sexta-feira, 28 de maio de 2010
Plínio Arruda Sampaio no RS
Plínio visitou o posto de saúde da Vila Cruzeiro e tomou café na banca 40 do Mercado Público
Em Porto Alegre, pré-candidato do PSOL à presidência defende a reforma agrária
Plínio Arruda Sampaio visitou defendeu estatização de bancos, escolas e clínicas médicas
Rosane de Oliveira | rosane.oliveira@zerohora.com.br
Na primeira visita a Porto Alegre depois de confirmado como candidato do PSOL a presidente, Plínio de Arruda Sampaio, 79 anos, defendeu teses que embalaram os discursos da esquerda no século passado, como a estatização de bancos, escolas e clínicas médicas.
Pela manhã, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, defendeu uma reforma agrária que chamou de "moderada" e pregou a expropriação de propriedades com mais de 500 hectares, produtivas ou não e criticou a agricultura voltada para a exportação.
O candidato reafirmou a intenção do PSOL de não receber contribuições de empresas para a campanha. Disse que o partido vai seguir o exemplo de Barack Obama e buscar contribuições de pessoas físicas pela internet.
Ao reconhecer as dificuldades de sua candidatura, Plínio de Arruda Sampaio brincou com o próprio nome:
— Ainda tenho o problema de me chamar Arruda. Aquele outro é o Arruda do DEM. Eu sou o Arruda do bem.
Em companhia da deputada federal Luciana Genro e dos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, Plínio circulou pela cidade, deu entrevistas a veículos de comunicação, visitou o posto de saúde da Vila Cruzeiro e tomou café na banca 40 do Mercado Público.
À noite, participou da abertura da etapa regional do seminário de programa do PSOL. O seminário para a construção do programa de governo continua amanhã, a partir das 9h30min, com debates sobre educação, reforma agrária, segurança alimentar, meio ambiente, reforma urbana, integração e desenvolvimento regional e saúde.
ZERO HORA
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/eleicoes-2010/19,0,2920054,Em-Porto-Alegre-pre-candidato-do-PSOL-a-presidencia-defende-a-reforma-agraria.html
Na página da Rosane de Oliveira
Plínio de Arruda visita Porto Alegre
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/rosanedeoliveira/2010/05/29/plinio-de-arruda-visita-porto-alegre/?topo=52,1,1,,263,e263
Confira aqui as entrevistas de Plínio Sampaio às rádios Gaúcha, BandRS e Guaíba
No dia de hoje, 28, Plínio Arruda Sampaio concedeu entrevistas às rádios Gaúcha, Guaíba e Band/RS para falar sobre sua pré-candidatura. Sampaio também visitou o jornal “Correio do Povo” e o posto de saúde da Vila Cruzeiro. E realizou uma visita no mercado municipal, no centro da capital gaúcha, com a presença da deputada federal Luciana Genro, dos vereadores Pedro Ruas (pré-candidato ao governo do Estado do Rio Grande do Sul) e Fernanda Melchionna, os pré-candidatos a deputado estadual Roberto Robaina e Neiva Lazzaroto, o pré-candidato à Câmara dos Deputados Antônio Ruas, além da militância do PSOL na cidade. Confira abaixo os áudios das rádios Gaúcha e Band/RS.
Rádio Gaúcha – programa Gaúcha Atualidade
Rádio BandRS – programa Conexão Band
Rádio Guaíba
Rádio Guaíba
Pré-candidato do PSOL ao Planalto defende reforma agrária em terras de mais de 500 hectares
Plínio de Arruda Sampaio quer retomar proposta de João Goulart para assentar famílias no campo
O pré-candidato do PSol à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, em visita a Porto Alegre, destacou que o principal objetivo que pretende apresentar aos eleitores é a prioridade à educação e à reforma agrária. Com relação à questão fundiária, Sampaio pretende retomar proposta do presidente João Goulart. O pré-candidato explicou que a ideia é que toda a propriedade acima de 500 hectares, produtiva ou não, seja passível de desapropriação para o assentamento de agricultores.
Ouça o áudio:
Fonte: Voltaire Porto/Rádio Guaíba
Rádio Gaúcha
"Vamos mudar as prioridades do orçamento da República", defende Plínio Arruda.
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Plínio Arruda, está no Rio Grande do Sul para cumprir uma série de compromissos. Em relação aos seus adversários, José Serra e Dilma Rousseff, ele indica que não há divergências profundas entre os dois principais candidatos, o que os torna parecidos. Este é o gancho para que Plínio Arruda entre no plano de governo do partido. "Nós vamos levar as soluções concretas para os problemas reais do Brasil", afirma. O pré-candidato também destaca que as prioridades do orçamento da República vão passar por mudanças, caso eleito
Rádio Bandeirantes
Conexão Band entrevista o pré-candidato à presidência da república pelo Psol, Plínio de Arruda Sampaio
Central Band de Jornalismo
28/05/2010 16h05
Em prosseguimento a série de entrevistas com pré-candidatos, o Conexão Band Especial, entrevistou nessa sexta-feira, o pré-candidato à presidência da república pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Plínio de Arruda Sampaio.
O pré-candidato foi questionado quanto às motivações que o levaram à pré-candidatura, assim como sobre temas como a reforma agrária, a luta pelo socialismo e entre outros assuntos, também, a questão dos possíveis apoios, alianças e coligações.
Estiveram presentes a repórter da editoria de política da BAND, Nathalia Fruet, o repórter do Grupo Bandeirantes e coordenador da TV Bandeirantes, Fernando Guimarães, assim como o apresentador do programa Mapa Mundi da Rádio Bandeirantes AM 640 e, também, colunista da Rádio BandNews FM 99.3, Henrique Raizler.
O programa foi apresentado pela Coordenadora de Rádio Jornalismo, Civa Silveira, com produção de José Carlos Roque. O Conexão Band é apresentado de segunda a sexta-feira, das 14h às 15h.
Reportagem e Fotos: Gustavo Nunes
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quinta-feira, 27 de maio de 2010
Convite "Um programa socialista, ecológico e popular para o Brasil"
Companheir@s!
Sob o lema "Um programa socialista, ecológico e popular para o Brasil", o PSOL está se mobilizando em todo o país para debater o programa de governo que o partido apresentará à sociedade brasileira nas eleições presidenciais de 2010. As discussões estão ocorrendo por meio de Seminários Regionais que reunem representantes de vários segmentos, como intelectuais, lideranças sociais, dirigentes partidários e personalidades regionais e nacionais. Até agora o encontro ocorreu nas regiões Centro-Oeste (13 e 14 de maio) e Nordeste (22 e 23 de maio). As próximas serão no Sul (28 e 29 de maio), Sudeste (12 de junho) e Norte (13 de junho).
Os encontros têm cumprindo o papel de espaço de debate político, elaboração programática e de mobilização do partido para o pleito deste ano. O pré-candidato à presidência da república pelo PSOL, Plínio Arruda Sampaio, está marcando presença em todas as atividades, que culminarão com a realização do Seminário Nacional de programa de governo nos dias 26 e 27 de junho, na capital paulista.
Nesta sexta, 28, Plínio de Arruda Sampaio, pré-candidato do PSOL à presidência estará em Porto Alegre para debater com a militância e apoiadores. Agende-se para acompanhar as atividades com nosso pré-candidato.
Agenda de rua e imprensa:
8h10 – Gaúcha Atualidade;
9h15 – Conversas Cruzadas;
14h – 15h – Rádio Bandeirantes;
15h30 – Postão da Cruzeiro (PAM 3), em defesa da saúde pública!;
16h20 – Correio do Povo e Rádio Guaíba;
17h45 – Caminhada no Mercado Público.
De noite participe da abertura da etapa regional do Seminário de Programa do PSOL com Pedro Ruas, Plínio de Arruda Sampaio e Via Campesina (a confirmar), 18h30, no SINDISPREV/RS (Leonardo Truda, 40, 12º andar - Centro).
O Seminário de Programa segue no sábado (Sindisprev) com as seguintes mesas de debate:
9h30 - Educação
13h30 - Reforma Agrária, Segurança Alimentar e Meio Ambiente (com subitens: Reforma Urbana, Integração e desenvolvimento regional)
16h15 - Saúde
Comitê dos Pré-candidatos Plínio e Pedro Ruas
--------------------------------------------------------------------------------
Partido Socialismo e Liberdade - PSOL-RS
Rua da República, 108 - Cidade Baixa - Porto Alegre - CEP: 90050-320
Telefone: (51) 3029-5049
Acesse: www.pliniopresidente.com
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A Mata Atlântica está desaparecendo também no RS
Notícia da edição impressa de 27/05/2010 - Jornal do Comércio
Estado lidera o desmatamento da Mata Atlântica
O Rio Grande do Sul lidera um ranking nacional. Isso, porém, não é razão de orgulho. Ao contrário, é motivo de vergonha. O Estado é o que teve o maior aumento na taxa de desmatamento anual da Mata Atlântica.
Conforme o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, produzido pela Fundação S.O.S Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado ontem, o Rio Grande do Sul aumentou a taxa de desmatamento anual, desflorestando 83% a mais. A taxa, que era de 1.039 hectares/ano no período 2005-2008, passou para 1.897 hectares, de 2008 a maio de 2010. Originalmente, possuía 48% do seu território (13.759.380 hectares) no bioma e, atualmente, restam apenas 7,31% (1.006.247 hectares).
A sexta edição do Atlas revela que, de 2008 até maio de 2010, dos nove estados analisados, os que possuem desflorestamentos mais críticos são Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que perderam 12.524, 2.699 e 2.149 hectares, respectivamente. Aos números do desflorestamento destes três estados, somam-se outros 1.897 hectares no Rio Grande do Sul, 743 hectares em São Paulo, 315 hectares no Rio de Janeiro, 161 em Goiás, 160 no Espírito Santo e 154 hectares no Mato Grosso do Sul, totalizando 20.867 hectares de floresta nativa suprimida.
26/05/2010 - NOVOS DADOS DO ATLAS DA MATA ATLÂNTICA
Hoje (26 de maio) foram divulgados os dados parciais do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica” para o período de 2008-2010, pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a iniciativa que tem o patrocínio de Bradesco Cartões. Neste intervalo, foram suprimidos ao menos 20.867 hectares de Mata Atlântica nativa em 9 dos 17 Estados brasileiros que abrigam o Bioma (GO, ES, MG, MS, PR, RJ, RS, SC e SP), área equivalente a metade da cidade de Curitiba. “Os dados avaliados no período de 2008-2010 mostram que o desmatamento na floresta nativa continua, e é preciso que as políticas públicas que incentivam a conservação e a fiscalização atuem de maneira mais efetiva para garantir a manutenção da floresta e, por consequência, dos serviços ambientais para milhões de pessoas que dependem de seus recursos naturais”, alerta Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica.
Os Estados que possuem desflorestamentos mais críticos são Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que perderam 12.524 hectares, 2.699 hectares e 2.149 hectares, respectivamente. A estes números somam-se desflorestamentos de 1.897 hectares no Rio Grande do Sul, 743 hectares em São Paulo, 315 hectares no Rio de Janeiro, 161 em Goiás, 160 no Espírito Santo e 154 hectares no Mato Grosso do Sul, totalizando 20.867 hectares de floresta nativa suprimida. No que se refere ao desmatamento dos ecossistemas costeiros, dos nove Estados avaliados, São Paulo foi o único a perder 65 hectares de vegetação de restinga.
A sexta edição do Atlas considera o Mapa da Área da Aplicação da Lei 11.428 de 2006, publicada pelo IBGE, e avaliou 94.912.769 hectares, ou 72% da área total do Bioma Mata Atlântica. Os Estados do Nordeste ainda não puderam ser incluídos nesta atualização devido aos elevados índices de cobertura de nuvens e a previsão é que seus dados sejam divulgados até o final deste ano.
Para conferir mais informações, relatórios e mapas, acesse o link do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica no site:
http://www.sosmatatlantica.org.br/
Estado lidera o desmatamento da Mata Atlântica
O Rio Grande do Sul lidera um ranking nacional. Isso, porém, não é razão de orgulho. Ao contrário, é motivo de vergonha. O Estado é o que teve o maior aumento na taxa de desmatamento anual da Mata Atlântica.
Conforme o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, produzido pela Fundação S.O.S Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgado ontem, o Rio Grande do Sul aumentou a taxa de desmatamento anual, desflorestando 83% a mais. A taxa, que era de 1.039 hectares/ano no período 2005-2008, passou para 1.897 hectares, de 2008 a maio de 2010. Originalmente, possuía 48% do seu território (13.759.380 hectares) no bioma e, atualmente, restam apenas 7,31% (1.006.247 hectares).
A sexta edição do Atlas revela que, de 2008 até maio de 2010, dos nove estados analisados, os que possuem desflorestamentos mais críticos são Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que perderam 12.524, 2.699 e 2.149 hectares, respectivamente. Aos números do desflorestamento destes três estados, somam-se outros 1.897 hectares no Rio Grande do Sul, 743 hectares em São Paulo, 315 hectares no Rio de Janeiro, 161 em Goiás, 160 no Espírito Santo e 154 hectares no Mato Grosso do Sul, totalizando 20.867 hectares de floresta nativa suprimida.
26/05/2010 - NOVOS DADOS DO ATLAS DA MATA ATLÂNTICA
Hoje (26 de maio) foram divulgados os dados parciais do “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica” para o período de 2008-2010, pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a iniciativa que tem o patrocínio de Bradesco Cartões. Neste intervalo, foram suprimidos ao menos 20.867 hectares de Mata Atlântica nativa em 9 dos 17 Estados brasileiros que abrigam o Bioma (GO, ES, MG, MS, PR, RJ, RS, SC e SP), área equivalente a metade da cidade de Curitiba. “Os dados avaliados no período de 2008-2010 mostram que o desmatamento na floresta nativa continua, e é preciso que as políticas públicas que incentivam a conservação e a fiscalização atuem de maneira mais efetiva para garantir a manutenção da floresta e, por consequência, dos serviços ambientais para milhões de pessoas que dependem de seus recursos naturais”, alerta Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica.
Os Estados que possuem desflorestamentos mais críticos são Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que perderam 12.524 hectares, 2.699 hectares e 2.149 hectares, respectivamente. A estes números somam-se desflorestamentos de 1.897 hectares no Rio Grande do Sul, 743 hectares em São Paulo, 315 hectares no Rio de Janeiro, 161 em Goiás, 160 no Espírito Santo e 154 hectares no Mato Grosso do Sul, totalizando 20.867 hectares de floresta nativa suprimida. No que se refere ao desmatamento dos ecossistemas costeiros, dos nove Estados avaliados, São Paulo foi o único a perder 65 hectares de vegetação de restinga.
A sexta edição do Atlas considera o Mapa da Área da Aplicação da Lei 11.428 de 2006, publicada pelo IBGE, e avaliou 94.912.769 hectares, ou 72% da área total do Bioma Mata Atlântica. Os Estados do Nordeste ainda não puderam ser incluídos nesta atualização devido aos elevados índices de cobertura de nuvens e a previsão é que seus dados sejam divulgados até o final deste ano.
Para conferir mais informações, relatórios e mapas, acesse o link do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica no site:
http://www.sosmatatlantica.org.br/
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Plenária ecossocialista - síntese
Síntese da plenária ecossocialista realizada em 15 de maio de 2010.
Inicialmente manifestamos a nossa indignação com o boicote da mídia às nossas candidaturas. A imprensa burguesa trata como se não existisse alternativa às candidaturas da direita, defensoras do desenvolvimentismo capitalista. É fundamental romper esse cerco e reafirmar as nossas posições ecossocialistas, contrárias à enganação desenvolvimentista de Serra e Dilma e o ecocapitalismo de Marina Silva.
Temos a convicção da transversalidade do tema ambiental sobre todos os outros temas, é a questão da vida. Colocamos que a nossa grande estratégia é que todos vivam com a dignidade que os socialistas propõe. Sem a luta ambiental não tem socialismo, ou feminismo. Nada acontece sem esta transversalidade.
O modelo de sociedade capitalista levará à extinção das sociedades. Temos que dizer isto, junto com os nossos candidatos. A imprensa e a burguesia não darão espaço se ficarmos apenas reunindo, fazendo panfletos e não radicalizar em alguns casos como o Greenpeace no espaço deles...
