terça-feira, 1 de março de 2011

Nota de Solidariedade aos Ciclistas do Movimento Massa Crítica

O PSOL RS vem publicizar sua indignação com o atropelamento criminoso dos ciclistas participantes da manifestação organizada pelo Massa Crítica, na sexta-feira, dia 25 de fevereiro. À ação do motorista, que usou seu carro como uma arma a fim de “abrir espaço” entre os ciclistas, não cabe qualquer outra qualificação que não a de crime. Conforme dispõe o código de trânsito, o condutor de veiculo automotor é responsável pela segurança com relação aos veículos menores, aos ciclistas e aos pedestres. Para além da lei, a responsabilidade pela vida humana é que se destaca.
O movimento Massa Crítica vem apontando a necessidade de as cidades olharem para as alternativas de transporte mais baratas e menos poluentes. É uma questão de responsabilidade social e ambiental: social pois o acesso ao transporte coletivo torna-se cada vez mais penoso pela superlotação e pelo alto custo da passagem, reajustada nesse ano em mais de 14%, dobro do reajuste do salário mínimo; ambiental, pelas condições de insustentabilidade energética e pelos altos índices de poluição registrados na capital. Porto Alegre é, também, uma cidade que não dispõe de qualquer meio de proteção ao ciclista: não há ciclovias, não há campanhas de educação e respeito aos usuários deste meio de transporte organizadas institucionalmente, onde o ciclista é o único responsável pela sua segurança.
O PSOL exige que as autoridades apurem os fatos e punam o (s) culpado (s) pelo atropelamento. Considera também que mesmo que motivado pela alegada autodefesa do motorista, mediante a suposta ameaça de agressão por parte dos participantes do ato, o atropelamento do coletivo é INJUSTIFICÁVEL, visto a disparidade de potência, força e proteção entre os dois veículos e seus condutores. Condenamos a intolerância, a abusividade e, sobretudo, qualquer impunidade sobre o ato realizado pelo motorista. Da mesma forma, o PSOL exige que a Prefeitura, a Câmara de Vereadores e todas as autoridades às quais compete a política de trânsito, incluindo a construção de ciclovias, se manifestem e assumam sua responsabilidades frente ao ocorrido. É injustificável também que não haja segurança para os usuários do trânsito, pedestres ou ciclistas, contra criminosos do volante.
O mundo justo e igualitário que defendemos passa pelo direito de acesso ao transporte de qualidade, social e ambientalmente pautada. A bicicleta é parte desta qualificação.

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