeta, certamente irá atingir as comunidades indígenas e ribeirinhas do rio Xingu não só nos aspectos de ordem de impacto físico-ambiental, mas também de ordem cultural e, finalmente, de ordem moral”.
No seu voto ele ainda demonstra a relevância da questão indígena nos estudos ambientais, inconclusos, que não permitiriam a concessão da licença prévia, a licitação da obra, e o atropelamento do processo legal. Em dado momento Souza Prudente se supera ao relembrar o princípio da precaução ratificado pelo Brasil e que está sendo violentado no caso de Belo Monte
“A Hidrelétrica de Belo Monte, na dimensão em que fora descrita no estudo prévio de impacto ambiental inconcluso é uma ameaça à preservação do maior bioma do planeta, o bioma amazônico. E o interesse difuso não é só dos brasileiros, mas de todos os habitantes da terra e do cosmos, se é que além da terra existem extraterrestres que terão também interesse em preservar a Amazônia.”
Ao se referir ao presidente Lula quando assinou o acordo de Copenhagen, feito às pressas, comparou com os estudos de impacto ambiental aqui no Brasil, que também são feitos às pressas em desrespeito ao manejo adequado dos recursos financeiros e da tecnologia. A aprovação de Belo Monte é uma postura governamental contrária a todos os acordos firmados pelo Brasil, afirmou Souza Prudente. “É uma contradição”.
“A Srª ministra Dilma Rousseff, quando abriu a manifestação brasileira em Copenhagen, disse e, com a devida vênia, escandalizou, no seu discurso, que ’o meio ambiente atrapalha o progresso’. E logo em seguida Sua Excelência afirmou que não há progresso sem hidrelétrica. Com a devida vênia, não posso concordar com essas colocações, como lá ninguém concordou com essas colocações da ministra Dilma.”
Ao concluir seu voto, Souza Prudente insistiu que Belo Monte não teria sido licenciada com tanta pressa se tivesse havido um estudo de impacto ambiental sério. Os atropelamentos no processo foram observados pelo Ministério Público Federal em parecer distribuído a todos os membros da Corte e causa estranheza o fato de que esse projeto, já cogitado há mais de trinta anos, desde o Regime Militar, possa ter um desfecho tão apressado, às vésperas da mudança de governo.
Em fecho de ouro ele ainda se referiu aos vinte e três bilhões de reais previstos nos custos da obra que, “certamente, não ficará pronta apenas com tal quantia que será derramada dos cofres públicos.” Finalizou citando Fernando Pessoa e dando seu voto contra uma “tragédia ambiental no planeta, de conseqüências imprevisíveis para todos os seres vivos, que nele habitam.”
Clique aqui para ler o voto do Desembargador Souza Prudente, na íntegra
Telma Monteiro
Coordenadora Energia
Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental
http://telmadmonteiro.blogspot.com/
https://twitter.com/TelmaMonteiro
Meios de comunicação que elegem presidentes
Meios de comunicação que elegem presidentes
Pascual Serrano
Rebelión
O uso dos meios de comunicação como principal veículo para fazer política e tomar de assalto os governos já é uma realidade nos países de economia de mercado. A casuística é variada, mas semelhante no essencial. Pode acontecer que alguns políticos desprestigiados e corrompidos cedam o destaque de sua ideologia a meios privados para que lutem por algumas posições ideológicas nas quais ninguém acredita mais quando saem da sua boca, como acontece no caso da Venezuela. Em outros, é o magnata dos meios de comunicação que, graças ao trabalho de suas televisões e jornais consegue chegar ao governo, como Silvio Berlusconi na Itália. Agora estamos vendo como isso acontece nos EUA. Ali, o dono da cadeia Fox, Rupert Murdoch, doou um milhão de dólares à Câmara de Comércio, um lobby republicano que, estima-se, tenha investido 75 milhões de dólares de procedência legalmente obscura nas eleições primárias norte-americanas. Já em julho, discretamente entregou outro milhão à Associação de Governadores Republicanos. “O que faríamos sem a Fox News? Amamos nossa Fox News”, disse em um comício em Kentucky a ex-candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin.
