quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Declaração internacional das organizações presentes no Congresso do Novo Partido Anti-capitalista francês

Declaração internacional das organizações presentes no Congresso do Novo Partido Anti-capitalista francês
Uma delegação do PSOL – formada pelo deputado federal Ivan Valente, pelo presidente do partido Afrânio Boppré e pelo secretário de relações internacionais Pedro Fuentes – participou na última semana como convidada do Congresso do Novo Partido Anti-Capitalista (NPA) francês, em Montreuil (França). Foi o primeiro congresso do NPA desde sua fundação, em 2009.

Um dos principais temas em discussão foram as eleições presidenciais francesas, que acontecem em maio de 2012. O Novo Partido ainda não tomou uma posição em relação à disputa. Realizado em meio aos levantes revolucionários da Tunísia e do Egito, as organizações presentes no encontro firmaram uma declaração internacional. A íntegra segue abaixo:

Declaração das 28 organizações presentes no Congresso do NPA
(12 de fevereiro de 2011)


A derrota de Bem Ali e Mubarak muda a situação política, não apenas no Magreb, como também em escala internacional.

As revoluções populares, que puseram fim as ditaduras sustentadas durante anos pelos Estados Unidos e os imperialismos europeus, estão devolvendo a confiança a todos os países árabes e estão dando um golpe violento a ordem imperialista e sionista na região.

A população do Iêmen, Jordânia, Argélia e Palestina estão nas ruas exigindo mudanças políticas.

Estas revoluções se realizaram como conseqüência direta da crise econômica internacional e das posições do Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, que promoveram uma ofensiva social radical, empobrecendo populações que já estavam sujeitas a décadas de políticas de injustiça social e corrupção.

Estas revoluções não só abrem caminho para demandas democráticas que acabam com as ditaduras, como também ao questionamento dos sistemas econômicos capitalistas que são as causas de tanta injustiça. As reivindicações sociais estão no coração destas insurreições.

O imperialismo fará todo o possível para defender as suas posições na região, e deter tanto o desenvolvimento anticapitalista dos processos em curso, quanto sua propagação pela região.

Isto significa que os povos da Tunísia e do Egito, as forças que desejam abrir o caminho antiimperialista e socialista nos seus próprios países, necessitam da solidariedade e o apoio ativo dos revolucionários e dos movimentos antiimperialistas, sociais, sindicais do mundo inteiro.

Comprometemo-nos, cada um de nós em nossos respectivos países, a alimentar esta solidariedade e lutar contra os ataques que as instituições internacionais e os grupos capitalistas já estão trabalhando para deter qualquer aprofundamento social e econômico destas revoluções emergentes. A partir do magnífico exemplo destas, nos comprometemos a também estimular as mobilizações contra a dívida e as exigências do Fundo Monetário Internacional.

Que viva a revolução egípcia! Que viva a revolução tunisiana!
Solidariedade Internacional!

Assinam
Tunísia: Ligue de la Gauche Ouvrière Tunisienne
Iraque: Irak Freedom Congres e Union of Communists
França: NPA
Inglaterra: Socialist Worker’s Party
Brasil: PSOL
Bélgica: LCR/SAP
Portugal: Bloco de Esquerda
Córsega: A Manca
Itália: Sinistra Crítica
Espanha: Izquierda Anticapitalista, P.O.R
Catalunha: En Lluta
País Basco: Askapena
Irlanda: Socialist Worker Party
Polônia: P.P.P.
Grécia: SEK, DEA
EUA: ISSO
Canadá: Socialist Caucus of the New Democratic Party
México: P.R.T.
Venezuela: Marea Socialista
Argentina: MST
Peru: P.R.T.
Indonésia: KPRM-PRD
Sri Lanka: NSSP
Coréia do Sul: New Progressive Party
Austrália: Socialist Alliance
Suíça: MPS

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