Confira o documento na íntegra no link:
http://documentosecossocialistas.yolasite.com
Inicialmente manifestamos a nossa indignação com o boicote da mídia às nossas candidaturas. A imprensa burguesa trata como se não existisse alternativa às candidaturas da direita, defensoras do desenvolvimentismo capitalista. É fundamental romper esse cerco e reafirmar as nossas posições ecossocialistas, contrárias à enganação desenvolvimentista de Serra e Dilma e o ecocapitalismo de Marina Silva.
Temos a convicção da transversalidade do tema ambiental sobre todos os outros temas, é a questão da vida. Colocamos que a nossa grande estratégia é que todos vivam com a dignidade que os socialistas propõe. Sem a luta ambiental não tem socialismo, ou feminismo. Nada acontece sem esta transversalidade.
O modelo de sociedade capitalista levará à extinção das sociedades. Temos que dizer isto, junto com os nossos candidatos. A imprensa e a burguesia não darão espaço se ficarmos apenas reunindo, fazendo panfletos e não radicalizar em alguns casos como o Greenpeace no espaço deles...
Confira o documento na íntegra no link:
http://documentosecossocialistas.yolasite.com
Video denúncia sobre o irregular Aterro Serraria II
http://www.youtube.com/watch?v=E8DWSakDM0k
Feito por Gilson Tesch
Feito por Gilson Tesch
“Direito Ambiental, Luta Social e Ecossocialismo”
Lançamento do livro “Direito Ambiental, Luta Social e Ecossocialismo” ,
de João Alfredo Telles Melo
Livro convida à reflexão sobre o Direito, as lutas sociais e o desafio da superação da crise ambiental
Nas proximidades do Dia Internacional do Meio Ambiente, será lançado, na quarta-feira, 2 de junho, o livro “Direito Ambiental, Luta Social e Ecossocialismo: Artigos acadêmicos e escritos militantes”, de autoria do advogado, vereador e ambientalista João Alfredo Telles Melo. Na obra, o desafio contemporâneo da superação da crise ambiental é discutido, após serem revisitadas as lutas socioambientais que marcaram as últimas décadas, bem como os debates da área do Direito em relação à questão ambiental. O lançamento ocorrerá em meio ao verde de um dos locais mais belos da cidade, o nos jardins do Passeio Público, às 19h. Na ocasião, a obra será apresentada pelos professores Raquel Rigotto e José de Albuquerque Rocha. A noite será encerrada com a apresentação do cantor e compositor Parahyba, e das cantoras Helô Salles e Gigi Castro.
O trabalho, organizado pela jornalista Helena Martins, é enriquecido pela ilustração do artista plástico Hélio Rôla, pelas apresentações de Michael Löwy, Paulo Affonso Leme Machado e Valdemar Meneses e as contribuição de Sérgio Leitão e do diretor do Presidente do Instituto Brasileiro de Advocacia Pública, Guilherme José Purvin de Figueiredo. A edição é da Fundação Demócrito Rocha, e conta com o apoio do Instituto Brasileiro de Advocacia Pública e do curso de Direito da Faculdade 7 de Setembro.
Serviço:
Lançamento do livro "Direito Ambiental, Luta Social e Ecossocialismo"
Data: 02 de junho
Horário: 19h
Local: Passeio Público (Rua Dr. João Moreira, s/n. Centro, Fortaleza)
"PLINIO E PEDRO RUAS EM PORTO ALEGRE !"
"PLINIO E PEDRO RUAS EM PORTO ALEGRE !"
Companheir@s!
Estamos debatendo nosso programa! Nesta sexta, 28, Plínio de Arruda Sampaio, pré-candidato do PSOL à presidência estará em Porto Alegre para debater com a militância e apoiadores. Agende-se para acompanhar as atividades com nosso pré-candidato.
Você pode ouvir a entrevista do Plínio no Gaúcha Atualidade (Programa da Rádio Gaúcha) a partir das 8 horas da manhã. De tarde, ele concederá entrevista ao vivo na Rádio Guaíba, entre às 14h e 15h. Às 15h30 acompanharemos a atividade no Postão da Cruzeiro, em defesa da saúde pública!
De noite participe da abertura da etapa regional do Seminário de Programa do PSOL com Pedro Ruas, Plínio de Arruda Sampaio e Via Campesina, 18h30, no SINDISPREV/RS (Leonardo Truda, 40, 12º andar - Centro).
O Seminário de Programa segue no sábado com as seguintes mesas de debate:
9h30 - Educação
13h30 - Reforma agrária, Segurança Alimentar e Meio Ambiente (com subitens: Reforma Urbana, Integração e desenvolvimento regional)
16h15 - Saúde
Comitê dos Pré-candidatos Plínio e Pedro Ruas
Companheir@s!
Estamos debatendo nosso programa! Nesta sexta, 28, Plínio de Arruda Sampaio, pré-candidato do PSOL à presidência estará em Porto Alegre para debater com a militância e apoiadores. Agende-se para acompanhar as atividades com nosso pré-candidato.
Você pode ouvir a entrevista do Plínio no Gaúcha Atualidade (Programa da Rádio Gaúcha) a partir das 8 horas da manhã. De tarde, ele concederá entrevista ao vivo na Rádio Guaíba, entre às 14h e 15h. Às 15h30 acompanharemos a atividade no Postão da Cruzeiro, em defesa da saúde pública!
De noite participe da abertura da etapa regional do Seminário de Programa do PSOL com Pedro Ruas, Plínio de Arruda Sampaio e Via Campesina, 18h30, no SINDISPREV/RS (Leonardo Truda, 40, 12º andar - Centro).
O Seminário de Programa segue no sábado com as seguintes mesas de debate:
9h30 - Educação
13h30 - Reforma agrária, Segurança Alimentar e Meio Ambiente (com subitens: Reforma Urbana, Integração e desenvolvimento regional)
16h15 - Saúde
Comitê dos Pré-candidatos Plínio e Pedro Ruas
terça-feira, 25 de maio de 2010
Plenária ecossocialista - memória
Prezados companheiros, participantes da plenária ecossocialista. A memória da nossa reunião encontra-se no link abaixo:
http://documentosecossocialistas.yolasite.com
http://documentosecossocialistas.yolasite.com
sábado, 22 de maio de 2010
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Rios como artérias de vida, mas sob o torniquete das hidrelétricas
Segue artigo do Prof. Paulo Brack que compara a tragédia dos danos das hidrelétricas, do ponto de vista socioambiental, como os danos causados a orgãos vitais humanos, quando se interrompe o fluxo sanguíneo.
Publicado no dia 17 de maio de 2010 na Ecoagência:
http://www.ecoagencia.com.br/?open=artigo&id===AUUJlcWxGZXJFbaNVTWJVU
"Nos reservatórios de hidrelétricas, como efeito dominó, quanto maior a intervenção por esse tipo de obra, os habitats e os ecossistemas podem entrar em colapso, pois já perderam a oxigenação das corredeiras bem como a presença de peixes e plantas exclusivos de cursos d?água."
Publicado no dia 17 de maio de 2010 na Ecoagência:
http://www.ecoagencia.com.br/?open=artigo&id===AUUJlcWxGZXJFbaNVTWJVU
"Nos reservatórios de hidrelétricas, como efeito dominó, quanto maior a intervenção por esse tipo de obra, os habitats e os ecossistemas podem entrar em colapso, pois já perderam a oxigenação das corredeiras bem como a presença de peixes e plantas exclusivos de cursos d?água."
Em Gualeguaychú a luta continua
Manifestantes de Gualeguaychú mantêm o bloqueio da ponte em protesto contra a Botnia
O bloqueio da estrada 136 em Arroyo Verde não será interrompido. A decisão foi tomada neste domingo por unanimidade em uma concorrida assembleia ampliada convocada pelos ambientalistas de Gualeguaychú. Ao mesmo tempo, os assembleístas endureceram sua postura e prometeram levar adiante ações relâmpagos no marco de suas reivindicações para fechar a pasteira UPB (ex-Botnia). O núcleo duro da assembleia se negou sequer a debater qualquer proposta que tivesse a ver com a flexibilização do bloqueio e voltaram a se mostrar críticos com o governo nacional e com o uruguaio. Outro grupo de participantes, que se declara contra a manutenção do bloqueio, desistiu de participar da convocação para evitar enfrentamentos. Os advogados da Assembleia Cidadã deveriam agora avaliar se é possível, além disso, entrar com uma demanda coletiva contra o Executivo, a Secretaria do Meio Ambiente e a Comissão Administradora do Rio Uruguai (CARU) por “descumprimento dos deveres de funcionário público” – que foi aprovada pela maioria.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 17-05-2010.
A tradução é do Cepat.
Mal foi divulgada a sentença do Corte Internacional de Haia, vários assembleístas disseram que, com o veredito, o conflito, longe de se solucionar, se agravou. No domingo, na primeira convocatória ampliada da assembleia após a decisão, cerca de mil manifestantes da região apoiaram as ações levadas a cabo pelos assembleístas, inclusive o bloqueio da estrada, o que acaba jogando por terra as esperanças que se alimentavam nos dois lados do rio sobre um possível levantamento do bloqueio. O segundo objetivo era definir uma bateria de ações em resposta a uma sentença que qualificaram de “ruim, arbitrária e ambivalente”.
A tarde fria e cinzenta de domingo em Gualeguaychú atrasou a chegada dos manifestantes ao Clube Juventude Unida, sede da reunião que começou depois das 15h30. Na quadra de basquete, com capacidade para 5.000 pessoas, os participantes foram se achegando nas arquibancadas e cadeiras de plástico. Num dos lados, uma enorme tela serviria para apresentar uma síntese das provas que a Chancelaria argentina apresentou no processo levado à Corte de Haia. Através dela também se fez a ordenação da participação dos oradores e a organização do debate. Menos da metade das pessoas conseguiu ficar até o final da reunião, que se estendeu por mais de quatro horas. O placar utilizado nos jogos serviu para cronometrar as intervenções de três minutos para cada um: uma buzina indicava que o orador tinha dois minutos adicionais, depois dos quais, se ainda continuasse a falar, uma cigarra ensurdecedora o silenciava. Três coordenadores e oito observadores estavam a postos para garantir o desenrolar normal das votações. Nas paredes, as habituais faixas e blocos estavam abertos: “Se tocam no bloqueio tocam em todos nós”, rezava uma, como advertência do que finalmente se resolveria.
No ar e na água
A primeira meia hora da assembleia estava reservada a uma equipe técnica que explicou os estudos que a Secretaria de Meio Ambiente havia realizado em conjunto com os laboratórios das Universidades de Buenos Aires e La Plata. A apresentação procurou dar conta dos pontos centrais que não foram levados em conta pela decisão judicial. O propósito foi mostrar que a UPM-Botnia foi responsável por introduzir mudanças no ecossistema da bacia fluvial. Com uma crítica explícita à Haia por se declarar incompetente no que se refere à poluição do ar, a equipe de profissionais destacou os 78 episódios registrados na cidade no período de nove meses, em que se havia registrado cheiro ruim decorrente da atividade da pasteira, assim como os episódios de derramamento de efluentes líquidos. Para os técnicos, havia só uma explicação: os componentes encontrados no ar e na água provinham do processo de tratamento da pasta de celulose realizado na planta de Fray Bentos. “Estas provas permitirão levar o reclamo pelo ar poluído a outro tribunal internacional”, concluíram, otimistas. Os advogados que os sucederam na fala se expressaram no mesmo sentido.
Após duas horas de exposição, a palavra “bloqueio” sequer havia sido mencionada. O núcleo mais duro dos ambientalistas havia antecipado a Página/12 que a iniciativa de submeter à votação a continuidade do bloqueio não partiria deles. A polêmica pegou fogo quando um dos integrantes da assembleia, Eduardo Simón, propôs, após “conscientizar” os habitantes de Fray Bentos e de todo o Uruguai, levar adiante uma espécie de flexibilização da medida que – através de um cartaz limitador de altura para impedir a passagem de caminhões e microônibus – permitisse a circulação de carros pequenos em ambos os sentidos nos finais de semana. A iniciativa gerou alguns tímidos aplausos vindos do fundo do salão, mas quando estava a ponto de ser submetida a votação, Juan Carlos Barrios pediu uma moção de ordem para suspender a votação. Barrios havia sido o oitavo orador e havia proposto “reafirmar todas as ações (levadas a cabo pela assembleia) e incrementá-las com fatos novos”, mas, além disso, “ratificar as ações realizadas até esse momento, sem modificações”.
Esta última parte trouxe confusão, já que Barrios defendeu que a proposta flexibilizadora era redundante com a sua que havia sido aprovada por maioria. Em conversa com este jornal, Barrios afirmou que sua intenção foi não falar explicitamente de bloqueio, mas ao mesmo tempo “garantir” a sua continuidade. Esta discussão gerou alguns murmúrios entre os assembleístas que, por sua vez, defendiam a revisão do que havia sido votado antes, e por outro lado, achavam que não era necessário e que essa proposta abarcava o bloqueio. Finalmente, após um quarto intermediário, não se voltou atrás e a proposta moderada naufragou sem chegar a ser votada.
Fator surpresa
Depois do episódio, a assembleísta Silva Echavarría propôs não evitar o tema: “O bloqueio de Arroyo Verde nos representa”, afirmou. Depois disso, não apenas se aprovou a sua continuidade, como também reforços nas guardas e nas condições nas quais hoje se leva a cabo. Antes, os moradores consideraram apropriado retomar as ações surpresas para manifestar-se contra a planta – suspensas enquanto se aguardava o desfecho do julgamento em Haia –, mas dentro do marco da comissão de ações da assembleia, para evitar as “ações secretas” que já haviam sido erradicadas. Intermediando o debate, a assembleísta Natacha Crimella lançou uma iniciativa para entrar com um processo coletivo contra o governo nacional, a Secretaria de meio Ambiente e a CARU por “mau desempenho, ineficácia e inoperância como funcionário público”. A moção foi aprovada por maioria, mas surpreendeu a quantidade de abstenções que superava amplamente o número daqueles que se manifestaram favoráveis à aprovação. O tema passará para a área legal da assembleia, que avaliará a sua viabilidade.
Uma nova assembleia ampliada foi marcada para dentro de 60 dias. Intensificar as reuniões com diferentes setores da Argentina e do Uruguai; realizar uma caravana pela estrada 14 no domingo dia 30 de maio; e abrir uma comissão de acompanhamento do bloqueio de Arroyo Verde, foram ideias que colheram apoios, assim como a sugestão para que se aumentem os pedágios com destino ao Uruguai.
“Peço-lhes que continuem lutando”, exortou a ambientalista uruguaia Delia Villalba dirigindo-se à multidão e com severas críticas às autoridades de seu país, muito aplaudidas. “No dia em que o governo manifestar que seu objetivo coincide com o da luta” dos assembleístas pelo fechamento da pasteira, “nesse dia nos reuniremos e decidiremos se estão dadas as condições para uma mudança de rumo”, concluiu Martín Alazard, à maneira de resumo da mensagem que os ambientalistas enviaram.
Para ler mais:
Botnia. O veredito de Haia e o futuro
Argentinos fazem protesto contra fábrica na fronteira com Uruguai
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Botnia. Uruguai vence disputa contra Argentina
''Esperamos preservar o rio Uruguai''
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‘Não se pode esperar que transfiram a papeleira para outro lugar’
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Assembléia Popular de Gualeguaychú exige visto na fronteira com o Uruguai
Ativista uruguaio defende resistência ao eucalipto
Carnaval vira palco de protesto em Gualeguaychú
Um ano de protestos contra fábrica de papel
Botnia inicia operação de fábrica no Uruguai
Cerca de 100.000 argentinos protestam contra fábrica de celulose no Uruguai
Guerra da celulose de novo em Haia
Crise das fábricas de celulose. Protesto fecha pontes do Uruguai
Uruguai vai à Corte de Haia
Argentina e Uruguai. O conflito das fábricas de papel
O bloqueio da estrada 136 em Arroyo Verde não será interrompido. A decisão foi tomada neste domingo por unanimidade em uma concorrida assembleia ampliada convocada pelos ambientalistas de Gualeguaychú. Ao mesmo tempo, os assembleístas endureceram sua postura e prometeram levar adiante ações relâmpagos no marco de suas reivindicações para fechar a pasteira UPB (ex-Botnia). O núcleo duro da assembleia se negou sequer a debater qualquer proposta que tivesse a ver com a flexibilização do bloqueio e voltaram a se mostrar críticos com o governo nacional e com o uruguaio. Outro grupo de participantes, que se declara contra a manutenção do bloqueio, desistiu de participar da convocação para evitar enfrentamentos. Os advogados da Assembleia Cidadã deveriam agora avaliar se é possível, além disso, entrar com uma demanda coletiva contra o Executivo, a Secretaria do Meio Ambiente e a Comissão Administradora do Rio Uruguai (CARU) por “descumprimento dos deveres de funcionário público” – que foi aprovada pela maioria.