Tudo isso supõe várias perversões da democracia. Uma delas é que se dinamita o direito à informação dos cidadãos que se aproximam dos meios de comunicação para procurar notícias e se transformam em reféns de campanhas políticas. Além disso, e ainda mais grave, isso se faz a partir da argumentação das empresas de comunicação, de que defendem a liberdade de expressão e que oferecem informações neutras. Das quatro figuras políticas norte-americanas que aspiram à candidatura presidencial norte-americana em 2012, três estão na relação de funcionários da Fox, bem como comentaristas e apresentadores de “informativos”: a citada Sarah Palin, Newt Gringrich e Rich Santorum. Por outro lado, nem todas as ideologias dispõem das mesmas oportunidades para praticar essa forma de tentativa de tomada de governo, pois somente as de direita ou neoliberais são aceitas nos meios de comunicação privados. Não é possível que um partido ou um líder que proponham o desenvolvimento do Estado e a nacionalização de empresas e serviços possa ter sua tese defendida por algum grande meio de comunicação privado.
Concluindo, estamos diante do golpe de estado perfeito, pois as vias não são as armas, mas as ondas de rádio e televisão e as rotativas.
Pascual Serrano é jornalista. Publicou recentemente “Traficantes de la Información. La historia oculta de los grupos de comunicación espanholes”, Foca, novembro de 2010.
www.pascualserrano.net
Fonte: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=115904&titular=medios-que-eligen-presidentes-
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
Pascual Serrano
Rebelión
O uso dos meios de comunicação como principal veículo para fazer política e tomar de assalto os governos já é uma realidade nos países de economia de mercado. A casuística é variada, mas semelhante no essencial. Pode acontecer que alguns políticos desprestigiados e corrompidos cedam o destaque de sua ideologia a meios privados para que lutem por algumas posições ideológicas nas quais ninguém acredita mais quando saem da sua boca, como acontece no caso da Venezuela. Em outros, é o magnata dos meios de comunicação que, graças ao trabalho de suas televisões e jornais consegue chegar ao governo, como Silvio Berlusconi na Itália. Agora estamos vendo como isso acontece nos EUA. Ali, o dono da cadeia Fox, Rupert Murdoch, doou um milhão de dólares à Câmara de Comércio, um lobby republicano que, estima-se, tenha investido 75 milhões de dólares de procedência legalmente obscura nas eleições primárias norte-americanas. Já em julho, discretamente entregou outro milhão à Associação de Governadores Republicanos. “O que faríamos sem a Fox News? Amamos nossa Fox News”, disse em um comício em Kentucky a ex-candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin.
Tudo isso supõe várias perversões da democracia. Uma delas é que se dinamita o direito à informação dos cidadãos que se aproximam dos meios de comunicação para procurar notícias e se transformam em reféns de campanhas políticas. Além disso, e ainda mais grave, isso se faz a partir da argumentação das empresas de comunicação, de que defendem a liberdade de expressão e que oferecem informações neutras. Das quatro figuras políticas norte-americanas que aspiram à candidatura presidencial norte-americana em 2012, três estão na relação de funcionários da Fox, bem como comentaristas e apresentadores de “informativos”: a citada Sarah Palin, Newt Gringrich e Rich Santorum. Por outro lado, nem todas as ideologias dispõem das mesmas oportunidades para praticar essa forma de tentativa de tomada de governo, pois somente as de direita ou neoliberais são aceitas nos meios de comunicação privados. Não é possível que um partido ou um líder que proponham o desenvolvimento do Estado e a nacionalização de empresas e serviços possa ter sua tese defendida por algum grande meio de comunicação privado.
Concluindo, estamos diante do golpe de estado perfeito, pois as vias não são as armas, mas as ondas de rádio e televisão e as rotativas.
Pascual Serrano é jornalista. Publicou recentemente “Traficantes de la Información. La historia oculta de los grupos de comunicación espanholes”, Foca, novembro de 2010.
www.pascualserrano.net
Fonte: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=115904&titular=medios-que-eligen-presidentes-
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Impactos socioambientais das hidrelétricas: uma visão local e nacional
Detalhe do evento
IHU Ideias - Novembro 2010
Apresentação
A atividade IHU ideias é um espaço de discussão, análise e avaliação de questões que se constituem em grandes desafios de nossa época. Busca fazê-lo no âmbito do debate cultural, tendo como parâmetro o humanismo social cristão.
Realização
Data de início: 04/11/2010
Data de término: 25/11/2010
Horário: 17h30min às 19h
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros - IHU
Carga horária: 4h30min
Objetivo
Objetivo geral:
Fomentar o debate sobre temas da atualidade, abrangendo as áreas de atuação do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
Objetivos específicos:
• Discutir temas emergentes das descobertas científicas e suas implicações.
• Analisar as questões de ordem sócio-político-econômico-espirituais e culturais que influenciam na organização de diferentes grupos sociais.
