quinta-feira, 1 de julho de 2010

PSOL oficializa candidatura de Plínio Arruda Sampaio

Cerca de 300 pessoas lotaram o Auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, para assistir à Convenção Nacional Eleitoral do PSOL, que homologou a candidatura de Plínio Arruda Sampaio para a presidência da república. O evento teve início às 10h30 com a fala de parlamentares do PSOL e diversos intelectuais apoiadores que estavam presentes. Participaram ainda militantes, representantes de movimentos sociais e dirigentes estaduais do partido de diversas regiões do país.

“Ninguém está aqui à toa. Todos têm um sonho e eu agradeço por ser o portador dele”. Assim Plínio deu início à sua fala. O candidato destacou a resistência dos brasileiros, afirmando que ela já dura mais de 500 anos. “Nosso povo é oprimido, mas nunca aceitou a opressão, sempre houve resistência”, afirmou.

Segundo ele, o PSOL nasceu para fazer a reconstrução da esperança, que o PT representava, mas que se perdeu pelo caminho. “Estamos em outro contexto, diferente da época em que o PT surgiu. Estamos diante de uma sociedade contente, conformadas com o capitalismo, que acha que muito mais do que isso não pode melhorar”, avaliou Plínio, dizendo que as eleições de 2010 serão tão duras quanto a travessia de um deserto. “Não esperemos facilidade e sucesso imediato. Nossa conquista será a da consciência de dever cumprido”, alertou.

Plínio reafirmou que as candidaturas do PT, PSDB e PV representam a mesma ordem e que o PSOL quer acabar com a mesma. “Somos a candidatura da transgressão da ordem estabelecida”, destacou, lembrando que o partido tem em seu programa de governo ações que a burguesia não tem o interesse e nem coragem de empreitar, como as reformas agrária, da educação e da saúde públicas; o fim à criminalização da pobreza e do movimento de desindustrialização pelo qual o país passa; uma reforma urbana que ataque a especulação imobiliária; e a redução da jornada de trabalho. “A reforma agrária não vai melhorar a produção agrícola, mas sim a vida do povo pobre. A redução da jornada de trabalho não é apenas para gerar mais emprego, mas para proporcionar tempo de lazer ao trabalhador, tempo para que ele possa pensar!”, explicou o candidato.

Plínio reafirmou seu compromisso com o socialismo e fez questão de colocar que sua candidatura é do PSOL e que fará a campanha em conjunto com o partido. “Unidos vamos restabelecer e liberar essa esperança e esse sonho que o brasileiro quer colocar para fora!”, concluiu Plínio legitimado pelos aplausos da plateia.

Parlamentares e apoiadores

Em sua fala, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) ressaltou a história e trajetória política de Plínio e convocou a militância a furar o bloqueio da mídia e a fazer uma campanha animada, com muita coragem e movimento. “Existe um espaço à esquerda para ser ocupado e ele é do PSOL”, afirmou Valente. Ele relembrou ainda as conquistas mais recentes do partido na câmara federal “É uma grande vitória um partido com apenas três deputados conseguir instalar uma CPI da dívida pública”, destacou. A fala do deputado empolgou os ouvintes e levantou gritos de luta da plateia, que cantou “É socialista, é coerente, Plínio de Arruda presidente!”

De acordo com o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP), a candidatura de Plínio é a única que poderá fazer um debate crítico do sistema atual. “Isso porque ela rompe com a falsa polarização entre PT e PSDB”, disse ele. O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) complementou afirmando que a convenção estava sendo a celebração do contraponto. “ É preciso mostrar que o país não está tão bem quanto dizem. Nossa nação é uma loteria biológica, onde dois em cada três brasileiros não terão uma vida digna e decente. Nosso Índice de Desenvolvimento Humano ainda é muito baixo”, salientou. O senador José Nery (PSOL-PA) também destacou problemas como o trabalho escravo e infantil e o desemprego que infestam todo o país. “Não podemos manter o povo na situação de miséria e violência a que está submetidos. Mas é preciso dizer para as pessoas que o Brasil tem jeito e é somente com Plínio na presidência da república”, declarou.

Já a deputada federal Luciana Genro (PSOL – RS) afirmou que a luta nessas eleições será muito difícil. “Começando pelo boicote da mídia, que só considera três candidaturas”. Ela destacou ainda a falta de recursos do partido frente às máquinas eleitorais milionárias do PT e do PSDB, financiadas pelos maiores bancos do país. “Mas em contraposição temos um grande patrimônio que construímos com nossas ações políticas, como na luta contra a corrupção. Dessa marca não podemos abrir mão e Plínio representará tudo isso muito bem”, concluiu ela arrancado aplausos da plateia.

