CaNcun MeSS , México
Hoje, na Marcha campesina, indígena e social em Cancun, convocada pela Via Campesina e apoiada por Amigos da Terra Internacional, como parte do chamado a ações a nível global por milhares de Cancuns, mais de 2 mil representantes dos povos do mundo fizeram ouvir suas vozes num protesto pacífico dirigido à 16ª Conferencia das Partes sobre Mudanças Climáticas.
A marcha se dirigiu aos espaços de Cancun Messe e Moon Palace, onde ocorre a conferencia oficial, mas foi barrada quilômetros antes por uma barreira policial e militar. Neste ponto, deu-se a Assembléia dos Povos, com a participação de delegados oficiais que saíram a encontrar os manifestantes. Outros tantos delegados e observadores foram retirados da conferencia após convocarem todos numa roda de imprensa no Moon Palace à mobilização do lado de fora.
O Embaixador da Bolívia, Pablo Sólon e o delegado do governo do Paraguai, Miguel Lovera falaram sobre a importância da mobilização e do apoio das lutas de resistência nos territórios que se refletem também na batalha que travam os países da ALBA e aliados nas negociações (1).
Pablo Sólon contou que a visão dentro das negociações é de que se pode dispor da natureza como uma mercadoria e tratar as florestas somente como estoques de carbono que se podem vender. Sobre os mercados de carbono disse que “são uma forma de transferir a responsabilidade histórica dos países industrializados ao Sul”. Ao mesmo tempo, obteriam beneficio em não cumprir suas obrigações. Disse também que hoje as demandas dos povos estão na mesa de negociações como parte de um processo pelo reconhecimento dos Direitos da Natureza e de mudanças no sistema causador do aquecimento global.
Ricardo Navarro, de Amigos da Terra Internacional reafirmou ser inaceitável que o espírito de Copenhague prevaleça em Cancun, impondo condicionalidades e pressões aos países do Sul global para que os países industrializados cumpram com um compromisso já acordado. Referia-se ao estabelecimento, ainda em negociação, de um segundo período do Protocolo de Kyoto, como via legal de levar a reduções efetivas de suas emissões com base na ciência e sem mecanismos de mercado ou compensações. “Não queremos um CancunHague”, disse.
Amanha, 6 de dezembro, no Dia de Ação Global da campanha “Banco Mundial fora do Clima” os manifestantes se reunem em marcha pela manhã a partir do Palácio Municipal em Cancun. Amigos da Terra Brasil estará presente na manifestação, como membro da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais e dos Amigos da Terra América Latina e Caribe (ATALC), um dos convocantes da Cumbre Sul-Sul sobre finaciamento climático que reuniu essa semana em Cancun ativistas de várias de rede como Jubileu Sul e Aliança Pan Africana por Justiça Climática (PACJA).
(1) NOTA:
Os paises da ALBA e o Paraguai estão entre os poucos que não se renderam às pressões dos estados Unidos, apoiados pelas potencias emergentes inclusive o Brasil, em aderir ao mal chamado “Acordo de Copenhague. Este foi um documento apresentado na ultima noite das negociações da COP 15 em Copenhague que ofereces acesso aos recursos aos paises do Sul e do Norte que apresentes promessas voluntárias individuais de redução de emissões conforme o que julguem suas possibilidades.
LUCIA ORTIZ – TEL NO MEXICO: 9982058925
Amigos da Terra / Brasil
Rua Carlos Trein Filho, 07
Porto Alegre – Rs – Brasil
CEP 90450-120
Tel / Fax: + 55 51 3332 8884
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Reno, Sinos e Gravataí
Jornal > Juremir Machado da SilvaLetra ANO 116 Nº 70 - PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 9 DE DEZEMBRO DE 2010
Toda vez que alguém fala em "ecochatos", eu penso: eis um conservador querendo justificar os crimes ambientais ou ganhar dinheiro sem limites. O crítico dos "ecochatos" acha que denuncia os lugares-comuns dos ambientalistas. Nada mais faz do que disseminar um clichê. Faz pouco, um deputado, que eu tinha por esclarecido, me disse que os ecologistas são contra o progresso e querem, no fundo, o imobilismo. Risquei-o do meu caderninho de admirações. O rio Reno atravessa seis países europeus. Mais de 60 milhões de pessoas vivem às suas margens. O Reno já foi uma cloaca. Era vítima da bandidagem industrial, cuja justificativa chantagista era criar empregos e produzir riquezas. Viana Moog escreveu um livro famoso: "Um Rio Imita o Reno". Era o Sinos. Não imita mais. O Reno, por pressão dos ecologistas, está bem mais limpo. O Sinos virou uma cloaca. O Gravataí morreu.
Poluir rios nos anos 1960 era sinônimo de progresso. Poluir rios em 2010 é coisa de gente inculta, desinformada ou gananciosa. De 32 cidades poluidoras do Sinos, parece que apenas uma tomou providências reais para poupar o rio. A bandidagem continua poluindo por ter certeza da impunidade. Seria preciso mandar o Bope, os blindados da Marinha e o Exército caçar esses matadores de peixes inocentes. Jogou resíduo no rio, cadeia. Jogou esgoto sem tratamento, cana. Direto para o presídio central. A tecnologia existente permite tratar todos os dejetos e evitar a poluição. Mas tem muita gente que não quer gastar. Alguns adoram chorar quando o dólar está baixo. Pedem ajuda. Nem sempre fazem a parte deles. Claro, claro, bem entendido, como se viu, não são todos.
Quem comete crime é bandido. Matar um rio é crime ambiental hediondo. Os sinos dobram pelo Sinos. As empresas fazem autocontrole. Enviam amostras para a Fepam. O lobo cuida do cordeiro. Um especialista me diz que resíduos de empresas chegam ao rio pelo esgoto cloacal. Por que não temos um Greenpeace gaudério? Quando vejo a mortandade de peixes, canto: "Que sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra". A limpeza do Morro do Alemão esta aí. Quando começará a limpeza do Sinos? Os obstáculos são os mesmos: politicagem astuta, "apoios mútuos", ausência do Estado, hipocrisia, controle de parte do território nacional por interesses privados poderosos e fora da lei e moradores que defecam e andam para a natureza. Afinal, tudo vai desaparecer no rio.
Sempre ouvi dizer que a população do Vale dos Sinos era uma das mais informadas e preparadas do Rio Grande do Sul. É para ver como as estatísticas podem enganar. Alfabetização não garante consciência social. Educação formal mais longa não é sinônimo de ética. A bandidagem ambiental pode ser formada por anônimos ou por CEOs. Sabem o que é? A nova maneira de designar o patrão. Ou o capataz. Não se pode dar mole para político que não trata esgoto, cidadão que polui e industrial assassino de rio. É cana! E multa pesada. Pau neles. A bandidagem só entende a linguagem da força. Nada de cela especial. Nem de direitos humanos. Tudo pelo direito dos peixes. O Sinos só tem um atenuante. O Gravataí é muito pior. Uau!
JUREMIR MACHADO DA SILVA | juremir@correiodopovo.com.br
Toda vez que alguém fala em "ecochatos", eu penso: eis um conservador querendo justificar os crimes ambientais ou ganhar dinheiro sem limites. O crítico dos "ecochatos" acha que denuncia os lugares-comuns dos ambientalistas. Nada mais faz do que disseminar um clichê. Faz pouco, um deputado, que eu tinha por esclarecido, me disse que os ecologistas são contra o progresso e querem, no fundo, o imobilismo. Risquei-o do meu caderninho de admirações. O rio Reno atravessa seis países europeus. Mais de 60 milhões de pessoas vivem às suas margens. O Reno já foi uma cloaca. Era vítima da bandidagem industrial, cuja justificativa chantagista era criar empregos e produzir riquezas. Viana Moog escreveu um livro famoso: "Um Rio Imita o Reno". Era o Sinos. Não imita mais. O Reno, por pressão dos ecologistas, está bem mais limpo. O Sinos virou uma cloaca. O Gravataí morreu.
Poluir rios nos anos 1960 era sinônimo de progresso. Poluir rios em 2010 é coisa de gente inculta, desinformada ou gananciosa. De 32 cidades poluidoras do Sinos, parece que apenas uma tomou providências reais para poupar o rio. A bandidagem continua poluindo por ter certeza da impunidade. Seria preciso mandar o Bope, os blindados da Marinha e o Exército caçar esses matadores de peixes inocentes. Jogou resíduo no rio, cadeia. Jogou esgoto sem tratamento, cana. Direto para o presídio central. A tecnologia existente permite tratar todos os dejetos e evitar a poluição. Mas tem muita gente que não quer gastar. Alguns adoram chorar quando o dólar está baixo. Pedem ajuda. Nem sempre fazem a parte deles. Claro, claro, bem entendido, como se viu, não são todos.
Quem comete crime é bandido. Matar um rio é crime ambiental hediondo. Os sinos dobram pelo Sinos. As empresas fazem autocontrole. Enviam amostras para a Fepam. O lobo cuida do cordeiro. Um especialista me diz que resíduos de empresas chegam ao rio pelo esgoto cloacal. Por que não temos um Greenpeace gaudério? Quando vejo a mortandade de peixes, canto: "Que sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra". A limpeza do Morro do Alemão esta aí. Quando começará a limpeza do Sinos? Os obstáculos são os mesmos: politicagem astuta, "apoios mútuos", ausência do Estado, hipocrisia, controle de parte do território nacional por interesses privados poderosos e fora da lei e moradores que defecam e andam para a natureza. Afinal, tudo vai desaparecer no rio.
Sempre ouvi dizer que a população do Vale dos Sinos era uma das mais informadas e preparadas do Rio Grande do Sul. É para ver como as estatísticas podem enganar. Alfabetização não garante consciência social. Educação formal mais longa não é sinônimo de ética. A bandidagem ambiental pode ser formada por anônimos ou por CEOs. Sabem o que é? A nova maneira de designar o patrão. Ou o capataz. Não se pode dar mole para político que não trata esgoto, cidadão que polui e industrial assassino de rio. É cana! E multa pesada. Pau neles. A bandidagem só entende a linguagem da força. Nada de cela especial. Nem de direitos humanos. Tudo pelo direito dos peixes. O Sinos só tem um atenuante. O Gravataí é muito pior. Uau!
JUREMIR MACHADO DA SILVA | juremir@correiodopovo.com.br
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Candidato a ministro de Dilma, Blairo Maggi doou à campanha após vitória
2/12/2010
Cotado para assumir uma pasta no futuro governo de Dilma Rousseff, possivelmente a Agricultura, o senador eleito Blairo Maggi (PR-MT), além de ter se empenhado na eleição da petista à Presidência, colaborou financeiramente com a campanha. Por intermédio de suas empresas, o ex-governador de Mato Grosso doou R$ 1 milhão para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, administrado pelo PT.
A reportagem é de José Roberto de Toledo e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 02-12-2010.
Foram duas doações, registradas na contabilidade oficial da campanha petista. O mais curioso é que elas ocorreram na semana passada, muito depois do término da eleição. O empresário, um dos maiores produtores de soja do mundo, ajudou a fechar a conta da campanha de Dilma.
"Fizemos mesmo a doação (a empresa) porque houve um pedido do comitê financeiro para fechar as contas e a companhia tinha caixa", admitiu o ex-governador ao Estado. Ele afirmou, ainda, que não chegou a ser convidado para ser ministro e que disse a Dilma que não poderia assumir a Agricultura por conta dos negócios da família. "Eu atrapalharia mais do que ajudaria."
A maior doação foi feita pela Amaggi Exportação e Importação Ltda.: R$ 700 mil, na quinta-feira passada. No dia seguinte, a Agropecuária Maggi Ltda. doou mais R$ 300 mil ao mesmo Comitê Financeiro Nacional.
Anteontem Blairo foi convidado a acompanhar a presidente eleita em viagem a Tucuruí, no Pará, para inauguração de duas eclusas construídas por outro doador da campanha de Dilma, a Camargo Corrêa. Se emplacar mesmo no ministério, ele deverá entrar na cota do PR.
Doadores
O comitê financeiro nacional para presidente, do PT, recebeu 46 doações de empresas com valores superiores a R$ 10 mil após o término da eleição. Elas somam R$ 12,741 milhões. A maior doação foi feita pela Construtora Queiroz Galvão S/A, no valor de R$ 2 milhões.
Mas o setor que mais contribuiu após o fechamento das urnas foi o sucroalcooleiro. Foram pelo menos R$ 3,5 milhões nas últimas semanas. Usineiros consultados pela reportagem confirmam que o segmento foi convidado a ajudar a fechar a contabilidade da campanha de Dilma.
A Cosan, maior empresa do setor, fez duas doações em novembro, somando R$ 1,5 milhão. A Copersucar doou R$ 500 mil no dia 23 passado. E a Usina São Martinho fez dois aportes no dia seguinte que totalizaram também R$ 500 mil.
A Açúcar Guarani S/A, controlada pelo grupo francês Tereos, fez duas doações a Dilma, que totalizaram R$ 1 milhão, nos dias 19 e 22 de novembro. A Petrobrás é sócia da empresa.
Em abril, a Guarani recebeu um aporte da Petrobrás no valor de R$ 682 milhões, o que garantiu 26,3% das ações da companhia à Petrobrás Biocombustível. A PBio, o braço da estatal voltado ao etanol, deverá investir mais R$ 929 milhões na Açúcar Guarani ao longo de cinco anos.
A Guarani informou que as doações compreenderam vários candidatos de diferentes partidos políticos, "sempre à luz da legislação eleitoral vigente". O tesoureiro de Dilma, José de Filippi Júnior, disse não haver nenhuma irregularidade na doação.
Cotado para assumir uma pasta no futuro governo de Dilma Rousseff, possivelmente a Agricultura, o senador eleito Blairo Maggi (PR-MT), além de ter se empenhado na eleição da petista à Presidência, colaborou financeiramente com a campanha. Por intermédio de suas empresas, o ex-governador de Mato Grosso doou R$ 1 milhão para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, administrado pelo PT.
A reportagem é de José Roberto de Toledo e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 02-12-2010.
Foram duas doações, registradas na contabilidade oficial da campanha petista. O mais curioso é que elas ocorreram na semana passada, muito depois do término da eleição. O empresário, um dos maiores produtores de soja do mundo, ajudou a fechar a conta da campanha de Dilma.
"Fizemos mesmo a doação (a empresa) porque houve um pedido do comitê financeiro para fechar as contas e a companhia tinha caixa", admitiu o ex-governador ao Estado. Ele afirmou, ainda, que não chegou a ser convidado para ser ministro e que disse a Dilma que não poderia assumir a Agricultura por conta dos negócios da família. "Eu atrapalharia mais do que ajudaria."
A maior doação foi feita pela Amaggi Exportação e Importação Ltda.: R$ 700 mil, na quinta-feira passada. No dia seguinte, a Agropecuária Maggi Ltda. doou mais R$ 300 mil ao mesmo Comitê Financeiro Nacional.
Anteontem Blairo foi convidado a acompanhar a presidente eleita em viagem a Tucuruí, no Pará, para inauguração de duas eclusas construídas por outro doador da campanha de Dilma, a Camargo Corrêa. Se emplacar mesmo no ministério, ele deverá entrar na cota do PR.
Doadores
O comitê financeiro nacional para presidente, do PT, recebeu 46 doações de empresas com valores superiores a R$ 10 mil após o término da eleição. Elas somam R$ 12,741 milhões. A maior doação foi feita pela Construtora Queiroz Galvão S/A, no valor de R$ 2 milhões.
Mas o setor que mais contribuiu após o fechamento das urnas foi o sucroalcooleiro. Foram pelo menos R$ 3,5 milhões nas últimas semanas. Usineiros consultados pela reportagem confirmam que o segmento foi convidado a ajudar a fechar a contabilidade da campanha de Dilma.
A Cosan, maior empresa do setor, fez duas doações em novembro, somando R$ 1,5 milhão. A Copersucar doou R$ 500 mil no dia 23 passado. E a Usina São Martinho fez dois aportes no dia seguinte que totalizaram também R$ 500 mil.
A Açúcar Guarani S/A, controlada pelo grupo francês Tereos, fez duas doações a Dilma, que totalizaram R$ 1 milhão, nos dias 19 e 22 de novembro. A Petrobrás é sócia da empresa.
Em abril, a Guarani recebeu um aporte da Petrobrás no valor de R$ 682 milhões, o que garantiu 26,3% das ações da companhia à Petrobrás Biocombustível. A PBio, o braço da estatal voltado ao etanol, deverá investir mais R$ 929 milhões na Açúcar Guarani ao longo de cinco anos.
A Guarani informou que as doações compreenderam vários candidatos de diferentes partidos políticos, "sempre à luz da legislação eleitoral vigente". O tesoureiro de Dilma, José de Filippi Júnior, disse não haver nenhuma irregularidade na doação.
Ambientalista lança Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS
Convidamos a participar da última Terça Ecológica de 2010, será dia 07, veja a notícia abaixo e o cartaz em anexo!
Contamos com a sua presença!
Ambientalista lança Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS
A pesquisa de Maria da Conceição de Araújo Carrion compreende o período entre 2004 e 2009. Outros membros do Consema estarão presentes e darão os seus depoimentos. ENTRADA FRANCA
Por Raíssa Genro - EcoAgência
“Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS (2004-2009)”, de autoria de Maria da Conceição de Araújo Carrion é o tema da Terça Ecológica de dezembro, que acontecerá no próximo dia 07, às 18h30min na Fabico/UFRGS, em Porto Alegre. A pesquisa da ambientalista reunida em seis volumes se constitui de matérias de jornais, revistas, sites da internet, documentos oficiais, dentre outros materiais, que retratam os acontecimentos no período e a cobertura que receberam. A luta da sociedade civil organizada e, em especial a das entidades ambientalistas, revelam o saber e a resistência à tentativa de imposição de um consenso. Juntamente com os depoimentos que serão dados no dia 07, será possível confirmar que o ambientalismo gaúcho está muito vivo, o contrário do que se pretendeu comprovar em notícias veiculadas na semana seguinte após a aprovação do ZAS em abril de 2008.
Os depoimentos serão dados pelos membros da CT da Biodiversidade do Consema no período da pesquisa: Ludwig Buckup, professor do Instituto de Biociências da UFRGS, membro da ONG Igré; Paulo Brack, biólogo, doutor em Ecologia, professor da UFRGS, representante da ONG Ingá; biólogo Glayson Bencke; bióloga Silvia Pagel, e antropólogo Rodrigo Venzon, membro da ONG Miraserra.
Contexto
A atividade da silvicultura – plantação de espécies exóticas como pinus, eucalipto e acácia - é antiga no Estado. Porém, a sua crescente expansão e o incentivo governamental são recentes. Pesquisas alertam para o impacto do eucalipto, que retém uma grande quantidade de água, inviabilizando outros cultivos em regiões próximas e o aumento no preço da terra, em muitos casos compradas ou arrendadas pelas empresas florestais para este cultivo. O governo do Rio Grande do Sul, visando regular a atividade, aprovou em nove de abril de 2008 o Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS). O texto aprovado distorce as diversas discussões das câmaras técnicas e os pareceres apresentados, de forma a retirar quase todas as restrições e limites objetivos como os índices de vulnerabilidade por Unidade de Paisagem (UPN), o percentual de ocupação das UPN’s além do tamanho e distância entre os maciços, questões que eram o principal ponto da proposta inicial apresentada ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Em 2009, houve um ajuste no ZAS que vigora atualmente, porém, ainda não atende as demandas socioambientais segundo os ambientalistas.
O período compreendido entre as discussões sobre o ZAS pela Câmara Técnica de Biodiversidade e Políticas Florestais do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e sua aprovação é o objeto de análise da militante pelas questões socioambientais há mais de 30 anos e professora da UFRGS aposentada, Maria da Conceição de Araújo Carrion. “Trabalho com a questão da monocultura desde 2004. Quando surgiu a notícia de implantação da monocultura no Pampa, o grupo se voltou a este tema, que provocou diversas mudanças e impactos no Bioma”, adianta Conceição.
A Terça Ecológica é uma promoção do Núcleo de Ecojornalistas do RS e conta com a parceria nesta realização do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, o MODGeMA. O patrocínio é da loja Grão Natural, da Petrobras e do Governo Federal. O apoio é da Faculdade de Comunicação e Informação da UFRGS.
SERVIÇO:
O que: Terça Ecológica
Tema: Dossiê de sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS (2004-2009)
Quando: 07 de dezembro às 18h30min
Palestrante: Maria da Conceição de Araújo Carrion e depoimentos de outros membros da CT Biodiversidade do Consema no período
Local: Faculdade de Comunicação e Informação da UFRGS (Fabico), na rua Ramiro Barcelos 2705, Porto Alegre
ENTRADA FRANCA
------------------------------------------------
EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais
Núcleo de Ecojornalistas do RS
www.ecoagencia.com.br
Porto Alegre, RS Brasil
Contamos com a sua presença!
Ambientalista lança Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS
A pesquisa de Maria da Conceição de Araújo Carrion compreende o período entre 2004 e 2009. Outros membros do Consema estarão presentes e darão os seus depoimentos. ENTRADA FRANCA
Por Raíssa Genro - EcoAgência
“Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS (2004-2009)”, de autoria de Maria da Conceição de Araújo Carrion é o tema da Terça Ecológica de dezembro, que acontecerá no próximo dia 07, às 18h30min na Fabico/UFRGS, em Porto Alegre. A pesquisa da ambientalista reunida em seis volumes se constitui de matérias de jornais, revistas, sites da internet, documentos oficiais, dentre outros materiais, que retratam os acontecimentos no período e a cobertura que receberam. A luta da sociedade civil organizada e, em especial a das entidades ambientalistas, revelam o saber e a resistência à tentativa de imposição de um consenso. Juntamente com os depoimentos que serão dados no dia 07, será possível confirmar que o ambientalismo gaúcho está muito vivo, o contrário do que se pretendeu comprovar em notícias veiculadas na semana seguinte após a aprovação do ZAS em abril de 2008.
Os depoimentos serão dados pelos membros da CT da Biodiversidade do Consema no período da pesquisa: Ludwig Buckup, professor do Instituto de Biociências da UFRGS, membro da ONG Igré; Paulo Brack, biólogo, doutor em Ecologia, professor da UFRGS, representante da ONG Ingá; biólogo Glayson Bencke; bióloga Silvia Pagel, e antropólogo Rodrigo Venzon, membro da ONG Miraserra.
Contexto
A atividade da silvicultura – plantação de espécies exóticas como pinus, eucalipto e acácia - é antiga no Estado. Porém, a sua crescente expansão e o incentivo governamental são recentes. Pesquisas alertam para o impacto do eucalipto, que retém uma grande quantidade de água, inviabilizando outros cultivos em regiões próximas e o aumento no preço da terra, em muitos casos compradas ou arrendadas pelas empresas florestais para este cultivo. O governo do Rio Grande do Sul, visando regular a atividade, aprovou em nove de abril de 2008 o Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS). O texto aprovado distorce as diversas discussões das câmaras técnicas e os pareceres apresentados, de forma a retirar quase todas as restrições e limites objetivos como os índices de vulnerabilidade por Unidade de Paisagem (UPN), o percentual de ocupação das UPN’s além do tamanho e distância entre os maciços, questões que eram o principal ponto da proposta inicial apresentada ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Em 2009, houve um ajuste no ZAS que vigora atualmente, porém, ainda não atende as demandas socioambientais segundo os ambientalistas.