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 17-05-2010.
A tradução é do Cepat.
Mal foi divulgada a sentença do Corte Internacional de Haia, vários assembleístas disseram que, com o veredito, o conflito, longe de se solucionar, se agravou. No domingo, na primeira convocatória ampliada da assembleia após a decisão, cerca de mil manifestantes da região apoiaram as ações levadas a cabo pelos assembleístas, inclusive o bloqueio da estrada, o que acaba jogando por terra as esperanças que se alimentavam nos dois lados do rio sobre um possível levantamento do bloqueio. O segundo objetivo era definir uma bateria de ações em resposta a uma sentença que qualificaram de “ruim, arbitrária e ambivalente”.
A tarde fria e cinzenta de domingo em Gualeguaychú atrasou a chegada dos manifestantes ao Clube Juventude Unida, sede da reunião que começou depois das 15h30. Na quadra de basquete, com capacidade para 5.000 pessoas, os participantes foram se achegando nas arquibancadas e cadeiras de plástico. Num dos lados, uma enorme tela serviria para apresentar uma síntese das provas que a Chancelaria argentina apresentou no processo levado à Corte de Haia. Através dela também se fez a ordenação da participação dos oradores e a organização do debate. Menos da metade das pessoas conseguiu ficar até o final da reunião, que se estendeu por mais de quatro horas. O placar utilizado nos jogos serviu para cronometrar as intervenções de três minutos para cada um: uma buzina indicava que o orador tinha dois minutos adicionais, depois dos quais, se ainda continuasse a falar, uma cigarra ensurdecedora o silenciava. Três coordenadores e oito observadores estavam a postos para garantir o desenrolar normal das votações. Nas paredes, as habituais faixas e blocos estavam abertos: “Se tocam no bloqueio tocam em todos nós”, rezava uma, como advertência do que finalmente se resolveria.
No ar e na água
A primeira meia hora da assembleia estava reservada a uma equipe técnica que explicou os estudos que a Secretaria de Meio Ambiente havia realizado em conjunto com os laboratórios das Universidades de Buenos Aires e La Plata. A apresentação procurou dar conta dos pontos centrais que não foram levados em conta pela decisão judicial. O propósito foi mostrar que a UPM-Botnia foi responsável por introduzir mudanças no ecossistema da bacia fluvial. Com uma crítica explícita à Haia por se declarar incompetente no que se refere à poluição do ar, a equipe de profissionais destacou os 78 episódios registrados na cidade no período de nove meses, em que se havia registrado cheiro ruim decorrente da atividade da pasteira, assim como os episódios de derramamento de efluentes líquidos. Para os técnicos, havia só uma explicação: os componentes encontrados no ar e na água provinham do processo de tratamento da pasta de celulose realizado na planta de Fray Bentos. “Estas provas permitirão levar o reclamo pelo ar poluído a outro tribunal internacional”, concluíram, otimistas. Os advogados que os sucederam na fala se expressaram no mesmo sentido.
Após duas horas de exposição, a palavra “bloqueio” sequer havia sido mencionada. O núcleo mais duro dos ambientalistas havia antecipado a Página/12 que a iniciativa de submeter à votação a continuidade do bloqueio não partiria deles. A polêmica pegou fogo quando um dos integrantes da assembleia, Eduardo Simón, propôs, após “conscientizar” os habitantes de Fray Bentos e de todo o Uruguai, levar adiante uma espécie de flexibilização da medida que – através de um cartaz limitador de altura para impedir a passagem de caminhões e microônibus – permitisse a circulação de carros pequenos em ambos os sentidos nos finais de semana. A iniciativa gerou alguns tímidos aplausos vindos do fundo do salão, mas quando estava a ponto de ser submetida a votação, Juan Carlos Barrios pediu uma moção de ordem para suspender a votação. Barrios havia sido o oitavo orador e havia proposto “reafirmar todas as ações (levadas a cabo pela assembleia) e incrementá-las com fatos novos”, mas, além disso, “ratificar as ações realizadas até esse momento, sem modificações”.
Esta última parte trouxe confusão, já que Barrios defendeu que a proposta flexibilizadora era redundante com a sua que havia sido aprovada por maioria. Em conversa com este jornal, Barrios afirmou que sua intenção foi não falar explicitamente de bloqueio, mas ao mesmo tempo “garantir” a sua continuidade. Esta discussão gerou alguns murmúrios entre os assembleístas que, por sua vez, defendiam a revisão do que havia sido votado antes, e por outro lado, achavam que não era necessário e que essa proposta abarcava o bloqueio. Finalmente, após um quarto intermediário, não se voltou atrás e a proposta moderada naufragou sem chegar a ser votada.
Fator surpresa
Depois do episódio, a assembleísta Silva Echavarría propôs não evitar o tema: “O bloqueio de Arroyo Verde nos representa”, afirmou. Depois disso, não apenas se aprovou a sua continuidade, como também reforços nas guardas e nas condições nas quais hoje se leva a cabo. Antes, os moradores consideraram apropriado retomar as ações surpresas para manifestar-se contra a planta – suspensas enquanto se aguardava o desfecho do julgamento em Haia –, mas dentro do marco da comissão de ações da assembleia, para evitar as “ações secretas” que já haviam sido erradicadas. Intermediando o debate, a assembleísta Natacha Crimella lançou uma iniciativa para entrar com um processo coletivo contra o governo nacional, a Secretaria de meio Ambiente e a CARU por “mau desempenho, ineficácia e inoperância como funcionário público”. A moção foi aprovada por maioria, mas surpreendeu a quantidade de abstenções que superava amplamente o número daqueles que se manifestaram favoráveis à aprovação. O tema passará para a área legal da assembleia, que avaliará a sua viabilidade.
Uma nova assembleia ampliada foi marcada para dentro de 60 dias. Intensificar as reuniões com diferentes setores da Argentina e do Uruguai; realizar uma caravana pela estrada 14 no domingo dia 30 de maio; e abrir uma comissão de acompanhamento do bloqueio de Arroyo Verde, foram ideias que colheram apoios, assim como a sugestão para que se aumentem os pedágios com destino ao Uruguai.
“Peço-lhes que continuem lutando”, exortou a ambientalista uruguaia Delia Villalba dirigindo-se à multidão e com severas críticas às autoridades de seu país, muito aplaudidas. “No dia em que o governo manifestar que seu objetivo coincide com o da luta” dos assembleístas pelo fechamento da pasteira, “nesse dia nos reuniremos e decidiremos se estão dadas as condições para uma mudança de rumo”, concluiu Martín Alazard, à maneira de resumo da mensagem que os ambientalistas enviaram.
Para ler mais:
Botnia. O veredito de Haia e o futuro
Argentinos fazem protesto contra fábrica na fronteira com Uruguai
Argentina e Uruguai diante de nova oportunidade
Botnia. Uruguai vence disputa contra Argentina
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‘Não se pode esperar que transfiram a papeleira para outro lugar’
Uruguai atrai projeto de nova papeleira
Uruguai: histórias eucalípticas e celulósicas da Ence, Arauco e Stora Enso
Assembléia Popular de Gualeguaychú exige visto na fronteira com o Uruguai
Ativista uruguaio defende resistência ao eucalipto
Carnaval vira palco de protesto em Gualeguaychú
Um ano de protestos contra fábrica de papel
Botnia inicia operação de fábrica no Uruguai
Cerca de 100.000 argentinos protestam contra fábrica de celulose no Uruguai
Guerra da celulose de novo em Haia
Crise das fábricas de celulose. Protesto fecha pontes do Uruguai
Uruguai vai à Corte de Haia
Argentina e Uruguai. O conflito das fábricas de papel
Leilão de Belo Monte: uma armação
Leilão de Belo Monte: uma armação. Entrevista especial com Telma Monteiro
“Belo Monte poderia jamais ter saído do papel, não fosse a mentira”, afirmou Telma Monteiro, à IHU On-Line. Na entrevista que segue, concedida, por e-mail, ela explica como aconteceu o polêmico leilão de Belo Monte, ocorrido na última terça-feira, 20-4-2010, e informa que a liminar para cancelar o leilão de venda de energia de Belo Monte, solicitada pelas organizações Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e Amigos da Terra Amazônia Brasileira, e aprovada pelo juiz Antonio Carlos Campelo, foi ignorada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel. “Aconteceu que todos na Aneel fingiram que não receberam a terceira liminar e argumentaram que ela só chegou às 13h30, depois que o leilão havia terminado”, menciona.
Além da rápida concretização do leilão, outros aspectos chamam a atenção como o fato de duas grandes empreiteiras, Odebrecht e Camargo Corrêa, terem desistido da negociação. Para Telma, essa é uma questão que tem várias respostas. “Gerar energia através de Belo Monte seria um mau negócio para as empreiteiras” é uma das hipóteses. Talvez as empresas se “reservaram para apenas fazer a obra, já que não conseguiriam vender para o governo a energia pelo preço que queriam; fazer a obra dessa forma, sem a responsabilidade dos custos ambientais e sociais, além das batalhas na justiça que já são realidade, seria a hipótese mais coerente”, menciona.
Telma Monteiro é coordenadora de Energia e Infraestrutura Amazônia da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé.
Confira a entrevista.
http://www.ihu. unisinos. br/index. php?option= com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=31752
“Belo Monte poderia jamais ter saído do papel, não fosse a mentira”, afirmou Telma Monteiro, à IHU On-Line. Na entrevista que segue, concedida, por e-mail, ela explica como aconteceu o polêmico leilão de Belo Monte, ocorrido na última terça-feira, 20-4-2010, e informa que a liminar para cancelar o leilão de venda de energia de Belo Monte, solicitada pelas organizações Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e Amigos da Terra Amazônia Brasileira, e aprovada pelo juiz Antonio Carlos Campelo, foi ignorada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel. “Aconteceu que todos na Aneel fingiram que não receberam a terceira liminar e argumentaram que ela só chegou às 13h30, depois que o leilão havia terminado”, menciona.
Além da rápida concretização do leilão, outros aspectos chamam a atenção como o fato de duas grandes empreiteiras, Odebrecht e Camargo Corrêa, terem desistido da negociação. Para Telma, essa é uma questão que tem várias respostas. “Gerar energia através de Belo Monte seria um mau negócio para as empreiteiras” é uma das hipóteses. Talvez as empresas se “reservaram para apenas fazer a obra, já que não conseguiriam vender para o governo a energia pelo preço que queriam; fazer a obra dessa forma, sem a responsabilidade dos custos ambientais e sociais, além das batalhas na justiça que já são realidade, seria a hipótese mais coerente”, menciona.
Telma Monteiro é coordenadora de Energia e Infraestrutura Amazônia da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé.
Confira a entrevista.
http://www.ihu. unisinos. br/index. php?option= com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=31752
Lula é o campeão da destruição da Amazônia
Cacique Aritana chama Lula de campeão da destruição da Amazônia
(matéria: Instituto Humanitas Unisinos)
O cacique Aritana Yawalapiti, o mais diplomático de quantas lideranças indígenas há no Brasil, não aguentou o clima de desconsideraçã o aos índios que domina a Funai e a atitude do Presidente Lula e o chamou de maior destruidor da Amazônia.
O texto é de Mércio Pereira Gomes, antropólogo, publicado no seu blog, 28-04-2010.
Aritana é conhecido em todo o Brasil desde que a TV Record fez uma famosa novela, com o seu nome, que acontecia no próprio Parque Nacional do Xingu. Dono de um carisma cativante e gentil, Aritana faz de tudo para não aborrecer as autoridades brasileiras. O Kwaryp, o principal ritual dos povos do Alto Xingu, é ocasião em que muitos não indígenas são convidados para participar, e lá Aritana sempre está como anfitrião. Em 2004, os xinguanos fizeram o kwaryp em homenagem a dois ilustres mortos da tribo Kamayurá, e também a Roberto Marinho, presidente da Rede Globo, que havia falecido um ano antes.
Pois bem, Aritana estourou a paciência e surpreendentemente lançou, com seu irmão Pirakumã, a declaração abaixo, escrita ao indigenista Moacir Melo, para ser divulgada:
____________ __
Meu irmão amigo Moacir.
Por meio deste, venho informar que nós indígena do xingu, estamos muito triste e dolorosos com a história de Belo Monte. E tambem com a história de zoneamento no estado de mato grosso, pois governo do estado aprovou maior número de desmatamentos em torno do parque do xingu. Por motivo, nós indígena do xingu e indígena do pará estamos se unindo para partir ao rumo Belo Monte.
Nós Lideranças do parque do xingu, estamos muito triste com a postura do presidente da República Luiz Icnácio Lula da Silva por ter tomado a descisão de construir a barragem Belo Monte sem consultar povos indígena!! À oito anos de mandato, ele acabou com a Natureza e poluiu todos os rios Brasileiro e principalmente ele é campeão de distruidora da Amazona!!
Mensagem pra você Lula;
Lula, pensavamos que você era gente!!!
Você é o monstro que gosta de acabar nossa floresta, nosso rio e nossa terra!!! Por favor, estamos pedindo para vossa senhoria desistir de construir o Belo Monte! O rio xingu é maior leito do rio que, criador fez para o povos indígena Brasileiro! Por isso, não pode construir nenhuma barragem neste leito.
Na cabeceira do rio xingu já foi construida uma sem consultar nós. Já que governo não tem menor considerações com os indigenas, estamos pronto para invadir barragem paranatinga ll. Esta barragem está nos afetando, nosso transporte fluvial não está mais trafegando no rio devido esse problema.
Lula, o que é que nós indígena fez de mal para deixar você contrariado? Será que depois de que, nós indígena Brasileiro dermos maior voto para vossa senhoria? é isso? Por favor, vamos trabalhar com alegria, paz, carinho e proteção ambiental do Brasil!
SDS
CACIQUE ARITANA PIRAKUMAN YAWALAPITILIDERANÇA INDÍGENA DO ALTO XINGU
(matéria: Instituto Humanitas Unisinos)
O cacique Aritana Yawalapiti, o mais diplomático de quantas lideranças indígenas há no Brasil, não aguentou o clima de desconsideraçã o aos índios que domina a Funai e a atitude do Presidente Lula e o chamou de maior destruidor da Amazônia.
O texto é de Mércio Pereira Gomes, antropólogo, publicado no seu blog, 28-04-2010.
Aritana é conhecido em todo o Brasil desde que a TV Record fez uma famosa novela, com o seu nome, que acontecia no próprio Parque Nacional do Xingu. Dono de um carisma cativante e gentil, Aritana faz de tudo para não aborrecer as autoridades brasileiras. O Kwaryp, o principal ritual dos povos do Alto Xingu, é ocasião em que muitos não indígenas são convidados para participar, e lá Aritana sempre está como anfitrião. Em 2004, os xinguanos fizeram o kwaryp em homenagem a dois ilustres mortos da tribo Kamayurá, e também a Roberto Marinho, presidente da Rede Globo, que havia falecido um ano antes.
Pois bem, Aritana estourou a paciência e surpreendentemente lançou, com seu irmão Pirakumã, a declaração abaixo, escrita ao indigenista Moacir Melo, para ser divulgada:
____________ __
Meu irmão amigo Moacir.
Por meio deste, venho informar que nós indígena do xingu, estamos muito triste e dolorosos com a história de Belo Monte. E tambem com a história de zoneamento no estado de mato grosso, pois governo do estado aprovou maior número de desmatamentos em torno do parque do xingu. Por motivo, nós indígena do xingu e indígena do pará estamos se unindo para partir ao rumo Belo Monte.
Nós Lideranças do parque do xingu, estamos muito triste com a postura do presidente da República Luiz Icnácio Lula da Silva por ter tomado a descisão de construir a barragem Belo Monte sem consultar povos indígena!! À oito anos de mandato, ele acabou com a Natureza e poluiu todos os rios Brasileiro e principalmente ele é campeão de distruidora da Amazona!!
Mensagem pra você Lula;
Lula, pensavamos que você era gente!!!