Com o fim da fala dos parlamentares, os intelectuais presente também manifestaram seu apoio a Plínio. “Nosso atual presidente é um síndico do capital. Vamos nessa eleição em romaria, com Plínio à nossa frente. Plínio, você tem nossa bênção”, anunciou Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás. O geógrafo Aziz Ab’Saber fez questão de destacar o equilíbrio e a sensibilidade de Plínio. “Ele não pensa no outro, ele pensa nos outros. Estou com muito fervor em termos desta candidatura”, declarou emocionado. Waldemar Rossi, membro da Pastoral Operária, também destacou a unicidade de Plínio nessas eleições. “Só ele pode mostrar ao povo que esse modelo vigente não serve. Isso porque fala de forma simples, mas com muita profundidade. Não posso negar apoio a este homem, conhecendo sua história”, disse. O cineasta Silvio Tendler e os sociólogos Chico de Oliveira e Heloísa Fernandes, também marcaram presença no evento e declararam seu apoio ao candidato do PSOL.

Declarações de apoio dos presentes:

Deputado estadual Carlos Gianazzi / SP
Esta é a única candidatura que vai defender a reforma agrária. Vai romper com a falsa polarização PT x PSDB. Temos muito espaço para crescer, estamos otimistas, todos conhecemos a trajetória histórica do Plínio.

Sociólogo Chico Oliveira
Com aval do dom Tomás Balduíno (bispo emérito de Goiás) que está aqui ao meu lado, defensor das questões proletárias e cuja igreja não é um pedágio, estamos vivenciando um momento quase litúrgico da celebração da candidatura de contraponto. Além da trajetória inigualável de Plínio, que nos orgulha, o PSOL tem cara coletiva que se vê refletida aqui na mesa. O Partido, espero que em parceria com o PCB, vai trabalhar pela Frente de Esquerda.

Deputada federal Luciana Genro / RS
Esta não é uma campanha qualquer, sabemos das dificuldades todas. Em primeiro lugar o boicote absoluto à candidatura de Plínio por parte da grande mídia, que tem simplesmente ignorado nosso candidato a dados espaço somente às ditas “três grandes candidaturas”, que representam exatamente o mesmo plano de governo. Nós vamos enfrentar tudo isso.

Socióloga Heloísa Fernandes,
filha do sociólogo e político Florestan
Se meu pai estivesse vivo, certamente estaria apoiando Plínio.

Deputado estadual Raul Marcelo / SP
Estamos vivendo um momento histórico da esquerda brasileira e temos que entender as profundas contradições do nosso país. Por um lado, o agronegócio está acabando com o meio ambiente, por outro, 30% da população não tem condições dignas de sobrevivência, estão na subcidadania.

Senador José Nery / BA
Todos nós que nos dispusemos a vir até aqui não nos rendemos à situação atual. Ao invés disso, preferimos manter viva a vontade de ter um Brasil digno, justo e socialista. Não perdemos o sonho, o rumo, o leme, mas mantemos muito viva a perspectiva, a luta. Um país como o nosso não pode e não deve manter seus filhos nessa situação de degradação, de miséria, nesse processo de favelização da sociedade. Na Amazônia, por exemplo, há 25 milhões de brasileiros que não têm sido incluídos ou sequer enxergados no debate político. Em compensação, gigantes da mineração com a Vale pagam só 3% do valor do minério explorado. Somos o país da exploração, do desemprego. Essa conjuntura deve nos motivar como nunca para a tarefa que temos agora, com o Plínio à nossa frente, para construir um mundo novo, socialista, no qual todos têm seus direitos representados.

Dom Tomás Balduíno (bispo emérito de Goiás)
Usando da liturgia, digo que esta é um caminhada esperançosa.

Geógrafo Aziz Ab´Saber
Tenho a grande esperança que o Plínio poderá ajudar, ele pensa em todos os outros, no gaúcho, no maranhense e existe a possibilidade dele fazer uma campanha muito boa no PSOL.

Waldemar Rossi – Coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo Paulo
Os sistemas político e econômico brasileiro estão superados. São incapazes de resolver os problemas colocados. E se existe alguém capaz de mostrar que o atual modelo não serve e que tem que ser mudado é o Plínio. Ele pode mostrar como o nosso problema não é meramente conjuntural, mas sim estrutural. O Plínio, o responsável pela minha militância, é um teimoso. Foi com ele que descobri que sou classe. E faremos de tudo para que essa campanha tenha o espaço que lhe é negado para dizer que o sonho é viável.

Cinesta Silvio Tendler
Estava desesperança em casa quando fiquei sabendo que o Plínio sairia candidato. Não tive dúvidas: imediatamente liguei e ofereci apoio. Essa é a chance que a gente tem para acreditar no processo eleitoral, essa candidatura é diferente, representa a possibilidade de mudança, de utopia.

www.pliniopresidente.com
Outros apoiadores:

D. Luiz Flávio Cappio – bispo da diocese de Barra (BA)

István Mészáros – filósofo húngaro e professor emérito da Universidade de Sussex (Inglaterra)
Ariovaldo Umbelino – professor aposentado do Departamento de Geografia da USP

José Arbex Jr. – docente do curso de jornalismo da PUC-SP

Virgínia Fontes – professora da pós-graduação em História da UFF e colaboradora da ENFF-MST

Leandro Konder – filósofo e escritor

Alfredo Bosi, crítico e historiador de Literatura Brasileira e membro da Academia Brasileira de Letras

e muitas outros em: http://pliniopresidente.com/category/declaracoes/

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