• Avaliar, considerando o contexto de globalização e da “sociedade da informação”, as repercussões na vida do ser humano enquanto sujeito.
Público-alvo
Professores, acadêmicos, colaboradores da Unisinos e comunidade em geral.
Programação*
04/11/2010
Lulismo: Da Era dos Movimentos Sociais À Ascensão da Nova Classe Média Brasileira (lançamento do livro)
Palestrante: Prof. Dr. Rudá Ricci - PUC - Minas
11/11/2010
Impactos socioambientais das hidrelétricas: uma visão local e nacional
Palestrante: Prof. Dr. Roberto Naime – FEEVALE
25/11/2010
Os demitidos da vida: reflexões do mundo do trabalho a luz do MTD/RS
Palestrante: Rita de Cássia Machado – Mestre e Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Certificado:
O aluno poderá solicitar seu certificado na Central de Relacionamento Unisinos se estiver devidamente inscrito no evento e comprovada a sua presença na Ata de Ciência e Comparecimento.
*Sujeito a alterações
Investimento
Evento gratuito
Coordenação
Prof. Dr. Inácio Neutzling
Prof. MS Lucas Henrique da Luz
Esp. Susana Rocca – Unisinos
Promoção
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
Instituto Humanitas Unisinos – IHU
Informações
Linha Direta Unisinos: +55 (51) 3591 1122
Email: humanitas@unisinos.br
www.unisinos.br/eventos
www.ihu.unisinos.br
Observação: a inscrição é obrigatória para eventos pagos
IHU Ideias - Novembro 2010
Apresentação
A atividade IHU ideias é um espaço de discussão, análise e avaliação de questões que se constituem em grandes desafios de nossa época. Busca fazê-lo no âmbito do debate cultural, tendo como parâmetro o humanismo social cristão.
Realização
Data de início: 04/11/2010
Data de término: 25/11/2010
Horário: 17h30min às 19h
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros - IHU
Carga horária: 4h30min
Objetivo
Objetivo geral:
Fomentar o debate sobre temas da atualidade, abrangendo as áreas de atuação do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
Objetivos específicos:
• Discutir temas emergentes das descobertas científicas e suas implicações.
• Analisar as questões de ordem sócio-político-econômico-espirituais e culturais que influenciam na organização de diferentes grupos sociais.
• Avaliar, considerando o contexto de globalização e da “sociedade da informação”, as repercussões na vida do ser humano enquanto sujeito.
Público-alvo
Professores, acadêmicos, colaboradores da Unisinos e comunidade em geral.
Programação*
04/11/2010
Lulismo: Da Era dos Movimentos Sociais À Ascensão da Nova Classe Média Brasileira (lançamento do livro)
Palestrante: Prof. Dr. Rudá Ricci - PUC - Minas
11/11/2010
Impactos socioambientais das hidrelétricas: uma visão local e nacional
Palestrante: Prof. Dr. Roberto Naime – FEEVALE
25/11/2010
Os demitidos da vida: reflexões do mundo do trabalho a luz do MTD/RS
Palestrante: Rita de Cássia Machado – Mestre e Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Certificado:
O aluno poderá solicitar seu certificado na Central de Relacionamento Unisinos se estiver devidamente inscrito no evento e comprovada a sua presença na Ata de Ciência e Comparecimento.
*Sujeito a alterações
Investimento
Evento gratuito
Coordenação
Prof. Dr. Inácio Neutzling
Prof. MS Lucas Henrique da Luz
Esp. Susana Rocca – Unisinos
Promoção
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
Instituto Humanitas Unisinos – IHU
Informações
Linha Direta Unisinos: +55 (51) 3591 1122
Email: humanitas@unisinos.br
www.unisinos.br/eventos
www.ihu.unisinos.br
Observação: a inscrição é obrigatória para eventos pagos
O MORRO SANTA TERESA : Redenção e caminhada
O MORRO SANTA TERESA
SE APRESENTA DE NOVO
NO BRIQUE DA REDENÇÃO
neste domingo, a partir das 9,30 horas
junto à parada de ônibus na frente da Escola Militar
Estaremos lá com os banners, um varal de fotos do Morro, folders, camisetas a R$ 20,00 e as Cartas de Intenções.
Precisamos colher mais assinaturas e dar maior visibilidade ao Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa, se quisermos apresentar nossa Carta ao Governador e à imprensa, ao final de novembro, com alguma força.
Leve chimarrão, caneta e uma prancheta, se tiveres. Se não, vai com a vontade de ver o Morro transformado em parque, as vilas urbanizadas e a FASE descentralizada.
