quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ministério Público do Pará questiona licença do Ibama para Belo Monte

Qua, 26 Jan, 09h00

SÃO PAULO - O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) afirmou há pouco que ainda não teve acesso ao documento em que o Ibama autorizou, o início das obras da hidrelétrica de Belo Monte.

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O órgão lembra que seus técnicos estiveram no local da usina em dezembro e constataram que as cerca de 40 exigências feitas para obtenção da licença prévia ainda não haviam sido cumpridas. "Até agora, a maioria das condicionantes encontra-se, se não no marco zero, muito aquém do previsto", disseram os procuradores em nota.


O MPF-PA afirma que poderá entrar com uma ação judicial contra a licença, uma vez que o Ibama não teria seguido a recomendação do órgão para evitar a fragmentação das licenças na tentativa de apressar o licenciamento da hidrelétrica.


"Precisamos ainda avaliar o teor dessa permissão. Mas é fato que, ao conceder licença para a instalação física da obra sem o cumprimento das condicionantes, o Ibama está colocando a região em alto risco social e ambiental. Não houve nenhuma preparação estrutural para receber operários e máquinas e, muito menos, para a população que será atraída pelo empreendimento, sem chance de ser aproveitadas na obra, direta ou indiretamente. Estamos muito preocupados com o que pode acontecer", declarou o procurador da República no Pará, Ubiratan Cazetta.


O consórcio Norte Energia, responsável pela construção da hidrelétrica, recebeu a licença ambiental para a instalação do canteiro de obras do empreendimento, a ser erguido no rio Xingu, no Pará.


Conforme documento emitido pelo Ibama, a empresa está autorizada a suprimir a vegetação em uma área total de 238,1 hectares, sendo 64,5 hectares localizados em áreas de preservação permanente.


(Téo Takar | Valor)


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