O período compreendido entre as discussões sobre o ZAS pela Câmara Técnica de Biodiversidade e Políticas Florestais do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e sua aprovação é o objeto de análise da militante pelas questões socioambientais há mais de 30 anos e professora da UFRGS aposentada, Maria da Conceição de Araújo Carrion. “Trabalho com a questão da monocultura desde 2004. Quando surgiu a notícia de implantação da monocultura no Pampa, o grupo se voltou a este tema, que provocou diversas mudanças e impactos no Bioma”, adianta Conceição.
A Terça Ecológica é uma promoção do Núcleo de Ecojornalistas do RS e conta com a parceria nesta realização do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, o MODGeMA. O patrocínio é da loja Grão Natural, da Petrobras e do Governo Federal. O apoio é da Faculdade de Comunicação e Informação da UFRGS.
SERVIÇO:
O que: Terça Ecológica
Tema: Dossiê de sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS (2004-2009)
Quando: 07 de dezembro às 18h30min
Palestrante: Maria da Conceição de Araújo Carrion e depoimentos de outros membros da CT Biodiversidade do Consema no período
Local: Faculdade de Comunicação e Informação da UFRGS (Fabico), na rua Ramiro Barcelos 2705, Porto Alegre
ENTRADA FRANCA
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Núcleo de Ecojornalistas do RS
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Porto Alegre, RS Brasil
Financiamento de campanha: quem se elege e para quem governa
Metade do financiamento da campanha de Dilma vem de apenas 27 empresas
Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo
Poucas empresas de poucos setores foram responsáveis pela maior parte do financiamento da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Metade de todo o dinheiro declarado pela campanha da presidente eleita saiu de dos 27 maiores doadores. Veja aqui a relação completa.
Destacam-se as empreiteiras e construtoras. Apenas esse setor doou pelo menos R$ 37 milhões para os cofres petistas, o que representa mais de 27% de toda a arrecadação. Dos cinco maiores doadores, três são do ramo de construção: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC Engenharia.
O setor financeiro, bancos e seguradoras, teve um peso menor do que outros segmentos da economia na contabilidade oficial. Os bancos doaram, em conjunto, cerca de R$ 9 milhões, ou 7% do total arrecadado pela campanha presidencial petista.
O setor sucroalcooleiro surpreendeu como um dos principais doadores de Dilma. Foram mais de R$ 10 milhões, o que representa cerca de 8% das doações totais. Os maiores doadores individuais do segmento foram Cosan, Copersucar e Açúcar Guarani.
Outros setores que se destacam entre os doadores pessoa jurídica para a campanha de Dilma são os de alimentos e bebidas (Cutrale e Ambev), empreendimentos imobiliários, farmacêutico, industrial e mineração.
Não por coincidência, os maiores doadores foram de segmentos econômicos que se beneficiaram durante o governo Lula. O PAC beneficiou as empreiteiras, o Bolsa Família aumentou o consumo de alimentos e açúcar, o Minha Casa Minha Vida ajudou empreendedores imobiliários.
Dilma e Serra receberam, juntos, quase R$ 52 milhões em doações ocultas, aquelas em que é impossível rastrear a identidade dos financiadores de campanhas.
No caso da presidente eleita, as doações desse tipo chegaram a R$ 19,7 milhões, 14,5% do total arrecadado por sua campanha.
Serra recebeu ainda mais pela via oculta: foram R$ 32,1 milhões, ou 30% do que arrecadou.
As doações ocultas resultam de uma triangulação: em vez de depositar o dinheiro na conta do candidato ou de seu comitê, a empresa ou pessoa física faz uma contribuição para o partido, indicando quem deve ser o destinatário final dos recursos. Como os partidos recebem de diversos doadores e encaminham o dinheiro para diferentes candidatos, fica impossível estabelecer uma ponte entre financiador e financiado.
Dos R$ 114 milhões doados a Dilma por financiadores devidadamente identificados, quase a totalidade (98%) se refere a contribuições de empresas, e 2% de pessoas físicas. Foram apenas 1.820 contribuições de eleitores, com valor total de R$ 2,8 milhões.
Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/artigo.aspx?cp-documentid=26578331
Maior doador de Dilma deve ao BNDES
O grupo JBS-Friboi, que recebeu empréstimo de aproximadamente R$ 3,5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), foi o maior doador da campanha da petista Dilma Rousseff: R$ 10 milhões doados em seis repasses entre agosto e setembro. Apesar do favoritismo e da vitória, a campanha do PT terminou as eleições com uma dívida de R$ 27,7 milhões.
A estratégia oficial do BNDES era transformar os frigoríficos em gigantes mundiais. Os empréstimos, vistos com desconfiança pelo mercado, bancaram a aquisição de empresas estrangeiras pelos frigoríficos brasileiros. E o grupo JBS foi o principal destinatário dos recursos da instituição. Dados recentes apontavam que o BNDES tinha 21% do capital do JBS-Friboi.
O segundo maior doador da campanha foi a Camargo Corrêa, uma das construtoras que toca obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que tiveram irregularidades graves apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A empreiteira doou R$ 8,5 milhões para campanha. Outra empresa responsável por obras com pendências no TCU, a Construtora Queiroz Galvão, foi a terceira maior doadora - R$ 5,1 milhões. A OAS, também responsável por obras em situação irregular do PAC, doou outros R$ 3 milhões para a campanha. Entre os bancos, o Itaú foi o maior doador da campanha de Dilma: R$ 4 milhões.
Os dados fechados de receitas e despesas da campanha de Dilma foram entregues ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas as informações, incluindo as notas fiscais, serão analisadas em regime de mutirão por técnicos do TSE e auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). As contas deverão ser julgadas até o dia 9 . Se aprovadas, Dilma será diplomada no dia 17 e tomará posse no dia 1.º de janeiro.
No total, a campanha de Dilma arrecadou R$ 148,8 milhões, dos quais R$ 105 milhões foram arrecadados antes do primeiro turno. As despesas da campanha somaram R$ 176,5 milhões.
O que prejudicou as contas da campanha foi a realização do segundo turno. 'As empresas se prepararam para o primeiro turno. Houve um grande volume de doações. Mas o orçamento de muitas empresas para as eleições se esgotou', explicou o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, José de Filippi.
Nas três semanas entre o primeiro e o segundo turno, o comitê da campanha gastou quase R$ 80 milhões. Nesse período, a campanha conseguiu arrecadar apenas R$ 25 milhões.
Os principais gastos foram com a produção de programas de rádio, televisão e vídeo - R$ 39 milhões. Para realizar eventos de promoção da candidata foram consumidos R$ 11,7 milhões. Com publicidade por meio de placas, estandartes e faixas foram gastos R$ 10 milhões. Outros R$ 6,4 milhões foram consumidos com a criação e inclusão de páginas na Internet.
Nas últimas eleições, o presidente Lula deixou uma dívida de R$ 9,8 milhões, o equivalente a 10% dos gastos aa campanha. A dívida deixada agora corresponde a 15% das despesas.
Dívida de Serra. Derrotado, o candidato tucano José Serra acabou a campanha com uma dívida de R$ 9,6 milhões. A campanha arrecadou R$ 120 milhões, mas as despesas somaram R$ 129,6 milhões. Sua maior doação partiu do banco Itaú: R$ 4 milhões. O grupo Gerdau doou R$ 3 milhões para a campanha de Serra e R$ 1,5 milhão para Dilma. O presidente do grupo, Jorge Gerdau, é cotado para assumir um ministério no governo da petista.
Campanha milionária
R$ 148,8 milhões
foram arrecadados para a campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT)
R$ 176,5 milhões
foram gastos pela candidata petista na campanha eleitoral deste ano
R$ 39 milhões
foram gastos com produção de programas de rádio, TV e vídeo, segundo o comitê petista
Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo
Poucas empresas de poucos setores foram responsáveis pela maior parte do financiamento da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Metade de todo o dinheiro declarado pela campanha da presidente eleita saiu de dos 27 maiores doadores. Veja aqui a relação completa.
Destacam-se as empreiteiras e construtoras. Apenas esse setor doou pelo menos R$ 37 milhões para os cofres petistas, o que representa mais de 27% de toda a arrecadação. Dos cinco maiores doadores, três são do ramo de construção: Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC Engenharia.
O setor financeiro, bancos e seguradoras, teve um peso menor do que outros segmentos da economia na contabilidade oficial. Os bancos doaram, em conjunto, cerca de R$ 9 milhões, ou 7% do total arrecadado pela campanha presidencial petista.
O setor sucroalcooleiro surpreendeu como um dos principais doadores de Dilma. Foram mais de R$ 10 milhões, o que representa cerca de 8% das doações totais. Os maiores doadores individuais do segmento foram Cosan, Copersucar e Açúcar Guarani.
Outros setores que se destacam entre os doadores pessoa jurídica para a campanha de Dilma são os de alimentos e bebidas (Cutrale e Ambev), empreendimentos imobiliários, farmacêutico, industrial e mineração.
Não por coincidência, os maiores doadores foram de segmentos econômicos que se beneficiaram durante o governo Lula. O PAC beneficiou as empreiteiras, o Bolsa Família aumentou o consumo de alimentos e açúcar, o Minha Casa Minha Vida ajudou empreendedores imobiliários.
Dilma e Serra receberam, juntos, quase R$ 52 milhões em doações ocultas, aquelas em que é impossível rastrear a identidade dos financiadores de campanhas.
No caso da presidente eleita, as doações desse tipo chegaram a R$ 19,7 milhões, 14,5% do total arrecadado por sua campanha.
Serra recebeu ainda mais pela via oculta: foram R$ 32,1 milhões, ou 30% do que arrecadou.
As doações ocultas resultam de uma triangulação: em vez de depositar o dinheiro na conta do candidato ou de seu comitê, a empresa ou pessoa física faz uma contribuição para o partido, indicando quem deve ser o destinatário final dos recursos. Como os partidos recebem de diversos doadores e encaminham o dinheiro para diferentes candidatos, fica impossível estabelecer uma ponte entre financiador e financiado.
Dos R$ 114 milhões doados a Dilma por financiadores devidadamente identificados, quase a totalidade (98%) se refere a contribuições de empresas, e 2% de pessoas físicas. Foram apenas 1.820 contribuições de eleitores, com valor total de R$ 2,8 milhões.
Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/artigo.aspx?cp-documentid=26578331
Maior doador de Dilma deve ao BNDES
O grupo JBS-Friboi, que recebeu empréstimo de aproximadamente R$ 3,5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), foi o maior doador da campanha da petista Dilma Rousseff: R$ 10 milhões doados em seis repasses entre agosto e setembro. Apesar do favoritismo e da vitória, a campanha do PT terminou as eleições com uma dívida de R$ 27,7 milhões.
A estratégia oficial do BNDES era transformar os frigoríficos em gigantes mundiais. Os empréstimos, vistos com desconfiança pelo mercado, bancaram a aquisição de empresas estrangeiras pelos frigoríficos brasileiros. E o grupo JBS foi o principal destinatário dos recursos da instituição. Dados recentes apontavam que o BNDES tinha 21% do capital do JBS-Friboi.
O segundo maior doador da campanha foi a Camargo Corrêa, uma das construtoras que toca obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que tiveram irregularidades graves apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A empreiteira doou R$ 8,5 milhões para campanha. Outra empresa responsável por obras com pendências no TCU, a Construtora Queiroz Galvão, foi a terceira maior doadora - R$ 5,1 milhões. A OAS, também responsável por obras em situação irregular do PAC, doou outros R$ 3 milhões para a campanha. Entre os bancos, o Itaú foi o maior doador da campanha de Dilma: R$ 4 milhões.
Os dados fechados de receitas e despesas da campanha de Dilma foram entregues ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todas as informações, incluindo as notas fiscais, serão analisadas em regime de mutirão por técnicos do TSE e auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). As contas deverão ser julgadas até o dia 9 . Se aprovadas, Dilma será diplomada no dia 17 e tomará posse no dia 1.º de janeiro.
No total, a campanha de Dilma arrecadou R$ 148,8 milhões, dos quais R$ 105 milhões foram arrecadados antes do primeiro turno. As despesas da campanha somaram R$ 176,5 milhões.
O que prejudicou as contas da campanha foi a realização do segundo turno. 'As empresas se prepararam para o primeiro turno. Houve um grande volume de doações. Mas o orçamento de muitas empresas para as eleições se esgotou', explicou o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, José de Filippi.
Nas três semanas entre o primeiro e o segundo turno, o comitê da campanha gastou quase R$ 80 milhões. Nesse período, a campanha conseguiu arrecadar apenas R$ 25 milhões.
Os principais gastos foram com a produção de programas de rádio, televisão e vídeo - R$ 39 milhões. Para realizar eventos de promoção da candidata foram consumidos R$ 11,7 milhões. Com publicidade por meio de placas, estandartes e faixas foram gastos R$ 10 milhões. Outros R$ 6,4 milhões foram consumidos com a criação e inclusão de páginas na Internet.
Nas últimas eleições, o presidente Lula deixou uma dívida de R$ 9,8 milhões, o equivalente a 10% dos gastos aa campanha. A dívida deixada agora corresponde a 15% das despesas.
Dívida de Serra. Derrotado, o candidato tucano José Serra acabou a campanha com uma dívida de R$ 9,6 milhões. A campanha arrecadou R$ 120 milhões, mas as despesas somaram R$ 129,6 milhões. Sua maior doação partiu do banco Itaú: R$ 4 milhões. O grupo Gerdau doou R$ 3 milhões para a campanha de Serra e R$ 1,5 milhão para Dilma. O presidente do grupo, Jorge Gerdau, é cotado para assumir um ministério no governo da petista.
Campanha milionária
R$ 148,8 milhões
foram arrecadados para a campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT)
R$ 176,5 milhões
foram gastos pela candidata petista na campanha eleitoral deste ano
R$ 39 milhões
foram gastos com produção de programas de rádio, TV e vídeo, segundo o comitê petista
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Hj em Poa, lançamento do livro de Plínio de Arruda Sampaio: Por que participar da política?
LANÇAMENTO DO LIVRO DE PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO
Plínio de Arruda Sampaio estará em Porto Alegre dia 18 de novembro, quinta-feira, para o lançamento de seu livro Por que participar da política?
Quando? quinta-feira, 18/11/2010
Horas? 19h30min
Onde? Sindisprev-rs (Trav. Francisco Leonardo Truda, nº 40, 12º andar - Centro/POA)
Plínio de Arruda Sampaio estará em Porto Alegre dia 18 de novembro, quinta-feira, para o lançamento de seu livro Por que participar da política?
Quando? quinta-feira, 18/11/2010
Horas? 19h30min
Onde? Sindisprev-rs (Trav. Francisco Leonardo Truda, nº 40, 12º andar - Centro/POA)
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Tempero bom em carne podre
Dizem que, antigamente, os temperos eram usados para disfarçar o gosto da carne podre. Parece um pouco a propaganda comercial, hoje em dia.
Pesquisa da agência Tool Box revelou que 6.300 novos produtos foram colocados em supermercados brasileiros no primeiro semestre deste ano. Números da ONU indicam 1 bilhão de famintos no mundo. O que explica tanto consumismo ao lado de tamanha miséria?
Uma parte da resposta se relaciona ao mercado publicitário. São horas de anúncios muito bem produzidos na TV e no rádio. Quilômetros de imagens em cartazes, faixas, expositores, outdoors, vitrines, fachadas, etc. Um mercado que movimenta uma fortuna em dinheiro.
Tudo isso para nos convencer de que consumir é bom. Nos torna mais felizes. E é verdade. Por alguns segundos, se for um sorvete. Horas, no caso de uma roupa. Meses, em se tratando de um carro. Alegria que dura até que apareça outro objeto de desejo, que não passa disso. De mais um objeto. Isso é capitalismo.
Mas, é só imaginar o capitalismo em seu início. Bairros, cidades, pessoas, tudo muito cinzento de fuligem. Já havia anúncios, mas eram pequenas manchas coloridas no meio do monocromático acúmulo de tijolos das fábricas e galpões. Empórios cheios de mercadorias sem graça.
Aí, a publicidade foi se desenvolvendo. Enfeitando e inventando personalidades para as mercadorias. Hoje, na TV, ela ganhou qualidade cinematográfica. Fome e miséria? Esquecidas. Inclusive, por suas vítimas. Parece o tal tempero de que falamos no início.
Injustiça? Bem, temperos são feitos a partir de especiarias deliciosas. A publicidade é produto da maravilhosa criatividade humana. Nenhum dos dois deveria ser usado para esconder podridão.
Sérgio Domingues
Pesquisa da agência Tool Box revelou que 6.300 novos produtos foram colocados em supermercados brasileiros no primeiro semestre deste ano. Números da ONU indicam 1 bilhão de famintos no mundo. O que explica tanto consumismo ao lado de tamanha miséria?
Uma parte da resposta se relaciona ao mercado publicitário. São horas de anúncios muito bem produzidos na TV e no rádio. Quilômetros de imagens em cartazes, faixas, expositores, outdoors, vitrines, fachadas, etc. Um mercado que movimenta uma fortuna em dinheiro.
Tudo isso para nos convencer de que consumir é bom. Nos torna mais felizes. E é verdade. Por alguns segundos, se for um sorvete. Horas, no caso de uma roupa. Meses, em se tratando de um carro. Alegria que dura até que apareça outro objeto de desejo, que não passa disso. De mais um objeto. Isso é capitalismo.
Mas, é só imaginar o capitalismo em seu início. Bairros, cidades, pessoas, tudo muito cinzento de fuligem. Já havia anúncios, mas eram pequenas manchas coloridas no meio do monocromático acúmulo de tijolos das fábricas e galpões. Empórios cheios de mercadorias sem graça.
Aí, a publicidade foi se desenvolvendo. Enfeitando e inventando personalidades para as mercadorias. Hoje, na TV, ela ganhou qualidade cinematográfica. Fome e miséria? Esquecidas. Inclusive, por suas vítimas. Parece o tal tempero de que falamos no início.
Injustiça? Bem, temperos são feitos a partir de especiarias deliciosas. A publicidade é produto da maravilhosa criatividade humana. Nenhum dos dois deveria ser usado para esconder podridão.
Sérgio Domingues
Plástico verde: solução ou problema?
Em entrevista à EcoAgência, ambientalista Luiz Jacques Saldanha revela a prática do greenwashing e alerta contra os perigos à saúde a partir do uso de substâncias artificiais
Ambientalista Luiz Jacques Saldanha
Por Ilza Girardi - especial para a EcoAgência
No dia 24 de setembro foi inaugurada, no Pólo Petroquímico de Triunfo, a primeira fábrica de “plástico verde” do mundo. O evento contou com a presença do Presidente da República, ganhou holofotes na mídia e um espaço na novela Passione, da Rede Globo. Para falar sobre o assunto convidamos o engenheiro agrônomo, advogado e ambientalista Luiz Jacques Saldanha. Ele tem sido um crítico da geração, manufatura e uso indiscriminado e onipresente de substâncias artificiais que vão dos agrotóxicos, produtos de limpeza e de cuidado pessoal aos fármacos e plásticos em nosso dia-a-dia, destacando, principalmente, seus efeitos sobre a saúde de todos os seres vivos do planeta. Confira a seguir a entrevista concedida à jornalista do NEJ-RS, Ilza Girardi.
Ilza – Jacques, o que é o “plástico verde”? Será que ele resolverá todos os problemas que os plásticos têm causado em termos de poluição do ar, da água e da terra?
Jacques – Bem, este é o mais novo engodo que o sistema nos presenteia. E é um engodo da pior espécie porque está, pela primeira vez, fazendo um dos maiores greenwashing dos últimos tempos em nosso meio, no que se refere a resinas plásticas!
I – O que o greenwashing tem a ver com esse plástico?
J – É uma expressão empregada pelos ecologistas no mundo inteiro para desmascarar estas jogadas de marketing que as grandes poluidoras mundiais têm procurado fazer com a boa vontade e a boa fé dos cidadãos planetários. Na verdade, essa é uma forma de se relacionar com um termo semelhante como o que se emprega no mundo do crime. A mídia criou a expressão “lavagem do dinheiro” quando denuncia o que os criminosos tentam fazer para “limpar” um dinheiro de sua origem ilícita. Aqui é a mesma coisa. A diferença é que o crime aqui se relaciona com a questão ambiental e a saúde pública. E nesse caso, toda essa construção deste plástico ser “verde” demonstra a mesma maracutaia.
I – Mas e por que eles não são “verdes”?
J – Nem todas as pessoas sabem que o petróleo em si é um produto natural. Muitas pessoas acham que o próprio petróleo já é um problema. Mas não. O petróleo é um bem natural e biodegradável por ser metabolizável pelos seres vivos. Apesar de ter em sua composição de petróleo bruto a presença dos cancerígenos PAHs - aromáticos policíclicos. Assim é fundamental nos darmos conta de que é esse permanente jogo da desinformação que faz com que o sistema se mantenha vivo. E tem sido esse jogo que tem levado a muitos de nós, cidadãos comuns, nos sentirmos tão desamparados e impotentes que ficamos zonzos e faz com que nas situações da vida passamos a ser contra tudo ou aceitarmos tudo. Fazemos isso por absoluta falta de chão! Assim, quando afirmamos que eles não são verdes é porque o produto que eles vão produzir é exatamente igual ao outro! Sem tirar nem por! Tão poluidor e problemático como quaisquer dos outros plásticos que não são “verdes”.
I – Como assim?
J – Como disse antes, o petróleo é natural e por si só é biodegradável. O problema do petróleo não está nele mesmo, está em como a indústria petroquímica tem utilizado aquilo que lhe dá condições de fornecer a essência que mais lhe interessa: o carbono. O petróleo assim como outras fontes de carbono é o grande foco da indústria petroquímica. Ou seja, ela toma o carbono dessas fontes e daí para frente é que começa o seu grande drama. Esse elemento é utilizado para gerar substâncias que nunca existiram na vida da Terra. Essa artificialização do carbono nestas moléculas sintetizadas em laboratório é que vêm causando todo o drama dos últimos sessenta anos no planeta. E vão além das resinas plásticas aos venenos agrícolas, aos detergentes sintéticos, aos fármacos e a muitos outros. E todas essas moléculas são sintetizadas nos pólos petroquímicos. Pode-se ver essa pretensão na reportagem do Estadão de 25 de setembro último. Ali o executivo da corporação afirma que querem implantar essas fábricas por vários continentes (ver link: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36663).
I – Mas há pouco tempo, ocorreu o derramamento de petróleo no Golfo do México gerando poluição e problemas ambientais, impensáveis e incalculáveis, e que vão perdurar por muito tempo.
J – Sim, tu tens razão. Esse caso é dramático. Lembro das palavras do Lutzenberger que dizia que “poluição é a coisa certa no lugar errado”. E o petróleo do Golfo do México foi bem esse caso.
I – Mas voltando ao caso da Braskem e ao plástico “verde” ...