Você é o monstro que gosta de acabar nossa floresta, nosso rio e nossa terra!!! Por favor, estamos pedindo para vossa senhoria desistir de construir o Belo Monte! O rio xingu é maior leito do rio que, criador fez para o povos indígena Brasileiro! Por isso, não pode construir nenhuma barragem neste leito.
Na cabeceira do rio xingu já foi construida uma sem consultar nós. Já que governo não tem menor considerações com os indigenas, estamos pronto para invadir barragem paranatinga ll. Esta barragem está nos afetando, nosso transporte fluvial não está mais trafegando no rio devido esse problema.
Lula, o que é que nós indígena fez de mal para deixar você contrariado? Será que depois de que, nós indígena Brasileiro dermos maior voto para vossa senhoria? é isso? Por favor, vamos trabalhar com alegria, paz, carinho e proteção ambiental do Brasil!
SDS
CACIQUE ARITANA PIRAKUMAN YAWALAPITILIDERANÇA INDÍGENA DO ALTO XINGU
A catástrofe ecológica do Golfo do México
A ganância acima de tudo
Angel Guerra Cabrera
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
A mancha de petróleo no Golfo do México atinge milhares de quilômetros quadrados sem que nada possa freá-la, e ameaça infringir danos irreparáveis aos preciosos manguezais da Louisiana, a recifes únicos repletos de crustáceos e moluscos e bancos de peixes que dão trabalho a dezenas de milhares de pessoas, assim como a outros ecossistemas entre os mais ricos e importantes dos EUA, como o grande banco de corais na costa sul da Flórida. O caso do Exxon Valdez, ainda que menos grave, pode nos dar uma idéia: das 30 espécies de animais mais afetadas, 20 ainda não se recuperaram duas décadas após. Ninguém pode prever os efeitos econômicos, sociais e ecológicos que serão ocasionados pelo derrame, mas não há duvidas que serão catastróficos. Ninguém sabe a quantidade de petróleo cru vertido desde que a plataforma Deep Water Horizon foi presa das chamas, seguidas de uma explosão que matou onze trabalhadores, e menos ainda a quanto chegará a quantidade total até se conseguir controlar o derrame, operação que pode levar de dois a três meses. Se os volumes médios diários divulgados pelos especialistas são corretos, o total acumulado até hoje, 23 dias depois do sinistro, pode oscilar entre 115 mil e 575 mil barris de petróleo, mas também advertem que a fuga do óleo cru pode aumentar exponencialmente caso ocorra o colapso do poço.
Segundo Richard Carter, da Organização da Vida Silvestre, o tamanho do derrame de petróleo “é tão grande e se expande de uma forma tão rápida que vai além da efetividade da resposta humana... somos testemunhas de um envenenamento que durará... muitas décadas”
Quando se lê sobre o primeiro comparecimento no Senado dos EUA dos representantes das empresas envolvidas no derrame – British Petroleum (BP), Transocean e Halliburton, o que se estranha é que não hajam ocorrido sinistros semelhantes anteriormente. Alem de todos terem jogado a culpa uns nos outros, nenhum foi capaz de informar quanto é dedicado por suas empresas em pesquisas e desenvolvimento para evitar derrames de petróleo em águas profundas. A BP tem um longo histórico de acidentes, explosões e graves irresponsabilidades, para não falar dos expedientes delituosos da Halliburton.
Contudo, em um artigo publicado no Huffington Post por Robert Kennedy Jr., intitulado “Sexo, Mentiras e Derrames de Petróelo”, este sublinha que inclusive a BP cumpre em outros países as regulamentações legais relativas à segurança, que não observou nesse caso, como o uso do regulador acústico, que após falhar o regulador manual na plataforma, poderia ter evitado o rompimento das tubulações do poço. Kennedy explica a perversa generosidade do governo de George W. Bush com as grandes empresas petrolíferas, chegando à situação extrema de que na lei de energia aprovada por este em 2005 foi eliminada a obrigatoriedade de uso da válvula acústica. Mais indignação causa o custo desse dispositivo, que ascende a 500 mil dólares, comparados com os mais de 100 milhões de dólares diários de lucros da BP. Kennedy lembra as reuniões secretas de Richard Cheney com os diretores das grandes petroleiras no início de 2001, das quais saíram as políticas da administração dirigidas a satisfazer servilmente todos os desejos das corporações. Acrescenta que, em um clima de tolerância absoluta à irresponsabilidade das petroleiras, não é estranho que a BP tenha deixado de utilizar outra válvula de segurança no fundo do poço, o que também poderia ter evitado o acidente, ou seu costume de perfurar nos EUA álém dos 18 mil pés (5900 metros) permitidos pela lei, outra possível causa do derrame. Kennedy descreve o grau de decomposição moral ao qual foi conduzido o Serviço de Administração Mineral (MMS, por sua sigla em inglês) – a agência reguladora do petróleo e mineração - por Richard Cheney. Seus funcionários investiam grande parte do seu tempo em confraternizações com executivos das empresas petrolíferas regadas com abundante álcool, cocaína e maconha; funcionárias da agência trocavam favores sexuais com os executivos dessas empresas por contratos ilegais. Kennedy cita parágrafos de vários relatórios de 2009 do Inspetor Geral dos EUA, detalhando as relações sem ética entre os funcionários do MMS e os executivos das petroleiras.
Contudo, por mais leis e regulamentações que se criem, no capitalismo é sempre a vontade da ganância que termina decidindo em detrimento dos cuidados com a vida e a saúde das pessoas e o meio ambiente.
Versão original em: http://www.jornada.unam.mx/2010/05/13/index.php?section=opinion&article=024a1mun
Angel Guerra Cabrera
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti
A mancha de petróleo no Golfo do México atinge milhares de quilômetros quadrados sem que nada possa freá-la, e ameaça infringir danos irreparáveis aos preciosos manguezais da Louisiana, a recifes únicos repletos de crustáceos e moluscos e bancos de peixes que dão trabalho a dezenas de milhares de pessoas, assim como a outros ecossistemas entre os mais ricos e importantes dos EUA, como o grande banco de corais na costa sul da Flórida. O caso do Exxon Valdez, ainda que menos grave, pode nos dar uma idéia: das 30 espécies de animais mais afetadas, 20 ainda não se recuperaram duas décadas após. Ninguém pode prever os efeitos econômicos, sociais e ecológicos que serão ocasionados pelo derrame, mas não há duvidas que serão catastróficos. Ninguém sabe a quantidade de petróleo cru vertido desde que a plataforma Deep Water Horizon foi presa das chamas, seguidas de uma explosão que matou onze trabalhadores, e menos ainda a quanto chegará a quantidade total até se conseguir controlar o derrame, operação que pode levar de dois a três meses. Se os volumes médios diários divulgados pelos especialistas são corretos, o total acumulado até hoje, 23 dias depois do sinistro, pode oscilar entre 115 mil e 575 mil barris de petróleo, mas também advertem que a fuga do óleo cru pode aumentar exponencialmente caso ocorra o colapso do poço.
Segundo Richard Carter, da Organização da Vida Silvestre, o tamanho do derrame de petróleo “é tão grande e se expande de uma forma tão rápida que vai além da efetividade da resposta humana... somos testemunhas de um envenenamento que durará... muitas décadas”
Quando se lê sobre o primeiro comparecimento no Senado dos EUA dos representantes das empresas envolvidas no derrame – British Petroleum (BP), Transocean e Halliburton, o que se estranha é que não hajam ocorrido sinistros semelhantes anteriormente. Alem de todos terem jogado a culpa uns nos outros, nenhum foi capaz de informar quanto é dedicado por suas empresas em pesquisas e desenvolvimento para evitar derrames de petróleo em águas profundas. A BP tem um longo histórico de acidentes, explosões e graves irresponsabilidades, para não falar dos expedientes delituosos da Halliburton.
Contudo, em um artigo publicado no Huffington Post por Robert Kennedy Jr., intitulado “Sexo, Mentiras e Derrames de Petróelo”, este sublinha que inclusive a BP cumpre em outros países as regulamentações legais relativas à segurança, que não observou nesse caso, como o uso do regulador acústico, que após falhar o regulador manual na plataforma, poderia ter evitado o rompimento das tubulações do poço. Kennedy explica a perversa generosidade do governo de George W. Bush com as grandes empresas petrolíferas, chegando à situação extrema de que na lei de energia aprovada por este em 2005 foi eliminada a obrigatoriedade de uso da válvula acústica. Mais indignação causa o custo desse dispositivo, que ascende a 500 mil dólares, comparados com os mais de 100 milhões de dólares diários de lucros da BP. Kennedy lembra as reuniões secretas de Richard Cheney com os diretores das grandes petroleiras no início de 2001, das quais saíram as políticas da administração dirigidas a satisfazer servilmente todos os desejos das corporações. Acrescenta que, em um clima de tolerância absoluta à irresponsabilidade das petroleiras, não é estranho que a BP tenha deixado de utilizar outra válvula de segurança no fundo do poço, o que também poderia ter evitado o acidente, ou seu costume de perfurar nos EUA álém dos 18 mil pés (5900 metros) permitidos pela lei, outra possível causa do derrame. Kennedy descreve o grau de decomposição moral ao qual foi conduzido o Serviço de Administração Mineral (MMS, por sua sigla em inglês) – a agência reguladora do petróleo e mineração - por Richard Cheney. Seus funcionários investiam grande parte do seu tempo em confraternizações com executivos das empresas petrolíferas regadas com abundante álcool, cocaína e maconha; funcionárias da agência trocavam favores sexuais com os executivos dessas empresas por contratos ilegais. Kennedy cita parágrafos de vários relatórios de 2009 do Inspetor Geral dos EUA, detalhando as relações sem ética entre os funcionários do MMS e os executivos das petroleiras.
Contudo, por mais leis e regulamentações que se criem, no capitalismo é sempre a vontade da ganância que termina decidindo em detrimento dos cuidados com a vida e a saúde das pessoas e o meio ambiente.
Versão original em: http://www.jornada.unam.mx/2010/05/13/index.php?section=opinion&article=024a1mun
terça-feira, 18 de maio de 2010
Marina e Leal defendem privatizações de FHC
Correo do Povo TERÇA-FEIRA, 18 DE MAIO DE 2010
A presidenciável do PV, Marina Silva, disse ontem, durante almoço com empresários em São Paulo, que as privatizações feitas no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foram tão "acertadas" que o presidente Lula, depois que assumiu o governo, não revogou nenhuma. A pré-candidata fez ressalvas quanto à transparência no processo de privatização, mas afirmou que o "princípio" das privatizações do governo anterior está correto. "A sociedade brasileira já chegou a um nível de maturidade, que ela foi capaz de receber e aceitar as privatizações como um dado de realidade muito positivo." Durante o evento, Marina estava ao lado do empresário Guilherme Leal, sócio da Natura, seu vice.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Companheir@s de luta ambiental!
Chovem problemas ambientais em todos os cantos do planeta, enxurradas que lavam os morros e vitimizam centenas de família - não pelo excesso de chuvas como querem nos fazer acreditar os governantes e a mídia, mas pela falta de políticas sociais, habitacionais, infraestrutura urbana e de saúde pública -, ciclones que varrem tudo e todos, desmatamentos e queimadas intermináveis e sanguinárias extrações de recursos dos nossos solos que deixam nossas veias abertas. Aqui no RS e em Porto Alegre a trajetória capitalista é a mesma.
É a busca do lucro, da mais-valia e da riqueza para poucos de forma incontrolável.
É a ameaça constante da apropriação privada da Orla pública do Rio Guaiba e a farra imobiliária que avança sobre as encostas de nossos morros como na negociata da FASE.
É a mesma ganância sobre as áreas quilombolas e indígenas protegidas por lei, como no caso da doação criminosa do Governo Yeda da área da Ford em Guaíba para um Distrito Industrial.
A entrega das nossas melhores terras agricultáveis para as monoculturas do eucalipto, pinus, soja, etc. A perda de soberania alimentar com a introdução dos transgênicos e a utilização crescente e desenfreada de agrotóxicos. Barram nossos rios de Sul a Norte, do Xingu ao Rio Uruguai. Ameaça ao que resta dos nossos biomas gaúchos, Mata Atlântica e Pampa, sem políticas e metas para a preservação. As dunas do Litoral desaparecem sob luxuosos condomínios cercados: verdadeiros feudos modernos. Constroem à revelia de tudo onde não poderia ser construído, detém o poder midiático na mão, parte do judiciário, conduzem parlamentos e assim passam a população a uma visão que tudo isso é desenvolvimento, que o capitalismo, um sistema insustentável, é a única saída.
O capitalismo, em toda parte, mostra suas garras contra o meio ambiente, tornando tudo em mercadoria a serviço de poucos e contra o interesse da maioria. Os partidos da velha política dão provas, mais uma vez, de sua conivência com esse modelo econômico excludente, insaciável por lucros fabulosos e destrutivo. E tentam agora impor o desmonte da legislação ambiental para facilitar ainda mais a entrega dos recursos naturais ao grande capital. Os órgãos ambientais sucateados (municipal, estadual e federal) viraram balcões de licenciamento ambiental sendo avaliados pela sua agilidade e quantidade de licenças. Os funcionários se demitam, ou são perseguidos e transferidos, e as licenças são políticas, como das megaobras do PAC.
Convidamos para debater tudo isto e apresentarmos as propostas do PSOL para o enfrentamento a estas questões e todas as outras do cenário de luta ecológica e socialista. Para isto estaremos realizando uma grande plenária de debates, em nome do Núcleo Ecossocialista do PSOL.
Participa e convida os lutadores ambientais!
Dia: 15 de maio às 17 horasLocal: Sede Estadual do PSOL - Rua da República, 108.Cidade Baixa - Porto Alegre/RS
Contato: ecossocialistas@gmail.com
Núcleo Ecossocialistas PSOL
Visite nosso blog e sítios eletrônicos:http://blogecossocialistas.blogspot.com/www.pliniopresidente.comhttp://www.psol-nacional.com.br/
Partido Socialismo e Liberdade - PSOL-RSRua da República, 108 - Cidade Baixa - Porto Alegre - CEP: 90050-320
Telefone: (51) 3029-5049
Site: www.psolrs.org.bre-mail: psolrs@via-rs.net
É a busca do lucro, da mais-valia e da riqueza para poucos de forma incontrolável.
É a ameaça constante da apropriação privada da Orla pública do Rio Guaiba e a farra imobiliária que avança sobre as encostas de nossos morros como na negociata da FASE.
É a mesma ganância sobre as áreas quilombolas e indígenas protegidas por lei, como no caso da doação criminosa do Governo Yeda da área da Ford em Guaíba para um Distrito Industrial.
A entrega das nossas melhores terras agricultáveis para as monoculturas do eucalipto, pinus, soja, etc. A perda de soberania alimentar com a introdução dos transgênicos e a utilização crescente e desenfreada de agrotóxicos. Barram nossos rios de Sul a Norte, do Xingu ao Rio Uruguai. Ameaça ao que resta dos nossos biomas gaúchos, Mata Atlântica e Pampa, sem políticas e metas para a preservação. As dunas do Litoral desaparecem sob luxuosos condomínios cercados: verdadeiros feudos modernos. Constroem à revelia de tudo onde não poderia ser construído, detém o poder midiático na mão, parte do judiciário, conduzem parlamentos e assim passam a população a uma visão que tudo isso é desenvolvimento, que o capitalismo, um sistema insustentável, é a única saída.
O capitalismo, em toda parte, mostra suas garras contra o meio ambiente, tornando tudo em mercadoria a serviço de poucos e contra o interesse da maioria. Os partidos da velha política dão provas, mais uma vez, de sua conivência com esse modelo econômico excludente, insaciável por lucros fabulosos e destrutivo. E tentam agora impor o desmonte da legislação ambiental para facilitar ainda mais a entrega dos recursos naturais ao grande capital. Os órgãos ambientais sucateados (municipal, estadual e federal) viraram balcões de licenciamento ambiental sendo avaliados pela sua agilidade e quantidade de licenças. Os funcionários se demitam, ou são perseguidos e transferidos, e as licenças são políticas, como das megaobras do PAC.
Convidamos para debater tudo isto e apresentarmos as propostas do PSOL para o enfrentamento a estas questões e todas as outras do cenário de luta ecológica e socialista. Para isto estaremos realizando uma grande plenária de debates, em nome do Núcleo Ecossocialista do PSOL.