E no sábado..................
participe e divulgue
II CAMINHADA
NO MORRO SANTA TERESA
DIA 6 DE NOVEMBRO – SÁBADO
INÍCIO ÀS 9 HORAS
Local para a saída e retorno:
belvedere do Morro Santa Teresa, junto às TVs
(É a penúltima parada do ônibus TV, que sai da Rua Salgado Filho,
próximo à Santa Casa.)
Conheça os campos, a mata nativa, a pedreira, as comunidades e deslumbre a vista maravilhosa da cidade e do estuário. Vais te integrar, com certeza, a tantos que querem a urbanização das vilas, a descentralização da FASE e, das áreas remanescentes daquele morro maravilhoso, o Parque Morro Santa Teresa.
É recomendado usar roupa e calçado leves, levar lanche, água, máquina fotográfica e, quem sabe, um chimarrrão. Se houver previsão de chuva para este dia, fica transferido para o sábado seguinte.
www.omorroenosso.com.br
--------------------------------------------------------------------------------
E NO DIA SEGUINTE, DOMINGO, 7 DE NOVEMBRO, A PARTIR DAS 9,30 HORAS
VÁ AO BRIQUE DA REDENÇÃO
Estaremos lá com banners, varal de fotos, folders, camisetas e Cartas de Intenções
ADQUIRA UMA CAMISETA POR R$ 20,00 E AJUDE DAR MAIOR VISIBILIDADE AO MOVIMENTO E A COLHER ASSINATURAS DE ADESÃO À CARTA DE INTENÇÕES.
O Morro agradece. E Porto Alegre também.
--------------------------------------------------------------------------------
Esta previsto também caminhada em 13 de novembro
Caminhada no Morro
E fique atento, pois, dia 6 de outubro, sábado, no dia anterior, teremos a Segunda Caminhada no Morro. Te organiza e avisa aos amigos que ainda não o conhecem. E as camisetas com uma bela estampa do Santiago já estão prontas.
Não deixe de ir à reunião dia 8, segunda-feira, no IAB, às 19,00 horas. Precisamos organizar bem o evento de lançamento da Carta.
SE APRESENTA DE NOVO
NO BRIQUE DA REDENÇÃO
neste domingo, a partir das 9,30 horas
junto à parada de ônibus na frente da Escola Militar
Estaremos lá com os banners, um varal de fotos do Morro, folders, camisetas a R$ 20,00 e as Cartas de Intenções.
Precisamos colher mais assinaturas e dar maior visibilidade ao Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa, se quisermos apresentar nossa Carta ao Governador e à imprensa, ao final de novembro, com alguma força.
Leve chimarrão, caneta e uma prancheta, se tiveres. Se não, vai com a vontade de ver o Morro transformado em parque, as vilas urbanizadas e a FASE descentralizada.
E no sábado..................
participe e divulgue
II CAMINHADA
NO MORRO SANTA TERESA
DIA 6 DE NOVEMBRO – SÁBADO
INÍCIO ÀS 9 HORAS
Local para a saída e retorno:
belvedere do Morro Santa Teresa, junto às TVs
(É a penúltima parada do ônibus TV, que sai da Rua Salgado Filho,
próximo à Santa Casa.)
Conheça os campos, a mata nativa, a pedreira, as comunidades e deslumbre a vista maravilhosa da cidade e do estuário. Vais te integrar, com certeza, a tantos que querem a urbanização das vilas, a descentralização da FASE e, das áreas remanescentes daquele morro maravilhoso, o Parque Morro Santa Teresa.
É recomendado usar roupa e calçado leves, levar lanche, água, máquina fotográfica e, quem sabe, um chimarrrão. Se houver previsão de chuva para este dia, fica transferido para o sábado seguinte.
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E NO DIA SEGUINTE, DOMINGO, 7 DE NOVEMBRO, A PARTIR DAS 9,30 HORAS
VÁ AO BRIQUE DA REDENÇÃO
Estaremos lá com banners, varal de fotos, folders, camisetas e Cartas de Intenções
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O Morro agradece. E Porto Alegre também.
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Esta previsto também caminhada em 13 de novembro
Caminhada no Morro
E fique atento, pois, dia 6 de outubro, sábado, no dia anterior, teremos a Segunda Caminhada no Morro. Te organiza e avisa aos amigos que ainda não o conhecem. E as camisetas com uma bela estampa do Santiago já estão prontas.
Não deixe de ir à reunião dia 8, segunda-feira, no IAB, às 19,00 horas. Precisamos organizar bem o evento de lançamento da Carta.
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