J – Por isso é importantíssimo termos condições de entender um pouco mais tudo o que envolve o petróleo e a petroquímica. A começar por esta confusão geral em que mídia se mostra ignorante ou tendenciosa, demonstrando uma manipulação dos fatos quanto a esse “verde”. Ah! Inclusive foram tão fundo nesse processo que até alguns prédios foram pintados de verde como se vê em algumas fotos! Ficamos nos perguntando se esse pessoal não está sendo debochado ao fazer tudo isso para criar nesta fábrica a “imagem concreta” de quão “verdes” eles são.
I – E por que eles podem fazer isso com esse respaldo político, social e técnico?
J – Essa pergunta eu também me faço e vejo como nós, da sociedade civil, estamos abandonados e vulneráveis a todo esse esquema que se forma em torno daqueles que têm o poder econômico. Temos que perceber que a Braskem está fazendo muita força para se tornar uma das grandes transnacionais da petroquímica do mundo emergente. E como nossa sociedade ainda é muito vassala do poder econômico, há uma posição de subserviência muito forte nelas quando ninguém se questiona de nada. E digo isso porque se olhares as notícias sobre este evento, verás que tudo está dito sem nada ter sido escamoteado.
I – De que maneira?
J – O aspecto técnico, por exemplo. Os próprios técnicos da Braskem afirmam que essa resina vai ser exatamente igual às outras e que ela não será biodegradável. Ou seja, não trará nenhum benefício “verde” no seu uso. Terá seu comportamento, quando no ambiente, igual às outras resinas. E isso vem sendo dito e redito em vários momentos, desde a notícia do lançamento da pedra fundamental em 2009. Então sob o aspecto “ecológico”, essa tecnologia é um absurdo porque está buscando produzir um absurdo.
I – Tecnologia absurda?
J – Tu sabes que o Rio Grande do Sul não produz cana, a não ser meia dúzia de pés para as vacas para épocas de falta de pasto. O nosso estado não produz uma gota de etanol para ser escolhida aqui a feitura dessa fábrica. Mas então por que fazer por aqui? Na minha visão isso pode ser até maquiavélico. O Rio Grande ainda desfruta no país, de uma aura de um estado com preocupações ecológicas e que o seu povo seria muito exigente etc. Assim, fazer lá nos estados onde a Braskem tem seus pólos, São Paulo e Bahia, não traria tanta “credibilidade” para este plástico “verde” como aí, no berço do ecologismo no Brasil. Podes perceber que terão que ser trazidos mais ou menos 400 milhões de litros de álcool, conforme informam os técnicos, para produzir essas 200 mil toneladas de plástico “verde”. Imagina o custo energético e ambiental de se trazer essa matéria prima do Paraná, São Paulo e Minas! Isso é ecológico? Assim, fazer isso e aqui no estado demonstra o seu absurdo até porque o plástico será igual ao outro!
I – Mas onde está então o “verde” dessa tecnologia?
J – Estaria justamente nesta fonte de carbono, a cana de açúcar! E é nisso que, no discurso tecnocrático, tornaria esse plástico “verde”. E dizem, inclusive com grande alarde, de que para cada tonelada de plástico produzido nesta fábrica, ocorreria o seqüestro de, mais ou menos, umas 2,5 toneladas de carbono. Assim para nós, os cidadãos comuns e desinformados, parece que será no processo de fabricação, nesta passagem do carbono do álcool para o carbono do plástico que ocorreria o grande seqüestro desse gás de efeito estufa. Mas não! A enganação é essa. Estão falando do processo de fotossíntese da cana em que para produzir o amido, a planta utiliza o gás carbônico e que não tem nada a ver com a fabricação da resina plástica. E se fores contar o desperdício de energia para o transporte desses milhões de litros, cairiam por terra quaisquer insinuações de que esse processo tecnológico teria algo de ecológico.
I – Certo. Parece que está claro que esse processo não tem nada de ecológico e nem esse plástico seria, no mínimo, um pouquinho “erverdeado”. Mas um aspecto que sempre tens levantado inclusive está fortemente presente em teu site (www.nossofuturoroubado.com.br), é a presença dos aditivos ou plastificantes. Como será que ficariam neste processo?
J – Exatamente igual. É importante termos idéia de como a empresa quer apresentar seu produto. Como essa resina é idêntica à outra, a indústria está pretendendo inclusive colocar um selo nas embalagens para identificá-la para o consumidor final. E pasma. Eles estão inclinados a colocar coisas como essa – olha só a ironia e o deboche: “I’m green”. Assim o consumidor final pensaria que estaria consumindo algo realmente que fosse dentro dos princípios ambientais e ecológicos por ter essa expressão. Não é um absurdo!? Conseqüentemente, como ninguém fala no Brasil sobre os esses “adereços” dos aditivos – como o nonilfenol (proibido na Comunidade Européia), o ftalato, o bisfenol A (banido das mamadeiras no Canadá e em vários estados e cidades norte-americanas) dentre tantos outros – estariam completamente adequados para serem utilizados em quaisquer das resinas plásticas para que pudessem ter competitividade de mercado.
I – Levantaste um aspecto muito pouco falado e assumido no nosso país. A questão desses aditivos como o bisfenol A que nem se fala quanto mais haver qualquer discussão sobre sua nocividade. O que me dizes disso?
J – É assim como levantas. O bisfenol A hoje é o grande ícone da luta da cidadania informada e consciente na busca de eliminar esses aditivos que estão completamente escondidos no âmago dessas resinas plásticas. Isso porque nem se menciona e nem se cita na composição dos produtos. O bisfenol A, também conhecido no mundo pela sigla BPA, é o DDT do século XXI. Vale lembrar que o DDT foi identificado, nos anos sessenta, como o grande vilão dos venenos que transitavam da agricultura para nossa casa como inseticida, e que acabou permitindo que se desvelasse e se descortinasse todo o horror das moléculas sintéticas que vêm envenenando, ainda hoje, o nosso alimento de cada dia. Pois bem, o BPA também está abrindo essa porteira e parece que será através dele que se verá todo o horror que temos em nossos produtos do dia-a-dia e que estão inviabilizando a sobrevivência de todos os machos no planeta, incluindo os seres humanos.
I – Mas como disseste antes, porque tu achas que a nocividade dessas substâncias não está sendo reconhecida pelos órgãos encarregados de zelar pela saúde das pessoas no Brasil?
J – Acho que muitos são os fatores, mas alguns deles chamam a atenção. Começa com a ineficácia e a inoperância dos técnicos da Anvisa. Se existe toda essa pesquisa independente e que demonstra que esses aditivos estão comprometendo a saúde dos fetos e das crianças, por que não colocam sob suspeita todos eles como estão fazendo os países do primeiro mundo? Será que vamos continuar vivendo como temos vivido com os agrotóxicos que são banidos e proibidos em vários países do mundo e aqui continuam a ser usados livremente? Assim, só posso concluir que a visão de mundo desses técnicos tanto da saúde como do meio ambiente no Brasil, estão totalmente alinhados e comprometidos com a mesma visão dos técnicos e das direções das indústrias. Temos casos bem contundentes no Brasil com os trabalhos que a Fundação Osvaldo Cruz do Ministério da Saúde têm feito tanto sobre alguns desses aditivos como com os agrotóxicos. E aí vem a pergunta: por que os técnicos do governo federal que tratam desses temas, não “lêem”, não “ouvem”, não “conhecem” esses trabalhos dessas instituições públicas? Por que será que continuam a considerar as pesquisas, as respostas, os estudos financiados e apoiados pelas indústrias como os únicos que “poderiam” desfrutar de credibilidade? Acho que com essas minhas considerações e perguntas, a resposta está dada, não te parece?
I – Tu tens mostrado um documentário da tevê canadense de 2008 em que se mostra que esses mesmos aditivos e plastificantes que estão nas resinas plásticas das embalagens, também estão presentes nos produtos de beleza, como maquiagens, bloqueadores solares, batons e outros?
J – Sim. Existem vários sites europeus e norte-americanos que mostram a loucura que tem sido o emprego dessas moléculas em produtos como esses que mencionaste. Tenho no site que criei (www.nossofuturoroubado.com.br) uma série de artigos traduzidos daqueles sites e ONGs em que se vê as respostas científicas que mostram que essas moléculas deveriam ser eliminadas imediatamente. Não consigo entender como o dinheiro está tão acima da saúde de todas as crianças e nenês que ainda nem nasceram. Parece que só nós que estamos nesta busca, temos filhos, netos e descendentes. Parece que os “técnicos” que têm essa outra visão de mundo, sejam das indústrias ou dos organismos governamentais responsáveis pela regulamentação dessas substâncias, são os últimos seres vivos do planeta e que não têm nenhum compromisso com o futuro.
I – Eu quero que expliques mais um pouco, essas afirmativas que fizeste com relação a essas moléculas e a sobrevivência das “crianças e nenês que ainda nem nasceram” como disse antes.
J – Bem, o que vem se descobrindo, reafirmo e insisto, científica e completamente embasada, em pesquisas, testes, estudos e análises, nos últimos 20 anos, oriundos de universidades, de mestres e doutores formados nos mesmos moldes dos “técnicos” das indústrias, é a capacidade que essas moléculas, friso, artificiais têm de imitar o comportamento do hormônio feminino. E isso tem aberto uma nova percepção sobre a importância crucial de níveis, absolutamente adequados e compatíveis, de hormônios sexuais tanto do hormônio masculino testosterona como dos femininos estrogênios, na formação e na saúde dos nenês que estão sendo gestados no útero materno. Essas descobertas que agora não podem ser mais ignoradas nem negligenciadas por estarmos sem dúvida comprometendo a sobrevivência de todos os seres vivos, machos e fêmeas, neste planeta. E é só por isso que sou visceralmente contra quaisquer moléculas que sejam artificiais e por isso totalmente desconhecidas pela Vida. Estejam ou sejam elas resinas plásticas, fármacos, agrotóxicos, produtos domissanitários, cosméticos, tecidos, produtos de higiene e de limpeza, roupas, partes de utensílios como automóveis, computadores, aviões etc, etc, etc.
I – Então achas que o mundo moderno está sendo um grande erro?
J – Desta forma, sim. E essa minha percepção está fundada naquilo que acho que tem sido o nosso grande equívoco: substituir tudo o que é e era natural por tudo o que é definitivamente artificial. Mas, temos que nos dar conta que estamos num país onde dispomos de todas as moléculas naturais e que são elas que a química artificial tem tentado substituir pelas feitas em laboratórios. E dramaticamente, em vez de investirmos nossos recursos financeiros no sentido de aprimorar, adaptar e adequar essas moléculas que a Vida nos deu para sermos seus guardiões, optamos por ficar “aprimorando”, “adaptando” e “adequando” essas que estão levando à destruição da vida.
I – Por que falaste agora em investimento? Sabes como foram os investimentos dessa fábrica?
J – Sim. Isso está disponível para o conhecimento de todos. Conforme textualmente “o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (SINDIPOLO), dos cerca de R$ 450 milhões para a construção da Planta Verde da Braskem, 70% são do BNDES que é dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Dos 30% restantes, 40% é da Petrobras.” (ver link: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36624). Acho que com esses dados mostram como se misturam os investimentos “privados” e a importância dada à saúde pública dos brasileiros. Eu espero que as pessoas, ao obterem essas informações, façam a opção sobre qual trilha elas querem seguir.
I – Novamente, agradeço em nome de outros ecojornalistas, tua contribuição por desvelares mais essa desinformação que está circulando em nosso meio.
EcoAgência
Ambientalista Luiz Jacques Saldanha
Por Ilza Girardi - especial para a EcoAgência
No dia 24 de setembro foi inaugurada, no Pólo Petroquímico de Triunfo, a primeira fábrica de “plástico verde” do mundo. O evento contou com a presença do Presidente da República, ganhou holofotes na mídia e um espaço na novela Passione, da Rede Globo. Para falar sobre o assunto convidamos o engenheiro agrônomo, advogado e ambientalista Luiz Jacques Saldanha. Ele tem sido um crítico da geração, manufatura e uso indiscriminado e onipresente de substâncias artificiais que vão dos agrotóxicos, produtos de limpeza e de cuidado pessoal aos fármacos e plásticos em nosso dia-a-dia, destacando, principalmente, seus efeitos sobre a saúde de todos os seres vivos do planeta. Confira a seguir a entrevista concedida à jornalista do NEJ-RS, Ilza Girardi.
Ilza – Jacques, o que é o “plástico verde”? Será que ele resolverá todos os problemas que os plásticos têm causado em termos de poluição do ar, da água e da terra?
Jacques – Bem, este é o mais novo engodo que o sistema nos presenteia. E é um engodo da pior espécie porque está, pela primeira vez, fazendo um dos maiores greenwashing dos últimos tempos em nosso meio, no que se refere a resinas plásticas!
I – O que o greenwashing tem a ver com esse plástico?
J – É uma expressão empregada pelos ecologistas no mundo inteiro para desmascarar estas jogadas de marketing que as grandes poluidoras mundiais têm procurado fazer com a boa vontade e a boa fé dos cidadãos planetários. Na verdade, essa é uma forma de se relacionar com um termo semelhante como o que se emprega no mundo do crime. A mídia criou a expressão “lavagem do dinheiro” quando denuncia o que os criminosos tentam fazer para “limpar” um dinheiro de sua origem ilícita. Aqui é a mesma coisa. A diferença é que o crime aqui se relaciona com a questão ambiental e a saúde pública. E nesse caso, toda essa construção deste plástico ser “verde” demonstra a mesma maracutaia.
I – Mas e por que eles não são “verdes”?
J – Nem todas as pessoas sabem que o petróleo em si é um produto natural. Muitas pessoas acham que o próprio petróleo já é um problema. Mas não. O petróleo é um bem natural e biodegradável por ser metabolizável pelos seres vivos. Apesar de ter em sua composição de petróleo bruto a presença dos cancerígenos PAHs - aromáticos policíclicos. Assim é fundamental nos darmos conta de que é esse permanente jogo da desinformação que faz com que o sistema se mantenha vivo. E tem sido esse jogo que tem levado a muitos de nós, cidadãos comuns, nos sentirmos tão desamparados e impotentes que ficamos zonzos e faz com que nas situações da vida passamos a ser contra tudo ou aceitarmos tudo. Fazemos isso por absoluta falta de chão! Assim, quando afirmamos que eles não são verdes é porque o produto que eles vão produzir é exatamente igual ao outro! Sem tirar nem por! Tão poluidor e problemático como quaisquer dos outros plásticos que não são “verdes”.
I – Como assim?
J – Como disse antes, o petróleo é natural e por si só é biodegradável. O problema do petróleo não está nele mesmo, está em como a indústria petroquímica tem utilizado aquilo que lhe dá condições de fornecer a essência que mais lhe interessa: o carbono. O petróleo assim como outras fontes de carbono é o grande foco da indústria petroquímica. Ou seja, ela toma o carbono dessas fontes e daí para frente é que começa o seu grande drama. Esse elemento é utilizado para gerar substâncias que nunca existiram na vida da Terra. Essa artificialização do carbono nestas moléculas sintetizadas em laboratório é que vêm causando todo o drama dos últimos sessenta anos no planeta. E vão além das resinas plásticas aos venenos agrícolas, aos detergentes sintéticos, aos fármacos e a muitos outros. E todas essas moléculas são sintetizadas nos pólos petroquímicos. Pode-se ver essa pretensão na reportagem do Estadão de 25 de setembro último. Ali o executivo da corporação afirma que querem implantar essas fábricas por vários continentes (ver link: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36663).
I – Mas há pouco tempo, ocorreu o derramamento de petróleo no Golfo do México gerando poluição e problemas ambientais, impensáveis e incalculáveis, e que vão perdurar por muito tempo.
J – Sim, tu tens razão. Esse caso é dramático. Lembro das palavras do Lutzenberger que dizia que “poluição é a coisa certa no lugar errado”. E o petróleo do Golfo do México foi bem esse caso.
I – Mas voltando ao caso da Braskem e ao plástico “verde” ...
J – Por isso é importantíssimo termos condições de entender um pouco mais tudo o que envolve o petróleo e a petroquímica. A começar por esta confusão geral em que mídia se mostra ignorante ou tendenciosa, demonstrando uma manipulação dos fatos quanto a esse “verde”. Ah! Inclusive foram tão fundo nesse processo que até alguns prédios foram pintados de verde como se vê em algumas fotos! Ficamos nos perguntando se esse pessoal não está sendo debochado ao fazer tudo isso para criar nesta fábrica a “imagem concreta” de quão “verdes” eles são.
I – E por que eles podem fazer isso com esse respaldo político, social e técnico?
J – Essa pergunta eu também me faço e vejo como nós, da sociedade civil, estamos abandonados e vulneráveis a todo esse esquema que se forma em torno daqueles que têm o poder econômico. Temos que perceber que a Braskem está fazendo muita força para se tornar uma das grandes transnacionais da petroquímica do mundo emergente. E como nossa sociedade ainda é muito vassala do poder econômico, há uma posição de subserviência muito forte nelas quando ninguém se questiona de nada. E digo isso porque se olhares as notícias sobre este evento, verás que tudo está dito sem nada ter sido escamoteado.
I – De que maneira?
J – O aspecto técnico, por exemplo. Os próprios técnicos da Braskem afirmam que essa resina vai ser exatamente igual às outras e que ela não será biodegradável. Ou seja, não trará nenhum benefício “verde” no seu uso. Terá seu comportamento, quando no ambiente, igual às outras resinas. E isso vem sendo dito e redito em vários momentos, desde a notícia do lançamento da pedra fundamental em 2009. Então sob o aspecto “ecológico”, essa tecnologia é um absurdo porque está buscando produzir um absurdo.
I – Tecnologia absurda?
J – Tu sabes que o Rio Grande do Sul não produz cana, a não ser meia dúzia de pés para as vacas para épocas de falta de pasto. O nosso estado não produz uma gota de etanol para ser escolhida aqui a feitura dessa fábrica. Mas então por que fazer por aqui? Na minha visão isso pode ser até maquiavélico. O Rio Grande ainda desfruta no país, de uma aura de um estado com preocupações ecológicas e que o seu povo seria muito exigente etc. Assim, fazer lá nos estados onde a Braskem tem seus pólos, São Paulo e Bahia, não traria tanta “credibilidade” para este plástico “verde” como aí, no berço do ecologismo no Brasil. Podes perceber que terão que ser trazidos mais ou menos 400 milhões de litros de álcool, conforme informam os técnicos, para produzir essas 200 mil toneladas de plástico “verde”. Imagina o custo energético e ambiental de se trazer essa matéria prima do Paraná, São Paulo e Minas! Isso é ecológico? Assim, fazer isso e aqui no estado demonstra o seu absurdo até porque o plástico será igual ao outro!
I – Mas onde está então o “verde” dessa tecnologia?
J – Estaria justamente nesta fonte de carbono, a cana de açúcar! E é nisso que, no discurso tecnocrático, tornaria esse plástico “verde”. E dizem, inclusive com grande alarde, de que para cada tonelada de plástico produzido nesta fábrica, ocorreria o seqüestro de, mais ou menos, umas 2,5 toneladas de carbono. Assim para nós, os cidadãos comuns e desinformados, parece que será no processo de fabricação, nesta passagem do carbono do álcool para o carbono do plástico que ocorreria o grande seqüestro desse gás de efeito estufa. Mas não! A enganação é essa. Estão falando do processo de fotossíntese da cana em que para produzir o amido, a planta utiliza o gás carbônico e que não tem nada a ver com a fabricação da resina plástica. E se fores contar o desperdício de energia para o transporte desses milhões de litros, cairiam por terra quaisquer insinuações de que esse processo tecnológico teria algo de ecológico.
I – Certo. Parece que está claro que esse processo não tem nada de ecológico e nem esse plástico seria, no mínimo, um pouquinho “erverdeado”. Mas um aspecto que sempre tens levantado inclusive está fortemente presente em teu site (www.nossofuturoroubado.com.br), é a presença dos aditivos ou plastificantes. Como será que ficariam neste processo?
J – Exatamente igual. É importante termos idéia de como a empresa quer apresentar seu produto. Como essa resina é idêntica à outra, a indústria está pretendendo inclusive colocar um selo nas embalagens para identificá-la para o consumidor final. E pasma. Eles estão inclinados a colocar coisas como essa – olha só a ironia e o deboche: “I’m green”. Assim o consumidor final pensaria que estaria consumindo algo realmente que fosse dentro dos princípios ambientais e ecológicos por ter essa expressão. Não é um absurdo!? Conseqüentemente, como ninguém fala no Brasil sobre os esses “adereços” dos aditivos – como o nonilfenol (proibido na Comunidade Européia), o ftalato, o bisfenol A (banido das mamadeiras no Canadá e em vários estados e cidades norte-americanas) dentre tantos outros – estariam completamente adequados para serem utilizados em quaisquer das resinas plásticas para que pudessem ter competitividade de mercado.
I – Levantaste um aspecto muito pouco falado e assumido no nosso país. A questão desses aditivos como o bisfenol A que nem se fala quanto mais haver qualquer discussão sobre sua nocividade. O que me dizes disso?
J – É assim como levantas. O bisfenol A hoje é o grande ícone da luta da cidadania informada e consciente na busca de eliminar esses aditivos que estão completamente escondidos no âmago dessas resinas plásticas. Isso porque nem se menciona e nem se cita na composição dos produtos. O bisfenol A, também conhecido no mundo pela sigla BPA, é o DDT do século XXI. Vale lembrar que o DDT foi identificado, nos anos sessenta, como o grande vilão dos venenos que transitavam da agricultura para nossa casa como inseticida, e que acabou permitindo que se desvelasse e se descortinasse todo o horror das moléculas sintéticas que vêm envenenando, ainda hoje, o nosso alimento de cada dia. Pois bem, o BPA também está abrindo essa porteira e parece que será através dele que se verá todo o horror que temos em nossos produtos do dia-a-dia e que estão inviabilizando a sobrevivência de todos os machos no planeta, incluindo os seres humanos.
I – Mas como disseste antes, porque tu achas que a nocividade dessas substâncias não está sendo reconhecida pelos órgãos encarregados de zelar pela saúde das pessoas no Brasil?
J – Acho que muitos são os fatores, mas alguns deles chamam a atenção. Começa com a ineficácia e a inoperância dos técnicos da Anvisa. Se existe toda essa pesquisa independente e que demonstra que esses aditivos estão comprometendo a saúde dos fetos e das crianças, por que não colocam sob suspeita todos eles como estão fazendo os países do primeiro mundo? Será que vamos continuar vivendo como temos vivido com os agrotóxicos que são banidos e proibidos em vários países do mundo e aqui continuam a ser usados livremente? Assim, só posso concluir que a visão de mundo desses técnicos tanto da saúde como do meio ambiente no Brasil, estão totalmente alinhados e comprometidos com a mesma visão dos técnicos e das direções das indústrias. Temos casos bem contundentes no Brasil com os trabalhos que a Fundação Osvaldo Cruz do Ministério da Saúde têm feito tanto sobre alguns desses aditivos como com os agrotóxicos. E aí vem a pergunta: por que os técnicos do governo federal que tratam desses temas, não “lêem”, não “ouvem”, não “conhecem” esses trabalhos dessas instituições públicas? Por que será que continuam a considerar as pesquisas, as respostas, os estudos financiados e apoiados pelas indústrias como os únicos que “poderiam” desfrutar de credibilidade? Acho que com essas minhas considerações e perguntas, a resposta está dada, não te parece?