Participa e convida os lutadores ambientais!
Dia: 15 de maio às 17 horasLocal: Sede Estadual do PSOL - Rua da República, 108.Cidade Baixa - Porto Alegre/RS
Contato: ecossocialistas@gmail.com
Núcleo Ecossocialistas PSOL
Visite nosso blog e sítios eletrônicos:http://blogecossocialistas.blogspot.com/www.pliniopresidente.comhttp://www.psol-nacional.com.br/
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Barlavento debate o ecossocialismo
Amigos e compas,
O Blog Barlavento traz contribuições importantes para o debate ecossocialista. Basta visitar http://www.barlavento.org/ e escolher os links importantes.
Seguem dois documentos publicados lá no link abaixo.
http://www.barlavento.org/a3/index.php?option=com_content&view=category&id=40:ecossocialismo&layout=blog&Itemid=59&layout=default
Ecossaudações a todos.
Antônio Ruas
O Blog Barlavento traz contribuições importantes para o debate ecossocialista. Basta visitar http://www.barlavento.org/ e escolher os links importantes.
Seguem dois documentos publicados lá no link abaixo.
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Ecossaudações a todos.
Antônio Ruas
sexta-feira, 7 de maio de 2010
RBS e FSP pautando UHEs: Pai Querê, Tijuco Alto e Cachoeirinha
Olá!
Impressionante como a imprensa escrota daqui da província baixa a linha da mídia burguesa do centro do país. Um dia após sair a reportagem na Folha de São Paulo "País tem 10 mil MW de energia na gaveta", o editorial do dia seguinte da Zero Hora só muda o título, mas repete trechos da reportagem paulista.
E ainda ver que a linha é dada pelo governo Lula via Ministério de Minas e Energia (MME), já que existem declarações nos colunistas da Economia dos "entraves burocráticos", principalmente ambientais. Nos mesmos jornais, páginas inteiras de propaganda da Eletrobrás.
Velho ditado: "Quem paga a banda, escuta a música que quiser".
MME ocupado pela turma do Sarney/Calheiros/Lobão, ex-arenistas. Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo devem estar orgulhosos.
Boa leitura!
Abraços
Eduardo
Zero Hora, 4 de maio de 2010
EDITORIAIS
ENERGIA NA GAVETA
A confirmação, feita por relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de que nada menos de 182 usinas estão esquecidas no fundo de gavetas, sem previsão de retomada, é preocupante para um país que precisa gerar energia suficiente para assegurar uma retomada consistente da atividade econômica. Juntos, os projetos suspensos somam 10 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, próxima da prevista para a polêmica Belo Monte, de 11.233 MW. Por isso, independentemente da ênfase a grandes projetos, como o previsto para o Pará, o país precisa dar continuidade às obras de menor porte, lutando contra entraves que vão dos jurídicos aos econômicos, concentrando-se particularmente nos de ordem ambiental. As vantagens são consideráveis, e não se resumem aos valores financeiros.No total, as usinas paralisadas teriam um custo estimado de R$ 26 bilhões. Se todas elas entrassem em operação, teriam condições de gerar o equivalente a um quarto da potência dos novos projetos de geração no país, sem Belo Monte, cujo custo as empreiteiras estimam em R$ 30 bilhões. Entre os benefícios dos projetos de menor porte, estão o de não se concentrarem num único local, tendendo assim a provocar menos impacto ambiental, e o de não se basearem numa única fonte de geração, contribuindo para a diversificação nesta área. O problema é que, entre os planos descontinuados, estão alguns integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento desde a primeira versão, de 2007 – caso de Tijuco Alto, Cachoeirinha e Pai Querê –, mas não conseguem sair do papel. Em muitos casos, os problemas começam e param na dificuldade de obtenção de licença ambiental, o que recomenda mais preparo por parte da burocracia oficial. O esforço precisa envolver o próprio Palácio do Planalto, e não apenas o Ministério de Minas e Energia.Uma das consequências do fato de o país ter tantas iniciativas descontinuadas nesta área é a elevação dos custos das usinas, fazendo com que se transformem num sumidouro de dinheiro público. Em alguns, como o da Hidrelétrica Olho D’Água, no Rio Corrente (GO), por exemplo, a descoberta de um corredor de mata primária remanescente no local onde seria feita a obra foi suficiente para elevar o preço de R$ 160 milhões para R$ 240 milhões. Casos assim fazem com que, mesmo depois da liberação de grandes quantidades de recursos, o projeto praticamente caia no esquecimento. E são situações desse tipo que o poder público deve empreender um esforço para evitar cada vez mais, daqui para frente.É inadmissível que um país carente de energia farta e barata possa desdenhar pequenos projetos de geração, apesar da vantagem sob o ponto de vista de custos e danos, como os de ordem ambiental. O Brasil, com um potencial tão vasto de fontes para a geração, precisa apostar cada vez mais no aumento da eficiência energética, procurando assegurar oferta abundante e a preços razoáveis.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2892395.xml&template=3898.dwt&edition=14621§ion=1011
País tem 10 mil MW de energia na gaveta
Relatório de fiscalização da Aneel mostra que 182 usinas estão paradas, sem previsão para entrada em operação por causa de uma série de problemas
03 de maio de 2010 0h 00
Renée Pereira - O Estado de S.Paulo
Enquanto o governo se mobiliza para construir a mega hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, de 11.233 megawatts (MW), outras 182 usinas estão na gaveta, sem previsão de construção, por causa de problemas ambientais, jurídicos e econômicos. Juntas, elas somam 10 mil MW de capacidade instalada, o equivalente a 25% da potência dos novos projetos de geração elétrica no Brasil (sem Belo Monte).
Os dados constam do último relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e incluem hidrelétricas, termoelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs, de até 30 MW). Algumas delas estão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), desde a versão anterior, de 2007, como Tijuco Alto, Pai Querê e Cachoeirinha.
Para saírem do papel, essas unidades teriam de contar não apenas com o esforço do Ministério de Minas e Energia, mas também do Palácio do Planalto. A exemplo de Belo Monte, algumas sofrem fortes pressões por parte de órgãos ambientais.
No total, essas usinas custariam cerca de R$ 26 bilhões, com a vantagem de não estarem concentradas em um local nem dependerem só de uma fonte de energia. "O mais correto agora seria revisitar essas usinas e avaliar qual tem condição de ser construída ou não", diz o diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires.
Ele lembra que, para sustentar um crescimento de 5% ao ano da economia, o País terá de acrescentar quase 5 mil MW a cada 12 meses. Embora a universalizaçã o da eletricidade tenha atingido níveis elevados, muitos dos novos consumidores têm apenas uma lâmpada e uma TV dentro de casa, destaca Pires. "Mas, com a alta da renda, as pessoas tendem a comprar equipamentos que exigem mais energia."
Portanto, reforçam especialistas, os projetos não podem ser desprezados. Parte dessas usinas foi licitada no início da década, no modelo do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando os empreendimentos eram entregues aos vencedores sem a licença ambiental prévia. Outras foram autorizadas nos últimos quatro anos, sob as regras criadas pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.
Licença. Motivos não faltam para paralisar os projetos. Mas o principal deles é a dificuldade de conseguir a licença ambiental, em especial no caso das hidrelétricas. No total, são 13 usinas, de 2.482 MW, paradas. O projeto mais emblemático é o de Tijuco Alto, autorizado por decreto em 1988.
Há 21 anos, o Grupo Votorantim tenta levantar a usina, de 144 MW, no Vale do Ribeira (SP e PR). Nesse tempo, o projeto teve muitas idas e vindas. No último movimento, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) deu parecer favorável, mas pediu estudos complementares em relação às cavernas existentes na região. O trabalho deverá ser entregue nos próximos dias.
Impressionante como a imprensa escrota daqui da província baixa a linha da mídia burguesa do centro do país. Um dia após sair a reportagem na Folha de São Paulo "País tem 10 mil MW de energia na gaveta", o editorial do dia seguinte da Zero Hora só muda o título, mas repete trechos da reportagem paulista.
E ainda ver que a linha é dada pelo governo Lula via Ministério de Minas e Energia (MME), já que existem declarações nos colunistas da Economia dos "entraves burocráticos", principalmente ambientais. Nos mesmos jornais, páginas inteiras de propaganda da Eletrobrás.
Velho ditado: "Quem paga a banda, escuta a música que quiser".
MME ocupado pela turma do Sarney/Calheiros/Lobão, ex-arenistas. Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo devem estar orgulhosos.
Boa leitura!
Abraços
Eduardo
Zero Hora, 4 de maio de 2010
EDITORIAIS
ENERGIA NA GAVETA
A confirmação, feita por relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de que nada menos de 182 usinas estão esquecidas no fundo de gavetas, sem previsão de retomada, é preocupante para um país que precisa gerar energia suficiente para assegurar uma retomada consistente da atividade econômica. Juntos, os projetos suspensos somam 10 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, próxima da prevista para a polêmica Belo Monte, de 11.233 MW. Por isso, independentemente da ênfase a grandes projetos, como o previsto para o Pará, o país precisa dar continuidade às obras de menor porte, lutando contra entraves que vão dos jurídicos aos econômicos, concentrando-se particularmente nos de ordem ambiental. As vantagens são consideráveis, e não se resumem aos valores financeiros.No total, as usinas paralisadas teriam um custo estimado de R$ 26 bilhões. Se todas elas entrassem em operação, teriam condições de gerar o equivalente a um quarto da potência dos novos projetos de geração no país, sem Belo Monte, cujo custo as empreiteiras estimam em R$ 30 bilhões. Entre os benefícios dos projetos de menor porte, estão o de não se concentrarem num único local, tendendo assim a provocar menos impacto ambiental, e o de não se basearem numa única fonte de geração, contribuindo para a diversificação nesta área. O problema é que, entre os planos descontinuados, estão alguns integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento desde a primeira versão, de 2007 – caso de Tijuco Alto, Cachoeirinha e Pai Querê –, mas não conseguem sair do papel. Em muitos casos, os problemas começam e param na dificuldade de obtenção de licença ambiental, o que recomenda mais preparo por parte da burocracia oficial. O esforço precisa envolver o próprio Palácio do Planalto, e não apenas o Ministério de Minas e Energia.Uma das consequências do fato de o país ter tantas iniciativas descontinuadas nesta área é a elevação dos custos das usinas, fazendo com que se transformem num sumidouro de dinheiro público. Em alguns, como o da Hidrelétrica Olho D’Água, no Rio Corrente (GO), por exemplo, a descoberta de um corredor de mata primária remanescente no local onde seria feita a obra foi suficiente para elevar o preço de R$ 160 milhões para R$ 240 milhões. Casos assim fazem com que, mesmo depois da liberação de grandes quantidades de recursos, o projeto praticamente caia no esquecimento. E são situações desse tipo que o poder público deve empreender um esforço para evitar cada vez mais, daqui para frente.É inadmissível que um país carente de energia farta e barata possa desdenhar pequenos projetos de geração, apesar da vantagem sob o ponto de vista de custos e danos, como os de ordem ambiental. O Brasil, com um potencial tão vasto de fontes para a geração, precisa apostar cada vez mais no aumento da eficiência energética, procurando assegurar oferta abundante e a preços razoáveis.
Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2892395.xml&template=3898.dwt&edition=14621§ion=1011
País tem 10 mil MW de energia na gaveta
Relatório de fiscalização da Aneel mostra que 182 usinas estão paradas, sem previsão para entrada em operação por causa de uma série de problemas
03 de maio de 2010 0h 00
Renée Pereira - O Estado de S.Paulo
Enquanto o governo se mobiliza para construir a mega hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, de 11.233 megawatts (MW), outras 182 usinas estão na gaveta, sem previsão de construção, por causa de problemas ambientais, jurídicos e econômicos. Juntas, elas somam 10 mil MW de capacidade instalada, o equivalente a 25% da potência dos novos projetos de geração elétrica no Brasil (sem Belo Monte).
Os dados constam do último relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e incluem hidrelétricas, termoelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs, de até 30 MW). Algumas delas estão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), desde a versão anterior, de 2007, como Tijuco Alto, Pai Querê e Cachoeirinha.
Para saírem do papel, essas unidades teriam de contar não apenas com o esforço do Ministério de Minas e Energia, mas também do Palácio do Planalto. A exemplo de Belo Monte, algumas sofrem fortes pressões por parte de órgãos ambientais.
No total, essas usinas custariam cerca de R$ 26 bilhões, com a vantagem de não estarem concentradas em um local nem dependerem só de uma fonte de energia. "O mais correto agora seria revisitar essas usinas e avaliar qual tem condição de ser construída ou não", diz o diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires.
Ele lembra que, para sustentar um crescimento de 5% ao ano da economia, o País terá de acrescentar quase 5 mil MW a cada 12 meses. Embora a universalizaçã o da eletricidade tenha atingido níveis elevados, muitos dos novos consumidores têm apenas uma lâmpada e uma TV dentro de casa, destaca Pires. "Mas, com a alta da renda, as pessoas tendem a comprar equipamentos que exigem mais energia."
Portanto, reforçam especialistas, os projetos não podem ser desprezados. Parte dessas usinas foi licitada no início da década, no modelo do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando os empreendimentos eram entregues aos vencedores sem a licença ambiental prévia. Outras foram autorizadas nos últimos quatro anos, sob as regras criadas pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.
Licença. Motivos não faltam para paralisar os projetos. Mas o principal deles é a dificuldade de conseguir a licença ambiental, em especial no caso das hidrelétricas. No total, são 13 usinas, de 2.482 MW, paradas. O projeto mais emblemático é o de Tijuco Alto, autorizado por decreto em 1988.
Há 21 anos, o Grupo Votorantim tenta levantar a usina, de 144 MW, no Vale do Ribeira (SP e PR). Nesse tempo, o projeto teve muitas idas e vindas. No último movimento, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) deu parecer favorável, mas pediu estudos complementares em relação às cavernas existentes na região. O trabalho deverá ser entregue nos próximos dias.
