Brasil recicla apenas 13% do que é jogado fora
Dados do Cempre, que representa 29 empresas, indicam que volume de lixo urbano reciclado passou de 5 milhões de toneladas em 2003 para 7,1 milhões de toneladas em 2008.
Por Rafael Faria - Jornal do Senado
Mesmo sem um marco regulatório, a reciclagem é uma atividade em expansão no Brasil. Dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), organização que representa 29 grandes empresas, indicam que o volume de lixo urbano reciclado passou de 5 milhões de toneladas em 2003 para 7,1 milhões de toneladas em 2008, o que corresponde a 13% dos resíduos gerados nas cidades. Se considerada apenas a fração seca do lixo (plástico, vidro, metais, papel e borracha), o índice de reciclagem subiu de 17% em 2004 para 25% em 2008. O setor já movimenta R$ 12 bilhões por ano.
Elemento fundamental para recuperar essa riqueza que seria desperdiçada é o catador de materiais. Há, de acordo com o Cempre, um milhão de catadores no país. O ganho médio proporcionado pela atividade é de 1,5 salário mínimo nas regiões Sudeste e Sul e de um salário mínimo no restante do país. O presidente do Cempre, Victor Bicca, destaca que a organização dos catadores em cooperativas tem sido um fator importante para a “inclusão social e a geração de renda de uma parte da sociedade que não tinha qualquer perspectiva”.
Com relação à reciclagem de alguns materiais, o Brasil já conquistou destaque internacional, observa Bicca. É o caso das latas de alumínio, em que o país tem a liderança mundial, e das garrafas PET, em que está em segundo lugar, atrás do Japão. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, na avaliação do especialista, que também é executivo da Coca-Cola, deve incentivar os convênios entre prefeituras e cooperativas de catadores e formalizar os modelos de reciclagem que já se revelaram bem-sucedidos, impulsionando o setor.
- O Brasil precisa dessa legislação o quanto antes. Todos nós estamos ávidos pela aprovação desse texto que está no Senado - afirma.
Agência Senado/EcoAgência
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