I – Tu tens mostrado um documentário da tevê canadense de 2008 em que se mostra que esses mesmos aditivos e plastificantes que estão nas resinas plásticas das embalagens, também estão presentes nos produtos de beleza, como maquiagens, bloqueadores solares, batons e outros?
J – Sim. Existem vários sites europeus e norte-americanos que mostram a loucura que tem sido o emprego dessas moléculas em produtos como esses que mencionaste. Tenho no site que criei (www.nossofuturoroubado.com.br) uma série de artigos traduzidos daqueles sites e ONGs em que se vê as respostas científicas que mostram que essas moléculas deveriam ser eliminadas imediatamente. Não consigo entender como o dinheiro está tão acima da saúde de todas as crianças e nenês que ainda nem nasceram. Parece que só nós que estamos nesta busca, temos filhos, netos e descendentes. Parece que os “técnicos” que têm essa outra visão de mundo, sejam das indústrias ou dos organismos governamentais responsáveis pela regulamentação dessas substâncias, são os últimos seres vivos do planeta e que não têm nenhum compromisso com o futuro.
I – Eu quero que expliques mais um pouco, essas afirmativas que fizeste com relação a essas moléculas e a sobrevivência das “crianças e nenês que ainda nem nasceram” como disse antes.
J – Bem, o que vem se descobrindo, reafirmo e insisto, científica e completamente embasada, em pesquisas, testes, estudos e análises, nos últimos 20 anos, oriundos de universidades, de mestres e doutores formados nos mesmos moldes dos “técnicos” das indústrias, é a capacidade que essas moléculas, friso, artificiais têm de imitar o comportamento do hormônio feminino. E isso tem aberto uma nova percepção sobre a importância crucial de níveis, absolutamente adequados e compatíveis, de hormônios sexuais tanto do hormônio masculino testosterona como dos femininos estrogênios, na formação e na saúde dos nenês que estão sendo gestados no útero materno. Essas descobertas que agora não podem ser mais ignoradas nem negligenciadas por estarmos sem dúvida comprometendo a sobrevivência de todos os seres vivos, machos e fêmeas, neste planeta. E é só por isso que sou visceralmente contra quaisquer moléculas que sejam artificiais e por isso totalmente desconhecidas pela Vida. Estejam ou sejam elas resinas plásticas, fármacos, agrotóxicos, produtos domissanitários, cosméticos, tecidos, produtos de higiene e de limpeza, roupas, partes de utensílios como automóveis, computadores, aviões etc, etc, etc.
I – Então achas que o mundo moderno está sendo um grande erro?
J – Desta forma, sim. E essa minha percepção está fundada naquilo que acho que tem sido o nosso grande equívoco: substituir tudo o que é e era natural por tudo o que é definitivamente artificial. Mas, temos que nos dar conta que estamos num país onde dispomos de todas as moléculas naturais e que são elas que a química artificial tem tentado substituir pelas feitas em laboratórios. E dramaticamente, em vez de investirmos nossos recursos financeiros no sentido de aprimorar, adaptar e adequar essas moléculas que a Vida nos deu para sermos seus guardiões, optamos por ficar “aprimorando”, “adaptando” e “adequando” essas que estão levando à destruição da vida.
I – Por que falaste agora em investimento? Sabes como foram os investimentos dessa fábrica?
J – Sim. Isso está disponível para o conhecimento de todos. Conforme textualmente “o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (SINDIPOLO), dos cerca de R$ 450 milhões para a construção da Planta Verde da Braskem, 70% são do BNDES que é dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Dos 30% restantes, 40% é da Petrobras.” (ver link: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36624). Acho que com esses dados mostram como se misturam os investimentos “privados” e a importância dada à saúde pública dos brasileiros. Eu espero que as pessoas, ao obterem essas informações, façam a opção sobre qual trilha elas querem seguir.
I – Novamente, agradeço em nome de outros ecojornalistas, tua contribuição por desvelares mais essa desinformação que está circulando em nosso meio.
EcoAgência
Belo Monte: o brilhante voto do Desembargador Federal Souza Prudente
Em 17 de junho de 2010 a Corte Especial do Tribunal Federal da 1ª Região julgou o mérito da Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal do Pará, contra o leilão da usina de Belo Monte. Em 18 de abri de 2010, o juiz Federal Antonio Carlos Almeida Campelo, de Altamira, havia concedido uma das três liminares que cancelava o leilão, mas ela foi cassada pelo Tribunal, em menos de 24 horas.
Telma Monteiro
O Desembargador Federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da 1ª Região, no exercício de seu direito de votar no julgamento do mérito da liminar que cancelou o leilão de Belo Monte, nos deu um presente inesperado. Seu voto, apesar de vencido, é uma linda peça em defesa do princípio da precaução, do Ministério Público Federal do Pará, do Juiz Campelo, do meio ambiente, dos povos indígenas e dos interesses difusos. Souza Prudente começou reforçando sua independência diante da questão e o fato de não concorrer a cargo público e de não dever favores ao governo.
Segundo as notas taquigráficas do seu Voto ele afirmou que ainda não há regulamentação das condições específicas para a exploração de potencial hidrelétrico em terras indígenas; não é possível a atividade de geração de energia através de potenciais de energia hidráulica em terra indígena sem que seja editada a lei. Para ele, o deferimento de licença prévia, o leilão ou qualquer ato administrativo que autorize a construção de Belo Monte antes da regulamentação da lei que permitiria atividade em terras indígenas, seriam nulos.
Afirmou que o Ministério Público cumpriu seu dever funcional atribuido pela Constituição Federal de instaurar inquérito civil e ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Relembrou precedente clássico da relatoria do Ministro Celso de Mello, na Suprema Corte, sobre “a incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais, nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia ‘a defesa do meio ambiente’ (CF, art. 170, inc. VI), e traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral”.
Souza Prudente citou ainda, da relatoria de Celso de Mello, que o poder público não deve subestimar e muito menos hostilizar os povos indígenas. Qualquer desenvolvimento que se faça, continua, sem ou contra os indígenas desrespeita a Constituição Federal e fere de morte o desenvolvimento “tão ecologicamente equilibrado quanto humanizado e culturalmente diversificado de modo a incorporar a realidade vista”.
“A usina Belo Monte, que se pretende instalar em terras indígenas, até porque não se pode, evidentemente, ignorar o impacto que essa obra, de uma dimensão que atinge a sua qualificação como a terceira maior usina hidrelétrica do planeta, certamente irá atingir as comunidades indígenas e ribeirinhas do rio Xingu não só nos aspectos de ordem de impacto físico-ambiental, mas também de ordem cultural e, finalmente, de ordem moral”.
No seu voto ele ainda demonstra a relevância da questão indígena nos estudos ambientais, inconclusos, que não permitiriam a concessão da licença prévia, a licitação da obra, e o atropelamento do processo legal. Em dado momento Souza Prudente se supera ao relembrar o princípio da precaução ratificado pelo Brasil e que está sendo violentado no caso de Belo Monte
“A Hidrelétrica de Belo Monte, na dimensão em que fora descrita no estudo prévio de impacto ambiental inconcluso é uma ameaça à preservação do maior bioma do planeta, o bioma amazônico. E o interesse difuso não é só dos brasileiros, mas de todos os habitantes da terra e do cosmos, se é que além da terra existem extraterrestres que terão também interesse em preservar a Amazônia.”
Ao se referir ao presidente Lula quando assinou o acordo de Copenhagen, feito às pressas, comparou com os estudos de impacto ambiental aqui no Brasil, que também são feitos às pressas em desrespeito ao manejo adequado dos recursos financeiros e da tecnologia. A aprovação de Belo Monte é uma postura governamental contrária a todos os acordos firmados pelo Brasil, afirmou Souza Prudente. “É uma contradição”.
“A Srª ministra Dilma Rousseff, quando abriu a manifestação brasileira em Copenhagen, disse e, com a devida vênia, escandalizou, no seu discurso, que ’o meio ambiente atrapalha o progresso’. E logo em seguida Sua Excelência afirmou que não há progresso sem hidrelétrica. Com a devida vênia, não posso concordar com essas colocações, como lá ninguém concordou com essas colocações da ministra Dilma.”
Ao concluir seu voto, Souza Prudente insistiu que Belo Monte não teria sido licenciada com tanta pressa se tivesse havido um estudo de impacto ambiental sério. Os atropelamentos no processo foram observados pelo Ministério Público Federal em parecer distribuído a todos os membros da Corte e causa estranheza o fato de que esse projeto, já cogitado há mais de trinta anos, desde o Regime Militar, possa ter um desfecho tão apressado, às vésperas da mudança de governo.
Em fecho de ouro ele ainda se referiu aos vinte e três bilhões de reais previstos nos custos da obra que, “certamente, não ficará pronta apenas com tal quantia que será derramada dos cofres públicos.” Finalizou citando Fernando Pessoa e dando seu voto contra uma “tragédia ambiental no planeta, de conseqüências imprevisíveis para todos os seres vivos, que nele habitam.”
Clique aqui para ler o voto do Desembargador Souza Prudente, na íntegra
Telma Monteiro
Coordenadora Energia
Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental
http://telmadmonteiro.blogspot.com/
https://twitter.com/TelmaMonteiro
Telma Monteiro
O Desembargador Federal Souza Prudente, do Tribunal Federal da 1ª Região, no exercício de seu direito de votar no julgamento do mérito da liminar que cancelou o leilão de Belo Monte, nos deu um presente inesperado. Seu voto, apesar de vencido, é uma linda peça em defesa do princípio da precaução, do Ministério Público Federal do Pará, do Juiz Campelo, do meio ambiente, dos povos indígenas e dos interesses difusos. Souza Prudente começou reforçando sua independência diante da questão e o fato de não concorrer a cargo público e de não dever favores ao governo.
Segundo as notas taquigráficas do seu Voto ele afirmou que ainda não há regulamentação das condições específicas para a exploração de potencial hidrelétrico em terras indígenas; não é possível a atividade de geração de energia através de potenciais de energia hidráulica em terra indígena sem que seja editada a lei. Para ele, o deferimento de licença prévia, o leilão ou qualquer ato administrativo que autorize a construção de Belo Monte antes da regulamentação da lei que permitiria atividade em terras indígenas, seriam nulos.
Afirmou que o Ministério Público cumpriu seu dever funcional atribuido pela Constituição Federal de instaurar inquérito civil e ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Relembrou precedente clássico da relatoria do Ministro Celso de Mello, na Suprema Corte, sobre “a incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais, nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia ‘a defesa do meio ambiente’ (CF, art. 170, inc. VI), e traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral”.
Souza Prudente citou ainda, da relatoria de Celso de Mello, que o poder público não deve subestimar e muito menos hostilizar os povos indígenas. Qualquer desenvolvimento que se faça, continua, sem ou contra os indígenas desrespeita a Constituição Federal e fere de morte o desenvolvimento “tão ecologicamente equilibrado quanto humanizado e culturalmente diversificado de modo a incorporar a realidade vista”.
“A usina Belo Monte, que se pretende instalar em terras indígenas, até porque não se pode, evidentemente, ignorar o impacto que essa obra, de uma dimensão que atinge a sua qualificação como a terceira maior usina hidrelétrica do planeta, certamente irá atingir as comunidades indígenas e ribeirinhas do rio Xingu não só nos aspectos de ordem de impacto físico-ambiental, mas também de ordem cultural e, finalmente, de ordem moral”.
No seu voto ele ainda demonstra a relevância da questão indígena nos estudos ambientais, inconclusos, que não permitiriam a concessão da licença prévia, a licitação da obra, e o atropelamento do processo legal. Em dado momento Souza Prudente se supera ao relembrar o princípio da precaução ratificado pelo Brasil e que está sendo violentado no caso de Belo Monte
“A Hidrelétrica de Belo Monte, na dimensão em que fora descrita no estudo prévio de impacto ambiental inconcluso é uma ameaça à preservação do maior bioma do planeta, o bioma amazônico. E o interesse difuso não é só dos brasileiros, mas de todos os habitantes da terra e do cosmos, se é que além da terra existem extraterrestres que terão também interesse em preservar a Amazônia.”
Ao se referir ao presidente Lula quando assinou o acordo de Copenhagen, feito às pressas, comparou com os estudos de impacto ambiental aqui no Brasil, que também são feitos às pressas em desrespeito ao manejo adequado dos recursos financeiros e da tecnologia. A aprovação de Belo Monte é uma postura governamental contrária a todos os acordos firmados pelo Brasil, afirmou Souza Prudente. “É uma contradição”.
“A Srª ministra Dilma Rousseff, quando abriu a manifestação brasileira em Copenhagen, disse e, com a devida vênia, escandalizou, no seu discurso, que ’o meio ambiente atrapalha o progresso’. E logo em seguida Sua Excelência afirmou que não há progresso sem hidrelétrica. Com a devida vênia, não posso concordar com essas colocações, como lá ninguém concordou com essas colocações da ministra Dilma.”
Ao concluir seu voto, Souza Prudente insistiu que Belo Monte não teria sido licenciada com tanta pressa se tivesse havido um estudo de impacto ambiental sério. Os atropelamentos no processo foram observados pelo Ministério Público Federal em parecer distribuído a todos os membros da Corte e causa estranheza o fato de que esse projeto, já cogitado há mais de trinta anos, desde o Regime Militar, possa ter um desfecho tão apressado, às vésperas da mudança de governo.
Em fecho de ouro ele ainda se referiu aos vinte e três bilhões de reais previstos nos custos da obra que, “certamente, não ficará pronta apenas com tal quantia que será derramada dos cofres públicos.” Finalizou citando Fernando Pessoa e dando seu voto contra uma “tragédia ambiental no planeta, de conseqüências imprevisíveis para todos os seres vivos, que nele habitam.”
Clique aqui para ler o voto do Desembargador Souza Prudente, na íntegra
Telma Monteiro
Coordenadora Energia
Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental
http://telmadmonteiro.blogspot.com/
https://twitter.com/TelmaMonteiro
Meios de comunicação que elegem presidentes
Meios de comunicação que elegem presidentes
Pascual Serrano
Rebelión
O uso dos meios de comunicação como principal veículo para fazer política e tomar de assalto os governos já é uma realidade nos países de economia de mercado. A casuística é variada, mas semelhante no essencial. Pode acontecer que alguns políticos desprestigiados e corrompidos cedam o destaque de sua ideologia a meios privados para que lutem por algumas posições ideológicas nas quais ninguém acredita mais quando saem da sua boca, como acontece no caso da Venezuela. Em outros, é o magnata dos meios de comunicação que, graças ao trabalho de suas televisões e jornais consegue chegar ao governo, como Silvio Berlusconi na Itália. Agora estamos vendo como isso acontece nos EUA. Ali, o dono da cadeia Fox, Rupert Murdoch, doou um milhão de dólares à Câmara de Comércio, um lobby republicano que, estima-se, tenha investido 75 milhões de dólares de procedência legalmente obscura nas eleições primárias norte-americanas. Já em julho, discretamente entregou outro milhão à Associação de Governadores Republicanos. “O que faríamos sem a Fox News? Amamos nossa Fox News”, disse em um comício em Kentucky a ex-candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin.
Tudo isso supõe várias perversões da democracia. Uma delas é que se dinamita o direito à informação dos cidadãos que se aproximam dos meios de comunicação para procurar notícias e se transformam em reféns de campanhas políticas. Além disso, e ainda mais grave, isso se faz a partir da argumentação das empresas de comunicação, de que defendem a liberdade de expressão e que oferecem informações neutras. Das quatro figuras políticas norte-americanas que aspiram à candidatura presidencial norte-americana em 2012, três estão na relação de funcionários da Fox, bem como comentaristas e apresentadores de “informativos”: a citada Sarah Palin, Newt Gringrich e Rich Santorum. Por outro lado, nem todas as ideologias dispõem das mesmas oportunidades para praticar essa forma de tentativa de tomada de governo, pois somente as de direita ou neoliberais são aceitas nos meios de comunicação privados. Não é possível que um partido ou um líder que proponham o desenvolvimento do Estado e a nacionalização de empresas e serviços possa ter sua tese defendida por algum grande meio de comunicação privado.
Concluindo, estamos diante do golpe de estado perfeito, pois as vias não são as armas, mas as ondas de rádio e televisão e as rotativas.
Pascual Serrano é jornalista. Publicou recentemente “Traficantes de la Información. La historia oculta de los grupos de comunicación espanholes”, Foca, novembro de 2010.
www.pascualserrano.net
Fonte: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=115904&titular=medios-que-eligen-presidentes-
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
Pascual Serrano
Rebelión
O uso dos meios de comunicação como principal veículo para fazer política e tomar de assalto os governos já é uma realidade nos países de economia de mercado. A casuística é variada, mas semelhante no essencial. Pode acontecer que alguns políticos desprestigiados e corrompidos cedam o destaque de sua ideologia a meios privados para que lutem por algumas posições ideológicas nas quais ninguém acredita mais quando saem da sua boca, como acontece no caso da Venezuela. Em outros, é o magnata dos meios de comunicação que, graças ao trabalho de suas televisões e jornais consegue chegar ao governo, como Silvio Berlusconi na Itália. Agora estamos vendo como isso acontece nos EUA. Ali, o dono da cadeia Fox, Rupert Murdoch, doou um milhão de dólares à Câmara de Comércio, um lobby republicano que, estima-se, tenha investido 75 milhões de dólares de procedência legalmente obscura nas eleições primárias norte-americanas. Já em julho, discretamente entregou outro milhão à Associação de Governadores Republicanos. “O que faríamos sem a Fox News? Amamos nossa Fox News”, disse em um comício em Kentucky a ex-candidata republicana à vice-presidência, Sarah Palin.
Tudo isso supõe várias perversões da democracia. Uma delas é que se dinamita o direito à informação dos cidadãos que se aproximam dos meios de comunicação para procurar notícias e se transformam em reféns de campanhas políticas. Além disso, e ainda mais grave, isso se faz a partir da argumentação das empresas de comunicação, de que defendem a liberdade de expressão e que oferecem informações neutras. Das quatro figuras políticas norte-americanas que aspiram à candidatura presidencial norte-americana em 2012, três estão na relação de funcionários da Fox, bem como comentaristas e apresentadores de “informativos”: a citada Sarah Palin, Newt Gringrich e Rich Santorum. Por outro lado, nem todas as ideologias dispõem das mesmas oportunidades para praticar essa forma de tentativa de tomada de governo, pois somente as de direita ou neoliberais são aceitas nos meios de comunicação privados. Não é possível que um partido ou um líder que proponham o desenvolvimento do Estado e a nacionalização de empresas e serviços possa ter sua tese defendida por algum grande meio de comunicação privado.
Concluindo, estamos diante do golpe de estado perfeito, pois as vias não são as armas, mas as ondas de rádio e televisão e as rotativas.
Pascual Serrano é jornalista. Publicou recentemente “Traficantes de la Información. La historia oculta de los grupos de comunicación espanholes”, Foca, novembro de 2010.
www.pascualserrano.net
Fonte: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=115904&titular=medios-que-eligen-presidentes-
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Impactos socioambientais das hidrelétricas: uma visão local e nacional
Detalhe do evento
IHU Ideias - Novembro 2010
Apresentação
A atividade IHU ideias é um espaço de discussão, análise e avaliação de questões que se constituem em grandes desafios de nossa época. Busca fazê-lo no âmbito do debate cultural, tendo como parâmetro o humanismo social cristão.
Realização
Data de início: 04/11/2010
Data de término: 25/11/2010
Horário: 17h30min às 19h
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros - IHU
Carga horária: 4h30min
Objetivo
Objetivo geral:
Fomentar o debate sobre temas da atualidade, abrangendo as áreas de atuação do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
Objetivos específicos:
• Discutir temas emergentes das descobertas científicas e suas implicações.
• Analisar as questões de ordem sócio-político-econômico-espirituais e culturais que influenciam na organização de diferentes grupos sociais.
• Avaliar, considerando o contexto de globalização e da “sociedade da informação”, as repercussões na vida do ser humano enquanto sujeito.
Público-alvo
Professores, acadêmicos, colaboradores da Unisinos e comunidade em geral.
Programação*
04/11/2010
Lulismo: Da Era dos Movimentos Sociais À Ascensão da Nova Classe Média Brasileira (lançamento do livro)
Palestrante: Prof. Dr. Rudá Ricci - PUC - Minas
11/11/2010
Impactos socioambientais das hidrelétricas: uma visão local e nacional
Palestrante: Prof. Dr. Roberto Naime – FEEVALE
25/11/2010
Os demitidos da vida: reflexões do mundo do trabalho a luz do MTD/RS
Palestrante: Rita de Cássia Machado – Mestre e Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Certificado:
O aluno poderá solicitar seu certificado na Central de Relacionamento Unisinos se estiver devidamente inscrito no evento e comprovada a sua presença na Ata de Ciência e Comparecimento.
*Sujeito a alterações
Investimento
Evento gratuito
Coordenação
Prof. Dr. Inácio Neutzling
Prof. MS Lucas Henrique da Luz
Esp. Susana Rocca – Unisinos
Promoção
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
Instituto Humanitas Unisinos – IHU
Informações
Linha Direta Unisinos: +55 (51) 3591 1122
Email: humanitas@unisinos.br
www.unisinos.br/eventos
www.ihu.unisinos.br
Observação: a inscrição é obrigatória para eventos pagos
IHU Ideias - Novembro 2010
Apresentação
A atividade IHU ideias é um espaço de discussão, análise e avaliação de questões que se constituem em grandes desafios de nossa época. Busca fazê-lo no âmbito do debate cultural, tendo como parâmetro o humanismo social cristão.
Realização
Data de início: 04/11/2010
Data de término: 25/11/2010
Horário: 17h30min às 19h
Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros - IHU
Carga horária: 4h30min
Objetivo
Objetivo geral:
Fomentar o debate sobre temas da atualidade, abrangendo as áreas de atuação do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
Objetivos específicos:
• Discutir temas emergentes das descobertas científicas e suas implicações.
• Analisar as questões de ordem sócio-político-econômico-espirituais e culturais que influenciam na organização de diferentes grupos sociais.
• Avaliar, considerando o contexto de globalização e da “sociedade da informação”, as repercussões na vida do ser humano enquanto sujeito.
Público-alvo
Professores, acadêmicos, colaboradores da Unisinos e comunidade em geral.
Programação*
04/11/2010
Lulismo: Da Era dos Movimentos Sociais À Ascensão da Nova Classe Média Brasileira (lançamento do livro)
Palestrante: Prof. Dr. Rudá Ricci - PUC - Minas
11/11/2010
Impactos socioambientais das hidrelétricas: uma visão local e nacional
Palestrante: Prof. Dr. Roberto Naime – FEEVALE
25/11/2010
Os demitidos da vida: reflexões do mundo do trabalho a luz do MTD/RS
Palestrante: Rita de Cássia Machado – Mestre e Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
Certificado:
O aluno poderá solicitar seu certificado na Central de Relacionamento Unisinos se estiver devidamente inscrito no evento e comprovada a sua presença na Ata de Ciência e Comparecimento.