Mais hidrelétricas na Amazônia [...para manter a servidão do País, via commodities]
07/05/2010
Mais hidrelétricas na Amazônia
http://www.envolver de.com.br/ materia.php? cod=74072&edt=1
Por Redação Greenpeace
Ontem saiu finalmente a nova versão do Plano Decenal de Expansão Energética, PDE 2010-2019 [para "consulta pública" até 2 de junho] . O plano anual, que projeta o crescimento da oferta energética para os próximos dez anos, era prometido desde o começo do ano. A última versão, lançada no final de 2008, foi criticada pela grande participação de termelétricas fósseis na geração elétrica.A expectativa, criada pelo governo, era de que a grande quantidade de térmicas fósseis prevista para entrar em operação fosse eliminada desta atualização do plano, o que não aconteceu. Desta vez a expansão de termelétricas movidas a combustíveis fósseis foi reduzida, mas ainda mostra um crescimento incompatível um país com tanto potencial de energia renovável. A capacidade instalada, que era projetada em 14 mil MW no PDE de 2008, foi reavaliada para 10.700 MW, sendo que todas estas usinas seriam construídas até 2014.O crescimento das térmicas a carvão, portanto, chega a 80% e de óleo combustível a 170%. Como resultado disto, as emissões do setor elétrico dobram no período, de 26 para 51 milhões de toneladas equivalentes de CO2 até o fim da década, um movimento na contramão dos esforços globais de redução de gases de efeito estufa.Após este período, a grande parte do aumento da geração virá da geração hidrelétrica – teremos mais do que duas Belo Monte em capacidade instalada de novas usinas de grande porte. A maioria delas na Amazônia – colocando a região sob risco de novos impactos ambientais e de aumentar a pressão do desmatamento.As outras renováveis receberam um tratamento mais favorável em relação ao plano de 2008, mas ainda modesto em relação ao potencial nacional de exploração destas fontes. O número de parques eólicos deve crescer nos próximos dez anos, considerando a construção de projetos do Proinfa e do primeiro leilão de eólicas realizado no ano passado. Mas o número final de 6 mil MW assume que após o leilão de renováveis marcado para este ano, teríamos apenas mais uma licitação deste tipo durante todo o resto da década, o que é muito pouco diante do potencial eólico brasileiro e da demanda do setor de realização de um leilão por ano.As usinas a biomassa passariam de 5,4 para 8,5 mil MW, uma expansão maior do que a apontada no plano anterior, mas novamente aquém do potencial brasileiro de geração de duas Itaipus apenas com a cogeração da cana-de-açúcar, até o fim da década. Sobre energia solar, absolutamente nenhuma menção é feita ao potencial de geração de painéis fotovoltaicos.Na área nuclear, o plano continua considerando a construção da controversa usina de Angra 3, apesar de todos os questionamentos em relação à segurança da usina, dos custos subdimensionados e da falta de solução para a estocagem de resíduos radioativos, entre inúmeros outros problemas.Por fim, o crescimento da oferta de energia ainda é projetado em 56% nos próximos 10 anos, valores exagerados para o aumento da carga neste período, especialmente se considerarmos que o ano de 2009 registrou uma redução de consumo como reflexo da crise econômica. O grande potencial de ações de eficiência energética foi novamente negligenciado. A participação destas ações é restrita a apenas 3,2% de redução do consumo destes próximos dez anos. De acordo com o cenário [R]evolução Energética, do Greenpeace, é possível conseguir mais de 10% de redução de demanda até 2020, considerando a aplicação de medidas em todos os setores de consumo.A todos os interessados em contribuir com críticas e sugestões ao plano, a consulta pública está aberta até o dia 2 de junho. Os contatos para envio são o e-mail pde2019@mme. gov.br ou o endereço: "Ministério de Minas e Energia – MME, Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético – SPE, Esplanada dos Ministérios, Bloco U, Sala 509, Brasília-DF, CEP 70.065-900.Crédito da imagem: Amazônia ©Greenpeace/Alois Indrich
(Envolverde/ Greenpeace)
Mais hidrelétricas na Amazônia
http://www.envolver de.com.br/ materia.php? cod=74072&edt=1
Por Redação Greenpeace
Ontem saiu finalmente a nova versão do Plano Decenal de Expansão Energética, PDE 2010-2019 [para "consulta pública" até 2 de junho] . O plano anual, que projeta o crescimento da oferta energética para os próximos dez anos, era prometido desde o começo do ano. A última versão, lançada no final de 2008, foi criticada pela grande participação de termelétricas fósseis na geração elétrica.A expectativa, criada pelo governo, era de que a grande quantidade de térmicas fósseis prevista para entrar em operação fosse eliminada desta atualização do plano, o que não aconteceu. Desta vez a expansão de termelétricas movidas a combustíveis fósseis foi reduzida, mas ainda mostra um crescimento incompatível um país com tanto potencial de energia renovável. A capacidade instalada, que era projetada em 14 mil MW no PDE de 2008, foi reavaliada para 10.700 MW, sendo que todas estas usinas seriam construídas até 2014.O crescimento das térmicas a carvão, portanto, chega a 80% e de óleo combustível a 170%. Como resultado disto, as emissões do setor elétrico dobram no período, de 26 para 51 milhões de toneladas equivalentes de CO2 até o fim da década, um movimento na contramão dos esforços globais de redução de gases de efeito estufa.Após este período, a grande parte do aumento da geração virá da geração hidrelétrica – teremos mais do que duas Belo Monte em capacidade instalada de novas usinas de grande porte. A maioria delas na Amazônia – colocando a região sob risco de novos impactos ambientais e de aumentar a pressão do desmatamento.As outras renováveis receberam um tratamento mais favorável em relação ao plano de 2008, mas ainda modesto em relação ao potencial nacional de exploração destas fontes. O número de parques eólicos deve crescer nos próximos dez anos, considerando a construção de projetos do Proinfa e do primeiro leilão de eólicas realizado no ano passado. Mas o número final de 6 mil MW assume que após o leilão de renováveis marcado para este ano, teríamos apenas mais uma licitação deste tipo durante todo o resto da década, o que é muito pouco diante do potencial eólico brasileiro e da demanda do setor de realização de um leilão por ano.As usinas a biomassa passariam de 5,4 para 8,5 mil MW, uma expansão maior do que a apontada no plano anterior, mas novamente aquém do potencial brasileiro de geração de duas Itaipus apenas com a cogeração da cana-de-açúcar, até o fim da década. Sobre energia solar, absolutamente nenhuma menção é feita ao potencial de geração de painéis fotovoltaicos.Na área nuclear, o plano continua considerando a construção da controversa usina de Angra 3, apesar de todos os questionamentos em relação à segurança da usina, dos custos subdimensionados e da falta de solução para a estocagem de resíduos radioativos, entre inúmeros outros problemas.Por fim, o crescimento da oferta de energia ainda é projetado em 56% nos próximos 10 anos, valores exagerados para o aumento da carga neste período, especialmente se considerarmos que o ano de 2009 registrou uma redução de consumo como reflexo da crise econômica. O grande potencial de ações de eficiência energética foi novamente negligenciado. A participação destas ações é restrita a apenas 3,2% de redução do consumo destes próximos dez anos. De acordo com o cenário [R]evolução Energética, do Greenpeace, é possível conseguir mais de 10% de redução de demanda até 2020, considerando a aplicação de medidas em todos os setores de consumo.A todos os interessados em contribuir com críticas e sugestões ao plano, a consulta pública está aberta até o dia 2 de junho. Os contatos para envio são o e-mail pde2019@mme. gov.br ou o endereço: "Ministério de Minas e Energia – MME, Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético – SPE, Esplanada dos Ministérios, Bloco U, Sala 509, Brasília-DF, CEP 70.065-900.Crédito da imagem: Amazônia ©Greenpeace/Alois Indrich
(Envolverde/ Greenpeace)
Serra Pelada: Ministério de Minas e Energia libera retomada de garimpo
07.05.10 - BRASIL
Ministério de Minas e Energia libera retomada de garimpo em Serra Pelada
Karol Assunção *
Adital -
O Ministro de Minas e Energia, Marcos Zimmermann, assinou hoje (7), em Curinópolis, no Pará, a portaria de concessão de lavra em Serra Pelada, também no Pará. A mina de ouro, que já foi considerada o maior garimpo do mundo, estava desativada desde 1992. Agora, a exploração será totalmente mecanizada e ficará a cargo da empresa Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPE).
A assinatura da liberação não agradou a todos. Para Etevaldo Arantes, porta-voz do Movimento de Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração (MTM), por exemplo, a exploração da mina não beneficiará a categoria garimpeira. Isso porque a companhia que obteve concessão é formada por uma sociedade entre a Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) e a empresa canadense Colossus Minerals Inc.
A Cooperativa, que possui 45 mil garimpeiros associados, possui apenas 25% de participação no negócio. Enquanto isso, a multinacional canadense representa 75% da sociedade. "[A exploração] vai beneficiar exclusivamente à empresa canadense", acredita.
Para o porta-voz do MTM, o atual Governo, "como nos anteriores", deu preferência para as pessoas que têm mais recursos. "A exploração da mina produzirá recursos econômicos que em nada beneficiará a categoria garimpeira", afirma.
Agora, segundo informações do Ministério de Minas e Energia, a atividade passará a ser totalmente mecanizada, sendo a lavra rudimentar restrita apenas a locais remanescentes de rejeitos. Para a exploração, será construída uma mina subterrânea com rampa de acesso de 1.600 metros para a entrada de materiais.
Na opinião de Arantes, essa exploração trará graves consequências para os moradores da comunidade próxima à mina. "Os dejetos químicos [da atividade mineira] recairão para a comunidade", acredita, destacando ainda a falta de audiência pública sobre o assunto no local. "Até houve audiências públicas em outras cidades, mas não dentro da comunidade de Serra Pelada", afirma o integrante do MTM.
* Jornalista da Adital
Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?idioma=PT&cod=47612
Ministério de Minas e Energia libera retomada de garimpo em Serra Pelada
Karol Assunção *
Adital -
O Ministro de Minas e Energia, Marcos Zimmermann, assinou hoje (7), em Curinópolis, no Pará, a portaria de concessão de lavra em Serra Pelada, também no Pará. A mina de ouro, que já foi considerada o maior garimpo do mundo, estava desativada desde 1992. Agora, a exploração será totalmente mecanizada e ficará a cargo da empresa Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPE).
A assinatura da liberação não agradou a todos. Para Etevaldo Arantes, porta-voz do Movimento de Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração (MTM), por exemplo, a exploração da mina não beneficiará a categoria garimpeira. Isso porque a companhia que obteve concessão é formada por uma sociedade entre a Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) e a empresa canadense Colossus Minerals Inc.
A Cooperativa, que possui 45 mil garimpeiros associados, possui apenas 25% de participação no negócio. Enquanto isso, a multinacional canadense representa 75% da sociedade. "[A exploração] vai beneficiar exclusivamente à empresa canadense", acredita.
Para o porta-voz do MTM, o atual Governo, "como nos anteriores", deu preferência para as pessoas que têm mais recursos. "A exploração da mina produzirá recursos econômicos que em nada beneficiará a categoria garimpeira", afirma.
Agora, segundo informações do Ministério de Minas e Energia, a atividade passará a ser totalmente mecanizada, sendo a lavra rudimentar restrita apenas a locais remanescentes de rejeitos. Para a exploração, será construída uma mina subterrânea com rampa de acesso de 1.600 metros para a entrada de materiais.
Na opinião de Arantes, essa exploração trará graves consequências para os moradores da comunidade próxima à mina. "Os dejetos químicos [da atividade mineira] recairão para a comunidade", acredita, destacando ainda a falta de audiência pública sobre o assunto no local. "Até houve audiências públicas em outras cidades, mas não dentro da comunidade de Serra Pelada", afirma o integrante do MTM.
* Jornalista da Adital
Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?idioma=PT&cod=47612
Convite plenária ambiental - Dia 15/05 às 17 horas
mailto:hCompanheir@s de luta ambiental!
Chovem problemas ambientais em todos os cantos do planeta, enxurradas que lavam os morros e vitimizam centenas de família - não pelo excesso de chuvas como querem nos fazer acreditar os governantes e a mídia, mas pela falta de políticas sociais, habitacionais, infraestrutura urbana e de saúde pública -, ciclones que varrem tudo e todos, desmatamentos e queimadas intermináveis e sanguinárias extrações de recursos dos nossos solos que deixam nossas veias abertas. Aqui no RS e em Porto Alegre a trajetória capitalista é a mesma. É a busca do lucro, da mais-valia e da riqueza para poucos de forma incontrolável. É a ameaça constante da apropriação privada da Orla pública do Rio Guaiba e a farra imobiliária que avança sobre as encostas de nossos morros como na negociata da FASE. É a mesma ganância sobre as áreas quilombolas e indígenas protegidas por lei, como no caso da doação criminosa do Governo Yeda da área da Ford em Guaíba para um Distrito Industrial.
A entrega das nossas melhores terras agricultáveis para as monoculturas do eucalipto, pinus, soja, etc. A perda de soberania alimentar com a introdução dos transgênicos e a utilização crescente e desenfreada de agrotóxicos. Barram nossos rios de Sul a Norte, do Xingu ao Rio Uruguai. Ameaça ao que resta dos nossos biomas gaúchos, Mata Atlântica e Pampa, sem políticas e metas para a preservação. As dunas do Litoral desaparecem sob luxuosos condomínios cercados: verdadeiros feudos modernos. Constroem à revelia de tudo onde não poderia ser construído, detém o poder midiático na mão, parte do judiciário, conduzem parlamentos e assim passam a população a uma visão que tudo isso é desenvolvimento, que o capitalismo, um sistema insustentável, é a única saída.
O capitalismo, em toda parte, mostra suas garras contra o meio ambiente, tornando tudo em mercadoria a serviço de poucos e contra o interesse da maioria. Os partidos da velha política dão provas, mais uma vez, de sua conivência com esse modelo econômico excludente, insaciável por lucros fabulosos e destrutivo. E tentam agora impor o desmonte da legislação ambiental para facilitar ainda mais a entrega dos recursos naturais ao grande capital. Os órgãos ambientais sucateados (municipal, estadual e federal) viraram balcões de licenciamento ambiental sendo avaliados pela sua agilidade e quantidade de licenças. Os funcionários se demitam, ou são perseguidos e transferidos, e as licenças são políticas, como das megaobras do PAC. Convidamos para debater tudo isto e apresentarmos as propostas do PSOL para o enfrentamento a estas questões e todas as outras do cenário de luta ecológica e socialista. Para isto estaremos realizando uma grande plenária de debates, em nome do Núcleo Ecossocialista do PSOL. Participa e convida os lutadores ambientais!
"A dança do Capital com a Morte", de Di Cavalcanti, Museu de Arte Comtemporânea - USP Dia : 15 de maio às 17 horas Local : Sede Estadual do PSOL. Rua da República, 108.
Cidade Baixa - Porto Alegre/RS
Contato: ecossocialistas@gmail.com
Núcleo Ecossocialistas PSOL
Visite nosso blog e sítios eletrônicos:
http://blogecossocialistas.blogspot.com/
http://www.pliniopresidente.com/
http://www.psol-nacional.com.br/
Chovem problemas ambientais em todos os cantos do planeta, enxurradas que lavam os morros e vitimizam centenas de família - não pelo excesso de chuvas como querem nos fazer acreditar os governantes e a mídia, mas pela falta de políticas sociais, habitacionais, infraestrutura urbana e de saúde pública -, ciclones que varrem tudo e todos, desmatamentos e queimadas intermináveis e sanguinárias extrações de recursos dos nossos solos que deixam nossas veias abertas. Aqui no RS e em Porto Alegre a trajetória capitalista é a mesma. É a busca do lucro, da mais-valia e da riqueza para poucos de forma incontrolável. É a ameaça constante da apropriação privada da Orla pública do Rio Guaiba e a farra imobiliária que avança sobre as encostas de nossos morros como na negociata da FASE. É a mesma ganância sobre as áreas quilombolas e indígenas protegidas por lei, como no caso da doação criminosa do Governo Yeda da área da Ford em Guaíba para um Distrito Industrial.
A entrega das nossas melhores terras agricultáveis para as monoculturas do eucalipto, pinus, soja, etc. A perda de soberania alimentar com a introdução dos transgênicos e a utilização crescente e desenfreada de agrotóxicos. Barram nossos rios de Sul a Norte, do Xingu ao Rio Uruguai. Ameaça ao que resta dos nossos biomas gaúchos, Mata Atlântica e Pampa, sem políticas e metas para a preservação. As dunas do Litoral desaparecem sob luxuosos condomínios cercados: verdadeiros feudos modernos. Constroem à revelia de tudo onde não poderia ser construído, detém o poder midiático na mão, parte do judiciário, conduzem parlamentos e assim passam a população a uma visão que tudo isso é desenvolvimento, que o capitalismo, um sistema insustentável, é a única saída.
O capitalismo, em toda parte, mostra suas garras contra o meio ambiente, tornando tudo em mercadoria a serviço de poucos e contra o interesse da maioria. Os partidos da velha política dão provas, mais uma vez, de sua conivência com esse modelo econômico excludente, insaciável por lucros fabulosos e destrutivo. E tentam agora impor o desmonte da legislação ambiental para facilitar ainda mais a entrega dos recursos naturais ao grande capital. Os órgãos ambientais sucateados (municipal, estadual e federal) viraram balcões de licenciamento ambiental sendo avaliados pela sua agilidade e quantidade de licenças. Os funcionários se demitam, ou são perseguidos e transferidos, e as licenças são políticas, como das megaobras do PAC. Convidamos para debater tudo isto e apresentarmos as propostas do PSOL para o enfrentamento a estas questões e todas as outras do cenário de luta ecológica e socialista. Para isto estaremos realizando uma grande plenária de debates, em nome do Núcleo Ecossocialista do PSOL. Participa e convida os lutadores ambientais!
"A dança do Capital com a Morte", de Di Cavalcanti, Museu de Arte Comtemporânea - USP Dia : 15 de maio às 17 horas Local : Sede Estadual do PSOL. Rua da República, 108.