*Sujeito a alterações
Investimento
Evento gratuito
Coordenação
Prof. Dr. Inácio Neutzling
Prof. MS Lucas Henrique da Luz
Esp. Susana Rocca – Unisinos
Promoção
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
Instituto Humanitas Unisinos – IHU
Informações
Linha Direta Unisinos: +55 (51) 3591 1122
Email: humanitas@unisinos.br
www.unisinos.br/eventos
www.ihu.unisinos.br
Observação: a inscrição é obrigatória para eventos pagos
O MORRO SANTA TERESA : Redenção e caminhada
O MORRO SANTA TERESA
SE APRESENTA DE NOVO
NO BRIQUE DA REDENÇÃO
neste domingo, a partir das 9,30 horas
junto à parada de ônibus na frente da Escola Militar
Estaremos lá com os banners, um varal de fotos do Morro, folders, camisetas a R$ 20,00 e as Cartas de Intenções.
Precisamos colher mais assinaturas e dar maior visibilidade ao Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa, se quisermos apresentar nossa Carta ao Governador e à imprensa, ao final de novembro, com alguma força.
Leve chimarrão, caneta e uma prancheta, se tiveres. Se não, vai com a vontade de ver o Morro transformado em parque, as vilas urbanizadas e a FASE descentralizada.
E no sábado..................
participe e divulgue
II CAMINHADA
NO MORRO SANTA TERESA
DIA 6 DE NOVEMBRO – SÁBADO
INÍCIO ÀS 9 HORAS
Local para a saída e retorno:
belvedere do Morro Santa Teresa, junto às TVs
(É a penúltima parada do ônibus TV, que sai da Rua Salgado Filho,
próximo à Santa Casa.)
Conheça os campos, a mata nativa, a pedreira, as comunidades e deslumbre a vista maravilhosa da cidade e do estuário. Vais te integrar, com certeza, a tantos que querem a urbanização das vilas, a descentralização da FASE e, das áreas remanescentes daquele morro maravilhoso, o Parque Morro Santa Teresa.
É recomendado usar roupa e calçado leves, levar lanche, água, máquina fotográfica e, quem sabe, um chimarrrão. Se houver previsão de chuva para este dia, fica transferido para o sábado seguinte.
www.omorroenosso.com.br
--------------------------------------------------------------------------------
E NO DIA SEGUINTE, DOMINGO, 7 DE NOVEMBRO, A PARTIR DAS 9,30 HORAS
VÁ AO BRIQUE DA REDENÇÃO
Estaremos lá com banners, varal de fotos, folders, camisetas e Cartas de Intenções
ADQUIRA UMA CAMISETA POR R$ 20,00 E AJUDE DAR MAIOR VISIBILIDADE AO MOVIMENTO E A COLHER ASSINATURAS DE ADESÃO À CARTA DE INTENÇÕES.
O Morro agradece. E Porto Alegre também.
--------------------------------------------------------------------------------
Esta previsto também caminhada em 13 de novembro
Caminhada no Morro
E fique atento, pois, dia 6 de outubro, sábado, no dia anterior, teremos a Segunda Caminhada no Morro. Te organiza e avisa aos amigos que ainda não o conhecem. E as camisetas com uma bela estampa do Santiago já estão prontas.
Não deixe de ir à reunião dia 8, segunda-feira, no IAB, às 19,00 horas. Precisamos organizar bem o evento de lançamento da Carta.
SE APRESENTA DE NOVO
NO BRIQUE DA REDENÇÃO
neste domingo, a partir das 9,30 horas
junto à parada de ônibus na frente da Escola Militar
Estaremos lá com os banners, um varal de fotos do Morro, folders, camisetas a R$ 20,00 e as Cartas de Intenções.
Precisamos colher mais assinaturas e dar maior visibilidade ao Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa, se quisermos apresentar nossa Carta ao Governador e à imprensa, ao final de novembro, com alguma força.
Leve chimarrão, caneta e uma prancheta, se tiveres. Se não, vai com a vontade de ver o Morro transformado em parque, as vilas urbanizadas e a FASE descentralizada.
E no sábado..................
participe e divulgue
II CAMINHADA
NO MORRO SANTA TERESA
DIA 6 DE NOVEMBRO – SÁBADO
INÍCIO ÀS 9 HORAS
Local para a saída e retorno:
belvedere do Morro Santa Teresa, junto às TVs
(É a penúltima parada do ônibus TV, que sai da Rua Salgado Filho,
próximo à Santa Casa.)
Conheça os campos, a mata nativa, a pedreira, as comunidades e deslumbre a vista maravilhosa da cidade e do estuário. Vais te integrar, com certeza, a tantos que querem a urbanização das vilas, a descentralização da FASE e, das áreas remanescentes daquele morro maravilhoso, o Parque Morro Santa Teresa.
É recomendado usar roupa e calçado leves, levar lanche, água, máquina fotográfica e, quem sabe, um chimarrrão. Se houver previsão de chuva para este dia, fica transferido para o sábado seguinte.
www.omorroenosso.com.br
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E NO DIA SEGUINTE, DOMINGO, 7 DE NOVEMBRO, A PARTIR DAS 9,30 HORAS
VÁ AO BRIQUE DA REDENÇÃO
Estaremos lá com banners, varal de fotos, folders, camisetas e Cartas de Intenções
ADQUIRA UMA CAMISETA POR R$ 20,00 E AJUDE DAR MAIOR VISIBILIDADE AO MOVIMENTO E A COLHER ASSINATURAS DE ADESÃO À CARTA DE INTENÇÕES.
O Morro agradece. E Porto Alegre também.
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Esta previsto também caminhada em 13 de novembro
Caminhada no Morro
E fique atento, pois, dia 6 de outubro, sábado, no dia anterior, teremos a Segunda Caminhada no Morro. Te organiza e avisa aos amigos que ainda não o conhecem. E as camisetas com uma bela estampa do Santiago já estão prontas.
Não deixe de ir à reunião dia 8, segunda-feira, no IAB, às 19,00 horas. Precisamos organizar bem o evento de lançamento da Carta.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
No sexto dia de protesto na França, 3,5 milhões de pessoas vão às ruas
Mundo | 19/10/2010 |
Imagens: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?template=3947.dwt&site=zerohora&b=1&galeriaid=25023&groupid=392&uf=1&local=1&arquivo_xml=galeria_25023_392.xml&ids=null&initial=340542&playsshow=false
Mobilização é contra reforma da aposentadoria proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy
A França enfrentou nesta terça-feira um novo dia de greves e manifestações contra a reforma da aposentadoria proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy. Cerca de 3,5 milhões de pessoas saíram às ruas, segundo os sindicatos franceses — o mesmo número de 12 de outubro, dia com maior movimentação até então.
No entanto, o dado é contestado pelo Ministério do Interior. Conforme o órgão, 1,1 milhão de manifestantes se mobilizaram nas 266 marchas convocadas em todo o país.
A greve das 12 refinarias da França e o bloqueio de alguns depósitos de combustível — 20 dos 210, segundo o governo — deixaram sem combustível 4 mil dos 12,5 mil postos de gasolina do país, segundo o ministro da Energia, Jean Louis Borloo. Uma reunião de crise, presidida por Sarkozy no Palácio do Eliseu, foi realizada nesta terça-feira para pôr em andamento um "plano de abastecimento" de combustível.
—Ninguém tem o direito de tomar como refém um país inteiro — afirmou o ministro francês, François Fillon.
Após os distúrbios de segunda-feira e da primeira hora de terça, nos arredores de alguns postos secundários, Sarkozy advertia de Deauville (norte) que também tomaria medidas para "garantir a ordem" e evitar "distúrbios", reiterando sua determinação de em avançar com a reforma.
A oposição de esquerda voltou a reprovar a "intransigência" do executivo e o secretário-geral da CGT, Bernard Thibault, pediu ao governo para "aceitar negociações com os sindicatos".
Atualmente em tramitação final no Senado, que deverá aprová-la na quinta-feira, o projeto elevará de 60 para 62 anos a idade mínima para se aposentar e de 65 a 67 anos para ter direito à pensão completa.
— O maior distúrbio seria não cumprir com o meu dever e não prever o financiamento das aposentadorias — insistiu o presidente conservador em uma demonstração de firmeza desaprovada por 65% dos franceses, segundo pesquisa do instituto Viavoice.
Ao contrário, 71% dos franceses, segundo o instituto CSA, apoiou o dia de greves e protestos de terça-feira que se estendeu a jovens, como Charles, um dos muitos que participaram da marcha parisiense.
— Embora não consigamos parar a reforma, continuaremos mobilizados, mesmo que seja só para demonstrar que nos importa — assegurou junto a 30 colegas de classe do Liceu Lamartine.
Uma jovem de 15 anos ficou ferida na explosão de uma motocicleta, perto de um contêiner de lixo em chamas em frente ao seu colégio, no sul da capital, informaram fontes municipais. Uma dezena das 83 universidades do país estão bloqueadas, segundo a União Nacional de Estudantes da França (UNEF).
A greve afetou o tráfego aéreo com o cancelamento de 50% dos voos no aeroporto parisiense de Orly e de 30% nos aeroportos de Roissy Charles de Gaulle e do interior. A atividade nos aeroportos poderá ser dificultada na quarta-feira devido a uma nova greve.
O tráfego ferroviário foi atingido, assim como a circulação em vários pontos do país, onde os caminhoneiros fizeram "operações tartarugas" e grupos de manifestantes bloquearam o acesso em fábricas, indústrias, depósitos de combustível e aeroportos.
Com vários graus de adesão, a greve foi acompanhada nos correios, telecomunicações, educações, creches, rádios públicas e até coletores de lixo e transportadores de valores de algumas cidades.
AFP
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Mundo&newsID=a3079952.xml
Mobilização estudantil e falta de combustível marcam sexto dia de protestos na França
Mais de 266 manifestações foram convocadas em todo o país pelos sindicatos
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http://blogecossocialistas.blogspot.com/
Imagens: http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?template=3947.dwt&site=zerohora&b=1&galeriaid=25023&groupid=392&uf=1&local=1&arquivo_xml=galeria_25023_392.xml&ids=null&initial=340542&playsshow=false
Mobilização é contra reforma da aposentadoria proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy
A França enfrentou nesta terça-feira um novo dia de greves e manifestações contra a reforma da aposentadoria proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy. Cerca de 3,5 milhões de pessoas saíram às ruas, segundo os sindicatos franceses — o mesmo número de 12 de outubro, dia com maior movimentação até então.
No entanto, o dado é contestado pelo Ministério do Interior. Conforme o órgão, 1,1 milhão de manifestantes se mobilizaram nas 266 marchas convocadas em todo o país.
A greve das 12 refinarias da França e o bloqueio de alguns depósitos de combustível — 20 dos 210, segundo o governo — deixaram sem combustível 4 mil dos 12,5 mil postos de gasolina do país, segundo o ministro da Energia, Jean Louis Borloo. Uma reunião de crise, presidida por Sarkozy no Palácio do Eliseu, foi realizada nesta terça-feira para pôr em andamento um "plano de abastecimento" de combustível.
—Ninguém tem o direito de tomar como refém um país inteiro — afirmou o ministro francês, François Fillon.
Após os distúrbios de segunda-feira e da primeira hora de terça, nos arredores de alguns postos secundários, Sarkozy advertia de Deauville (norte) que também tomaria medidas para "garantir a ordem" e evitar "distúrbios", reiterando sua determinação de em avançar com a reforma.
A oposição de esquerda voltou a reprovar a "intransigência" do executivo e o secretário-geral da CGT, Bernard Thibault, pediu ao governo para "aceitar negociações com os sindicatos".
Atualmente em tramitação final no Senado, que deverá aprová-la na quinta-feira, o projeto elevará de 60 para 62 anos a idade mínima para se aposentar e de 65 a 67 anos para ter direito à pensão completa.
— O maior distúrbio seria não cumprir com o meu dever e não prever o financiamento das aposentadorias — insistiu o presidente conservador em uma demonstração de firmeza desaprovada por 65% dos franceses, segundo pesquisa do instituto Viavoice.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Manifesto à Nação - Plínio de Arruda Sampaio
Sexta, 15 de outubro de 2010
Para Plínio, voto nulo é "um claro posicionamento contra o atual sistema e a manifestação de nenhum compromisso com as duas candidaturas"
Manifesto à Nação
Plínio de Arruda Sampaio
De São Paulo
Para os socialistas, a conquista de espaços na estrutura institucional do Estado não é a única nem a principal das suas ações revolucionárias. Em todas estas, os objetivos centrais e prioritários são sempre os mesmos: conscientizar e organizar os trabalhadores, a fim de prepará-los para o embate decisivo contra o poder burguês.
Fiel a esta linha, a campanha do PSOL concentrou-se no tema da igualdade social, o que possibilitou demonstrar claramente que, embora existam diferenças entre os candidatos da ordem, são diferenças meramente adjetivas.
Isto ficou muito claro diante da recusa assustada e desmoralizante das três candidaturas a firmar compromissos com propostas de entidades populares - como a CPT, o MST, as centrais sindicais, o ANDES, o movimento dos direitos humanos - nas questões chaves da reforma agrária, redução da jornada de trabalho sem redução salarial, aplicação de 10% do PIB na educação, combate à criminalização da pobreza.
Não há razão para admitir que se comprometam agora, nem para acreditar que tais compromissos sejam sérios, como se vê pelo espetáculo deprimente da manipulação do sentimento religioso nas questões do aborto, do casamento homossexual, dos símbolos religiosos - temas que foram tratados com espírito público e coragem pela candidatura do PSOL. Nem se fale da corrupção, que campeia ao lado dos escritórios das duas candidaturas ora no segundo turno.
Cerca de um milhão de pessoas captaram nossa mensagem. Constituem a base de interlocutores a partir da qual o PSOL pretende prosseguir, junto com os demais partidos da esquerda, a caminhada do movimento socialista no Brasil.
O segundo turno oferece nova oportunidade para dar um passo adiante na conscientização. Trata-se de esmiuçar as diferenças entre as duas candidaturas que restam, a fim de colocar mais luz na tese de que ambas são prejudiciais à causa dos trabalhadores.
O candidato José Serra representa a burguesia mais moderna, mais organicamente ligada ao grande capital internacional, mais truculenta na repressão aos movimentos sociais. No plano macroeconômico, não se afastará do modelo neoliberal nem deterá o processo de reversão neocolonial que corrói a identidade moral do povo brasileiro. A política externa em relação aos governos progressistas de Chávez, Correa e Morales será um desastre completo.
A candidata Dilma Rousseff é uma incógnita. Se prosseguir na mesma linha do seu criador - o que não se tem condição de saber - o tratamento aos movimentos populares será diferente: menos repressão e mais cooptação. Do mesmo modo, Cuba, Venezuela, Equador e Bolívia continuarão a ter apoio do Brasil.
Sob este aspecto, Dilma leva vantagem sobre a candidatura Serra. Mas não se deve ocultar, porém, o lado negativo dessa política de cooptação dos movimentos populares, pois isto enfraquece a pressão social sobre o sistema capitalista e divide as organizações do povo, como, aliás, está acontecendo com todas elas, sem exceção.
O que é melhor para a luta do povo? Enfrentar um governo claramente hostil e truculento ou um governo igualmente hostil, porém mais habilidoso e mais capaz de corromper politicamente as lideranças populares?
Ao longo dos debates do primeiro turno, a candidatura do PSOL cumpriu o papel de expor essa realidade e cobrar dos representantes do sistema posicionamento claro contra a desigualdade social que marca a história do Brasil e impõe à grande maioria da população um muro que a separa das suas legítimas aspirações. Nenhum deles se dispôs a comprometer-se com a derrubada desse muro. Essa é a razão que me tranqüiliza, no diálogo com os movimentos sociais com os quais me relaciono há 60 anos e com os brasileiros que confiaram a mim o seu voto, de que a única posição correta neste momento é do voto nulo. Não como parte do "efeito manada" decorrente das táticas de demonização que ambas candidaturas adotam a fim de confundir o povo. Mas um claro posicionamento contra o atual sistema e a manifestação de nenhum compromisso com as duas candidaturas.
Plínio Soares de Arruda Sampaio, 80 anos, é advogado e promotor público aposentado. Foi deputado federal por três vezes, uma delas na Constituinte de 1988, é diretor do "Correio da Cidadania" e preside a Associação Brasileira de Reforma Agrária - ABRA
Fale com Plínio Arruda Sampaio: plinio.asampaio@terra.com.br
Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4736984-EI6578,00-Manifesto+a+Nacao.html
Para Plínio, voto nulo é "um claro posicionamento contra o atual sistema e a manifestação de nenhum compromisso com as duas candidaturas"
Manifesto à Nação
Plínio de Arruda Sampaio
De São Paulo
Para os socialistas, a conquista de espaços na estrutura institucional do Estado não é a única nem a principal das suas ações revolucionárias. Em todas estas, os objetivos centrais e prioritários são sempre os mesmos: conscientizar e organizar os trabalhadores, a fim de prepará-los para o embate decisivo contra o poder burguês.
Fiel a esta linha, a campanha do PSOL concentrou-se no tema da igualdade social, o que possibilitou demonstrar claramente que, embora existam diferenças entre os candidatos da ordem, são diferenças meramente adjetivas.
Isto ficou muito claro diante da recusa assustada e desmoralizante das três candidaturas a firmar compromissos com propostas de entidades populares - como a CPT, o MST, as centrais sindicais, o ANDES, o movimento dos direitos humanos - nas questões chaves da reforma agrária, redução da jornada de trabalho sem redução salarial, aplicação de 10% do PIB na educação, combate à criminalização da pobreza.
Não há razão para admitir que se comprometam agora, nem para acreditar que tais compromissos sejam sérios, como se vê pelo espetáculo deprimente da manipulação do sentimento religioso nas questões do aborto, do casamento homossexual, dos símbolos religiosos - temas que foram tratados com espírito público e coragem pela candidatura do PSOL. Nem se fale da corrupção, que campeia ao lado dos escritórios das duas candidaturas ora no segundo turno.
Cerca de um milhão de pessoas captaram nossa mensagem. Constituem a base de interlocutores a partir da qual o PSOL pretende prosseguir, junto com os demais partidos da esquerda, a caminhada do movimento socialista no Brasil.
O segundo turno oferece nova oportunidade para dar um passo adiante na conscientização. Trata-se de esmiuçar as diferenças entre as duas candidaturas que restam, a fim de colocar mais luz na tese de que ambas são prejudiciais à causa dos trabalhadores.
O candidato José Serra representa a burguesia mais moderna, mais organicamente ligada ao grande capital internacional, mais truculenta na repressão aos movimentos sociais. No plano macroeconômico, não se afastará do modelo neoliberal nem deterá o processo de reversão neocolonial que corrói a identidade moral do povo brasileiro. A política externa em relação aos governos progressistas de Chávez, Correa e Morales será um desastre completo.
A candidata Dilma Rousseff é uma incógnita. Se prosseguir na mesma linha do seu criador - o que não se tem condição de saber - o tratamento aos movimentos populares será diferente: menos repressão e mais cooptação. Do mesmo modo, Cuba, Venezuela, Equador e Bolívia continuarão a ter apoio do Brasil.
Sob este aspecto, Dilma leva vantagem sobre a candidatura Serra. Mas não se deve ocultar, porém, o lado negativo dessa política de cooptação dos movimentos populares, pois isto enfraquece a pressão social sobre o sistema capitalista e divide as organizações do povo, como, aliás, está acontecendo com todas elas, sem exceção.
O que é melhor para a luta do povo? Enfrentar um governo claramente hostil e truculento ou um governo igualmente hostil, porém mais habilidoso e mais capaz de corromper politicamente as lideranças populares?
Ao longo dos debates do primeiro turno, a candidatura do PSOL cumpriu o papel de expor essa realidade e cobrar dos representantes do sistema posicionamento claro contra a desigualdade social que marca a história do Brasil e impõe à grande maioria da população um muro que a separa das suas legítimas aspirações. Nenhum deles se dispôs a comprometer-se com a derrubada desse muro. Essa é a razão que me tranqüiliza, no diálogo com os movimentos sociais com os quais me relaciono há 60 anos e com os brasileiros que confiaram a mim o seu voto, de que a única posição correta neste momento é do voto nulo. Não como parte do "efeito manada" decorrente das táticas de demonização que ambas candidaturas adotam a fim de confundir o povo. Mas um claro posicionamento contra o atual sistema e a manifestação de nenhum compromisso com as duas candidaturas.
Plínio Soares de Arruda Sampaio, 80 anos, é advogado e promotor público aposentado. Foi deputado federal por três vezes, uma delas na Constituinte de 1988, é diretor do "Correio da Cidadania" e preside a Associação Brasileira de Reforma Agrária - ABRA
Fale com Plínio Arruda Sampaio: plinio.asampaio@terra.com.br
Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4736984-EI6578,00-Manifesto+a+Nacao.html
POSIÇÃO DO PSOL SOBRE O SEGUNDO TURNO - ELEIÇÕES 2010
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) mereceu a confiança de mais de um milhão de brasileiros que votaram nas eleições de 2010. Nossa aguerrida militância foi decisiva ao defender nossas propostas para o país e sobre ela assentou-se um vitorioso resultado.
Nos sentimos honrados por termos tido Plínio de Arruda Sampaio e Hamilton Assis como candidatos à presidência da República e a vice, que de forma digna foram porta vozes de nosso projeto de transformações sociais para o Brasil. Comemoramos a eleição de três deputados federais (Ivan Valente/SP, Chico Alencar/RJ e Jean Wyllys/RJ), quatro deputados estaduais (Marcelo Freixo/RJ, Janira Rocha/RJ, Carlos Giannazi/SP e Edmilson Rodrigues/PA) e dois senadores (Randolfe Rodrigues/AP e Marinor Brito/PA). Lamentamos a não eleição de Heloísa Helena para o senado em Alagoas e a não reeleição de nossa deputada federal Luciana Genro no Rio Grande do Sul, bem como, do companheiro Raul Marcelo, atual deputado estadual do PSOL.
Em 2010 quis o povo novamente um segundo turno entre PSDB e PT. Nossa posição de independência não apoiando nenhuma das duas candidaturas está fundamentada no fato de que não há por parte destas nenhum compromisso com pontos programáticos defendidos pelo PSOL. Sendo assim, independente de quem seja o próximo governo, seremos oposição de esquerda e programática, defendendo a seguinte agenda: auditoria da dívida pública, mudança da política econômica, prioridade para saúde e educação, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, defesa do meio ambiente, defesa dos direitos humanos segundo os pressupostos PNDH3, reforma agrária e urbana ecológica e por ampla reforma política – fim do financiamento privado e em favor do financiamento público exclusivo, como forma de combater a corrupção na política.
No entanto, O PSOL se preocupa com a crescente pauta conservadora introduzida pela aliança PSDB-DEM, querendo reduzir o debate a temas religiosos e falsos moralismos, bloqueando assim os grandes temas de interesse do país. Por outro lado, esta pauta leva a candidatura de Dilma a assumir posição ainda mais conservadora, abrindo mão de pontos progressivos de seu programa de governo e reagindo dentro do campo de idéias conservadoras e não contra ele. Para o PSOL a única forma de combatermos o retrocesso é nos mantermos firmes na defesa de bandeiras que elevem a consciência de nosso povo e o nível do debate político na sociedade brasileira.
As eleições de 2002 ao conferir vitória à Lula trazia nas urnas um recado do povo em favor de mudanças profundas. Hoje é sabido que Lula não o honrou, não cumpriu suas promessas de campanha e governou para os banqueiros, em aliança com oligarquias reacionárias como Sarney, Collor e Renan Calheiros. Mas aquele sentimento popular por mudanças de 2002 era também o de rejeição às políticas neoliberais com suas conseqüentes privatizações, criminalização dos movimentos sociais – que continuou no governo Lula -, revogação de direitos trabalhistas e sociais.
Por isso, o PSOL reafirma seu compromisso com as reivindicações dos movimentos sociais e as necessidades do povo brasileiro. Somos um partido independente e faremos oposição programática a quem quer que vença. Neste segundo turno, mantemos firme a oposição frontal à candidatura Serra, declarando unitariamente “NENHUM VOTO EM SERRA”, por considerarmos que ele representa o retrocesso a uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País. Ao mesmo tempo, não aderimos à campanha Dilma, que se recusou sistematicamente ao longo do primeiro turno a assumir os compromissos com as bandeiras defendidas pela candidatura do PSOL e manteve compromissos com os banqueiros e as políticas neoliberais. Diante do voto e na atual conjuntura, duas posições são reconhecidas pela Executiva Nacional de nosso partido como opções legítimas existentes em nossa militância: voto nulo/branco ou voto em Dilma. O mais importante, portanto, é nos prepararmos para as lutas que virão no próximo período para defender os direitos dos trabalhadores e do povo oprimido do nosso País.
Executiva Nacional do PSOL – 15 de outubro de 2010.
Nos sentimos honrados por termos tido Plínio de Arruda Sampaio e Hamilton Assis como candidatos à presidência da República e a vice, que de forma digna foram porta vozes de nosso projeto de transformações sociais para o Brasil. Comemoramos a eleição de três deputados federais (Ivan Valente/SP, Chico Alencar/RJ e Jean Wyllys/RJ), quatro deputados estaduais (Marcelo Freixo/RJ, Janira Rocha/RJ, Carlos Giannazi/SP e Edmilson Rodrigues/PA) e dois senadores (Randolfe Rodrigues/AP e Marinor Brito/PA). Lamentamos a não eleição de Heloísa Helena para o senado em Alagoas e a não reeleição de nossa deputada federal Luciana Genro no Rio Grande do Sul, bem como, do companheiro Raul Marcelo, atual deputado estadual do PSOL.
Em 2010 quis o povo novamente um segundo turno entre PSDB e PT. Nossa posição de independência não apoiando nenhuma das duas candidaturas está fundamentada no fato de que não há por parte destas nenhum compromisso com pontos programáticos defendidos pelo PSOL. Sendo assim, independente de quem seja o próximo governo, seremos oposição de esquerda e programática, defendendo a seguinte agenda: auditoria da dívida pública, mudança da política econômica, prioridade para saúde e educação, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, defesa do meio ambiente, defesa dos direitos humanos segundo os pressupostos PNDH3, reforma agrária e urbana ecológica e por ampla reforma política – fim do financiamento privado e em favor do financiamento público exclusivo, como forma de combater a corrupção na política.
No entanto, O PSOL se preocupa com a crescente pauta conservadora introduzida pela aliança PSDB-DEM, querendo reduzir o debate a temas religiosos e falsos moralismos, bloqueando assim os grandes temas de interesse do país. Por outro lado, esta pauta leva a candidatura de Dilma a assumir posição ainda mais conservadora, abrindo mão de pontos progressivos de seu programa de governo e reagindo dentro do campo de idéias conservadoras e não contra ele. Para o PSOL a única forma de combatermos o retrocesso é nos mantermos firmes na defesa de bandeiras que elevem a consciência de nosso povo e o nível do debate político na sociedade brasileira.
As eleições de 2002 ao conferir vitória à Lula trazia nas urnas um recado do povo em favor de mudanças profundas. Hoje é sabido que Lula não o honrou, não cumpriu suas promessas de campanha e governou para os banqueiros, em aliança com oligarquias reacionárias como Sarney, Collor e Renan Calheiros. Mas aquele sentimento popular por mudanças de 2002 era também o de rejeição às políticas neoliberais com suas conseqüentes privatizações, criminalização dos movimentos sociais – que continuou no governo Lula -, revogação de direitos trabalhistas e sociais.
Por isso, o PSOL reafirma seu compromisso com as reivindicações dos movimentos sociais e as necessidades do povo brasileiro. Somos um partido independente e faremos oposição programática a quem quer que vença. Neste segundo turno, mantemos firme a oposição frontal à candidatura Serra, declarando unitariamente “NENHUM VOTO EM SERRA”, por considerarmos que ele representa o retrocesso a uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País. Ao mesmo tempo, não aderimos à campanha Dilma, que se recusou sistematicamente ao longo do primeiro turno a assumir os compromissos com as bandeiras defendidas pela candidatura do PSOL e manteve compromissos com os banqueiros e as políticas neoliberais. Diante do voto e na atual conjuntura, duas posições são reconhecidas pela Executiva Nacional de nosso partido como opções legítimas existentes em nossa militância: voto nulo/branco ou voto em Dilma. O mais importante, portanto, é nos prepararmos para as lutas que virão no próximo período para defender os direitos dos trabalhadores e do povo oprimido do nosso País.
Executiva Nacional do PSOL – 15 de outubro de 2010.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Plenária - PSOL/RS, 15/10, sexta-feira, às 18:30 h
Companheiros/as,
Nosso partido acaba de passar por um importante processo eleitoral a nível nacional e sai fortalecido politicamente ao mesmo tempo em que nossa bancada parlamentar aumenta. Porém, aqui no RS o partido obteve uma importante derrota eleitoral sem a eleição de nenhum parlamentar em nível estadual ou federal. É necessário que a militância se reúna o quanto antes para tirarmos coletivamente as conclusões necessárias. Da mesma forma é necessário discutir quais serão as tarefas e a linha política para a ação do PSOL RS no próximo período.
Somos parte daqueles que acreditam que com o debate coletivo podemos avançar. Em estados onde o PSOL obteve avanços eleitorais, a militância se reunia durante a campanha. Infelizmente aqui no RS, a maioria da direção do partido se negou a convocar debates coletivos sobre os rumos de nossa campanha. Sendo assim, centena de militantes, correntes do PSOL, integrantes do Diretório Estadual e Municipal do partido, convocam a militância partidária para reunião plenária na próxima sexta–feira, dia 15 de outubro, às 18h30min, na sede do PSOL RS (Rua da República, 108), com a seguinte pauta:
1. Balanço das eleições 2010;
2. Posição do PSOL RS sobre segundo turno;
3. Próximas atividades do PSOL RS.
Nosso partido acaba de passar por um importante processo eleitoral a nível nacional e sai fortalecido politicamente ao mesmo tempo em que nossa bancada parlamentar aumenta. Porém, aqui no RS o partido obteve uma importante derrota eleitoral sem a eleição de nenhum parlamentar em nível estadual ou federal. É necessário que a militância se reúna o quanto antes para tirarmos coletivamente as conclusões necessárias. Da mesma forma é necessário discutir quais serão as tarefas e a linha política para a ação do PSOL RS no próximo período.
Somos parte daqueles que acreditam que com o debate coletivo podemos avançar. Em estados onde o PSOL obteve avanços eleitorais, a militância se reunia durante a campanha. Infelizmente aqui no RS, a maioria da direção do partido se negou a convocar debates coletivos sobre os rumos de nossa campanha. Sendo assim, centena de militantes, correntes do PSOL, integrantes do Diretório Estadual e Municipal do partido, convocam a militância partidária para reunião plenária na próxima sexta–feira, dia 15 de outubro, às 18h30min, na sede do PSOL RS (Rua da República, 108), com a seguinte pauta:
1. Balanço das eleições 2010;
2. Posição do PSOL RS sobre segundo turno;
3. Próximas atividades do PSOL RS.
O PSol gaúcho e as eleições 2010
ANO 116 Nº 12 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO DE 2010
GUILHERME BARCELOS
No futebol, há um antigo - e sobretudo verdadeiro - dito, segundo o qual o time que entra em campo pretendendo empatar, perde. Trazendo esse valoroso ensinamento para o contexto das eleições 2010, entendo ser correto afirmar que o PSol gaúcho entrou em campo apenas para empatar, ou seja, para eleger uma deputada federal e um deputado estadual, e acabou sofrendo uma descomunal derrota nas urnas.
A campanha majoritária não existiu. O partido não organizou roteiros de campanha do candidato a governador (pelo Interior, sequer nas maiores cidades), vendo-se o postulante ao Palácio Piratini obrigado apenas a participar de debates no rádio e na TV e a aparecer poucos segundos no Horário Eleitoral Gratuito. Tão mirrada campanha ao Governo e ao Senado - e desta forma proposta e executada pelo próprio PSol/RS - não poderia traduzir-se em outro resultado senão na escassez geral de votos, em número significativamente menor do que os obtidos na eleição de 2006.
Igualmente, aqui no Estado, o PSol não se entregou de alma - e muito menos de corpo - na campanha de Plínio de Arruda Sampaio à Presidência da República, certamente devido ao inconformismo do grupo que domina e dirige o partido no Rio Grande do Sul com a derrota do candidato que defendia nas prévias nacionais do PSol. A experiência nos mostra que partidos políticos "rachados" invariavelmente naufragam em processos eleitorais. Aqui não foi diferente. E não só aqui: nas Alagoas, a ex-senadora Heloísa Helena, maior expoente do partido, não só foi omissa na campanha de Plínio, como flertou abertamente com a candidata verde Marina Silva. Partido rachado, o resultado veio em 3 de outubro, quando Heloísa ficou muito longe de conquistar uma das duas cadeiras que pleiteava para retornar ao Senado.
Afora todos esses fatores, há a cereja do bolo. Na reta final, após pregar ser o partido da coerência durante toda a campanha, defendendo que o eleitor não votasse no PT por conta das suas incoerentes alianças políticas, o PSol retirou uma das candidaturas ao Senado e passou a apoiar formalmente Paulo Paim, do mesmo PT que até o dia anterior era o suprassumo da incoerência.
Quem entra em campo para empatar, perde. Perdemos. Agora é hora de juntar os cacos e repensar o papel do PSol, principalmente no sentido de corrigir os rumos da sua construção, de um partido de dirigentes para um partido de bases.
servidor público federal e filiado ao PSol
GUILHERME BARCELOS
No futebol, há um antigo - e sobretudo verdadeiro - dito, segundo o qual o time que entra em campo pretendendo empatar, perde. Trazendo esse valoroso ensinamento para o contexto das eleições 2010, entendo ser correto afirmar que o PSol gaúcho entrou em campo apenas para empatar, ou seja, para eleger uma deputada federal e um deputado estadual, e acabou sofrendo uma descomunal derrota nas urnas.
A campanha majoritária não existiu. O partido não organizou roteiros de campanha do candidato a governador (pelo Interior, sequer nas maiores cidades), vendo-se o postulante ao Palácio Piratini obrigado apenas a participar de debates no rádio e na TV e a aparecer poucos segundos no Horário Eleitoral Gratuito. Tão mirrada campanha ao Governo e ao Senado - e desta forma proposta e executada pelo próprio PSol/RS - não poderia traduzir-se em outro resultado senão na escassez geral de votos, em número significativamente menor do que os obtidos na eleição de 2006.
Igualmente, aqui no Estado, o PSol não se entregou de alma - e muito menos de corpo - na campanha de Plínio de Arruda Sampaio à Presidência da República, certamente devido ao inconformismo do grupo que domina e dirige o partido no Rio Grande do Sul com a derrota do candidato que defendia nas prévias nacionais do PSol. A experiência nos mostra que partidos políticos "rachados" invariavelmente naufragam em processos eleitorais. Aqui não foi diferente. E não só aqui: nas Alagoas, a ex-senadora Heloísa Helena, maior expoente do partido, não só foi omissa na campanha de Plínio, como flertou abertamente com a candidata verde Marina Silva. Partido rachado, o resultado veio em 3 de outubro, quando Heloísa ficou muito longe de conquistar uma das duas cadeiras que pleiteava para retornar ao Senado.
Afora todos esses fatores, há a cereja do bolo. Na reta final, após pregar ser o partido da coerência durante toda a campanha, defendendo que o eleitor não votasse no PT por conta das suas incoerentes alianças políticas, o PSol retirou uma das candidaturas ao Senado e passou a apoiar formalmente Paulo Paim, do mesmo PT que até o dia anterior era o suprassumo da incoerência.
Quem entra em campo para empatar, perde. Perdemos. Agora é hora de juntar os cacos e repensar o papel do PSol, principalmente no sentido de corrigir os rumos da sua construção, de um partido de dirigentes para um partido de bases.
servidor público federal e filiado ao PSol
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Vote contra Belo Monte
Escrito por Rodolfo Salm
É irônico que, dos três postulantes ao cargo máximo do Executivo, apenas aquele que defende uma alternativa ao capitalismo atentou para um princípio tão caro ao sistema: Belo Monte é um mau negócio.
Ler mais...
Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL à presidência da República, foi o grande destaque do primeiro debate entre os principais candidatos ao cargo, transmitido pela TV Bandeirantes em 5 de agosto. Além da tranqüilidade ao se expressar e do refinado senso de humor, era o único que tinha algo de realmente diferente a dizer, como ele bem destacou. Qual é a real diferença entre as propostas de Serra e Dilma? E entre eles e Marina? Definitivamente não é fácil de responder. Como Plínio disse, os três candidatos pareciam Polianas, "o bem deve ser feito e o mal deve ser evitado" e, por mais que discordem dos detalhes, acreditam no rumo das políticas atuais que deveriam ser, no máximo, aprimoradas. Enquanto Plínio estava ali para apresentar uma outra proposta: "uma alternativa a um modelo de desigualdade", a ser implementado com base em "posturas radicais".
Mas o que isto significa, exatamente, na prática? A resposta não é simples. Na verdade existem inúmeras respostas. Eu gostaria de destacar uma, que concretamente considero a mais urgente e importante, com tremendas repercussões para o futuro deste país: a oposição ao sinistro projeto de construção da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. Felizmente, o assunto foi abordado no debate, apesar de que de passagem, através da pergunta do jornalista José Paulo de Andrade ao Plínio, com comentário de Marina Silva (ver o vídeo do Bloco 4). A pergunta foi a seguinte: "No programa do PSOL, além do calote da dívida, encontramos apoio à ocupação no campo e na cidade. Manifesta-se o partido em posição contrária à transposição das águas do rio São Francisco, e à construção da hidrelétrica de Belo Monte. Por quê?".
Plínio respondeu, antes mesmo de destacar que a questão do pagamento da dívida não se trata de "calote", mas da avaliação do que é realmente devido, que a ocupação de terras é um direito da massa trabalhadora e que a transposição do São Francisco serviria principalmente ao agronegócio: "Nós somos contra Belo Monte porque ele é um absurdo econômico. Ele [o local da barragem projetada] está a milhares de quilômetros de distância do mercado". Na verdade, os motivos pelos quais nos opomos a esta obra nefasta são os mais variados (ver os dez principais motivos abaixo), mas o candidato demonstrou conhecimento da questão ao citar o problema fundamental, que convenceria qualquer capitalista preocupado com o investimento do seu dinheiro. Por isso que a iniciativa privada fugiu de financiar Belo Monte, e o seu fardo, se nada for feito para evitá-lo, cairá nas costas do Estado.
É irônico que, dos três postulantes ao cargo máximo do Executivo, apenas aquele que defende uma alternativa ao capitalismo atentou para um princípio tão caro ao sistema: Belo Monte é um mau negócio. Um delírio desenvolvimentista da ditadura que conseguimos vencer no período de redemocratização do país (em 1989), quando, após o primeiro encontro dos povos indígenas de Altamira, o Banco Mundial desistira de financiar a obra. Mas que foi ressuscitado por Dilma Rouseff quando ministra da Casa Civil, para agradar o grupo político de José Sarney e as empreiteiras que ganhariam propinas e contratos generosos de baixo risco às custas do dinheiro do contribuinte.
Em seu espaço para comentários sobre Belo Monte, Marina Silva disse: "Eu defendi que se suspendesse o leilão até que se resolvessem os problemas, porque, se não se resolver o problema dos índios, da viabilidade econômica, e social, o programa não tem como ser viável". Errado. Não há como se resolver o problema da viabilidade econômica. Não há como interromper o curso do último grande rio livre sem que isso seja desastroso para os indígenas. No início do programa, protestando contra a polarização do debate entre Dilma e Serra, Plínio disse: "Se vocês dois fizerem blocão, eu vou fazer bloquinho com a Marina". E, de fato, as diferenças entre Plínio e Marina mostraram-se as mais interessantes, principalmente para quem tem no meio ambiente sua preocupação principal.
Joelmir Betting levantou uma bola perfeita para Marina ao fazer-lhe a pergunta mais estúpida que pôde imaginar: "Qual deve ser a prioridade verdadeira do Brasil, o aquecimento global de todos lá no futuro, ou o déficit de saneamento básico do Brasil do presente? Porque até agora, entre nós, árvores derrubadas causam mais indignação que crianças contaminadas". Uma bobagem, mesmo porque as árvores estão sendo derrubadas aos milhões sem que se veja qualquer "indignação" nacional relevante. Marina respondeu corretamente que não há oposição entre a proteção das árvores e o saneamento básico. Mas vacilou ao dizer "eu não posso concordar que nós tenhamos que fazer e viver sempre essa oposição meio ambiente e desenvolvimento".
O comentário era de Plínio de Arruda Sampaio, que conhece a ideologia subjacente ao raciocínio de Marina, e explicitou-a dizendo que há, sim, oposição entre desenvolvimento e meio ambiente, rotulando corretamente sua oponente como uma "eco-capitalista", que "defende a ecologia até a hora do lucro": "Se você quer de fato defender o meio ambiente tem que mexer no lucro! Tem que segurar a margem de lucro do capitalista. Sem isso não tem defesa real da natureza".
Como o termo "desenvolvimento" é ambíguo e pode significar qualquer coisa, desde a melhoria das condições de saúde e educação até a apropriação e degradação do meio natural pelo espaço capitalista, não dá para dizer ao certo se Marina estava certa ou errada com a afirmação. Mas Marina confirmou a interpretação do candidato do PSOL ao iniciar sua tréplica dizendo: "Eu não tenho a mesma visão que o Plínio". E completando com as seguintes bobagens: "O capitalista precisa de água potável, terra fértil e ar puro" e "se a temperatura da Terra continuar se elevando, nós vamos inviabilizar toda a vida no planeta".
Digo que são bobagens porque ela sabe muito bem que o capitalista na Amazônia é migratório e, depois de acabar com a mata, a água potável, a terra fértil e o ar puro de um dado local, parte para outras regiões, deixando um rastro de destruição. Além do mais, apesar de ser verdade que a degradação ambiental pode acabar com toda a vida humana na terra e, com isso, também com o capitalismo, não é isso que está em questão, porque o capital não enxerga tão lá na frente. É da natureza intrínseca do capitalismo o pensamento de curto prazo, imediatista. O que está em questão é como que será a nossa qualidade de vida antes que a nossa extinção aconteça.
É por isso que no dia 3 de outubro votarei no Plínio para presidente. E num eventual segundo turno, votarei naquele que puder derrotar Dilma Rousseff e seu projeto sinistro de barramento e destruição do rio Xingu. Cabe lembrar, sinteticamente, os 10 motivos pelos quais somos contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte:
Hidrelétricas não são energia limpa: elas emitem grande quantidade de metano, um gás de efeito estufa com impacto 23 vezes maior sobre o aquecimento global do que o gás carbônico. Assim, Belo Monte poluiria tanto ou mais do que termelétricas de potência equivalente.
Belo Monte seria uma obra faraônica que geraria pouca energia. O projeto geraria apenas 39% dos 11.181 MW de potência divulgados, devido à grande variação da vazão do rio.
A Bacia do Rio Xingu é única no planeta: mais da metade de seu território é formada por áreas protegidas e a barragem inevitavelmente causaria impactos irreversíveis na biodiversidade da região. São 27 milhões de hectares de alta prioridade para a conservação da biodiversidade, abrigando 30 Terras Indígenas e 12 Unidades de Conservação. Os impactos foram destacados pelos 40 especialistas das principais universidades brasileiras que analisaram o Estudo de Impacto Ambiental, assim como pela equipe de analistas ambientais do IBAMA que, apenas dois dias antes da emissão da licença prévia, afirmaram "não haver elementos que atestem a viabilidade ambiental de Belo Monte".
A barragem ameaça a sobrevivência dos 24 grupos indígenas, além de ribeirinhos e pescadores de peixes ornamentais. Canteiros de obras e novas estradas seriam construídos junto às Terras Indígenas dos Juruna da Boa Vista, Arara da Volta Grande e Juruna do Paquiçamba, com impactos irreversíveis para esses povos. E vários outros impactos indiretos igualmente graves sobre outros povos. Haveria mortandade em massa de peixes e a extinção de várias espécies. Inclusive de peixes ornamentais, que representam uma das mais importantes atividades econômicas da região e que morreriam sem oxigênio imediatamente após a formação do lago.
O Governo Federal, o Ministério de Minas e Energia e o IBAMA violaram a Constituição Federal Brasileira e a Convenção 169 da OIT. A Constituição foi violada em diversos pontos. Foi violada a Convenção 169 da OIT, que garante aos indígenas o direito de serem informados sobre os impactos da obra e de terem sua opinião ouvida e respeitada.
Haveria uma enorme imigração de trabalhadores atraídos pela obra. Mas, dos 18 mil empregos no pico da obra, só permaneceriam 700 postos de trabalho no final. A enorme migração, subestimada pelas empresas como sendo em torno de 100 mil pessoas, aumentaria a pressão sobre as terras indígenas e áreas protegidas e haveria desmatamento e a ocupação desordenada do território. O rápido crescimento populacional na região acarretaria o aumento da violência, da prostituição, dos acidentes, dos conflitos sociais e fundiários, das invasões. Por outro lado, nos 11 municípios que compõem a região da Transamazônica e do Xingu, somente 8 mil trabalhadores teriam condições de ocupar um emprego durante a construção da usina. O que acontecerá com essa grande massa de trabalhadores – mais de 100 mil - que estão chegando na região para ocupar estas concorridas vagas?
O empreendimento obriga o re-assentamento de cerca de 30 mil famílias. Ninguém sabe se serão reassentadas ou indenizadas. Quem quiser ser reassentado irá para onde?
A Licença Prévia foi emitida pela presidência do IBAMA apesar do parecer contrário dos técnicos do órgão; e as medidas condicionantes não compensam os danos irreversíveis e não representam garantia legal de responsabilidade do empreendedor. Alguns técnicos do IBAMA pediram demissão, outros se afastaram do licenciamento e outros ainda assinaram um parecer contrário à liberação das licenças para a construção da usina. Estão colocando senadores "ficha suja" para acompanhar a obra. Você confia?
O processo de licenciamento está sendo antidemocrático e está ferindo a legislação ambiental: as audiências públicas não tiveram condições para participação popular, especialmente das populações tradicionais e indígenas, as mais afetadas. As audiências são exigência legal, mais um aspecto da legislação atropelado pelos proponentes da obra.
Os impactos de Belo Monte são muito maiores do que aqueles estimados e, em muitos aspectos, irreversíveis e não passíveis de serem compensados pelos programas e medidas condicionantes propostas. O preço de Belo Monte sobe a cada dia. NINGUÉM SABE O CUSTO REAL DA USINA!!