Cidade Baixa - Porto Alegre/RS
Contato: ecossocialistas@gmail.com
Núcleo Ecossocialistas PSOL
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terça-feira, 4 de maio de 2010
PV, na e com a direita. No RJ, ecocapitalistas fecham aliança com PSDB, Dem e PPS
ANO 115 Nº 216 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2010
Gabeira fecha aliança com tucanos no Rio
Depois de mais de seis meses de impasse, o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) confirmou ontem sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro e oficializou a aliança com PSDB, Dem e PPS. O acordo também prevê a participação de Gabeira em atos de campanha do candidato tucano à Presidência, José Serra. Até ontem, Gabeira e líderes do PV do Rio mantinham firme a posição de só fazer campanha para Marina Silva, a candidata da sigla.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=216&Caderno=0&Noticia=134280
Marina, com o PV, é de direita
28 de abril de 2010
A afirmação é do pré-candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, em entrevista à Rádio 730, de Goiás.Segundo ele, “o Partido Verde, que Marina Silva escolheu, está em todas as esferas de todos os Governos. É o chamado partido da boquinha”.Atualmente, o PV está ao lado, por exemplo, do Governo do DEM em São Paulo e tenta acordo com o PSDB, no Rio de Janeiro, na disputa para Governador.O procurador da república classificou a polarização entre Dilma e Serra como simplesmente eleitoreira e partidária, já que ideologicamente são iguais. “Ambos são partidários deste capitalismo predador. A oposição real é entre isso e uma visão de igualdade e participação. Eu vou tentar ser essa voz”, afirmou.Plínio ainda lembrou de defender a reforma agrária, como única forma de conquistar a democracia no Brasil, um tema evitado pelos demais presidenciáveis.
OUÇA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA
Fonte: http://pliniopresidente.com/
Gabeira fecha aliança com tucanos no Rio
Depois de mais de seis meses de impasse, o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) confirmou ontem sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro e oficializou a aliança com PSDB, Dem e PPS. O acordo também prevê a participação de Gabeira em atos de campanha do candidato tucano à Presidência, José Serra. Até ontem, Gabeira e líderes do PV do Rio mantinham firme a posição de só fazer campanha para Marina Silva, a candidata da sigla.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=216&Caderno=0&Noticia=134280
Marina, com o PV, é de direita
28 de abril de 2010
A afirmação é do pré-candidato do PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio, em entrevista à Rádio 730, de Goiás.Segundo ele, “o Partido Verde, que Marina Silva escolheu, está em todas as esferas de todos os Governos. É o chamado partido da boquinha”.Atualmente, o PV está ao lado, por exemplo, do Governo do DEM em São Paulo e tenta acordo com o PSDB, no Rio de Janeiro, na disputa para Governador.O procurador da república classificou a polarização entre Dilma e Serra como simplesmente eleitoreira e partidária, já que ideologicamente são iguais. “Ambos são partidários deste capitalismo predador. A oposição real é entre isso e uma visão de igualdade e participação. Eu vou tentar ser essa voz”, afirmou.Plínio ainda lembrou de defender a reforma agrária, como única forma de conquistar a democracia no Brasil, um tema evitado pelos demais presidenciáveis.
OUÇA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA
Fonte: http://pliniopresidente.com/
Soja transgênica brasileira chega ao mercado em 2011
ANO 115 Nº 216 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2010
Dissinger (D) garante que regiões mais frias como o RS terão cultivares adaptadas
Crédito: arthur calazans / divulgação / cp
THAÍSE TEIXEIRA tteixeira@correiodopovo.com.br
A primeira variedade de soja transgênica desenvolvida no Brasil, a Cultivance, deverá chegar ao mercado em setembro do ano que vem. Segundo o vice-presidente de Proteção de Cultivos da Basf para a América Latina, Walter Dissinger, a comercialização das sementes depende da aprovação da China e da Europa para uso em ração animal, processo em andamento. "O produtor terá de pagar os royalties pela tecnologia e o pacote de herbicidas", explicou. Com a venda do grão, a empresa projeta atingir 10% de participação no mercado brasileiro e latino-americano, e, em cinco anos, alcançar 20%. A pesquisa integra uma leva de investimentos programados pela Basf para a América Latina, na qual também está incluída a projeção de lançamento de uma cultivar para cana-de-açúcar 25% mais produtiva e tolerante à seca. Com o estudo e a liberação, a Basf prevê que dobre a área cultivada com a gramínea hoje no Brasil. "Nos próximos dez anos, deveremos saltar de 7 milhões de hectares cultivados com cana no Brasil para 14 milhões de ha", disse o presidente da Basf Plant Science, Peter Eckes. Para as regiões mais frias como o Rio Grande do Sul, haverá adaptações às cultivares.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=216&Caderno=0&Noticia=134221
ANO 115 Nº 216 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2010
Anvisa cobra dados da Monsanto
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autuou a Monsanto por não fornecer informações sobre a produção do Glifosato Técnico. O órgão exige o detalhamento do processo de síntese do agrotóxico para poder defini-lo como referência para concessão de registros por equivalência a outros agrotóxicos com o mesmo ingrediente ativo. A omissão foi identificada durante fiscalização na unidade de São José dos Campos (SP). As informações já haviam sido solicitadas em 2007. A multa pode chegar a R$ 1,5 milhão. Procurada, a assessoria da Monsanto informou que a empresa não se manifestaria sobre o assunto.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=216&Caderno=0&Noticia=134321
Dissinger (D) garante que regiões mais frias como o RS terão cultivares adaptadas
Crédito: arthur calazans / divulgação / cp
THAÍSE TEIXEIRA tteixeira@correiodopovo.com.br
A primeira variedade de soja transgênica desenvolvida no Brasil, a Cultivance, deverá chegar ao mercado em setembro do ano que vem. Segundo o vice-presidente de Proteção de Cultivos da Basf para a América Latina, Walter Dissinger, a comercialização das sementes depende da aprovação da China e da Europa para uso em ração animal, processo em andamento. "O produtor terá de pagar os royalties pela tecnologia e o pacote de herbicidas", explicou. Com a venda do grão, a empresa projeta atingir 10% de participação no mercado brasileiro e latino-americano, e, em cinco anos, alcançar 20%. A pesquisa integra uma leva de investimentos programados pela Basf para a América Latina, na qual também está incluída a projeção de lançamento de uma cultivar para cana-de-açúcar 25% mais produtiva e tolerante à seca. Com o estudo e a liberação, a Basf prevê que dobre a área cultivada com a gramínea hoje no Brasil. "Nos próximos dez anos, deveremos saltar de 7 milhões de hectares cultivados com cana no Brasil para 14 milhões de ha", disse o presidente da Basf Plant Science, Peter Eckes. Para as regiões mais frias como o Rio Grande do Sul, haverá adaptações às cultivares.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=216&Caderno=0&Noticia=134221
ANO 115 Nº 216 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2010
Anvisa cobra dados da Monsanto
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autuou a Monsanto por não fornecer informações sobre a produção do Glifosato Técnico. O órgão exige o detalhamento do processo de síntese do agrotóxico para poder defini-lo como referência para concessão de registros por equivalência a outros agrotóxicos com o mesmo ingrediente ativo. A omissão foi identificada durante fiscalização na unidade de São José dos Campos (SP). As informações já haviam sido solicitadas em 2007. A multa pode chegar a R$ 1,5 milhão. Procurada, a assessoria da Monsanto informou que a empresa não se manifestaria sobre o assunto.
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=216&Caderno=0&Noticia=134321
Corruptores/corruptos: Construtoras lideram ranking de doação a partidos
Ranking de doação a partidos é liderado por construtoras
Empreiteiras repassaram 68% de tudo o que PT, PSDB, DEM e PMDB receberam em 2009. As principais financiadoras têm ou tiveram contratos milionários com governos; o PT foi a legenda que mais arrecadou -R$ 44,9 milhões
Brasilia/Folha - (RANIER BRAGON, LUCAS FERRAZ, FELIPE SELIGMAN E FILIPE COUTINHO)
As empreiteiras foram as principais financiadoras dos grandes partidos políticos em 2009, sendo responsáveis por 68% das doações recebidas por PT, PSDB, DEM e PMDB.
Quatro dessas construtoras doaram 39% de tudo o que essas siglas receberam de doações no ano passado.
Segundo as prestações de contas dos partidos entregues ao Tribunal Superior Eleitoral, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Carioca Christiani Nielsen e JM Terraplanagem transferiram para as principais siglas R$ 6,2 milhões.
Todas essas empreiteiras -o ramo é, ao lado dos bancos, o mais tradicional financiador de partidos- possuem ou possuíram contratos milionários com o governo federal ou com os principais governos estaduais.
Os papéis entregues ao TSE mostram que, somando as doações com o fundo partidário, dinheiro público que é rateado entre as legendas, PMDB, PT, PSDB e DEM tiveram receita de R$ 123 milhões em 2009, queda de 53% ante 2008.
O recuo já era esperado, já que no ano anterior houve eleições municipais, período em que o caixa dos partidos sofre expressiva engorda. Se comparado a 2007, quando não houve eleição, a receita dos partidos ficou praticamente estável.
O PT, que governa o país desde 2003, foi o campeão de arrecadação em 2009, o que vem se verificando nos últimos anos. A receita declarada foi de R$ 44,9 milhões -pôde, assim, fechar as contas no azul em R$ 7 milhões, embora continue com dívida de cerca de R$ 24 milhões.
Os maiores financiadores do PT foram a Andrade Gutierrez (R$ 2,5 milhões), a Suzano Papel e Celulose (R$ 2,5 milhões) e a Carioca Christiani Nielsen Engenharia (R$ 1,2 milhão).
Todas tinham contrato com o governo em 2009, sendo que quem mais recebeu foi a Carioca, segundo o Portal da Transparência (R$ 182,7 milhões).
A Andrade Gutierrez, que recebeu R$ 108 milhões, segundo o portal, havia liderado o ranking de doadores do PT nos últimos três anos. Também foi a principal financiadora de tucanos em 2007 e 2008.
O PSDB teve receita de R$ 28,9 milhões. Seu maior financiador foi a Queiroz Galvão (R$ 2,2 milhões). A empresa participou de grandes obras nos governos tucanos de MG e SP, como a nova cidade administrativa mineira e o Rodoanel.
O DEM teve receita de R$ 21,2 milhões -R$ 952 mil vieram de doações de empreiteiras. Todas as construtoras atuam em Brasília e receberam juntas R$ 267 milhões do governo de José Roberto Arruda (sem partido), acusado de ser o chefe do mensalão do DEM.
A Antares e a Artec, citadas no inquérito do mensalão do DEM, doaram R$ 425 mil, ou 44% do recebido pelo partido. Conforme a Folha revelou, a Polícia Federal apreendeu na Operação Caixa de Pandora os recibos dessas doações no armário de um dos investigados.
A sigla e as empresas negaram ter entregue o papel a Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda. A PF apura por que o papel estava no local.
A campeã de doações ao DEM foi a JM Terraplanagem, com R$ 287 mil. Depois da doação, a construtora recebeu R$ 23 milhões, de um total de R$ 60 milhões em contratos.
O PMDB (receita de R$ 28,4 milhões) recebeu uma doação: R$ 300 mil da TNL Contax. O PV (receita de R$ 7,4 milhões) declarou não ter recebido doações.
Dirigentes de siglas defendem financiamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os dirigentes dos partidos políticos ouvidos pela Folha disseram considerar natural o financiamento por parte das empreiteiras.
"Ninguém doa porque acha o partido bom ou ruim. Há uma correlação de interesses e isso é natural", afirmou o tesoureiro do DEM, Saulo Queiroz.
Ele se refere a empresas que tinham contrato com o governo de José Roberto Arruda (DF), que deixou a legenda e o cargo após ter seu nome envolvido em suspeitas de corrupção.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que o partido recebeu doações das empresas que tradicionalmente contribuem com os partidos políticos.
Em nota, a Andrade Gutierrez afirmou que "as doações a partidos políticos foram feitas de forma oficial, de acordo com as regras da legislação brasileira".
Na mesma linha, a assessoria da Queiroz Galvão disse, em nota, que "as doações são públicas e foram realizadas dentro do que está previsto pela lei".
"A Queiroz Galvão é uma empresa de atuação internacional, com projetos em diversos estados do Brasil, além de América Latina e África", diz a nota.
A JM Terraplanagem, a Carioca Engenharia e a Suzano não se pronunciaram. "Não tem lei nenhuma que me force a passar informação, não é?", disse uma funcionária da JM que se identificou como Ana Cláudia.
A Folha não conseguiu falar com a TNL Contax nem com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Fonte: Folha de São Paulo, 04 de maio de 2010.
ANO 115 Nº 217 - PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 5 DE MAIO DE 2010
Não sou Papai-Noel
Crédito: ARTE DE JOÂO LUIS XAVIER SOBRE FOTOS CP MEMÓRIA
Sim, eu acredito em coincidências. Já disse isso outras vezes. Tenho certeza de que é mera coincidência terem sido empreiteiras os maiores financiadores do PT, do PSDB e do Dem em 2009. É sabido que construtoras jamais agem por interesse. Também estou convencido de que é mera coincidência as quatro maiores financiadoras dos partidos terem tido contratos milionários com governos. Matéria da Folha de S. Paulo diz que, "segundo as prestações de contas dos partidos entregues ao Tribunal Superior Eleitoral, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Carioca Christiani Nielsen e JM Terraplanagem transferiram para as principais siglas R$ 6,2 milhões". O PT teve como principais doadores "a Andrade Gutierrez (R$ 2,5 milhões), a Suzano Papel e Celulose (R$ 2,5 milhões) e a Carioca Christiani Nielsen (R$ 1,2 milhão)".Por mera coincidência, todas essas generosas empreiteiras tiveram contratos com o governo em 2009, "sendo que quem mais recebeu foi a Carioca, segundo o Portal da Transparência (R$ 182,7 milhões)". Já a Andrade Gutierrez, que recebeu R$ 108 milhões, liderou o ranking de doadores do PT nos últimos três anos, tendo sido também "a principal financiadora de tucanos em 2007 e 2008". Acabaram-se as ideologias. Ficaram apenas os doadores de campanha. E as coincidências. Também é coincidência que muitas empreiteiras apareçam envolvidas em processos na Justiça relativos a operações obscuras envolvendo verbas públicas. Coincidência mesmo é esta: "O Dem teve receita de R$ 21,2 milhões - R$ 952 mil vieram de doações de empreiteiras. Todas as construtoras atuam em Brasília e receberam juntas R$ 267 milhões do governo de José Roberto Arruda (sem partido), acusado de ser o chefe do mensalão do Dem". A vida é uma roda mágica.Outra coincidência recente aconteceu nos Estados Unidos. Aquele carro cheio de explosivos não era para um atentado. Estava no local, por coincidência, transportando material para outro depósito. As coincidências acontecem por toda parte. A Polícia de Porto Alegre garante que Eliseu Santos foi vítima de latrocínio. O Ministério Público afirma, com base numa carteira de trabalho, que um irmão de Eliseu Gomes, suspeito de envolvimento na morte do secretário, trabalhava na Reação, empresa acusada pelo MP de ter razões para encomendar a morte de Eliseu Santos. Simples coincidência. Isso ocorre todo dia: o irmão do funcionário de alguém, atuando em ramo distinto, dá o azar de participar da extinção do indivíduo incômodo. Posteriormente se estabelecem conexões abusivas. Uau!Eu já fui confundido com Papai-Noel. Tudo não passou, claro, de uma lamentável coincidência. Eu estava todo de vermelho, com uma barba branca, uma enorme barriga postiça, conduzindo um trenó cheio de presentes puxado por renas, fazendo ho, ho, ho, quando alguém inventou, sem razão alguma, que eu era Papai-Noel. As crianças não tiveram dúvidas. Tentei explicar que era um engano. Mostrei evidências de que eu não era Papai-Noel. Tudo em vão. Coincidências são coincidências. Nada mais.
JUREMIR MACHADO DA SILVA
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=217&Caderno=0&Editoria=120&Noticia=134709
Empreiteiras repassaram 68% de tudo o que PT, PSDB, DEM e PMDB receberam em 2009. As principais financiadoras têm ou tiveram contratos milionários com governos; o PT foi a legenda que mais arrecadou -R$ 44,9 milhões
Brasilia/Folha - (RANIER BRAGON, LUCAS FERRAZ, FELIPE SELIGMAN E FILIPE COUTINHO)
As empreiteiras foram as principais financiadoras dos grandes partidos políticos em 2009, sendo responsáveis por 68% das doações recebidas por PT, PSDB, DEM e PMDB.
Quatro dessas construtoras doaram 39% de tudo o que essas siglas receberam de doações no ano passado.
Segundo as prestações de contas dos partidos entregues ao Tribunal Superior Eleitoral, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Carioca Christiani Nielsen e JM Terraplanagem transferiram para as principais siglas R$ 6,2 milhões.