Rodolfo Salm, PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, é professor da UFPA (Universidade Federal do Pará), e faz parte do Painel de Especialistas para a Avaliação Independente dos Estudos de Impacto Ambiental de Belo Monte.
Fonte: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/4925/57/
É irônico que, dos três postulantes ao cargo máximo do Executivo, apenas aquele que defende uma alternativa ao capitalismo atentou para um princípio tão caro ao sistema: Belo Monte é um mau negócio.
Ler mais...
Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSOL à presidência da República, foi o grande destaque do primeiro debate entre os principais candidatos ao cargo, transmitido pela TV Bandeirantes em 5 de agosto. Além da tranqüilidade ao se expressar e do refinado senso de humor, era o único que tinha algo de realmente diferente a dizer, como ele bem destacou. Qual é a real diferença entre as propostas de Serra e Dilma? E entre eles e Marina? Definitivamente não é fácil de responder. Como Plínio disse, os três candidatos pareciam Polianas, "o bem deve ser feito e o mal deve ser evitado" e, por mais que discordem dos detalhes, acreditam no rumo das políticas atuais que deveriam ser, no máximo, aprimoradas. Enquanto Plínio estava ali para apresentar uma outra proposta: "uma alternativa a um modelo de desigualdade", a ser implementado com base em "posturas radicais".
Mas o que isto significa, exatamente, na prática? A resposta não é simples. Na verdade existem inúmeras respostas. Eu gostaria de destacar uma, que concretamente considero a mais urgente e importante, com tremendas repercussões para o futuro deste país: a oposição ao sinistro projeto de construção da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu. Felizmente, o assunto foi abordado no debate, apesar de que de passagem, através da pergunta do jornalista José Paulo de Andrade ao Plínio, com comentário de Marina Silva (ver o vídeo do Bloco 4). A pergunta foi a seguinte: "No programa do PSOL, além do calote da dívida, encontramos apoio à ocupação no campo e na cidade. Manifesta-se o partido em posição contrária à transposição das águas do rio São Francisco, e à construção da hidrelétrica de Belo Monte. Por quê?".
Plínio respondeu, antes mesmo de destacar que a questão do pagamento da dívida não se trata de "calote", mas da avaliação do que é realmente devido, que a ocupação de terras é um direito da massa trabalhadora e que a transposição do São Francisco serviria principalmente ao agronegócio: "Nós somos contra Belo Monte porque ele é um absurdo econômico. Ele [o local da barragem projetada] está a milhares de quilômetros de distância do mercado". Na verdade, os motivos pelos quais nos opomos a esta obra nefasta são os mais variados (ver os dez principais motivos abaixo), mas o candidato demonstrou conhecimento da questão ao citar o problema fundamental, que convenceria qualquer capitalista preocupado com o investimento do seu dinheiro. Por isso que a iniciativa privada fugiu de financiar Belo Monte, e o seu fardo, se nada for feito para evitá-lo, cairá nas costas do Estado.
É irônico que, dos três postulantes ao cargo máximo do Executivo, apenas aquele que defende uma alternativa ao capitalismo atentou para um princípio tão caro ao sistema: Belo Monte é um mau negócio. Um delírio desenvolvimentista da ditadura que conseguimos vencer no período de redemocratização do país (em 1989), quando, após o primeiro encontro dos povos indígenas de Altamira, o Banco Mundial desistira de financiar a obra. Mas que foi ressuscitado por Dilma Rouseff quando ministra da Casa Civil, para agradar o grupo político de José Sarney e as empreiteiras que ganhariam propinas e contratos generosos de baixo risco às custas do dinheiro do contribuinte.
Em seu espaço para comentários sobre Belo Monte, Marina Silva disse: "Eu defendi que se suspendesse o leilão até que se resolvessem os problemas, porque, se não se resolver o problema dos índios, da viabilidade econômica, e social, o programa não tem como ser viável". Errado. Não há como se resolver o problema da viabilidade econômica. Não há como interromper o curso do último grande rio livre sem que isso seja desastroso para os indígenas. No início do programa, protestando contra a polarização do debate entre Dilma e Serra, Plínio disse: "Se vocês dois fizerem blocão, eu vou fazer bloquinho com a Marina". E, de fato, as diferenças entre Plínio e Marina mostraram-se as mais interessantes, principalmente para quem tem no meio ambiente sua preocupação principal.
Joelmir Betting levantou uma bola perfeita para Marina ao fazer-lhe a pergunta mais estúpida que pôde imaginar: "Qual deve ser a prioridade verdadeira do Brasil, o aquecimento global de todos lá no futuro, ou o déficit de saneamento básico do Brasil do presente? Porque até agora, entre nós, árvores derrubadas causam mais indignação que crianças contaminadas". Uma bobagem, mesmo porque as árvores estão sendo derrubadas aos milhões sem que se veja qualquer "indignação" nacional relevante. Marina respondeu corretamente que não há oposição entre a proteção das árvores e o saneamento básico. Mas vacilou ao dizer "eu não posso concordar que nós tenhamos que fazer e viver sempre essa oposição meio ambiente e desenvolvimento".
O comentário era de Plínio de Arruda Sampaio, que conhece a ideologia subjacente ao raciocínio de Marina, e explicitou-a dizendo que há, sim, oposição entre desenvolvimento e meio ambiente, rotulando corretamente sua oponente como uma "eco-capitalista", que "defende a ecologia até a hora do lucro": "Se você quer de fato defender o meio ambiente tem que mexer no lucro! Tem que segurar a margem de lucro do capitalista. Sem isso não tem defesa real da natureza".
Como o termo "desenvolvimento" é ambíguo e pode significar qualquer coisa, desde a melhoria das condições de saúde e educação até a apropriação e degradação do meio natural pelo espaço capitalista, não dá para dizer ao certo se Marina estava certa ou errada com a afirmação. Mas Marina confirmou a interpretação do candidato do PSOL ao iniciar sua tréplica dizendo: "Eu não tenho a mesma visão que o Plínio". E completando com as seguintes bobagens: "O capitalista precisa de água potável, terra fértil e ar puro" e "se a temperatura da Terra continuar se elevando, nós vamos inviabilizar toda a vida no planeta".
Digo que são bobagens porque ela sabe muito bem que o capitalista na Amazônia é migratório e, depois de acabar com a mata, a água potável, a terra fértil e o ar puro de um dado local, parte para outras regiões, deixando um rastro de destruição. Além do mais, apesar de ser verdade que a degradação ambiental pode acabar com toda a vida humana na terra e, com isso, também com o capitalismo, não é isso que está em questão, porque o capital não enxerga tão lá na frente. É da natureza intrínseca do capitalismo o pensamento de curto prazo, imediatista. O que está em questão é como que será a nossa qualidade de vida antes que a nossa extinção aconteça.
É por isso que no dia 3 de outubro votarei no Plínio para presidente. E num eventual segundo turno, votarei naquele que puder derrotar Dilma Rousseff e seu projeto sinistro de barramento e destruição do rio Xingu. Cabe lembrar, sinteticamente, os 10 motivos pelos quais somos contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte:
Hidrelétricas não são energia limpa: elas emitem grande quantidade de metano, um gás de efeito estufa com impacto 23 vezes maior sobre o aquecimento global do que o gás carbônico. Assim, Belo Monte poluiria tanto ou mais do que termelétricas de potência equivalente.
Belo Monte seria uma obra faraônica que geraria pouca energia. O projeto geraria apenas 39% dos 11.181 MW de potência divulgados, devido à grande variação da vazão do rio.
A Bacia do Rio Xingu é única no planeta: mais da metade de seu território é formada por áreas protegidas e a barragem inevitavelmente causaria impactos irreversíveis na biodiversidade da região. São 27 milhões de hectares de alta prioridade para a conservação da biodiversidade, abrigando 30 Terras Indígenas e 12 Unidades de Conservação. Os impactos foram destacados pelos 40 especialistas das principais universidades brasileiras que analisaram o Estudo de Impacto Ambiental, assim como pela equipe de analistas ambientais do IBAMA que, apenas dois dias antes da emissão da licença prévia, afirmaram "não haver elementos que atestem a viabilidade ambiental de Belo Monte".
A barragem ameaça a sobrevivência dos 24 grupos indígenas, além de ribeirinhos e pescadores de peixes ornamentais. Canteiros de obras e novas estradas seriam construídos junto às Terras Indígenas dos Juruna da Boa Vista, Arara da Volta Grande e Juruna do Paquiçamba, com impactos irreversíveis para esses povos. E vários outros impactos indiretos igualmente graves sobre outros povos. Haveria mortandade em massa de peixes e a extinção de várias espécies. Inclusive de peixes ornamentais, que representam uma das mais importantes atividades econômicas da região e que morreriam sem oxigênio imediatamente após a formação do lago.
O Governo Federal, o Ministério de Minas e Energia e o IBAMA violaram a Constituição Federal Brasileira e a Convenção 169 da OIT. A Constituição foi violada em diversos pontos. Foi violada a Convenção 169 da OIT, que garante aos indígenas o direito de serem informados sobre os impactos da obra e de terem sua opinião ouvida e respeitada.
Haveria uma enorme imigração de trabalhadores atraídos pela obra. Mas, dos 18 mil empregos no pico da obra, só permaneceriam 700 postos de trabalho no final. A enorme migração, subestimada pelas empresas como sendo em torno de 100 mil pessoas, aumentaria a pressão sobre as terras indígenas e áreas protegidas e haveria desmatamento e a ocupação desordenada do território. O rápido crescimento populacional na região acarretaria o aumento da violência, da prostituição, dos acidentes, dos conflitos sociais e fundiários, das invasões. Por outro lado, nos 11 municípios que compõem a região da Transamazônica e do Xingu, somente 8 mil trabalhadores teriam condições de ocupar um emprego durante a construção da usina. O que acontecerá com essa grande massa de trabalhadores – mais de 100 mil - que estão chegando na região para ocupar estas concorridas vagas?
O empreendimento obriga o re-assentamento de cerca de 30 mil famílias. Ninguém sabe se serão reassentadas ou indenizadas. Quem quiser ser reassentado irá para onde?
A Licença Prévia foi emitida pela presidência do IBAMA apesar do parecer contrário dos técnicos do órgão; e as medidas condicionantes não compensam os danos irreversíveis e não representam garantia legal de responsabilidade do empreendedor. Alguns técnicos do IBAMA pediram demissão, outros se afastaram do licenciamento e outros ainda assinaram um parecer contrário à liberação das licenças para a construção da usina. Estão colocando senadores "ficha suja" para acompanhar a obra. Você confia?
O processo de licenciamento está sendo antidemocrático e está ferindo a legislação ambiental: as audiências públicas não tiveram condições para participação popular, especialmente das populações tradicionais e indígenas, as mais afetadas. As audiências são exigência legal, mais um aspecto da legislação atropelado pelos proponentes da obra.
Os impactos de Belo Monte são muito maiores do que aqueles estimados e, em muitos aspectos, irreversíveis e não passíveis de serem compensados pelos programas e medidas condicionantes propostas. O preço de Belo Monte sobe a cada dia. NINGUÉM SABE O CUSTO REAL DA USINA!!
Rodolfo Salm, PhD em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia, é professor da UFPA (Universidade Federal do Pará), e faz parte do Painel de Especialistas para a Avaliação Independente dos Estudos de Impacto Ambiental de Belo Monte.
Fonte: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/4925/57/
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Mercadores de caridade
Nazanin Amirian
Público
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
Numa cena do filme The Kid, de Charles Chaplin(*) o malandro Carlitos propõe ao menino quebrar algumas vidraças da vizinhança para ele lucrar com a venda de vidros novos. A parábola do grande cômico lembra essas reuniões de cúpula que repartem o pastel das pretensas reconstruções de nações inteiras anteriormente destruídas pelos próprios convocantes.
Os que provocam guerras ou empobrecem territórios exibem, por sua vez, cartazes de apoio aos órfãos das Chimbambas. Os mesmos bancos que propõem apadrinhá-los são os que aqui despejam, sem pestanejar, anciãs que não puderam pagar duas prestações. Até Bush reivindica a filantropia com os sem-teto do Haiti.
O assistencialismo promovido pelas ONGs se apresentou no final dos anos 80 como um eficaz mecanismo para acabar com o subdesenvolvimento. Essa data coincide com o retrocesso das forças de esquerda e a expansão do neoliberalismo. O cooperador compassivo iria desbancar o ativista político para neutralizar os protestos dos atingidos.
Sem questionar o sistema que reproduz seres vulneráveis em massa, as ONGs do Sul despolitizam as reivindicações populares e narcotizam o espírito crítico dos destinatários, que recebem humilhados as esmolas dos poderosos, em vez de se organizarem para estabelecer a justiça social. Além disso, essas entidades desacreditam o serviço público dos Estados em benefício da iniciativa privada.
No Norte, elas se servem da publicidade sensacionalista. Manipulam a generosidade efêmera das pessoas e fazem crer que a raiz do problema é a falta de moralidade e de solidariedade, e que a solução repousa na compaixão, em repartir esmolas.
Quanto mais sócios tenham, mais subvenções receberão. As receitas irão, em boa parte, para propaganda e gastos administrativos, como os salários dos cooperadores profissionais, que freqüentemente se reciclam, se promovem e elevam seu status social, o que provoca questionamentos sobre se a ajuda é realmente “desinteressada”.
A pobreza sempre tem sido rentável para uma minoria, se não ela já teria sido proibida há muito tempo.
As injustiças sociais diminuem somente através da mudança na correlação das forças políticas em benefício dos partidos progressistas.
(*) N. do T.
Fonte: http://blogs.publico.es/puntoyseguido/85/mercaderes-de-la-caridad/
Público
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
Numa cena do filme The Kid, de Charles Chaplin(*) o malandro Carlitos propõe ao menino quebrar algumas vidraças da vizinhança para ele lucrar com a venda de vidros novos. A parábola do grande cômico lembra essas reuniões de cúpula que repartem o pastel das pretensas reconstruções de nações inteiras anteriormente destruídas pelos próprios convocantes.
Os que provocam guerras ou empobrecem territórios exibem, por sua vez, cartazes de apoio aos órfãos das Chimbambas. Os mesmos bancos que propõem apadrinhá-los são os que aqui despejam, sem pestanejar, anciãs que não puderam pagar duas prestações. Até Bush reivindica a filantropia com os sem-teto do Haiti.
O assistencialismo promovido pelas ONGs se apresentou no final dos anos 80 como um eficaz mecanismo para acabar com o subdesenvolvimento. Essa data coincide com o retrocesso das forças de esquerda e a expansão do neoliberalismo. O cooperador compassivo iria desbancar o ativista político para neutralizar os protestos dos atingidos.
Sem questionar o sistema que reproduz seres vulneráveis em massa, as ONGs do Sul despolitizam as reivindicações populares e narcotizam o espírito crítico dos destinatários, que recebem humilhados as esmolas dos poderosos, em vez de se organizarem para estabelecer a justiça social. Além disso, essas entidades desacreditam o serviço público dos Estados em benefício da iniciativa privada.
No Norte, elas se servem da publicidade sensacionalista. Manipulam a generosidade efêmera das pessoas e fazem crer que a raiz do problema é a falta de moralidade e de solidariedade, e que a solução repousa na compaixão, em repartir esmolas.
Quanto mais sócios tenham, mais subvenções receberão. As receitas irão, em boa parte, para propaganda e gastos administrativos, como os salários dos cooperadores profissionais, que freqüentemente se reciclam, se promovem e elevam seu status social, o que provoca questionamentos sobre se a ajuda é realmente “desinteressada”.
A pobreza sempre tem sido rentável para uma minoria, se não ela já teria sido proibida há muito tempo.
As injustiças sociais diminuem somente através da mudança na correlação das forças políticas em benefício dos partidos progressistas.
(*) N. do T.
Fonte: http://blogs.publico.es/puntoyseguido/85/mercaderes-de-la-caridad/
Defesa do meio-ambiente: ecocapitalismo ou ecossocialismo?
Venha discutir
debatedores:
Martin Zamora
(Núcleo de Economia Alternativa/UFRGS, Colaborador em projetos vinculados à Economia Solidária)
Eduardo Luis Ruppenthal
(Núcleo Ecossocialista/PSOL)
quando: 3a feira, 21 de setembro, 18.30hs
aonde: SINDICAIXA (República, 92)
promoção: Núcleos 1° DE MAIO; ZONA SUL; ECOSSOCIALISTA
PSOL - PORTO ALEGRE
debatedores:
Martin Zamora
(Núcleo de Economia Alternativa/UFRGS, Colaborador em projetos vinculados à Economia Solidária)
Eduardo Luis Ruppenthal
(Núcleo Ecossocialista/PSOL)
quando: 3a feira, 21 de setembro, 18.30hs
aonde: SINDICAIXA (República, 92)
promoção: Núcleos 1° DE MAIO; ZONA SUL; ECOSSOCIALISTA
PSOL - PORTO ALEGRE
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Janta no Harmonia - Candidatura Ecossocialista Antônio Ruas 5001
Olá pessoal! Tudo bem!?
Sexta-feira, 17/09, à partir das 20 horas, estaremos no Acampamento Farroupilha no Parque Harmonia, reunindo apoiadores da candidatura a deputado federal do Antônio Ruas. Será no "Piquete do Grosso", um dos nossos apoiadores.
Um momento de encontro. Aviso ao pessoal que não come carne, leve o que quer comer e tem pessoal que está levando a sua comida para fazer lá (batata, cebola, etc).
Se possível, confirme para sabermos mais ou menos o número de pessoas.
Aproveito para divulgar nosso blog. Visite e divulgue: http://antonio-ruas5001.blogspot.com/.
Como é uma campanha militante, por favor, sinta-se à vontade para divulgar como quiser.
Sobre material ou atividades, entre em contato.
Abraços
Eduardo
Vote 5001 CONTRA POLÍTICOS TRANSGÊNICOS
EM DEFESA DA VIDA!
PSOL - A energia para a mudança já está no mome!
Sexta-feira, 17/09, à partir das 20 horas, estaremos no Acampamento Farroupilha no Parque Harmonia, reunindo apoiadores da candidatura a deputado federal do Antônio Ruas. Será no "Piquete do Grosso", um dos nossos apoiadores.
Um momento de encontro. Aviso ao pessoal que não come carne, leve o que quer comer e tem pessoal que está levando a sua comida para fazer lá (batata, cebola, etc).
Se possível, confirme para sabermos mais ou menos o número de pessoas.
Aproveito para divulgar nosso blog. Visite e divulgue: http://antonio-ruas5001.blogspot.com/.
Como é uma campanha militante, por favor, sinta-se à vontade para divulgar como quiser.
Sobre material ou atividades, entre em contato.
Abraços
Eduardo
Vote 5001 CONTRA POLÍTICOS TRANSGÊNICOS
EM DEFESA DA VIDA!
PSOL - A energia para a mudança já está no mome!
IIRSA: Brasil banca obras energéticas em países vizinhos
Olá!
Toda a reportagem é preocupante e só corrobora com a liderança do governo Lula na aplicação do IIRSA (Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana), sendo que os PACs 1 e 2 são suas versões nacionais, destinado a alimentar o fluxo mundial de capitais, baseado no modelo agro/minerioexportador, do qual algumas comodities são fundamentais: celulose, soja, cana-de-açucar, etc.
Especificamente, chamo a atenção para dois trechos da reportagens extremamente preocupados em relação a Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai:
"Entre os projetos bilaterais em análise o mais estratégico é a construção das hidrelétricas de Garabi e Panambi, fronteira com a Argentina.
O inventário do rio Uruguai foi concluído em julho, e os dois países já têm o embrião da empresa que construirá o empreendimento."
Não passarão!
Não à Pai Querê! Não à Belo Monstro!
Abraços
Eduardo
10/9/2010
Brasil banca obras energéticas em países vizinhos
O Brasil vai bancar nos próximos anos projetos de segurança e integração energética de países vizinhos, seguindo a tônica do governo Lula de que não é bom se desenvolver estando rodeado de problemas estruturais.
A reportagem é de Sofia Fernandes e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 10-09-2010.
Alguns, como a Venezuela, Argentina e Paraguai enfrentam problemas sérios de geração de eletricidade.
Estão em pauta questões gerais de integração, empreendimentos bilaterais e a intenção de fortalecer a prática de fornecimento momentâneo de energia, a energia interruptível -comum com Argentina e Uruguai.
Para o governo, a integração energética é mais que natural e o Brasil, como uma potência regional, não pode perder a chance de conduzir esse processo.
Do ponto de vista político, há o cuidado para que o Brasil não seja interpretado como um intruso nas questões internas de seus vizinhos.
Entre os projetos bilaterais em análise o mais estratégico é a construção das hidrelétricas de Garabi e Panambi, fronteira com a Argentina.
O inventário do rio Uruguai foi concluído em julho, e os dois países já têm o embrião da empresa que construirá o empreendimento.
O projeto é da década de 80, mas há orientação do governo Lula de tocar com rapidez. A energia gerada será dividida pela metade entre os dois países.
"O governo se deu conta de que ali há um potencial que não pode ser mais desprezado", afirmou o diretor do Departamento de Energia do Itamaraty, André Corrêa do Lago.
Com o Peru, foi firmado um acordo que prevê a construção de hidrelétricas, com um total de até 6.000 MW de potência instalada.
MODELO CONFIÁVEL
O Brasil pretendia financiar essas obras para comprar 80% da produção, fatia que está sendo revista.
"Imagine se o Brasil fosse menor e estivesse construindo uma hidrelétrica para mandar energia a um vizinho, enquanto precisa dela", justifica o diplomata.
O governo estuda também exportar o modelo tido como "confiável" do setor, com leilões de energia e contratos de 30 anos, para seus vizinhos.
Peru, Bolívia e Uruguai mostraram interesse em incorporar o esquema energético brasileiro.
Um desses interessados, o Uruguai, receberá vários agrados do Brasil. Há o intuito de construir uma térmica a carvão em Candiota (RS) para fornecimento exclusivo ao país. O vizinho também deve receber um parque eólico.
O Brasil pensa em estender a influência para Bolívia, com construção de hidrelétricas, e Venezuela, que seria contemplada com linhas vindas de Boa Vista (RR).
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36185
Toda a reportagem é preocupante e só corrobora com a liderança do governo Lula na aplicação do IIRSA (Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana), sendo que os PACs 1 e 2 são suas versões nacionais, destinado a alimentar o fluxo mundial de capitais, baseado no modelo agro/minerioexportador, do qual algumas comodities são fundamentais: celulose, soja, cana-de-açucar, etc.
Especificamente, chamo a atenção para dois trechos da reportagens extremamente preocupados em relação a Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai:
"Entre os projetos bilaterais em análise o mais estratégico é a construção das hidrelétricas de Garabi e Panambi, fronteira com a Argentina.
O inventário do rio Uruguai foi concluído em julho, e os dois países já têm o embrião da empresa que construirá o empreendimento."
Não passarão!
Não à Pai Querê! Não à Belo Monstro!
Abraços
Eduardo
10/9/2010
Brasil banca obras energéticas em países vizinhos
O Brasil vai bancar nos próximos anos projetos de segurança e integração energética de países vizinhos, seguindo a tônica do governo Lula de que não é bom se desenvolver estando rodeado de problemas estruturais.
A reportagem é de Sofia Fernandes e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 10-09-2010.
Alguns, como a Venezuela, Argentina e Paraguai enfrentam problemas sérios de geração de eletricidade.
Estão em pauta questões gerais de integração, empreendimentos bilaterais e a intenção de fortalecer a prática de fornecimento momentâneo de energia, a energia interruptível -comum com Argentina e Uruguai.
Para o governo, a integração energética é mais que natural e o Brasil, como uma potência regional, não pode perder a chance de conduzir esse processo.
Do ponto de vista político, há o cuidado para que o Brasil não seja interpretado como um intruso nas questões internas de seus vizinhos.
Entre os projetos bilaterais em análise o mais estratégico é a construção das hidrelétricas de Garabi e Panambi, fronteira com a Argentina.
O inventário do rio Uruguai foi concluído em julho, e os dois países já têm o embrião da empresa que construirá o empreendimento.
O projeto é da década de 80, mas há orientação do governo Lula de tocar com rapidez. A energia gerada será dividida pela metade entre os dois países.
"O governo se deu conta de que ali há um potencial que não pode ser mais desprezado", afirmou o diretor do Departamento de Energia do Itamaraty, André Corrêa do Lago.
Com o Peru, foi firmado um acordo que prevê a construção de hidrelétricas, com um total de até 6.000 MW de potência instalada.
MODELO CONFIÁVEL
O Brasil pretendia financiar essas obras para comprar 80% da produção, fatia que está sendo revista.
"Imagine se o Brasil fosse menor e estivesse construindo uma hidrelétrica para mandar energia a um vizinho, enquanto precisa dela", justifica o diplomata.
O governo estuda também exportar o modelo tido como "confiável" do setor, com leilões de energia e contratos de 30 anos, para seus vizinhos.
Peru, Bolívia e Uruguai mostraram interesse em incorporar o esquema energético brasileiro.
Um desses interessados, o Uruguai, receberá vários agrados do Brasil. Há o intuito de construir uma térmica a carvão em Candiota (RS) para fornecimento exclusivo ao país. O vizinho também deve receber um parque eólico.
O Brasil pensa em estender a influência para Bolívia, com construção de hidrelétricas, e Venezuela, que seria contemplada com linhas vindas de Boa Vista (RR).
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36185
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Debate na UFSM: Ecossocialismo ou Barbárie
O Movimento Construção Coletiva convida a todos os interessados para o debate Ecossocialismo ou Barbárie, com Antônio Ruas.
O debate será na quinta-feira (dia 9), às 20h, no auditório da SEDUFSM (Rua André Marques 665).
Antônio é Professor Universitário e Sanitarista, e iniciou a militância na luta ecológica na década de 1970, como estudante na UFRGS, na AGAPAN, na luta contra o Pólo Petroquímico, na implantação do Parque de Itapuã e na Associação Nacional de Apoio ao Índio. Foi presidente dos Diretórios Acadêmicos da Biologia e da Veterinária, impulsionando a causa ecológica. Fez o Mestrado na Inglaterra e Doutorado na PUCRS. Lecionou na UPF por 5 anos e é sanitarista concursado na Secretaria Estadual de Saúde. Na UERGS lecionou na administração em saúde, produção pesqueira e gestão ambiental, da qual foi paraninfo. Defendeu a estatização completa da instituição e o direito a um sindicato próprio e a representa no Conselho Estadual dos Povos Indígenas. Junto com os excluídos, agricultores sem terra, indígenas e quilombolas luta pelo meio ambiente, pelas gerações atuais e futuras, pelo ecossocialismo.
O MCC acredita que a única soloução para a crise ambiental pela qual passamos não é o tão propagado desenvolvimento sustentável, pois este, quando tem de escolher entre ficar do lado do capital ou do lado da natureza, fica com o capital. Acreditamos que apenas uma sociedade Ecossocialista pode propiciar a perfeita convivência entre ser humano e natureza, e por isso trazemos Antônio Ruas a Santa Maria.
Repasse esse convite e venha para o debate.
Para quem tiver mais interesse sobre o Ecossocialismo, clique aqui e leia texto de Michael Lowy sobre o tema.
O debate será na quinta-feira (dia 9), às 20h, no auditório da SEDUFSM (Rua André Marques 665).
Antônio é Professor Universitário e Sanitarista, e iniciou a militância na luta ecológica na década de 1970, como estudante na UFRGS, na AGAPAN, na luta contra o Pólo Petroquímico, na implantação do Parque de Itapuã e na Associação Nacional de Apoio ao Índio. Foi presidente dos Diretórios Acadêmicos da Biologia e da Veterinária, impulsionando a causa ecológica. Fez o Mestrado na Inglaterra e Doutorado na PUCRS. Lecionou na UPF por 5 anos e é sanitarista concursado na Secretaria Estadual de Saúde. Na UERGS lecionou na administração em saúde, produção pesqueira e gestão ambiental, da qual foi paraninfo. Defendeu a estatização completa da instituição e o direito a um sindicato próprio e a representa no Conselho Estadual dos Povos Indígenas. Junto com os excluídos, agricultores sem terra, indígenas e quilombolas luta pelo meio ambiente, pelas gerações atuais e futuras, pelo ecossocialismo.
O MCC acredita que a única soloução para a crise ambiental pela qual passamos não é o tão propagado desenvolvimento sustentável, pois este, quando tem de escolher entre ficar do lado do capital ou do lado da natureza, fica com o capital. Acreditamos que apenas uma sociedade Ecossocialista pode propiciar a perfeita convivência entre ser humano e natureza, e por isso trazemos Antônio Ruas a Santa Maria.
Repasse esse convite e venha para o debate.
Para quem tiver mais interesse sobre o Ecossocialismo, clique aqui e leia texto de Michael Lowy sobre o tema.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
I Encontro sobre Agrobiodiversidade e Sementes Crioulas: uma condição para a soberania dos povos.
Olá!
O GARRA, em parceria com GVC, UVAIA, URRA e MPA, gostaria de te convidar a participar do I Encontro sobre Agrobiodiversidade e Sementes Crioulas: uma condição para a soberania dos povos.
O Encontro tem como objetivo proporcionar um espaço de formação e de discussão em torno de temas da Agrobiodiversidade e das Sementes Crioulas, entendendo-os como fundamentais para a autodeterminação dos povos e à soberania alimentar, valorizando a história e a cultura das comunidades, na busca do desenvolvimento sustentável. Com este evento, buscamos reunir pessoas interessadas nesses assuntos e que queiram compartilhar experiências e debater sobre as temáticas propostas.
Participe desta discussão, formação, troca de saberes, experiências e conhecimentos.
Inscrições (limitadas) e mais informações, através do e-mail:
grupodeapoioareformaagraria@gmail.com
Parcerias:
· GVC: Grupo Viveiros Comunitários
· MPA: Movimento dos Pequenos Agricultores
· UVAIA: Uma Visão Agronômica com Ideal Agroecológico
· URRA: União Rastafari de Resistência Ambiental
Apoio:
· PROREXT: Pró-Reitoria de Extensão UFRGS
· MAPA: Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Agradecemos se puderes colaborar na divulgação!
Nosso Blog: http://agrobiodiversidade.wordpress.com/
Grupo de Apoio à Reforma Agrária (GARRA)
O GARRA, em parceria com GVC, UVAIA, URRA e MPA, gostaria de te convidar a participar do I Encontro sobre Agrobiodiversidade e Sementes Crioulas: uma condição para a soberania dos povos.
O Encontro tem como objetivo proporcionar um espaço de formação e de discussão em torno de temas da Agrobiodiversidade e das Sementes Crioulas, entendendo-os como fundamentais para a autodeterminação dos povos e à soberania alimentar, valorizando a história e a cultura das comunidades, na busca do desenvolvimento sustentável. Com este evento, buscamos reunir pessoas interessadas nesses assuntos e que queiram compartilhar experiências e debater sobre as temáticas propostas.
Participe desta discussão, formação, troca de saberes, experiências e conhecimentos.
Inscrições (limitadas) e mais informações, através do e-mail:
grupodeapoioareformaagraria@gmail.com
Parcerias:
· GVC: Grupo Viveiros Comunitários
· MPA: Movimento dos Pequenos Agricultores
· UVAIA: Uma Visão Agronômica com Ideal Agroecológico
· URRA: União Rastafari de Resistência Ambiental
Apoio:
· PROREXT: Pró-Reitoria de Extensão UFRGS
· MAPA: Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Agradecemos se puderes colaborar na divulgação!
Nosso Blog: http://agrobiodiversidade.wordpress.com/
Grupo de Apoio à Reforma Agrária (GARRA)
Hidreletricas no Rio Grande do Sul. Impactos sociais e ambientais
Hidrelétricas no Rio Grande do Sul. Impactos sociais e ambientais é o tema de capa da IHU On-Line número 341, de 30-08-2010. Contribuem na discussão Paulo Brack, Alexandre Krob, Eduardo Ruppenthal, Leandro Scalabrin, Lisiane Hahn, Márcio Repenning e Silvia Pagel.
A matriz energética brasileira está em discussão. Qual seria a matriz mais sustentável, renovável, limpa e com menos consequências sociais e ambientais para o país? Este debate urge a necessidade de repensar o modelo das usinas hidrelétricas, com suas megaobras e grandes barragens. No momento em que o país debate com a situação do Rio Xingu sob o impacto da construção da hidrelétrica de Belo Monte, do Rio Tapajós com as usinas projetadas para serem construídas e os impactos no Rio Madeira com as usinas de Jirau e Santo Antônio, a IHU On-Line desta semana debate a construção de uma série de hidrelétricas no estado do Rio Grande do Sul.
Acesso: http://www.ihuonline.unisinos.br/
Paulo Brack: RS. Uma calamidade social. Mais de 50 mil pessoas afetadas pelas hidrelétricas
Márcio Repenning: Hidrelétricas no Rio Grande do Sul: um caos generalizado
Leandro Scalabrin: O Rio Uruguai, ao longo de todo o norte do Rio Grande do Sul, não existe mais
Faustino Teixeira:
Raimon Panikkar, buscador do Mistério
José Marques de Melo:
Sísifo ou fênix?
Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-000
Linha Direta Unisinos: +55 (51) 3591 1122
A matriz energética brasileira está em discussão. Qual seria a matriz mais sustentável, renovável, limpa e com menos consequências sociais e ambientais para o país? Este debate urge a necessidade de repensar o modelo das usinas hidrelétricas, com suas megaobras e grandes barragens. No momento em que o país debate com a situação do Rio Xingu sob o impacto da construção da hidrelétrica de Belo Monte, do Rio Tapajós com as usinas projetadas para serem construídas e os impactos no Rio Madeira com as usinas de Jirau e Santo Antônio, a IHU On-Line desta semana debate a construção de uma série de hidrelétricas no estado do Rio Grande do Sul.
Acesso: http://www.ihuonline.unisinos.br/
Paulo Brack: RS. Uma calamidade social. Mais de 50 mil pessoas afetadas pelas hidrelétricas
Márcio Repenning: Hidrelétricas no Rio Grande do Sul: um caos generalizado
Leandro Scalabrin: O Rio Uruguai, ao longo de todo o norte do Rio Grande do Sul, não existe mais
Faustino Teixeira:
Raimon Panikkar, buscador do Mistério
José Marques de Melo:
Sísifo ou fênix?
Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-000
Linha Direta Unisinos: +55 (51) 3591 1122
sábado, 28 de agosto de 2010
Movimentos e lideranças sociais lançam manifesto contra Belo Monte
A campanha de Plínio Arruda Sampaio recebe o manifesto feito por indígenas, ribeirinhas, pequenos agricultores e movimentos sociais que condena a construção da Usina hidroelétrica de Belo Monte. Leia abaixo o manifesto o qual a candidatura do PSOL endossa, e clique aqui para ver o vídeo com a opinião de Plínio sobre Belo Monte:
MANIFESTO
Assinatura da Concessão de Belo Monte é mais uma ofensiva macabra para sentenciar a morte do rio Xingu
Os funcionários do Planalto ainda não terão limpado os restos da festança que comemorará o retorno do Presidente da República ao seu Palácio nesta quarta, dia 25, e o governo federal assinará a sentença de morte do Xingu e a expulsão de milhares de cidadãos de suas casas, o pouco que ribeirinhos e pequenos agricultores das barrancas do rio podem chamar de seu.
Num ato de escandalosa afronta a convenções internacionais de direitos humanos, à legislação brasileira e à Constituição do país, o governo firmará, nesta quinta, 26, o Decreto de Outorga e o Contrato de Concessão da UHE Belo Monte com o Consórcio N/Morte Energia no Palácio do Planalto.
A assinatura ocorrerá antes do Ibama ter concedido a Licença de Instalação à obra, que, por lei, deve anteceder mesmo o processo de licitação (artigo 4 da resolução 006 do CONAMA), e enquanto ainda tramitam na Justiça 15 Ações Civis Públicas contra a Licença Prévia, contra o leilão e por violação de Direitos Humanos e Constitucionais das populações ameaçadas.
Neste ato, serão rasgados acordos internacionais como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e a Convenção sobre Diversidade Biológica, que exigem o consentimento livre, prévio e informado dos Povos Indígenas e Comunidades Locais em caso de empreendimentos que afetem suas vidas.
Será consolidado um procedimento que ressuscitou um autoritarismo aterrador por parte do governo, que instou o Tribunal Regional Federal a derrubar sem a mínima avaliação dos argumentos jurídicos três liminares concedidas pela Justiça Federal contra a obra e o leilão, constrangeu procuradores do Ministério Público Federal através de ameaças abertas por parte da Advocacia Geral da União, e avalizou um projeto que custará mais de 19 bilhões de reais – a maior parte advinda de fundos públicos como o BNDES e de fundos de pensão - sem a menor garantia de viabilidade econômica, representando uma grave ameaça ao erário público.
Há mais de um ano atrás, em julho de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu em audiência representantes da comunidade científica, lideranças indígenas e sociais e o bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler, e garantiu textualmente a seus interlocutores que não lhes “enfiaria Belo Monte goela abaixo”. Também se comprometeu a responder algumas questões, que lhe foram enviadas por carta posteriormente:
- O que diz Lula ao Brasil sobre a ineficiência energética da usina, que na maior parte do ano só produzirá 40% da energia prometida?
- Que garantias Lula dá às populações do Xingu de que não serão construídas outras três usinas – Altamira, Pombal e São Felix do Xingu – no rio?
- O que diz Lula sobre os impactos às populações indígenas?
- Qual o número de atingidos pela obra que serão deslocados de suas casas?
- O que será da população dos 100 km da Volta Grande do Xingu que secarão com Belo Monte?
- O que diz Lula sobre a pressão populacional que a região sofrerá com a migração de milhares de pessoas para Altamira, em busca de emprego e oportunidade?
- Qual é, afinal, o custo da usina?
- Qual será a tarifa cobrada da população brasileira pela energia produzida por Belo Monte?
Estas perguntas nunca foram respondidas pelo presidente. Não foram respondidas satisfatoriamente por ninguém. As populações ameaçadas, todos nós brasileiros, fomos escanteados, desrespeitados em nossos direitos, tivemos nossas leis pisadas na lama e nossos direitos ridicularizados.
A assinatura do Decreto de Outorga e do Contrato de Concessão da UHE Belo Monte, um dos primeiros atos oficiais no reluzente e recém-reinaugurado Palácio do Planalto, deixará uma mancha macabra e feia. Mas não extinguirá a resistência de indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores que lutam por suas vidas no Xingu, e por tudo que o rio e as matas são para eles e para nós: garantia de futuro. Vergonha sobre o governo! Belo Monte não passará!
Assinam:
Dom Erwin Kräutler, bispo da Prelazia do Xingu
Movimento Xingu Vivo para Sempre - MXVPS
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB
Conselho Indigenista Missionário - CIMI
Rede Fórum da Amazônia Oriental - FAOR
Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre, Belém/PA
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SDDH
Instituto Amazônia Solidária e Sustentável - IAMAS
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé
Instituto Socioambiental - ISA
Society for Threatened Peoples International
Instituto de Estudos Socioeconômicos - INESC
Instituto Terramar
Justiça Global
Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Instituto Humanitas
Associação Floresta Protegida - Mebengokré/Kayapó
Instituto Ambiental Vidágua
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
IBASE
Centro Legal de Defensores do Meio Ambiente - EDLC
Survival International
FASE AMAZÔNIA
Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia - MAMA
Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense - FMAP
Articulação de Mulheres Brasileiras - AMB
Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará – CEDENPA
Terra de Direitos
Fundação Tocaia
Campa - Cooperação Associativo Ambiental Panamazônica
Fórum Carajás
Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais
Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul - PACS
COMITÊ-DOROTHY
OPERAÇÃO AMAZÔNIA NATIVA – OPAN
Associação Civil Alternativa Terrazul
REDE SOCIAL DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS
Centro de Defesa dos Direitos Humanos
Educação Popular do Acre-CDDHEP
Articulação de Mulheres Negras da Amazonia Brasileira - FULANAS
Rede Jubileu Sul Brasil
Rede Jubileu Sul Américas
Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul - PACS
Forum Mudanças Climáticas e Justiça Social
Assembléia Popular Nacional
Grito dos Excluídos
Sindicato dos professores de Nova Friburgo e região
“Toda vez que nos unimos reforçamos nosso movimento. Temos que continuar lutando pela vida, pela cultura e biodiversidade e floresta; os velhos, os jovens e as gerações futuras não desistirão nunca da luta contra Belo Monte!" - Cacique Raoni Metuktire, Altamira, agosto de 2008
MANIFESTO
Assinatura da Concessão de Belo Monte é mais uma ofensiva macabra para sentenciar a morte do rio Xingu
Os funcionários do Planalto ainda não terão limpado os restos da festança que comemorará o retorno do Presidente da República ao seu Palácio nesta quarta, dia 25, e o governo federal assinará a sentença de morte do Xingu e a expulsão de milhares de cidadãos de suas casas, o pouco que ribeirinhos e pequenos agricultores das barrancas do rio podem chamar de seu.
Num ato de escandalosa afronta a convenções internacionais de direitos humanos, à legislação brasileira e à Constituição do país, o governo firmará, nesta quinta, 26, o Decreto de Outorga e o Contrato de Concessão da UHE Belo Monte com o Consórcio N/Morte Energia no Palácio do Planalto.
A assinatura ocorrerá antes do Ibama ter concedido a Licença de Instalação à obra, que, por lei, deve anteceder mesmo o processo de licitação (artigo 4 da resolução 006 do CONAMA), e enquanto ainda tramitam na Justiça 15 Ações Civis Públicas contra a Licença Prévia, contra o leilão e por violação de Direitos Humanos e Constitucionais das populações ameaçadas.
Neste ato, serão rasgados acordos internacionais como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e a Convenção sobre Diversidade Biológica, que exigem o consentimento livre, prévio e informado dos Povos Indígenas e Comunidades Locais em caso de empreendimentos que afetem suas vidas.
Será consolidado um procedimento que ressuscitou um autoritarismo aterrador por parte do governo, que instou o Tribunal Regional Federal a derrubar sem a mínima avaliação dos argumentos jurídicos três liminares concedidas pela Justiça Federal contra a obra e o leilão, constrangeu procuradores do Ministério Público Federal através de ameaças abertas por parte da Advocacia Geral da União, e avalizou um projeto que custará mais de 19 bilhões de reais – a maior parte advinda de fundos públicos como o BNDES e de fundos de pensão - sem a menor garantia de viabilidade econômica, representando uma grave ameaça ao erário público.
Há mais de um ano atrás, em julho de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu em audiência representantes da comunidade científica, lideranças indígenas e sociais e o bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler, e garantiu textualmente a seus interlocutores que não lhes “enfiaria Belo Monte goela abaixo”. Também se comprometeu a responder algumas questões, que lhe foram enviadas por carta posteriormente:
- O que diz Lula ao Brasil sobre a ineficiência energética da usina, que na maior parte do ano só produzirá 40% da energia prometida?
- Que garantias Lula dá às populações do Xingu de que não serão construídas outras três usinas – Altamira, Pombal e São Felix do Xingu – no rio?
- O que diz Lula sobre os impactos às populações indígenas?
- Qual o número de atingidos pela obra que serão deslocados de suas casas?
- O que será da população dos 100 km da Volta Grande do Xingu que secarão com Belo Monte?
- O que diz Lula sobre a pressão populacional que a região sofrerá com a migração de milhares de pessoas para Altamira, em busca de emprego e oportunidade?
- Qual é, afinal, o custo da usina?
- Qual será a tarifa cobrada da população brasileira pela energia produzida por Belo Monte?
Estas perguntas nunca foram respondidas pelo presidente. Não foram respondidas satisfatoriamente por ninguém. As populações ameaçadas, todos nós brasileiros, fomos escanteados, desrespeitados em nossos direitos, tivemos nossas leis pisadas na lama e nossos direitos ridicularizados.
A assinatura do Decreto de Outorga e do Contrato de Concessão da UHE Belo Monte, um dos primeiros atos oficiais no reluzente e recém-reinaugurado Palácio do Planalto, deixará uma mancha macabra e feia. Mas não extinguirá a resistência de indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores que lutam por suas vidas no Xingu, e por tudo que o rio e as matas são para eles e para nós: garantia de futuro. Vergonha sobre o governo! Belo Monte não passará!
Assinam:
Dom Erwin Kräutler, bispo da Prelazia do Xingu
Movimento Xingu Vivo para Sempre - MXVPS
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB
Conselho Indigenista Missionário - CIMI
Rede Fórum da Amazônia Oriental - FAOR
Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre, Belém/PA
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SDDH
Instituto Amazônia Solidária e Sustentável - IAMAS
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé
Instituto Socioambiental - ISA
Society for Threatened Peoples International
Instituto de Estudos Socioeconômicos - INESC
Instituto Terramar
Justiça Global
Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Instituto Humanitas
Associação Floresta Protegida - Mebengokré/Kayapó
Instituto Ambiental Vidágua
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
IBASE
Centro Legal de Defensores do Meio Ambiente - EDLC
Survival International
FASE AMAZÔNIA
Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia - MAMA
Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense - FMAP
Articulação de Mulheres Brasileiras - AMB
Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará – CEDENPA
Terra de Direitos
Fundação Tocaia
Campa - Cooperação Associativo Ambiental Panamazônica
Fórum Carajás
Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais
Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul - PACS
COMITÊ-DOROTHY
OPERAÇÃO AMAZÔNIA NATIVA – OPAN
Associação Civil Alternativa Terrazul
REDE SOCIAL DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS
Centro de Defesa dos Direitos Humanos
Educação Popular do Acre-CDDHEP
Articulação de Mulheres Negras da Amazonia Brasileira - FULANAS
Rede Jubileu Sul Brasil
Rede Jubileu Sul Américas
Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul - PACS
Forum Mudanças Climáticas e Justiça Social
Assembléia Popular Nacional
Grito dos Excluídos
Sindicato dos professores de Nova Friburgo e região
“Toda vez que nos unimos reforçamos nosso movimento. Temos que continuar lutando pela vida, pela cultura e biodiversidade e floresta; os velhos, os jovens e as gerações futuras não desistirão nunca da luta contra Belo Monte!" - Cacique Raoni Metuktire, Altamira, agosto de 2008
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