Todas essas empreiteiras -o ramo é, ao lado dos bancos, o mais tradicional financiador de partidos- possuem ou possuíram contratos milionários com o governo federal ou com os principais governos estaduais.
Os papéis entregues ao TSE mostram que, somando as doações com o fundo partidário, dinheiro público que é rateado entre as legendas, PMDB, PT, PSDB e DEM tiveram receita de R$ 123 milhões em 2009, queda de 53% ante 2008.
O recuo já era esperado, já que no ano anterior houve eleições municipais, período em que o caixa dos partidos sofre expressiva engorda. Se comparado a 2007, quando não houve eleição, a receita dos partidos ficou praticamente estável.
O PT, que governa o país desde 2003, foi o campeão de arrecadação em 2009, o que vem se verificando nos últimos anos. A receita declarada foi de R$ 44,9 milhões -pôde, assim, fechar as contas no azul em R$ 7 milhões, embora continue com dívida de cerca de R$ 24 milhões.
Os maiores financiadores do PT foram a Andrade Gutierrez (R$ 2,5 milhões), a Suzano Papel e Celulose (R$ 2,5 milhões) e a Carioca Christiani Nielsen Engenharia (R$ 1,2 milhão).
Todas tinham contrato com o governo em 2009, sendo que quem mais recebeu foi a Carioca, segundo o Portal da Transparência (R$ 182,7 milhões).
A Andrade Gutierrez, que recebeu R$ 108 milhões, segundo o portal, havia liderado o ranking de doadores do PT nos últimos três anos. Também foi a principal financiadora de tucanos em 2007 e 2008.
O PSDB teve receita de R$ 28,9 milhões. Seu maior financiador foi a Queiroz Galvão (R$ 2,2 milhões). A empresa participou de grandes obras nos governos tucanos de MG e SP, como a nova cidade administrativa mineira e o Rodoanel.
O DEM teve receita de R$ 21,2 milhões -R$ 952 mil vieram de doações de empreiteiras. Todas as construtoras atuam em Brasília e receberam juntas R$ 267 milhões do governo de José Roberto Arruda (sem partido), acusado de ser o chefe do mensalão do DEM.
A Antares e a Artec, citadas no inquérito do mensalão do DEM, doaram R$ 425 mil, ou 44% do recebido pelo partido. Conforme a Folha revelou, a Polícia Federal apreendeu na Operação Caixa de Pandora os recibos dessas doações no armário de um dos investigados.
A sigla e as empresas negaram ter entregue o papel a Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda. A PF apura por que o papel estava no local.
A campeã de doações ao DEM foi a JM Terraplanagem, com R$ 287 mil. Depois da doação, a construtora recebeu R$ 23 milhões, de um total de R$ 60 milhões em contratos.
O PMDB (receita de R$ 28,4 milhões) recebeu uma doação: R$ 300 mil da TNL Contax. O PV (receita de R$ 7,4 milhões) declarou não ter recebido doações.
Dirigentes de siglas defendem financiamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os dirigentes dos partidos políticos ouvidos pela Folha disseram considerar natural o financiamento por parte das empreiteiras.
"Ninguém doa porque acha o partido bom ou ruim. Há uma correlação de interesses e isso é natural", afirmou o tesoureiro do DEM, Saulo Queiroz.
Ele se refere a empresas que tinham contrato com o governo de José Roberto Arruda (DF), que deixou a legenda e o cargo após ter seu nome envolvido em suspeitas de corrupção.
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que o partido recebeu doações das empresas que tradicionalmente contribuem com os partidos políticos.
Em nota, a Andrade Gutierrez afirmou que "as doações a partidos políticos foram feitas de forma oficial, de acordo com as regras da legislação brasileira".
Na mesma linha, a assessoria da Queiroz Galvão disse, em nota, que "as doações são públicas e foram realizadas dentro do que está previsto pela lei".
"A Queiroz Galvão é uma empresa de atuação internacional, com projetos em diversos estados do Brasil, além de América Latina e África", diz a nota.
A JM Terraplanagem, a Carioca Engenharia e a Suzano não se pronunciaram. "Não tem lei nenhuma que me force a passar informação, não é?", disse uma funcionária da JM que se identificou como Ana Cláudia.
A Folha não conseguiu falar com a TNL Contax nem com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Fonte: Folha de São Paulo, 04 de maio de 2010.
ANO 115 Nº 217 - PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 5 DE MAIO DE 2010
Não sou Papai-Noel
Crédito: ARTE DE JOÂO LUIS XAVIER SOBRE FOTOS CP MEMÓRIA
Sim, eu acredito em coincidências. Já disse isso outras vezes. Tenho certeza de que é mera coincidência terem sido empreiteiras os maiores financiadores do PT, do PSDB e do Dem em 2009. É sabido que construtoras jamais agem por interesse. Também estou convencido de que é mera coincidência as quatro maiores financiadoras dos partidos terem tido contratos milionários com governos. Matéria da Folha de S. Paulo diz que, "segundo as prestações de contas dos partidos entregues ao Tribunal Superior Eleitoral, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Carioca Christiani Nielsen e JM Terraplanagem transferiram para as principais siglas R$ 6,2 milhões". O PT teve como principais doadores "a Andrade Gutierrez (R$ 2,5 milhões), a Suzano Papel e Celulose (R$ 2,5 milhões) e a Carioca Christiani Nielsen (R$ 1,2 milhão)".Por mera coincidência, todas essas generosas empreiteiras tiveram contratos com o governo em 2009, "sendo que quem mais recebeu foi a Carioca, segundo o Portal da Transparência (R$ 182,7 milhões)". Já a Andrade Gutierrez, que recebeu R$ 108 milhões, liderou o ranking de doadores do PT nos últimos três anos, tendo sido também "a principal financiadora de tucanos em 2007 e 2008". Acabaram-se as ideologias. Ficaram apenas os doadores de campanha. E as coincidências. Também é coincidência que muitas empreiteiras apareçam envolvidas em processos na Justiça relativos a operações obscuras envolvendo verbas públicas. Coincidência mesmo é esta: "O Dem teve receita de R$ 21,2 milhões - R$ 952 mil vieram de doações de empreiteiras. Todas as construtoras atuam em Brasília e receberam juntas R$ 267 milhões do governo de José Roberto Arruda (sem partido), acusado de ser o chefe do mensalão do Dem". A vida é uma roda mágica.Outra coincidência recente aconteceu nos Estados Unidos. Aquele carro cheio de explosivos não era para um atentado. Estava no local, por coincidência, transportando material para outro depósito. As coincidências acontecem por toda parte. A Polícia de Porto Alegre garante que Eliseu Santos foi vítima de latrocínio. O Ministério Público afirma, com base numa carteira de trabalho, que um irmão de Eliseu Gomes, suspeito de envolvimento na morte do secretário, trabalhava na Reação, empresa acusada pelo MP de ter razões para encomendar a morte de Eliseu Santos. Simples coincidência. Isso ocorre todo dia: o irmão do funcionário de alguém, atuando em ramo distinto, dá o azar de participar da extinção do indivíduo incômodo. Posteriormente se estabelecem conexões abusivas. Uau!Eu já fui confundido com Papai-Noel. Tudo não passou, claro, de uma lamentável coincidência. Eu estava todo de vermelho, com uma barba branca, uma enorme barriga postiça, conduzindo um trenó cheio de presentes puxado por renas, fazendo ho, ho, ho, quando alguém inventou, sem razão alguma, que eu era Papai-Noel. As crianças não tiveram dúvidas. Tentei explicar que era um engano. Mostrei evidências de que eu não era Papai-Noel. Tudo em vão. Coincidências são coincidências. Nada mais.
JUREMIR MACHADO DA SILVA
Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=217&Caderno=0&Editoria=120&Noticia=134709
Joel Kovel é uma das principais referências do ecossocialismo, sendo o autor do Manifesto Ecossocialista junto com Michael Lowy.
Aqui ele dá uma entrevista em 2008 sobre os seu livro "O inimigo da natureza" (que é o capitalismo) e a questão do clima ao site Mudanças Climáticas da ANDI, agência de notícias dos direitos da infância. Veja o vídeo que está seguido da tradução para o português.
Transcrição:
Joel Kovel: Nos Estados Unidos, em particular, ou ao redor do mundo, pessoas não apreciam quão poderosa é a força da luta de classes. Se alguém tem a vassalagem da classe capitalista, ele (como Marx uma vez disse) é a personificação do capital. Ele pode ir para casa no final do dia, ele pode ser gentil com suas crianças, ele pode ficar pensativo sobre o futuro, ter um jardim, e assim por diante. Mas uma vez que ele chega ao trabalho, aquela força poderosa assume controle e determina o que ele faz. Algumas pessoas pensam que o capitalismo é somente uma maneira de fazer muito dinheiro. Claro que é uma maneira de fazer muito dinheiro, mas também é todo um modo de vida. E capitalistas não conseguem enxergar como sair disso. Uma das seções do meu livro trata substancialmente sobre essa psicologia da classe dominante, em cerca de dez coisas diferentes nas quais você pode olhar para entender porque eles não conseguem enxergar. O fato é que eles são muito protetores contra as implicações e têm idéias de si próprios como poderosos. Eles se isolam. Eles ficam no topo de prédios de cem andares. Eles não olham de fato para o mundo abaixo. Eles olham para os gráficos.
Então, por várias razões eles não podem ver a saída disso. Se um capitalista chega a ver como sair disso, o que acontece é que ele pára de ser um capitalista e outra pessoa toma o lugar dele. Ele não foi assassinado nem nada disso. Ele se aposenta, vai jogar golfe ou fazer o que ele quiser, vai para a Flórida, viajar ao redor do mundo, mas alguém assume aquela posição. Tem sempre uma longa fila esperando do lado de fora. Capital é um poder e ele cria um tipo de capitalista. E o capitalista financia e apóia somente esses tipos de grandes organizações de mídia, visto que nós chegamos a um estágio em que as contradições são tamanhas que você está vendo mais e mais pessoas saindo disso. Então, o panorama é mais esperançoso de certa forma do que há cinco ou dez anos.
J. K.: O fato é que o capitalismo tornou-se globalizado, nos últimos trinta anos. Você tem várias pessoas que estão nos países em desenvolvimento e têm uma posição de grande poder. Você também tem o que eu chamo de organizações trans-estatais, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e os diversos bancos de desenvolvimento, que impõe a mesma lógica nos países periféricos. Então há sempre de haver políticos e executivos – certamente no Brasil, porque é um país intermediário, muito poderoso e com várias áreas em desenvolvimento, mas também em lugares como Bangladesh, que é muito pobre –, você sempre verá a mão do capital, a mão do imperialismo norte-americano, e isso irá impor o mesmo ponto de vista. Se você quer saber sobre um tratamento adequado dessas questões, você pode consultar a imprensa em certos países que possuem uma boa cobertura. Em algum grau, isso ocorre na Índia. Mas atualmente a melhor cobertura nacional é na Inglaterra, onde a imprensa é muito decente, mas não boa o suficiente (até lá não é boa o suficiente), porque eles não assumem uma posição de que o capitalismo é o problema.
J. K.: Isso é bem tolo, mas é compreensível. Será muito difícil romper com o hábito de combustíveis fósseis. Diplomatas e políticos em um país como o Brasil podem dizer “Nós só contribuímos com 1,2% do carbono mundial, então por que você está se preocupando? Olhe para os Estados Unidos e China”. De certa forma, isso é compreensível, mas claramente isso é também suicida, porque o que eles não avaliam é que o planeta inteiro está envolvido nisso. O Brasil pode ser relativamente mais isolado mais isso não é realmente consolador. Se tudo sair de controle, como de fato pode ocorrer com mudanças climáticas, oceanos subirão em muitos metros. O Brasil possui várias cidades litorâneas. Essas cidades serão inundadas. O Rio de Janeiro irá desaparecer, em alguns aspectos. Tem-se que ter uma consciência global. Tem-se que perceber que existe uma economia globalizada, uma única sociedade global com muitas variações dentro dela, como qualquer sociedade, e as pessoas têm que assumir uma responsabilidade planetária. Em cada país, nós temos que confrontar nossos líderes para fazê-los tomar essa responsabilidade.
Aqui ele dá uma entrevista em 2008 sobre os seu livro "O inimigo da natureza" (que é o capitalismo) e a questão do clima ao site Mudanças Climáticas da ANDI, agência de notícias dos direitos da infância. Veja o vídeo que está seguido da tradução para o português.
Transcrição:
Joel Kovel: Nos Estados Unidos, em particular, ou ao redor do mundo, pessoas não apreciam quão poderosa é a força da luta de classes. Se alguém tem a vassalagem da classe capitalista, ele (como Marx uma vez disse) é a personificação do capital. Ele pode ir para casa no final do dia, ele pode ser gentil com suas crianças, ele pode ficar pensativo sobre o futuro, ter um jardim, e assim por diante. Mas uma vez que ele chega ao trabalho, aquela força poderosa assume controle e determina o que ele faz. Algumas pessoas pensam que o capitalismo é somente uma maneira de fazer muito dinheiro. Claro que é uma maneira de fazer muito dinheiro, mas também é todo um modo de vida. E capitalistas não conseguem enxergar como sair disso. Uma das seções do meu livro trata substancialmente sobre essa psicologia da classe dominante, em cerca de dez coisas diferentes nas quais você pode olhar para entender porque eles não conseguem enxergar. O fato é que eles são muito protetores contra as implicações e têm idéias de si próprios como poderosos. Eles se isolam. Eles ficam no topo de prédios de cem andares. Eles não olham de fato para o mundo abaixo. Eles olham para os gráficos.
Então, por várias razões eles não podem ver a saída disso. Se um capitalista chega a ver como sair disso, o que acontece é que ele pára de ser um capitalista e outra pessoa toma o lugar dele. Ele não foi assassinado nem nada disso. Ele se aposenta, vai jogar golfe ou fazer o que ele quiser, vai para a Flórida, viajar ao redor do mundo, mas alguém assume aquela posição. Tem sempre uma longa fila esperando do lado de fora. Capital é um poder e ele cria um tipo de capitalista. E o capitalista financia e apóia somente esses tipos de grandes organizações de mídia, visto que nós chegamos a um estágio em que as contradições são tamanhas que você está vendo mais e mais pessoas saindo disso. Então, o panorama é mais esperançoso de certa forma do que há cinco ou dez anos.
J. K.: O fato é que o capitalismo tornou-se globalizado, nos últimos trinta anos. Você tem várias pessoas que estão nos países em desenvolvimento e têm uma posição de grande poder. Você também tem o que eu chamo de organizações trans-estatais, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e os diversos bancos de desenvolvimento, que impõe a mesma lógica nos países periféricos. Então há sempre de haver políticos e executivos – certamente no Brasil, porque é um país intermediário, muito poderoso e com várias áreas em desenvolvimento, mas também em lugares como Bangladesh, que é muito pobre –, você sempre verá a mão do capital, a mão do imperialismo norte-americano, e isso irá impor o mesmo ponto de vista. Se você quer saber sobre um tratamento adequado dessas questões, você pode consultar a imprensa em certos países que possuem uma boa cobertura. Em algum grau, isso ocorre na Índia. Mas atualmente a melhor cobertura nacional é na Inglaterra, onde a imprensa é muito decente, mas não boa o suficiente (até lá não é boa o suficiente), porque eles não assumem uma posição de que o capitalismo é o problema.
J. K.: Isso é bem tolo, mas é compreensível. Será muito difícil romper com o hábito de combustíveis fósseis. Diplomatas e políticos em um país como o Brasil podem dizer “Nós só contribuímos com 1,2% do carbono mundial, então por que você está se preocupando? Olhe para os Estados Unidos e China”. De certa forma, isso é compreensível, mas claramente isso é também suicida, porque o que eles não avaliam é que o planeta inteiro está envolvido nisso. O Brasil pode ser relativamente mais isolado mais isso não é realmente consolador. Se tudo sair de controle, como de fato pode ocorrer com mudanças climáticas, oceanos subirão em muitos metros. O Brasil possui várias cidades litorâneas. Essas cidades serão inundadas. O Rio de Janeiro irá desaparecer, em alguns aspectos. Tem-se que ter uma consciência global. Tem-se que perceber que existe uma economia globalizada, uma única sociedade global com muitas variações dentro dela, como qualquer sociedade, e as pessoas têm que assumir uma responsabilidade planetária. Em cada país, nós temos que confrontar nossos líderes para fazê-los tomar essa responsabilidade.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
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